Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 48
Disputa.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/58108/chapter/48

- Essa marca? – Brian erguia uma das sobrancelhas, com a face completamente interrogativa, segurando um pacote de absorvente.

- Eu disse que tinha que ser com abas, Syn... COM ABAS! – Letícia apontava para o aviso em frente ao pacote que dizia ser ‘sem abas’.

- E que diferença faz? – Brian dava de ombros.

- Tudo bem. – Letícia dava uma leve gargalhada, colocando o absorvente dentro do carrinho. – Acho que você já pagou bastante mico, aquela senhora olhou com uma cara muito estranha quando você pegou o absorvente da Barbie na estante. – Letícia gargalhava.

- Ah é? – Brian encarava a moça com um sorriso maldoso. – Agora é a minha vez.

- Não, já está quase na hora de ir ao ensaio, Syn, eu já peguei nove garrafas de cachaça na frente de várias pessoas, e tive que ouvir um discurso sobre como a minha vida vai mudar se eu começar a freqüentar os alcoólatras anônimos.

Brian gargalhava alto, como se estivesse se lembrando da cena.

- Você não vai fugir. – O rapaz tentava recuperar o fôlego, e parecia impossível. Lágrimas já estavam saindo dos olhos do rapaz. – Eu tive que pegar duas calcinhas fio dental vermelha.

- Pelo menos agora você sabe o que é uma calcinha fio dental. – Letícia gargalhava. – Sério Syn, a gente já comprou tudo que precisamos para a festa, faltam meia hora pro ensaio.

- Tudo bem... Só mais um desafio. – Brian a olhava de modo maldoso. – Eu também tive que pegar um OB.

- TUDO BEM! – Letícia se dava por vencida. – É a última e assim estaremos kits.

- Okay. – Brian gargalhava. – Você vai ter que ir à prateleira e pegar dez camisinhas masculinas, obviamente.

- Eu não! – Letícia dizia de modo agudo, como se aquele pedido fosse um absurdo.

- Eu comprei calcinhas! – Brian evidenciava. – Aí estaremos kits.

- Não sei por que eu aceitei brincar disso com você. – Letícia resmungava, encarando o corredor de cosméticos.

- Você aceitou por que é uma tonta. – Brian ria. – Não aceita ser desafiada, ainda mais quando eu coloco a sua feminilidade em jogo.

- Eu sou mulher o suficiente para derrotar você. – Letícia cruzava os braços, encarando o rapaz.

- Pegue as camisinhas que eu não duvidarei disso.

- Nunca mais? – Letícia o ameaçava com o olhar.

- Nunca. – Brian estendia um sorriso.

Letícia respirou fundo, olhando para a prateleira. Havia muitas pessoas caminhando pelo local, escolhendo esmaltes, shampoo, condicionadores e assim por diante.

A moça foi caminhando lentamente até as camisinhas, e encarava Brian gesticulando os lábios rapidamente, como se estivesse xingando o rapaz ou fazendo vários tipos de ameaças.

Brian apenas via a cena de longe, com o celular em mãos, filmando o momento solene, enquanto Letícia se aproximava timidamente, apanhando dez camisinhas de uma vez só. Engoliu seco ao reparar que um rapaz a olhava de modo malicioso, fitando o lote nas mãos da moça.

- Nossa... – Dizia ele, ainda encarando Letícia.

- Nossa o que? – Letícia encarava o homem de modo sério. – Vai me dizer que nunca usou? – As mãos da jovem suavam, o rosto esquentava, obviamente que já deveria estar um pimentão.

- Lógico... – O rapaz dava uma leve gargalhada. – Mas eu não costumo comprar tantas assim... Você deve usar muito. – O desconhecido gargalhava.

- Olha aqui! – A voz de Letícia de repente transpareceu aguda.

Brian já havia judiado da moça o suficiente, mas ainda tinha necessidade em irritá-la um pouco mais.

- Amor! – O rapaz se aproximava. – Já comprou? Caramba não posso te deixar sozinha nenhum minuto que esses caras estranhos já vem falar com você? – Brian não se intimidava, afinal, era muito maior e mais forte que o homem desconhecido.

- Opa cara, foi mal...

- Tudo bem... – Brian sorria, agarrando Letícia pela cintura, e mordendo os lábios. – Vamos logo que eu quero usar todas consecutivamente.

- Syn! – A jovem tentava se defender.

O homem os olhava boquiaberto, disparando uma leve risada, sem graça.

- Melhor eu ir. – Dizia.

- BRIAN! – Letícia já estava azul de raiva. – VOCÊ TEM PROBLEMA?!

O rapaz simplesmente gargalhava.

- Ficou bravinha, foi? – Brian perguntava sinicamente.

Letícia jogou a compra psicótica em cima das prateleiras, se disparando em direção à Brian, dando-lhe vários tapas, enquanto o rapaz se desequilibrava, tentando escapar dos golpes, batendo as costas nas prateleiras, derrubando diversos desodorantes.

- Para! – Brian tentava se defender, mas não conseguia parar de rir. – Você tem que ver o vídeo...

- VOCÊ FILMOU?! – Letícia berrava, incrédula.

- FILMEEEI! Ai para! – Brian tentava afastar as mãos pequenas da moça que golpeavam seu peito. – Está se achando, né?! – Brian segurava a mão da moça, puxando-a para trás das costas da mesma, imobilizando-a.

- ME SOLTA! – A moça resmungava.

- Vai parar? – Brian sussurrava em seus ouvidos, provocando arrepios pela nuca da jovem.

- E-eu vou. – Letícia gaguejava, tentando se conter.

Brian, porém, não parecia fazer muita questão em se conter. Simplesmente aproximou as narinas na nuca da jovem, sentindo o perfume doce e levemente forte. Aquele perfume parecia ter marcado eternamente seus lençóis. O rapaz perdia completamente o controle dos próprios atos, aproximando os lábios da nuca de Letícia, tocando-o brevemente.

Letícia fechava os olhos, tentando conter os arrepios que aquele ato de Brian lhe provocava.

- Gente, vocês já compraram camisinha... Agora vão a um lugar apropriado. – O mesmo rapaz desconhecido de alguns minutos atrás aparecia, lhes encarando. – Tem um motel aqui na esquina.

- EI! – Letícia se soltava imediatamente de Brian, com o coração acelerado e as bochechas vermelhas. – Do que você está falando?

Brian, porém, descaradamente, apenas cruzou os braços, analisando a reação da jovem.

- Sério. – O rapaz dava ênfase. – Se quiserem eu mostro o caminho.

- Não! Ninguém vai fazer nada, meu filho. – Letícia dizia quase em pânico. – O máximo que eu vou fazer é te encher de porrada se continuar me irritando!

Brian gargalhava, e Letícia o ameaçava com o olhar.

O homem desconhecido simplesmente erguia os braços, agindo como um refém, finalmente se retirando.

- E você nem fala nada pra me ajudar, né?! Fica aí dando risada que nem uma hiena! – Letícia bufava forte, quase provocando uma hemorragia nasal.

- Ué... Eu não estou me incomodando. – O rapaz a encarava com um olhar intenso e provocante, fazendo com que Letícia suspirasse, e que uma corrente afiada de raiva, atravessasse suas veias.

Brian disparou uma leve risada ao perceber a reação da moça, tornando a conduzir o carrinho de compras.

- Vai ficar parada aí me olhando com essa cara de exorcizada? – Brian gargalhava. – Faltam dez minutos pro ensaio... Vamos chegar atrasados.

Letícia simplesmente respirou fundo, fincando as unhas na palma da mão, tentando controlar a raiva que estava sentindo. Seu rosto tornava a esquentar.

- Anda! – Brian a apressava.

- Você está abusando da sorte. – Letícia se aproximava do rapaz, se dirigindo até o caixa.

Demoraram dez minutos restantes e um pouco mais para passar as compras, e pagá-las, chegariam atrasados, mesmo que corressem.

- Não vai me ajudar a por as compras dentro do porta malas? – Brian perguntava ao ver Letícia entrando no carro.

- Eu não estou me incomodando... Já estamos atrasados mesmo. – Letícia o encarava maliciosamente, dando uma piscadela a fim de provocar o rapaz. – Vê se não demora, já estamos atrasados.

Brian apagava de imediato o sorriso descarado dos lábios, mantendo-os rígidos. De repente ficou irritado, mas logo a irritação se misturava a uma alegria estranha. Brian e Letícia, eles eram assim. Implicar um com o outro era uma marca registrada deles.

- Ai, essa garota. – Brian resmungava consigo mesmo, trancando o porta malas, tomando controle do volante do carro.

- Finalmente. – Dizia Letícia, descaradamente.

- É, se alguém me ajudasse, iria mais rápido... Mas como você não estava se importando... – Brian a encarava de modo provocativo, erguendo uma das sobrancelhas.

- Pois é. – Letícia, porém, não demonstrava intenção em se dar por vencida.

Brian balançava a cabeça negativamente. Como depois de tudo o que aconteceu eles poderiam ainda insistir em ficar implicando um com o outro?

Aquelas atitudes todas, pelo menos para Brian, era um pedido apelativo para que Letícia o notasse, para que risse com ele, para que ela tivesse sentimentos diversos. Queria afetá-la de alguma forma, e por isso quase implorava por atenção e fazia o possível para que ela o tocasse.

Ela o amava. Fato. Se não, não sentiria ciúmes de Pamela e muito menos deixaria isso tão claro.

Chegando à gravadora, todos já estavam à espera, e já havia dezessete ligações perdidas nos celulares de ambos.

- Calma! Já chegamos. – Brian gargalhava.

Pamela, ao ver Brian chegar acompanhado de Letícia, rapidamente fechou a cara, mostrando seu mau humor evidente.

- Vocês estão atrasados uma hora! – Pamela se aproximava, irritada. – Isso foi extremamente irresponsável! Vocês precisam ensaiar, tem uma apresentação semana que vem... Sabiam? – A moça os encarava, cruzando o braço.

- Calma. – Dizia Brian, fazendo um bico. – Já estamos aqui, vamos ensaiar sério, fazer render... Por que depois tem uma bela festa à nossa espera... Meus pais realmente vão ficar de plantão hoje à noite, casa liberada! Não tem motivos para se preocupar.

- Ah, eu chamei a Bia, a Mariana e o João... Esqueci de dizer. – Informava Letícia.

- A Bianca vai? – Caio estendia um sorriso.

- Vai. – Dizia Letícia dando uma leve risada.

- Tudo bem, que ótimo! – Pamela se intrometia na conversa, encarando Letícia. – Acho que agora o mais importante é o ensaio de vocês, e não essa festa!

- Nossa, calma. – Dizia Brian, confuso. – Já estamos aqui... Estávamos fazendo compras, e estava muito trânsito. – Brian olhava para Letícia, como se implorasse para que ela confirmasse o tal trânsito.

- Nossa, estava mesmo. – Dizia a jovem.

Pamela simplesmente os encarou por alguns instantes.

- Calma, Pamela. – Dizia Fernando com tranqüilidade. – Eles já estão aqui... Como o próprio Brian disse, agora tem que fazer o ensaio render... Mas procurem não atrasar mais, está bem? Principalmente quando começar e cd, isso é um trabalho sério.

- Não... Tudo bem. – Dizia Brian com seriedade. – Desculpe, não acontecerá mais. – Dizia Brian.

Fernando simplesmente esboçou um sorriso, e todos os integrantes tomaram suas posições para passar as músicas com calma e qualidade.

- Agora eu tenho razão em dizer que você se atrasou. – Dizia James, gargalhando.

- É. – Letícia simplesmente concordava.

Passaram três músicas, e tudo estava impecável, a apresentação tinha tudo para dar certo.

Fizeram uma breve pausa para ir ao banheiro, beber água e comer alguma coisa, quando Brian decidiu caminhar até o frigobar e apanhar uma cerveja.

- Syn? Posso falar com você? – Pamela se aproximava com cautela. – Queria pedir desculpas pelo meu estresse com você hoje...

- Tudo bem. – Brian dizia indiferente, como se nem se quer tivesse se importado com o estresse da jovem. – Não se preocupe. – Dava uma golada de cerveja.

- Tem coisas que eu não me conformo, sabe? – Pamela se sentava ao lado do rapaz, encarando-o. – Apesar de tudo, você ainda insiste em ficar perto da Letícia.

- Pamela, eu não quero falar disso agora, está bem? – Dizia o rapaz, suspirando. – Eu estou animado com a festa, eu e a Letícia apesar de tudo estamos nos dando bem... E é isso.

- E é isso? – Pamela disparava uma risada sarcástica. – Você gosta de sofrer, Syn, isso sim...

- Pode ser. – O rapaz dava de ombros. – Talvez eu goste mesmo...

- Syn...

- Pamela! – O rapaz interrompia a moça. – Você não sabe ainda o que é se apaixonar de verdade por uma pessoa... Você simplesmente não pode se controlar, é como se essa pessoa roubasse todas as suas forças, como se ela te controlasse... Você se torna submisso... Você não sabe o que é isso... Quando se apaixonar por alguém, vai me entender... Obrigado por se preocupar comigo... Mas não podemos controlar os sentimentos, e eu aprendi isso da maneira mais difícil.

Pamela o ouvia em silencio, olhando o rapaz de modo atencioso. Baixou a cabeça, respirou fundo, umedeceu os lábios e demorou um pouco mais de um minuto para decidir o que dizer.

- Eu estou aprendendo o que é me apaixonar. – Disse.

- Como assim? – Brian esboçava um sorriso malicioso. – Está apaixonada, Pamela?

- Talvez. – Dizia a moça. – Mas por enquanto isso ainda não faz muita diferença... Mas... – Pamela suspirava, encarando Brian de modo profundo. – Tudo o que eu quero, eu consigo.

Brian fitou os olhos da moça, sentindo-se um tanto estranho com aquele comentário intenso que pareceu ser dirigido à ele.

- Vai por mim... Se eu fosse você, diminuía um pouco esse ego. – Brian desviava o olhar, tomando um pouco mais da cerveja. – Sério mesmo.

- Não se preocupe. – Pamela o olhava, séria, relaxando os músculos dos lábios, e aproximando-se alguns centímetros a mais do rapaz.

- Admito. – Brian continuava a filosofar. – É muito difícil ficar ao lado dela... Parece que aos poucos várias partes de mim vão desaparecendo... Ela desaparece... É como tentar pegar fumaça com as mãos, é como caminhar em um labirinto sem saber se existe se quer uma saída... Uma única saída.

- Você pode construir uma saída. – Pamela o encarava de modo malicioso. – Acredite.

Brian abaixava a cabeça novamente, desviando-se de Pamela, sentando-se alguns centímetros mais longe.

- Quer mesmo ficar vivendo como se algo estivesse escapando de você o tempo todo?

- Não. – Dizia o rapaz num tom óbvio.

- Pois é... Eu sinceramente acho que se você não dar um basta nisso a Letícia não vai mudar... Hoje à noite, eu vou te mostrar que se você parar de ficar indo atrás dela... Ela vai ficar nas suas mãos... Quem sabe quando ela ver que você não está todo caidinho por ela...

- Mas eu estou caidinho por ela. – Brian fazia um bico.

- Mas ela não precisa saber. – Pamela dizia impaciente, revirando os olhos. – Sério, ignore-a... Vamos nos divertir hoje... E você vai ver como ela vai mudar.

- Será? – Brian franzia o cenho.

- Sério. – Pamela esboçava um sorriso, orgulhosa de si.

- Vamos ver então. – Brian concordava, dando de ombros, implorando dentro de si que tudo desse certo.

Depois do pequeno intervalo, voltaram a se reunir no estúdio e ensaiar novamente, já estavam pensando até mesmo como agiriam em cima do palco, como iriam se distribuir, e animar as pessoas.

- Por hoje já está bom... Só se movimenta mais Ivan, você está meio parado ainda. – Ah, beleza. – Dizia o rapaz.

- Bom, já vou indo para a casa. – Dizia Brian. – Encontro com vocês lá... Vai comigo, Letícia?

- Vou. – Respondeu a jovem com um leve sorriso.

- Então vamos logo que eu tenho que colocar tudo aquelas cervejas na geladeira, já devem estar quente.

- Xi, se tiver cerveja quente eu vou te xingar muito no twitter. – James gargalhava.

- Pode deixar pinguço. – Brian dava uma piscadela para o amigo. – Vão comigo agora?

- Não, eu quero ir ao shopping, preciso comprar baquetas novas. – James dizia. – Quem quer ir comigo?

- Ah, eu também não estou muito a fim de ir pra casa agora. – Ivan resmungava. – Vou com você, James.

- Também vou. – Dizia Caio. – Quero comprar uma roupa legal para usar hoje à noite. – Caio sorria.

- E laia viu? – Dizia Letícia, dando uma leve risada. – Bianca que se cuide hoje.

- Pois é. – Caio piscava, dando risadas.

- Então vamos, Letícia. – Dizia Brian, sorridente.

Pamela simplesmente o encarou com repressão e Brian não pode evitar entender aquele olhar.

- Até mais tarde. – Dizia o rapaz ao se despedir da moça com um abraço. – Obrigado, mas você não espera que eu vá deixar de dar carona pra Letícia, né? – Brian sussurrava nos ouvidos de Pamela.

- É. – A jovem dizia ríspida, retribuindo o abraço do qual Brian já pensava ter terminado, porém a moça se mantinha agarrada em seu pescoço.

- Preciso ir. – Brian dizia.

- Ah... – Pamela dava uma risada sem graça. – Desculpe.

- Tchau Fernando. – Dizia Brian, erguendo a mão, acenando.

Fernando, porém, nada disse, apenas encarou o rapaz, balançou a cabeça positivamente uma única vez, e girou os olhos para Pamela. Ficaram de repente sombrios.

- Tchau Pamela... Tchau Fernando. – Dizia Letícia se despedindo, acenando.

- Tchau. – Dizia Pamela, séria.

- Tchau Letícia, até a noite. – Dizia Fernando disparando um sorriso e uma piscadela para a jovem.

Brian então, foi até seu carro, entrando e esperando Letícia colocar os cintos para que pudessem partir.

- Acha que vai dar tempo das cervejas esfriarem? – Brian resmungava.

- Qualquer coisa coloca no freezer. – Dizia Letícia, indiferente e dando de ombros.

- É mesmo, né? – Dizia Brian, dando uma leve risada.

- Qualquer coisa pede pra Pamela esfriar sua cerveja. – Letícia virava o rosto, olhando para a janela.

- O que? – Brian perguntava com meio sorriso no canto dos lábios.  – Está com ciúmes? – O rapaz não podia evitar a pergunta ousada entalada em sua garganta.

- Do que você está falando? – Letícia se virava, o fuzilando. – Se toca, idiota... É que você fica todo intimo da produtora... É estranho.

- Ah, entendo. – Brian tentava segurar um sorriso que estava prestes a escapar de seus lábios. – Claro, completamente lógico.

- O que? – Letícia o olhava, confusa.

- Nada. – Brian ria consigo mesmo. Pamela tinha razão, talvez.

Chegando ao apartamento, Letícia ajudou o rapaz a guardar todas as compras e arrumar a casa para que os convidados chegassem.

Pareciam dois grandes amigos enquanto arrumavam a casa. Jogavam almofadas um contra o outro, riam da postura doméstica que Brian adotava enquanto fazia os serviços, Letícia insistia em fazer o rapaz usar lenço nos cabelos e um avental.

- Está com cara de dona de casa convicta! – Dizia a moça, enquanto via Brian tirar o pó da estante da sala.

Brian empinava a bunda, rebolando ao som de As I Lay Dying, que estava no último volume.

Letícia gargalhava ao ver a cena.

- VEM LETÍCIA! – Brian balançava a cabeça com força, fechando o punho e o sacudindo para o alto, curtindo o som pesado.

Letícia gargalhava da empolgação do rapaz.

- VEM! – Brian insistia indo até a moça, e puxando-a para o centro da sala. – Me mostre o poder do seu headbang.

Letícia o encarou, balançando a cabeça fortemente, deixando os cabelos vermelhos esvoaçarem pelo ar.

Brian a olhava boquiaberto, sem deixar de pensar o quanto era linda e o quanto aquela risada escandalosa da moça lhe contagiava. Ele ria junto, sem saber o motivo disso.

- Vou para a casa trocar de roupa. – Dizia a moça. – Já volto.

- Tudo bem. – Dizia Brian, sorridente. – Te acompanho até a porta.

- Não se preocupe...

Brian, porém, desligava o som, se aproximando de Letícia com um sorriso leve no canto dos lábios, acompanhando-a até a porta.

- Já volto. – dizia a moça, se colocando na ponta dos pés, dando um beijo na bochecha de Brian.

Brian simplesmente, colocou as mãos ao redor da cintura da moça, abraçando-a fortemente, suspendendo-a do chão, fechando os olhos, sentindo seu perfume.

- Tudo bem, já pode me por no chão. – Dizia Letícia, sentindo o rosto esquentar de repente.

Brian ria levemente, finalmente colocando Letícia no chão.

Letícia ajeitava as vestes, respirava fundo e girava em direção a porta do apartamento de seu pai.

Brian simplesmente encostou-se à porta, esperando Letícia desaparecer da sua frente. Suspirou, fechando a porta, tornando a ligar o rádio.

Já eram dez horas da noite, e Brian já havia se arrumado, arrepiou os cabelos, colocou uma camisa branca de gola em “v”, uma calça jeans escura, seu tênis Nike preferido, se perfumou e ficou vendo televisão enquanto os convidados não chegassem.

De repente, a campainha tocou.

- ENTRA! – Berrou o rapaz.

- Oi Syn. – Dizia Letícia abrindo a porta com cautela.

Assim que Brian a viu, estendeu um enorme sorriso nos lábios. Letícia estava linda. Havia feito babyliss nas pontas dos cabelos, estava com um corpete branco, uma jaqueta de couro preta, calça jeans preta e scarppin preto e branco.

- Nossa, caprichou ein? – Dizia o rapaz boquiaberto. – Está muito linda.

- Ah... – Letícia baixou a cabeça, corando. – Obrigada.

- Senta aí... Ninguém chegou ainda. – Dizia Brian dando leves tapinhas no sofá, para que Letícia se sentasse ao seu lado.

Letícia se aproximou com uma estranha cautela, já que Brian a olhava boquiaberto sem nem ao menos disfarçar.

- Senhor dos Anéis. – Dizia o rapaz sorridente. – Adoro.

- Já tentei assistir, mas eu dormi. – Letícia gargalhava.

- Ah, cala a boca! – Dizia o rapaz. – É muito foda!

- Calma aí, afetadinho! – Dizia a jovem, gargalhando.

De repente, a porta se abria com um estrondo, e James aparecia através dela com duas garrafas de vodka, uma em cada braço, e com ele, estavam Caio e Ivan.

- OI CASAL! – Berrou James.

- No mínimo você já está bêbado. – Dizia Letícia.

- Mas eu acertei quando disse pra não comprar vodka que o James trazia. – Brian gargalhava. – Entra pessoal.

- Está gatona ein, Letícia? – Dizia James.

- A Bianca já chegou? – Caio perguntava.

- Ainda não... – Dizia Letícia.

- Como não? Ela vem né?

- Vem Caio, calma. – Letícia gargalhava ao ver o desespero do rapaz.

- E a outra? Mariana? É solteira? – Ivan perguntava.

- Ivan, ela gosta de cabeludos! – Dizia Letícia, evidentemente.

Ivan simplesmente fez um bico e baixou a cabeça.

- Sai dessa televisão, Gates! – Dizia James, desligando-a, e ligando o rádio no último volume com um cd do Metallica. – AGORA SIIIIIIIIIIIM! – O rapaz berrava. – A gente podia jogar um strip poker.

- ISSO! – Dizia Caio.

- Claro que não... – Letícia debatia, tentando desviar dos olhares intensos que Brian dirigia a ela.

Logo, Pamela, Fernando, Mariana, Bianca e João, já chegavam e a festa estava completa.

- Letícia, você está tão linda! – Dizia João.

- Obrigada! Você também. – Dizia a moça.

- COMO VOCÊ ME CHAMA PRA UMA FESTA SEM CABELUDOS? – Mariana questionava quase aos berros por causa do som alto.

- Tem sim! O produtor... Fernando! – Letícia apontava para o homem que conversava com Brian e Pamela.

Os olhos de Mariana fitaram o homem como se ele fosse um deus grego. Mariana estendeu um largo sorriso, indo até a rodinha.

- Ela não muda. – Dizia João, gargalhando.

- Eu tenho esperanças que ela vá encontrar o cabeludo da vida dela logo. – Dizia Letícia, rindo da amiga.

João de repente tornou a ficar sério, encarando Bianca conversar com Caio, um do outro lado na sala. Só estavam os dois, sentados um do lado do outro, conversando e de repente estavam se beijando.

- Vou até a cozinha, preciso pegar uma cerveja.

- João... A Bianca gosta de você.

- Por que está me falando isso? – Perguntou o rapaz dando de ombros, mas no fundo, tinha medo que Bianca o estivesse esquecendo antes mesmo que ele finalmente conseguisse entender o que estava sentindo. Se amava a Letícia, ou se Bianca realmente tomou o lugar da amiga em seu coração, ou se as duas estavam lá ao mesmo tempo. Estava confuso.

- Nada não. – Dizia Letícia, preferiu não contrariar, mas sabia que algo dentro do peito de João, batia por Bianca. Iria adorar vê-los juntos. Combinavam.

A jovem rindo, se aproximou da rodinha onde Brian, Pamela, Fernando e Mariana, conversavam.

- Aquele cara me dá medo. – Dizia Mariana.

- Quem? – Letícia perguntava se aproximando dos colegas.

- Marylin Manson. – Dizia a amiga.

- Syn, vamos comigo até a cozinha pegar uma bebida? – Pamela de repente abraçava Brian, encarando Letícia descaradamente.

- Vamos. – Dizia Brian com um sorriso maldoso, fazendo Letícia ficar boquiaberta.

Brian então, colocou as mãos na cintura da moça, se retirando da roda de conversa.

Letícia respirou fundo, parecendo aborrecida, arrancando o copo de vodka das mãos de Mariana, bebendo tudo em um gole só, devolvendo o copo totalmente vazio para a amiga.

- Caramba, Letícia. – Mariana olhava para o copo, fazendo um bico.

- Desculpe. – Letícia tentava se conter, sentindo uma forte pontada em seu peito. De repente seu estomago revirou, vazio, ficando completamente pesado.

A música alta ecoava pela casa, todos se divertiam, James pulava no sofá, Ivan fumava próximo à janela, Mariana xavecava Fernando descaradamente, Bianca ficava aos beijos com Caio, João se sentava ao sofá como se assistisse a cena.

Letícia entrou na cozinha e Pamela e Brian riam feito dois alucinados, bebendo cerveja e FUMANDO.

- Syn! – Letícia o olhou com repressão. – Deu de ficar fumando agora?

- Letícia, ele já não é mais criança. – Dizia Pamela com a voz desafinada e pesada. Parecia já estar bêbada. – Deixa ele.

Letícia respirou fundo, se aproximando do rapaz, arrancando o cigarro das mãos dele.

- PARA MENINA! – Brian resmungava, pegando o cigarro novamente, tragando-o.

Letícia o encarou irritada, pronta para pegar o cigarro de volta, quando foi interrompida.

- Vamos para outro lugar, Syn. – Pamela resmungava. – Se não a sua mãe vai ficar enchendo o saco. – A moça gargalhava.

- Vamos para a sala, onde tem mais gente. – Dizia Brian, sorridente, encarando Letícia de modo vitorioso. Estava dando certo... Letícia estava indo atrás dele ao ver que ele se divertia ao lado de Pamela.

- Está dando certo. – O rapaz comemorava.

- Pois é. – Dizia Pamela com um sorriso malicioso, se aproximando ainda mais do rapaz, colando seu corpo com o dele.

Letícia fechou o punho, não acreditando naquilo que estava vendo. Brian e Pamela? JAMAIS!

- Letícia? – De repente uma voz rouca a surpreendia.

- Oi Fernando.  – A jovem se virava para o homem, lhe esboçando um sorriso.

- Estou adorando a festa. – Dizia o homem, balançando a cabeça, no ritmo da música.

- Pois é. – Dizia Letícia, encarando Pamela praticamente se esfregar em Brian, que ria, como se estivesse gostando.

- Posso conversar com você um instante? – O homem perguntava sério.

- Pode. – Letícia lhe dava atenção.

- Não sei até que ponto você se importa com isso, mas eu acho que eu realmente deveria falar...

- O que?

- A Pamela está crente que vai conquistar o Syn. – Dizia o rapaz. – Ela anda me irritando demais para falar a verdade. Ela quer fazer de tudo pra mostrar ao Syn como ela é interessante, que ela o entende melhor que você... Fica dando palpite.

- É, eu percebi que ela deve ficar dando palpite... O Syn já contou tudo sobre a gente pra ela. – Letícia respirava fundo, evidentemente irritada.

- Se eu fosse você, não ficaria me preocupando muito com isso. – Fernando entendia um copo de cinqüenta e um para Letícia.

Letícia pegava o copo, dando uma leve golada, sentindo sua garganta queimar. Tossiu algumas vezes tentando se livrar daquela sensação.

- Vai com calma. – Fernando gargalhava. – Vamos dançar. – O homem lhe dava uma piscadela. – Vamos deixar o Syn louco agora.

- Por que está me ajudando? – Letícia perguntou, brevemente desconfiada.

- A banda de vocês é boa demais pra correr riscos nas mãos da Pamela e os caprichos dela. – Fernando revirava os olhos. – E interesses pessoais.

Letícia sorriu para o homem, se aproximando do centro da sala, e começou a dançar com ele.

Fernando parecia realmente interessado em provocar. Segurava fortemente a cintura de Letícia, colocando seu corpo próximo ao dela.

Letícia o olhava de modo provocante, dentro dos olhos, colocando as mãos na nuca do homem, por baixo dos cabelos cumpridos.

Brian rapidamente os encarou, boquiaberto.

- Pamela. – Brian chamava atenção da moça.

Pamela os encarava, e logo dava de ombros.

- E daí? Isso é pra você ver como a Letícia não se importa com você mesmo. – Pamela continuava dançando como se nada tivesse acontecido. – Esquece a Letícia, vamos aproveitar.

Brian tentava esquecer, mas era impossível.

Letícia estava tão linda, sorrindo e dançando daquela forma.

De repente, Brian sentia com raiva, era como se Pamela nem existisse ali, ou melhor, como se ninguém existisse. Somente aquela cena desgraçada.

Letícia ao perceber que Brian os olhava com ódio, aproximou-se ainda mais de Fernando.

Brian respirou fundo, praticamente explodindo. Não! Ele não podia deixar que isso acontecesse.

- Syn! Você pisou no meu pé, presta atenção! – Pamela resmungava.

- Já volto. – Brian dizia ríspido, se afastando.

- Não! Aonde você vai?! – Pamela o segurava firme pelo punho, quase sendo arrastada do lugar onde se estava. – Vai até ela? Pra quê?! Por que insiste nisso?

- Me deixa! – O rapaz dizia aborrecido.

Rapidamente, Brian se aproximava de Letícia e Fernando, já ofegante, com o coração saltando rapidamente dentro de seu peito, sentia uma adrenalina estranha passar por suas veias, os olhos pesados denunciando que já tinha bebido muito, estava furioso.

- Oi Syn. – Dizia Letícia descaradamente.

- O que você está fazendo? – Brian perguntava sério. – Vai ficar fazendo essa dança ridícula na frente de todo mundo mesmo?

- Como assim? – Letícia perguntava confusa.

- Vocês estão praticamente se engolindo. – Brian os encarava com os lábios rígidos. – Está todo mundo olhando.

- Por que se importa? – Dizia Letícia, descaradamente. – Eu não sou mais a sua namorada, esqueceu? – A moça se afastava de Fernando, olhando-o profundamente.

Fernando estendeu um sorriso quase imperceptível.

Brian respirou fundo, extremamente irritado.

- E daí? – perguntou ele.

Letícia ergueu uma das sobrancelhas e simplesmente ficou encarando o rapaz com aqueles olhos verdes completamente intensos.

Brian parecia não se controlar mais, respirou fundo, fazendo aquilo que seus instintos lhe pediam. Se aproximou bruscamente da moça, puxando-a contra seu corpo, beijando-lhe os lábios.

Letícia de imediato assustou-se com os lábios rígidos do rapaz, tomando os seus, porém, logo se rendeu. Agarrou os cabelos do rapaz, abraçando-o fortemente, sentindo a ponta da língua do rapaz, passear pela sua, aqueles lábios se esquentarem um contra o outro.

Fernando estendeu um sorriso vitorioso, vendo a cena, se aproximando de Pamela.

- Não adianta, querida... Você não vai conseguir separar esses dois.

- SEU IDIOTA! VOCÊ FEZ DE PROPÓSITO! – Dizia Pamela quase aos berros, sentindo todo o ódio percorrer seu corpo ao ver Letícia e Brian se beijarem intensamente contra a parede, como se ninguém estivesse ali, os olhando.

Letícia e Brian continuavam se abraçando e beijando-se como se tentassem libertar-se de toda a saudade, de toda a vontade que tinham em ficar juntos.

A respiração ofegante era quebrada pelo som alto que ecoava no apartamento, porém não conseguia barrar a vontade que os dois sentiam em ficar juntos. Ainda se beijavam sem nem ao menos fazer uma pausa.

Letícia fechava os olhos, sentindo o corpo do rapaz prensá-la contra a parede, tentava estabilizar a respiração, mas era praticamente impossível. Era estranho, estava completamente nervosa.

- Estava com saudades. – Brian sussurrava nos ouvidos da moça, fazendo a ponta de sua língua passear pelo pescoço de Letícia, lentamente, provocando-lhe arrepios e leves gemidos, fazendo com que ficasse cada vez mais impossível a respiração da jovem se estabilizar.

- Syn... – Letícia sussurrava nos ouvidos do rapaz.

Brian então, segurou as mãos da moça, caminhando com ela entre os corredores, passando pelo banheiro onde Mariana e Ivan se beijavam loucamente, indo então até seu quarto.

Letícia de repente já não tinha o controle de mais nada, fechou a porta do quarto, trancando-a logo em seguida, e Brian sem querer dar trégua, a puxava novamente contra seu corpo, cobrindo-a de beijos, despencando-se sobre a cama.

A moça sentia arrepios na espinha, Brian parecia ter sede, muita sede, precisava daquilo, assim como precisava respirar para sobreviver. Estava ofegante, e não queria esperar mais.

Letícia deslizava as mãos pelo abdômen de Brian, puxando a camisa do rapaz para cima, fitando seu corpo, quando de repente se deparou com algo que a fez voltar para a realidade.

- Syn? – A jovem chamava a atenção do rapaz, se afastando.

- O que foi? – Brian perguntava ofegante, encarando a corrente prateada que estava pendurada em seu pescoço, junto com as duas alianças presas nele.

- Você ainda usa? – Letícia perguntava também ofegante, se sentando na cama, e ajeitando os cabelos. – Eu preciso ir.

- Não! Por favor! – Brian pedia. – É claro que eu uso... Eu já disse que não quero esquecer você.

Letícia de repente lembrou-se de Juliana levando um tiro. Amava tanto Brian se deu a própria vida para salvá-lo. Sentiu-se suja, de repente, por estar ali com ele, a ponto de dormir com ele, mais uma vez.

Brian ficou apenas encarando as feições da jovem, quando de repente Letícia se ergueu da cama.

- Coloque a camisa. – Pediu.

Brian, desanimado, segurou as alianças reluzentes entre a palma da mão, fechando os olhos por alguns instantes. Maldita realidade. Tornou a colocar a camisa.

Letícia simplesmente lhe esboçou um leve sorriso, sentindo um vazio intenso dentro do peito.

- Está tão difícil me controlar. – Dizia o rapaz.

- Nem me diga. – Letícia sorria um pouco sem graça.

Brian então, estendeu um leve sorriso para a moça, indo até ela e lhe dando um abraço forte.

Letícia retribuiu o abraço, esperando se sentir melhor.

- Pode destrancar a porta agora. – Brian dizia descaradamente.

- Você quem manda. – Dizia a jovem destrancando-a e finalmente abrindo a porta.

A jovem mal pode abrir a porta, quando de repente foi recebida por Pamela com um copo de vodka nas mãos, jogando todo o conteúdo do copo em sua face.

- O QUE FOI ISSO, GAROTA? VOCÊ FICOU LOUCA?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoal, lamento a demora pra postar, mas a fic ainda continua mais viva do que nunca! Esse final de semana, finalmente vou prestar meu último vestibular. o/

Agradeço a compreensão, e espero sinceramente que gostem no novo capítulo. =D


beeejos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Com Amor não se Brinca" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.