Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 15
Declaração.


Notas iniciais do capítulo

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Master of Puppets.



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Letícia correu entrando rapidamente no metro e Brian a seguia incansavelmente.

A jovem se encostou na parede do metro, com o olhar ainda vermelho, estava séria, parecia que até segurava a respiração, seus batimentos cardíacos estavam acelerados como nunca estiveram antes, e suas mãos tremiam, seu corpo parecia não querer obedecê-la mais.

- Me desculpe. – disse Brian, se aproximando.

Letícia se encolheu como se ele fosse um monstro.

- Por favor... – insistiu.

- Não! Eu não posso. – respondeu Letícia, ríspida sem nem olhar para o rapaz.

- Por que não?

- Não podemos ser amigos... Você não entende? – Letícia o encarou, Brian olhou preocupado, pois os olhos da jovem estavam segurando lágrimas.

- Eu não estou entendendo essa sua reação. – dizia ele confuso.

- Não tem o que entender, só peço que se afaste de mim, não tem por que ficarmos próximos.

- Eu exijo uma resposta, eu mereço saber. – Brian cruzou os braços, e se aproximou mais da moça.

- Você não vê o quanto isso é terrível? Toda vez que ficamos juntos... – Letícia respirou fundo. – Isso ACONTECE! – dizia ela, frustrada, apertando as unhas contra a palma da mão.

- E quem disse pra você que isso é terrível?

- E alguém precisa dizer? – Letícia começou de repente, a encarar os olhos de Brian. – Ninguém precisa de dizer que você não é o tipo de pessoa certa pra mim, ninguém precisa me dizer que a chances de eu sofrer ao seu lado são enormes, ninguém precisa me dizer que você não é confiável, ninguém precisa me dizer que você é egocêntrico, ninguém precisa me dizer que... Você fere até os sentimentos das outra pessoas pra conseguir o que quer, você usou a Juliana, e sabe-se lá, se não está me usando também, isso por que você sabe que ela gosta de você.

Brian ficou parado, boquiaberto, sem reação.

- Acho que eu descobri como te interpretar. – Letícia disse, seca. – E foi frustrante.

- Não é bem assim. – Brian tentou se defender, mas não tinha argumentos.

- Você só sabe negar, e embora tenha sido uma pessoa muito legal comigo, eu não acredito nessa pessoa que eu estou vendo. – Letícia se virou de costas para Brian.

- Está preocupada em relação a nós por que está apaixonada por mim? – perguntou ele, com um meio sorriso.

Letícia se virou bruscamente para ele, o encarando de forma assustadora.

- Está vendo como você é? – Disse, irritada. – Você só pensa em você, não enxerga as pessoas ao seu redor, você acha que tudo gira ao seu redor, mas sinto muito ter que te informar que você se enganou.

Brian fez com que o sorriso desaparecesse de seus lábios, e engoliu seco.

Durante o caminho na volta, o clima foi preocupante, ambos andavam um do lado do outro sem dizer uma só palavra, Letícia, pisava fortemente contra o chão enquanto Brian caminhava lento ao seu lado, pensativo, ambos mal respiravam aliviados uns ao lado do outro como se estivessem em guerra fria, a mágoa explodia dentro de ambos os olhos, ambos corações se sentiam vazios, e mas não se atracavam.

Chegando ao apartamento, Brian abriu a porta do elevador, Letícia nem se quer agradeceu, se encostando e fechando os olhos, Brian olhava para ela de coração partido, ainda pensava... Mas o que será que ele tanto pensava?

- Tchau, foi bom ficar hoje com você. – disse ele, antes de entrar no apartamento.

- Tchau. – respondeu Letícia.

- Fica pra você, como uma vitória. – Brian deu um meio sorriso, tristonho, esticando o taco de baseball para Letícia.

- É seu. – Letícia respondeu, de voz baixa. – A vitória foi sua.

Brian relaxou os ombros e Letícia apenas se virou de costas entrando no apartamento.

 

- Aleluia! – Berrou Carmen. – Seu pai estava preocupado, você acha que pode chegar a hora que quiser?

- Carmen, dá um tempo. – resmungou, Letícia.

- Com quem você pensa que está falando?

- Com a pessoa mais escro...

- LETÍCIA! – Diego advertiu. – Cuidado com o que você fala.

- Adestra ela melhor, então. – Respondeu Letícia com um sorriso sínico.

- Está tudo bem? – perguntou o pai.

- Isso, mima ela mais ainda! – Carmen continuava resmungando.

- Carmen dá um tempo. – respondeu Diego, sorrindo para Letícia. – Vem, vamos para o quarto, daí você me conta o que aconteceu.

- Não é nada pai. – respondeu Letícia, caminhando até seu cômodo preferido da casa.

- PESSOAL, CHEGUEI! – Berrou Priscila.

- Outra que chega tarde. – resmungou Carmen.

- Carmen, dá um tempo. – disse Priscila.

- Agora todo mundo acha que pode falar assim comigo?

Diego deu de ombros.

- Priscila conversa um pouco com a sua irmã, acho que isso deve ser problema de menina. – Diego estendeu um sorriso para as filhas e foi até a sala.

- Me conta. – disse Priscila.

- Não é nada, não sei por que o pai implicou que eu tenho alguma coisa. – Letícia deu uma leve risada.

- Você não me engana, eu te conheço muito bem, sempre fomos muito amigas, além de irmãs, e eu sei que alguma coisa está te deixando inquieta.

Letícia revirou os olhos, era inútil negar.

- Vem. – Priscila fechou a porta do quarto de música, e Letícia se sentou atrás da bateria. – O que foi?

- O vizinho, mala, idiota, caquético, retardado, débil mental, escroto, viado, gay...

- Nossa calma! – Priscila arregalou os olhos.

- ELE ME IRRITA!

- CALMA! Com calma, me conte o que foi que ele te fez?

- Promete que não vai rir? – Perguntou Letícia, mordendo os lábios.

- Prometo. – Disse Priscila com calma.

- Toda vez que a gente fica sozinho é estranho... – Letícia começou passear as baquetas entre os dedos, inquieta.

- Tenta se acalmar, você está muito nervosa.

- Hoje nós nos beijamos.

- AAAAI QUE LINDO! – exclamou Priscila, sorridente e serelepe.

- LINDO? LINDO O CASSETE!

Priscila ficou séria, feito um soldado.

- Eu não posso... – Letícia respirou fundo, e sorriu. – Eu odeio ele.

- Odeia? – Priscila ergueu uma das sobrancelhas.

- ODEIO, ODEIO DEMAIS! – Letícia continuava sorrindo, como se dizer aquilo, aliviasse.

- Você não odeia ele.

- Odeio sim! Ele é um insuportável...

- Então me diga que você não o ama.

- Por quê? – perguntou Letícia.

- Diga! – insistiu.

- Eu não o amo. – Letícia ficou séria, se encolhendo e fazendo que não com a cabeça, como se negasse isso pra si mesma.

- É, você ama sim.

- CALA ESSA BOCA!

- Ei, nervosinha, você pode mentir pra quem você quiser, menos pra você mesma, seus olhos te entregam muito fácil. – Priscila sorria, orgulhosa de si mesma, por conhecer tão bem a irmã. – Ele gosta de você também.

- O que? – Letícia olhou desconfiada.

- Toda vez que eu encontro ele na academia, ele pergunta se você está bem, e o que você está fazendo.

- Você conversa com ele?

- Converso, eu sou educada está bem? Não sou que nem você que fica sendo grossa com as pessoas, mas eu acho que isso o deixou bem interessado. – Priscila gargalhava.

- Como você sabe disso?

- Estou supondo, mas que ele sempre pergunta de você é verdade, não sei por que vocês ficam de tanta frescura, ele é uma pessoa muito legal, metido às vezes, mas nada que não se possa concertar, tendo um militarismo bravo com você...

- Eu não sou tão chata assim. – resmungou Letícia, fazendo um bico.

- Pode ter certeza que é. – Priscila ria, se aproximando da irmã e lhe dando um abraço. – Se te serve de conselho, abrir seu coração pra alguém não vai te matar, se der errado, você vai ter que amadurecer, se der certo, te desejo toda felicidade do mundo... E como você vai saber se é certo ou errado se não tentar? Para de fugir do amor um pouco, tenta ser feliz, a vida não é que nem os seus jogos de vídeo game assassinos que você atira na pessoa e pronto. Pense nisso.

Letícia ficou parada, sem reação, um pouco pensativa.

- Sou boa nisso não sou? Vou abandonar a faculdade de moda e virar psicóloga, vou lucrar bastante com você. – Priscila gargalhada, indo até a porta. – Vou tomar um banho, estou grudenta.

- Pri, obrigada. – Letícia estendeu um sorriso largo para a irmã.

- Você já me ajudou muitas vezes com o liga o foda-se e seja feliz. – Priscila retribuiu o sorriso, saindo do quarto.

Letícia ficou pensativa, sentada atrás da bateria, batucando levemente, até se cansar e finalmente querer dormir.

 

Na manhã seguinte, Letícia combinou de descer com sua irmã para academia e passarem algum tempo juntas, riam tranquilamente, principalmente do mal jeito que Letícia tinha com os exercícios, mal sabia pegar nos aparelhos.

- Ir na academia com você é uma sessão de comédia. – zombava a irmã, rindo do fato de Letícia não conseguir regular o peso.

- Não tem graça, como eu mexo nisso? – Dizia Letícia olhando para o aparelho de musculação como um grande inimigo.

- Assim. – Brian apareceu de repente, colocando o peso de 1kg para a jovem. – 1kg é o mínimo. – disse ele, sério.

- Obrigada. – respondeu Letícia.

Priscila deu um sorriso malicioso, e Brian se aproximou para cumprimentá-la.

- Tudo bem, Pri?

- Pri? – perguntou Letícia.

- OLHA SÓ A HORA! – Disse Priscila de repente. – EU PRECISO IR DOAR SANGUE! – e saiu correndo.

- Sua irmã é estranha que nem você. – Disse Brian às gargalhadas.

- NÃO PRISCILA, VOLTA! VOCE NÃO TEM QUE DOAR SANGUE COISA NENHUMA SUA MENTIROSA!

- Espera! – disse Brian.

- Filha da puta. – resmungou Letícia, de cara feia. – Syn... Ou melhor, Brian, não fale comigo, eu já disse.

Brian deu uma leve risada.

- Só queria perguntar se você quer ver minha banda ensaiar.

- Nossa, eu não vou perder esse fiasco por nada. – Disse Letícia com um sorriso maléfico.

- Pelo menos isso. – Disse Brian, sorridente.

Letícia revirou os olhos, dando um tapa no peso que Brian estava segurando, fazendo o mesmo despencar em seu pé.

- AI! – Berrou Brian. – PARA DE ME BATER MENINA!

- Foi sem querer. – disse Letícia, descaradamente.

Brian a levou até um salão aberto, onde alguns instrumentos estavam posicionados.

- Todo final de semana a gente se junta pra tocar aqui, mas não temos vocalista, você pode fazer o vocal pra gente hoje? Vai ser melhor ensaiar...

- Ah, não sei não... Eu não canto bem.

- VOCE NÃO CANTA BEM? Eu já te ouvi cantar, e nunca vi alguém cantar tão bem.

- Você mente mal.

- Não estou mentindo. – respondeu ele, sério. – Vai cantar?

- Não te devo favores. – Letícia cruzou os braços.

- Vai querer que eu implore?

- Talvez.

Assim que Brian começou a se ajoelhar, Letícia começou a berrar que sim freneticamente.

- OTIMO! – respondeu ele, sorridente. – Deixa eu te apresentar os rapazes então, esse é o James, baterista.

- Olá lutadora de boxe. – Respondeu James, rindo.

- Esse é o Caio, baixista.

- Prazer. – disse Letícia.

- O Ivan, guitarrista, e eu guitarrista solo. – Disse Brian, colocando a mão no peito, vangloriante.

- Prazer. – respondeu Letícia com um sorriso.

- Vai fazer o vocal pra gente? – perguntou James.

- Vou. – Letícia revirou os olhos.

- Que bom. – Respondeu James. – Vamos ensaiar?

- Vamos. – Respondeu Brian, batendo palma e pegando a guitarra, conectando o fio no amplificador.

Brian, começou a solar, como aquecimento, Letícia ficava paralisada vendo como seus dedos se moviam rapidamente.

- Letícia? – James chamou sua atenção.

- Ah sim. – disse a jovem pegando o microfone. – O que vocês vão tocar?

- Vou deixar você escolher. – disse Brian, sorridente.

- Master of Puppets.

Brian ficou boquiaberto com a escolha da jovem, depois logo deu um sorriso.

- BELEZA! – respondeu animado. – Sabe cantar?

- Lógico. – disse Letícia.

James fez a contagem com as baquetas e a guitarra pesada fazia o chão tremer.

Logo na introdução, Letícia olhava para Brian boquiaberta, o rapaz estava concentrado tocando, com um sorriso estampado no rosto, fazendo caretas, enquanto a música ficava cada vez mais penetrante.

Letícia começou a balançar a cabeça, empolgada e não faltou com sua entrada, sua voz saída perfeitamente afinada, e forte, estava perfeita para uma versão feminina da música, Brian olhava para ela e estendia um sorriso, ambos gostavam do resultado, a música fluía naturalmente, eles riam e se divertiam, agiam naturalmente.

O solo já estava ali, Brian se aproximou de Letícia e começou a tocar tão perfeitamente, que a jovem ficou sem reação, olhando boquiaberta para Brian, que nem se quer olhava para o braço da guitarra, ele olhava dentro de seus olhos, mordendo os lábios, como se estivesse provocando, Brian jogava os cabeços para trás, também empolgado, como se fosse a primeira vez que ele conseguisse tocar aquele solo tão perfeitamente.

Letícia tornou a cantar, porém não conseguia desviar os olhos de Brian.

Passaram o resto do dia, tocando músicas, e conversando, Letícia ficou vencida com a guerra fria, conversando com Brian e debatendo sobre música com ele naturalmente.

- Bom, estou cansado, já vou subir. – Disse James. – Tchau nanica.

- Besta. – respondeu Letícia se despedindo de James.

Os outros garotos também foram embora, assim que Letícia percebeu que ficaria mais uma vez sozinha com Brian, correu para a porta sem se despedir, fugindo como o diabo foge da cruz.

- Você cantou muito bem hoje. – gritou Brian, de longe.

- Obrigada. – respondeu Letícia.

Assim que a jovem fora se virar, Brian já estava logo atrás dela.

- AH! – berrou ela, assustada.

- Sou tão feio assim?

- Primeira frase modesta que eu escuto de você, idiota. – Disse Letícia, séria.

- Eita, o que aconteceu?

- Eu só falei com você por causa dos seus amigos, agora eles são estão mais aqui. – Letícia se virou e Brian a puxou pelo braço.

- Por que você não quer mais falar comigo? As vezes parece até que você me odeia.

- É, eu odeio.

- Eu também odeio você.

- Por quê? – perguntou Letícia, surpresa.

- Por que você me odeia.

- Ah. – respondeu ela, aliviada.

- Tudo bem, eu aceito o seu ódio.

- Aceita? – perguntou ela.

- Sim. – disse Brian, ficando sério novamente. – Se acha melhor nós pararmos de nos falar, eu paro, não vou mais atrás de você.

- Que bom. – disse Letícia, desanimada, abaixando a cabeça, com um sorriso forçado.

- É. – respondeu Brian, sério.

As palavras de Priscila de repente, invadiram os pensamentos de Letícia: “abrir seu coração...”

- Syn. – disse Letícia erguendo a cabeça, suas mãos de repente começaram a soar, seu coração parecia que iria pular de sua caixa torácica, tremia como se fosse ter um ataque epilético.

- Oi? – perguntou Brian, olhando profundamente em seus olhos, estava sério, esperando receber uma enorme patada.

- Quer mesmo saber por que eu te odeio?

- Não sei se isso faria bem pra mim. – disse ele.

- E por que não faria?

- Responde minha pergunta primeiro.

- Está bem. – disse Letícia, respirando fundo, se aproximando mais do rapaz. – Eu te odeio... Por... Por...

- Por...?

- Não me deixe nervosa.

- Desculpe.

- Eu... Eu... – Letícia se sentia uma idiota por gaguejar tanto. – Eu te odeio por que... Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do capítulo. Muito obrigada pelos reviews. o/
 
HISAHISHAISHAISHIA
 

 
 
beeejos