Assassin's Creed: Aftermath escrita por BadWolf


Capítulo 33
A Caça Ao Templário


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Pessoal, e quem estava aguardando por mais interação entre os dois grandes brigões dessa fanfic, eis o cap.
Parece que a caçada ao traidor do Benjamin Church irá mesmo terminar.
Será que ela trará as respostas que Haytham precisa? E ele, estará pronto para ouvi-las?

Tenham uma boa leitura!



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Costa da Martinica. 26 de Janeiro de 1778.


Escuna à vista!

Foi com este grito que a calmaria daquela última semana do Áquila finalmente foi interrompida. Finalmente, uma escuna de combate tinha aparecido, em meio àquele mar repleto de navios pesqueiros e canhoneiras, medíocres diante da imponência do Áquila.

Haytham estava escrevendo em seu Diário quando foi surpreendido pelo grito. Acidentalmente, borrara uma das páginas com tinta, mas pouco se importara. Ele se levantou, ainda em mangas de camisa e colete, e caminhou até o convés, onde encontrou todos os marujos agitados.

Quando subiu, encontrou Minowhaa, de luneta em punho, parecendo vitorioso.

–Lá está o Welcome! A toda vela, homens!

–À toda vela! Vamos tomar o Welcome! – gritou Falkner, provocando agitação em todos. Haytham parecia ansioso, mas o mesmo não se podia dizer de Falkner.

–Capitão... – disse o idoso, analisando com uma luneta própria. – Aquele navio me parece estranhamente quieto demais. Não vejo ninguém.

–Será que ele conseguiu escapar? – perguntou Haytham, aborrecido.

–Capitão, há um navio escapando, perto daquela ilhota. Parece um Brigue! – irrompeu outro grito de um marujo. Desesperado, Haytham tomou a luneta de Falkner, analisando aquele navio, já um tanto distante no horizonte.

–Céus! É Benjamin Church, no convés! Aquele bastardo está escapando em outro navio!

–Homens, preparai velas! – gritou o Capitão. – Precisamos de velocidade!

–Ele está longe demais! – gritava Haytham, inconformado. – Não posso ter ido tão longe para apenas assistir aquele bastardo vencer!

–Acalme-se, homem! Ainda podemos alcança-lo. Há uma corrente marítima ali que pode agilizar o Áquila. – retrucou Moniwhaa.

Deslocando um pouco o leme, Minowhaa conseguiu colocar o Áquila nesta corrente marítima, e Haytham sentiu que o navio adquirira mais velocidade, tal como previra o nativo. O caminho que Church seguia, entretanto, era difícil, repleto de rochedos, o que exigia mais cautela.

–Droga! Eu não quero voltar para casa nadando! – reclamou Haytham, à medida que o navio batia em alguns corais, provocando ligeiros e bruscos tremores. Já impaciente, Minowhaa tentava argumentar.

–Não tenho dúvidas de que Church e seus comparsas também estão passando pelos mesmos problemas!

–Não é melhor que alguém mais experiente tome o leme? – perguntou Haytham.

–Cale esta boca, Haytham, ou eu juro que eu te lançarei aos tubarões! – resmungou Minowhaa, dentes cerrados enquanto manobrava o navio, usando toda a força para coloca-lo no rumo certo. – Segurai, homens!

Já passado os rochedos, finalmente o mar aberto reapareceu a eles. A tal corrente marítima avisada por Minowhaa parecia ter dado efeito, pois a distância entre ambos os navios estava mais curta, de modo que já era possível acertá-lo com tiros de canhões frontais.

–Preparai canhões frontais! Atacar!

A tripulação, fervorosa e animada, preparava os canhões com munição e pólvora. O brigue, entretanto, parecia fazer o mesmo, manobrando lateralmente.

–Preparar para o impacto! – gritou Minowhaa, ao observar os primeiros vestígios de fumaça de pólvora, ao longe, saírem do brigue.

Não foi a primeira vez que um navio onde Haytham estava à bordo sofria ataques, mas o próprio admitia que esse era um momento terrível, delicado. Só mesmo a estrutura oponente do Áquila para lhe dar alguma segurança, mas nem mesmo isso era o bastante, quando seus pés tremiam pelo impacto das balas do adversário sobre o navio. Farpas voavam, mas não mais do que isso. Agachado, tentando se proteger, Haytham estava ansioso. Tudo que mais queria era fechar seus olhos, e só abri-los no momento em que Benjamin Church estivesse com seu crânio arrebentado.

–Fogo! – gritava Minowhaa, aproveitando do tempo de recarga de seu inimigo.

O Áquila disparava duas salvas de tiros de uma única vez, com balas de fogo, que traziam maior estrago. Logo a tripulação do navio adversário estava preocupada com os danos ao navio, mas também em apagar focos de incêndio. Havia ainda alguns tripulantes que sofriam queimaduras. Não tardou para que o brigue de Church estivesse seriamente destruído.

–Vamos lá! Atire mais uma vez! – disse Haytham.

–Não! Se atirarmos outra vez, iremos afundá-lo! Eu quero aquele brigue!

–O quê?! – Haytham estava aturdido.

–Ele será muito útil aos Patriotas! Preparem as correntes! – pedia Minowhaa, sendo imediatamente atendido. Após o disparo de correntes, as velas do brigue ficaram completamente rasgadas, o que impossibilitava qualquer fuga.

–Olhe lá! É Benjamin Church! – exclamou Haytham, ao vê-lo aturdido e se escondendo no convés.

–Vamos nos aproximar... Com cautela, senão afundaremos o navio e...

Minowhaa não conseguiu terminar sua frase. Enquanto manobrava o Áquila, ele sentiu um empurrão e quase foi parar em alto-mar, segurando-se à tempo. Quem lhe dera o empurrão fora Haytham, cujos olhos pareciam brilhar diabolicamente. Ele desfez a manobra de Minowhaa, e ao invés de ajustar o navio de modo a ficar na lateral, Haytham simplesmente o jogou contra o brigue.

–Não! – gritou Minowhaa, ao ver seu navio se aproximar perigosamente do brigue. Ele sentiu seus pés tremerem e tudo chacoalhar quando os dois navios colidiram. Mr. Falkner também caiu sobre o chão, e a alguns marujos o mesmo aconteceu. Dificilmente o Áquila sairia dessa situação sem precisar de um bom reparo. Ele se levantou e se direcionou a estibordo, onde notou um considerável arranhão na estrutura do navio.

Ainda atordoado, Minowhaa ouviu o triunfo de Haytham.

–É assim que se toma um navio! – disse, não dando-lhe margem a qualquer resposta hostil. Ele caminhou e, correndo loucamente, adentrou ao brigue, com as lâminas em punho, matando dois homens instantaneamente, sendo logo seguido por outros marujos do Áquila, também afoitos por sangue.

Balançando a cabeça, Minowhaa entregou o comando do Áquila a Mr. Falkner, e desembainhou sua espada.

– Isso não vai ficar assim. Vou buscar aquele louco...

Adentrando ao navio inimigo, Minowhaa ajudou sua tripulação a matar qualquer um que aparecesse pela frente hostilmente. Ao perceber que metade dos tripulantes do brigue estava morta ou incapacitada, Minowhaa decidiu entrar no convés, à procura de Haytham e Church, e também dos suprimentos. Afinal, Church ainda era seu alvo.

Matando um oficial desavisado, Minowhaa seguiu pelo convés. Notou que havia água sobre os tornozelos. Sem dúvida, o brigue era uma causa perdida e não teria mais qualquer serventia à Revolução, o que lhe deixou irritado. Se Haytham não fosse pai de Connor – e infelizmente, marido da mulher que ele amava – ele não sairia vivo dali por tamanha irresponsabilidade.

–Maldição, mas onde foram parar os suprimentos? – questionou o nativo, decepcionado, ao notar o compartimento do navio completamente vazio. Não havia nada de valor ali.

Perto da sala do Capitão, Minowhaa ouviu o que parecia ser uma discussão.

–Sabe quem é Jim Kenway, Benjamin?

Uma risada sofrida. – Pelo sobrenome, um parente seu, eu presumo?

A risada foi silenciada, e trocada por um urro de dor.

–Uma criança de seis anos de idade, cuja vida foi destruída no incêndio aos Mohawk que seus homens provocaram.

–Ah, mas agora eu posso entender... Seu filho, não é? Decerto um mestiço, a julgar por suas preferências...

Minowhaa sabia que deveria intervir. O alvo continuava sendo dele, mas também não era justo privar Haytham de tal ajuste. Aliás, o próprio duvidava que Haytham permitisse tal coisa.

Ele ouviu o som de um soco.

–Quem deu a ordem de atear fogo à Aldeia? Quem? – esbravejava Haytham.

–Ainda perguntas, Haytham? Creio que sua “aposentadoria” tenha te deixado um tanto tolo. É claro que foi Charles Lee, quem mais seria?

Depois de ouvir alguns segundos de silêncio, Minowhaa temeu que Haytham tivesse fraquejado. Afinal, desde que começara a estudar os Templários, Minowhaa soubera que ambos eram grandes amigos, apesar de não mais aparecerem relacionados. Talvez Lee soubesse do envolvimento de Haytham com Ziio e não aprovasse, algo que não surpreendia Minowhaa. Charles Lee era muito preconceituoso e odiava os nativos.

–O que foi, Haytham? Não era esse o nome que queria ouvir?

–Eu já esperava. Apenas precisava ouvir de sua boca.

Ele riu, outra vez. – Pois ouça. Foi seu amiguinho, Charles. E eu sei que irá atrás dele. Tenho pena de você, Haytham. Muita pena do que lhe aguarda, quando isso acontecer.

O que Minowhaa ouviu a seguir foi um belo espancamento. Uma ou outra coisa estalava, certamente um osso.

–Nós tínhamos um sonho, Benjamin! – ele ouviu a voz furiosa de Haytham a gritar. – Sonho este que vocês trataram de destruir! Mas agora, meu amigo, você pagará!

O espancamento se seguiu. Houve dois ou três urros de Benjamin, e no terceiro, Minowhaa decidiu intervir. Temia que Church desmaiasse, ou mesmo já estivesse morto, e ainda precisava dele para obter os suprimentos que não estavam no navio.

Ao aparecer na sala, cuja água já estava na altura das canelas, Minowhaa deparou-se com Haytham agachado, deferindo um soco após o outro, e o rosto de Benjamin, completamente desfigurado e cheio de sangue. Uma mancha de sangue se formava entre eles, sobre a água.

–Chega. – ele disse calmamente. – Ainda há algo que preciso dele.

–Vá em frente. – disse Haytham, ainda aparentando fúria, arfando de tanto espanca-lo e com os cabelos levemente despenteados.

Minowhaa se abaixou na altura de Church, e perguntou, com um tom intimidador.

–Onde estão os suprimentos?

–Vá para o inferno. – disse Church, com sangue entre os poucos dentes que lhe restara, enquanto ria e cantarolava “Rule Britannia”, um hino patriota inglês.

–Cale sua boca, Church! – gritou Haytham, ao ver o ambiente sendo tomado por som de água e aquela cantoria. Bufando, já irritado, Haytham virou-se para Minowhaa.

–Pelo amor de Deus, tire logo essa informação dele. Livre-se desse desgraçado o quanto antes, ou juro que não responderei por mim. – ele pediu.

–Não vou perguntar outra vez. – exigiu Minowhaa, pegando-o pelo colarinho e de lâmina em punho. – Onde estão os suprimentos?

–Em uma ilha distante, apenas esperando o recolhimento. Mas estes suprimentos não lhe pertencem.

–Tem razão. Realmente, aqueles suprimentos não me pertencem, mas sim a homens e mulheres que acreditam em algo maior do que eles mesmos, que lutam e morrem para que um dia possam viver livres de tiranias como a sua.

–Está se referindo aos mesmos homens e mulheres que lutam com mosquetes forjados com aço inglês? Que envolvem seus ferimentos com bandagens semeadas por mãos inglesas? Que conveniente para eles que façamos todo o trabalho. Eles colhem as recompensas.

–Você inventa uma história para desculpar seus crimes. Como se você fosse o inocente e eles os ladrões.

–É tudo uma questão de perspectiva. Não há um único caminho pela vida que seja certo e justo e não cause dano. Você acredita realmente que a Coroa não tem um motivo? Nenhum direito de se sentir traída? Você deveria saber disso, dedicado como é em combater os Templários... Que também veem seu trabalho como justo. Pense nisso, na próxima vez que insistir que somente o seu trabalho beneficia o bem maior.

–Suas palavras podem ser sinceras, mas isso não as torna verdadeiras.

E desta forma, Minowhaa cravou sua lâmina oculta no coração de Church, silenciando-o para sempre. Diante de seu cadáver, Haytham parecia satisfeito.

–A morte desse homem é um bem a todos nós. – decretou Haytham, quase solenemente, diante do corpo ensanguentado de seu desafeto. – Agora, vamos. Você ainda precisa resgatar aqueles suprimentos, pelo visto.

Enquanto subiam, Minowhaa observou Haytham, nada contente.

–Você irá ajudar, também.

–Eu?

–Você causou um belo dano ao Áquila. Por sua causa, irei gastar umas boas libras para torna-lo bom ao combate outra vez. É uma sorte que ele não tenha ido à pique. Aliás, você me fez perder também um brigue que seria de boa valia à Revolução com sua manobra inconsequente e...

–Está bem, está bem... – assumiu Haytham, mãos para cima em rendição. – Se abastecer seu navio com algumas caixas lhe faz sentir melhor...

–E não é apenas isso. Eu quero madeira das suas terras. Vou precisar de uma boa quantidade. Mas não se preocupe, em breve te informarei a quantidade exata, quando já estivermos em casa.

Um tanto abnegado, Haytham assentiu.


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Notas finais do capítulo

E é claro que esse rompante de "Capitão Edward Kenway" do Haytham não ia ficar barato....

KKKKKKKKK Sério, eu morri de rir quando isso aconteceu, e também da cara de bobo do Connor quando o Áquila foi lançado contra o outro navio. Na verdade, essa missão toda foi engraçada, e eu queria matar o Haytham pelos comentários, do tipo, "alguém mais experiente deveria tomar o navio". Pô, coitado do Connor.

Mas confesso que, depois de jogar Rogue, eu começo a pensar que ele deveria estar sentindo falta do Shay, como capitão.

Aliás, eu não sei se vocês conhecem esse tumblr, pertence a uma asiática que gosta muito do Shay Cormac e faz belíssimos trabalhos de Assassin's Creed, especialmente HQ's. Tem uma série de HQ's que eu recomendo, mostrando o que aconteceu com o Shay após o Rogue, chamada "Come Back To Me". Muito boa.
Coloquei um link abaixo do tumblr, que é chamado de "Sunset Again", muito bom. Está em Inglês, mas quem tem dificuldade com o idioma, aviso que vale a pena dar um esforcinho e ler.


Abaixo, o link de uma HQ que ela fez, e que me fez lembrar desse cap em especial.

http://sunsetagain.tumblr.com/post/98016924400/charioteer-is-one-of-cormacs-meanings-i-love


Obrigada por acompanharem e deixem reviews!



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