Assassin's Creed: Aftermath escrita por BadWolf


Capítulo 27
... Mas Nem Tudo é Permitido.


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!

Então, ansiosos para saber quem interrompeu a cerimônia?
KKKK Tá tão óbvio quem foi, não é? Rs, mas vamos ver o que vai acontecer.

Boa leitura!



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Senti todos os músculos de meu corpo subitamente paralisados. Ao sair levemente do estado de minha abismação, desviei meu olhar em direção aos presentes e notei Minowhaa erguer sua machadinha e Achilles mover com destreza em direção à espada mais próxima. Eu mesmo me coloquei em estado de alerta. Será que tínhamos sido descobertos?

Entretanto, a última figura da face da Terra que eu poderia imaginar emergiu dali, mostrando-se claramente insatisfeita.

Era meu pai, Haytham Kenway.

–Você! – exclamou Minowhaa, furioso, desejando mata-lo, mas sendo detido por Achilles. – O que faz aqui, Templário?

–É bom ser convincente, Haytham. Do contrário, eu permitirei que ele te mate.

Meu pai parecia, para meu pasmo, mais relaxado do que deveria, diria até que despreocupado. Como se nenhum dos dois fosse páreo para si.

–Vejo que está surpreso com minha presença aqui, como se eu não fosse capaz de ter a mesma destreza de furtividade que vocês, Assassinos. Ao contrário do que pensa, Minowhaa, eu recebi meu título de Grão-Mestre por mérito, não por mero acordo político na Ordem. Mas vou poupar-te dos detalhes de como consegui invadir a pequena reuniãozinha de vocês sem ser notado e ir direto ao ponto.

Meu pai voltou-se para um canto de onde nos mostrou uma caixa. Depois disto, movendo-a com os pés, ele a empurrou para perto de nós.

–Abra. – disse.

Não era difícil constatar, naquela caixa, o símbolo dos Assassinos, gravado em sua tampa. Ela era claramente antiga, deveria ter em torno de 50 anos, talvez até mais.

–Como saberemos se não é uma armadilha? Vocês, Templários, são cheios de artimanhas. – questionou Minowhaa. Meu pai rolou os olhos.

–Você é um homem ou é um rato? – provocou meu pai.

–Abra a caixa. – disse Minowhaa, dessa vez apontando uma pistola contra meu pai. Achilles não pôde detê-lo. Ou mesmo nem quisesse, pois em seu olhar reluzia a dúvida também.

–Está bem, eu abro a maldita caixa, se faz tanta questão. – disse meu pai, fazendo-o em seguida.

Revelou-se, para nosso total pasmo, um Manto Assassino. Meu próprio pai o retirou da caixa, revelando seus detalhes. Era muito diferente de todos os Mantos de Assassinos que vi, nestes meus anos servindo à Ordem. Parecia um tanto customizado. Não tinha as mangas, pelo que pude notar, era azul claro e tinha proteções de couro de animais exóticas ao redor, como uma espécie de escudo improvisado. Jamais vi nada semelhante e duvidara que alguém ali tivesse visto algo assim.

–O Manto de Duncan Walpole... – cortou o silêncio Achilles. – Melhor dizendo, o Manto de Assassino de Edward Kenway. Seu pai.

Percebi que o tom de Achilles era mordaz, mas não tivera o efeito desejado sobre meu pai. Creio que ele imaginava que meu pai tivesse vergonha de suas raízes assassinas, mas eu sabia que não era este o caso. Olhei para os lados e notei Minowhaa claramente boquiaberto. Certamente, era o único ali que não sabia da história dos Kenway.

–Não quero meu filho usando seu manto, Achilles. Se ele quer se tornar um maldito Assassino...

–Policie seu linguajar, Templário. Ainda posso mata-lo. – avisou Minowhaa.

–Se ele quer se tornar um Assassino, que seja. Não posso interferir em seu destino. Ele já é um homem, e creio eu que tenha feito por merecer estar nessa... Ordem. – disse, com repulsa. – Mas eu quero vê-lo usar o Manto de seu avô, que foi um homem justo. À sua maneira, reconheço, mas justo. E não o Manto de um fracassado.

Achilles parecia visivelmente atingindo pelas palavras de meu pai, mas relevou.

–Deixe que o rapaz escolha o que é melhor para si. Vamos lá, Connor. O que você prefere: o meu Manto, ou o manto de um Pirata, que matou sem piedade a centenas pelos mares do Caribe, apenas para obter ouro e prata...

–Você está subvertendo tudo... – resmungou Haytham, recebendo um olhar hostil de Minowhaa.

–... Que se aliou aos Templários e entregou o esconderijo dos Assassinos em troca de algumas moedas, e que só se voltou a nossa Ordem porque viu que era o lado vencedor? É este o manto que desejas vestir? O Manto de um mercenário, um impostor, um interesseiro sem escrúpulos?

Notei o punho de meu pai claramente se fechar. Achilles estava sendo rude, trazendo à tona todo o passado sujo de meu avô daquela forma, claramente para me deixar impressionado ou me trazer uma má imagem dele. Mas eu sabia do resto da história. Sabia que ele havia se regenerado. Demorou anos, mas ele se regenerou. Na verdade, meu avô Edward era a prova de que todos tinham jeito. Até mesmo o meu pai e suas convicções equivocadas de Templário.

Mas meu pai não ficou calado, mesmo tendo uma pistola direcionada à sua testa.

–Sim, Connor. Ou o Manto de seu avô, Edward Kenway, ou o Manto de Achilles Davenport. Ele te dirá que é um Manto mais honrado a se vestir do que de um pirata. Mas tenho minhas dúvidas de que seja. Meu pai era ambicioso, é verdade, mas jamais causara a morte de tantos inocentes quanto esse seu... Mentor. Certamente ele não te contou sobre os terremotos que os Assassinos de seu tempo causaram no Haiti, ou que ele mesmo provocou em Lisboa, enquanto mexia na estrutura do planeta atrás de suas ambições sobre Aqueles Que Vieram Antes...

–Como se atreve?! – indagou Achilles, furioso.

–Você sabe por que ele é manco, Connor? Eu precisei dar um tiro em seu joelho, para detê-lo de suas ambições, porque eu sabia que ele poderia voltar para elas, mesmo depois que eu o impedi, há mais de quinze anos. Ele quase provocou outro terremoto, desta vez no Ártico. Um terremoto no oceano, apenas imaginem as consequências... Este homem é vil.

Achilles estava claramente envergonhado. E eu, surpreso. Não sabia de suas antigas ações, ele jamais me contara dos detalhes de como a Ordem dos Assassinos foi desmantelada durante a Guerra dos Sete Anos. Sabia que meu pai tinha tomado a frente, mas eu não sabia das motivações dos Assassinos naquela época. Agora eu era capaz de entender porque ele disse “tenebrosos tempos” quando se referiu ao seu antigo manto.

–Aqueles foram outros tempos, Connor. Eu mudei.

–Ele diz isto agora a você, mas aposto que o mesmo não pode se aplicar ao meu pai, ou a mim. Aposto que ele e Minowhaa encheram sua cabeça, convencendo-o de que sou o mesmo Grão-Mestre Templário que aterrorizou e alquebrou sua Ordem dos Assassinos. Mas eu já abandonei os Templários, seus velhos desesperados. Virei esta página na minha vida, e no entanto, cá estão vocês, arrastando meu filho para esta Guerra, cujo sentido já se perdeu há muito tempo. Parabéns, vocês conseguiram. Meu filho é um de vocês agora. Devem estar felizes, acreditando que estou envergonhado. “O primogênito do Grão Mestre Templário é um Assassino”, devem rir sempre que pensam nisto. Pois eu lhes digo: pouco me importa. Connor é um adulto, e terá de lidar com as consequências de suas escolhas mais tarde. Apenas desejo que vocês deixem o que sobrou da minha família em paz. Estou farto dessa Guerra.

Meu pai estava visivelmente irritado. Parecia realmente cansado. Eu poderia compreende-lo. A Guerra entre Assassinos e Templários lhe privou de seu pai, aos dez anos, para não mencionar as outras tragédias em sua família. Depois, o separou de minha mãe. E agora, ele perdera um filho pequeno de maneira estúpida. Não à toa, todos pareciam compreender seu desabafo, até mesmo Minowhaa, que deixou de apontar seu revólver e o guardou no coldre. Não havia mais olhares hostis naquele recinto. Apenas olhares pesarosos, penalizados. Deve ter sido difícil ao meu pai recebe-los, pois ele tinha seu orgulho e, penso eu, detestava ser digno de pena. Tenho certeza de que foram tais motivos que lhe fizeram esconder toda a história de sua vida, revelando-a por meio de seu Diário apenas depois de sua morte. Ele não queria que eu o compreendesse por meio da pena, do pesar.

–Eu escolho o Manto de meu avô. – disse, rompendo o silêncio e o vestindo rapidamente. Percebi que ele vestia tranquilamente. Sem dúvida, meu avô era um homem forte em sua juventude. Aproveitei e experimentei o capuz. Assim que o puxei, notei o cheiro de guardado sobre ele. Sem dúvida, estava lacrado naquela caixa há anos. O curioso é que meu pai jamais contara em seu diário sobre a existência daquele manto. Isto me deixou curioso: será que ele realmente o mantinha guardado, em algum lugar?

–Está decidido, então. Bem-vindo a Ordem dos Assassinos, Noviço.

Depois que apertei a mão de Achilles, notei que meu pai não estava mais lá. Tinha desaparecido nas sombras.

–Precisamos conversar sobre nosso próximo alvo, Achilles. Benjamin Church. – disse Minowhaa. – Soube que ele roubou suprimento dos Patriotas. Essa me parece ser uma boa oportunidade de mata-lo, e ainda ajudar os Patriotas na Guerra, uma vez que ele está ao lado dos Britânicos.

–Sem dúvida. – disse Achilles.

–Tentarei conversar com George Washington na semana que vem. Parece que ele está no campo de batalha, liderando algumas tropas. Assim que ambos os lados encontrarem uma trégua, eu o procurarei.

–Como posso ajudar os Assassinos, Minowhaa? – perguntei. Ele sorriu.

–Pois bem, meu jovem, você pode nos ajudar em algo de suma importância e que vem sendo negligenciado por mim, infelizmente. Acredito que é tempo de nossa Ordem voltar a crescer, e para isso, precisamos de mais membros. Eu não sou uma pessoa muito amistosa... – reconheceu Minowhaa. – Mas acredito que você tenha mais facilidade em encontrar pessoas honestas e dispostas a lutar por nossa causa. Então, o que me diz?

–Eu aceito. – disse, convicto, percebendo que aquela seria minha primeira missão de importância. Sabia que não iria decepcionar.

–Apenas tome cuidado, Connor. Não é bom sair cantando aos sete ventos que você é um Assassino. Há Templários por toda a cidade, e também na Fronteira. Apenas conte maiores detalhes da Ordem quando tiver certeza da confiabilidade da pessoa. Confio em você, e tenho certeza de que esta será uma bela maneira de adentrar à Ordem dos Assassinos. – ele disse, batendo em meu ombro, carinhosamente.


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Notas finais do capítulo

Eita, mas quanta lavagem de roupa suja!!!
Reunir Haytham e Achilles dá nisto. Foi uma sorte que todos tenham sobrevivido.

E no próximo cap, vocês vão se sentir familiarizados com o que foi, para mim, a sequência mais divertida do AC3... heheh Aguardo vocês na semana que vem!

PS: O que acharam de AC: Syndicate? Eu não sei quanto a vocês, mas... Essa parada de gangues... A gente já viu esse filme acontecendo em Rogue e não deu muito certo para o lado dos Assassinos, porque os bandidos realmente hostilizavam a sociedade, etc. Acho que a única parceria entre bandidos e Assassinos que deu em coisa boa aconteceu no AC2, quando o La Volpe liderava os Ladrões... Bom, talvez eu só esteja sendo pessimista mesmo. É esperar e ver.

E fiquei triste em saber que a Evie só será jogável 25% do jogo, ou seja, igual ao Haytham. Pensei que usariam o estilo GTA V de mudar o jogador, mas parece que me enganei.
(Aliás, o AC3 e AC:U seria f... se tivesse o estilo GTA V. Tipo, alternar entre Connor e Haytham, ou Arno e Elise... Seria interessante jogarmos como Templários e Assassinos ao mesmo tempo.)

Bom, isso sou eu divagando.
Pessoal, até o próximo cap e nãos e esqueçam de deixar os seus reviews!! A opinião de vocês é importantíssima!!!
Vlw!



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