Assassin's Creed: Aftermath escrita por BadWolf


Capítulo 28
Um Aliado Nada Adorável


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!

Gostaram da roupa suja que foi lavada no último cap? Rs, pelo que vi, sim.
Pois então, acho que vocês vão encontrar algumas familiaridades com certa sequência do AC3. Tem algumas modificações pelo caminho, por isso, boa parte das coisas não serão iguais ao do game - até porquê, eu detesto fanfic que simplesmente faz Control +C e Control + V.

Bom, espero que gostem do cap! Boa leitura!



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Em algum lugar da Filadélfia. 7 de Janeiro de 1778.

(Quase dois anos depois...)


Nevava sem parar na região da Fronteira, para desgosto de Minowhaa. O seu desgosto, no entanto, não consistia em caminhar sobre a neve. Aquela era uma região, para seu alívio, repleta de árvores firmes, o que lhe permitia caminhar por seus galhos. O problema era o frio desgraçado, que seu Manto não era capaz de proteger. Nestas horas, o Assassino sentia falta de seu casaco de pele e de suas roupas nativas. Era uma sorte que ao menos não estivesse ventando.

O informante dos Patriotas tinha contado sobre uma Igreja abandonada. Church perto de uma Igreja, não havia dica melhor*. Apesar da engraçada coincidência, Minowhaa seguia, implacável, a dica do informante de Washington. Matar Benjamin Church seria uma vitória aos Assassinos, e poderia também ajudar a melhorar os rumos da Guerra para o lado dos Patriotas.

E lá estava a Igreja abandonada. Escapando da neve, finalmente Minowhaa pôs seus pés por aquele piso abandonado e repleto de rachaduras, que já tinha visto dias melhores. Olhava atenciosamente ao seu redor, ouvidos e olhos atentos. Era uma pena, pensava o nativo, que ele não tivesse nascido com a tal “Visão de Águia”, de que tanto falava Achilles. Ao que parecia, Connor também possuía o lendário dom, e tal coisa advinha de Haytham, para seu desgosto. Sem dúvida, uma boa linhagem Assassina garantia este dom exótico e extremamente útil, linhagem esta que Haytham tinha renegado. Claro, a revelação a respeito de suas origens o tinha deixado embasbacado, mas havia também salientado ainda mais seu ódio pelo Templário que, ao que tudo indicava, tinha sido um verdadeiro traidor. Minowhaa percebeu que Achilles sabia mais a respeito, dando a entender que a história de vida de Haytham era mais complexa. Curioso, o nativo desejava perguntar mais ao idoso a respeito das origens de seu eterno rival, mas percebeu que a recente conversa acalorada entre eles tinha mexido com os brios do Mentor. Se ele realmente desejava entender o desgraçado, concluía Minowhaa, teria de esperar a ocasião certa para perguntar.

Ainda caminhando, analisando o ambiente, Minowhaa sentiu ainda mais certeza de que não havia mais ninguém ali, mesmo não tendo seu sentido aguçado para corroborar isto.

Antes que pudesse perceber, o Assassino acabou surpreendido. Alguém estava escondido no teto da Igreja e lhe emboscou, caindo sobre si e fazendo-o cair fortemente contra o chão. Minowhaa já estava preparado para a morte, quando notou quem era seu agressor.

–Haytham. – ele disse, sentindo a lâmina em seu pescoço.

–Minowhaa. – disse Haytham, vitorioso. – Quais são as suas últimas palavras?

–Espere.

–Má escolha. – disse Haytham, sendo imediatamente chutado por Minowhaa, que conseguiu se libertar.

Agora, ambos estavam frente a frente, naquela Igreja abandonada. Como dois verdadeiros predadores.

–Veio defender seu cãozinho pessoalmente, Templário? – questionou Minowhaa.

–Não, seu idiota. – retrucou Haytham. –A julgar por sua atitude, creio que estou com o mesmo objetivo que você. Vim matar Benjamin Church.

–Você? Matar um dos seus? Boa tentativa de me enganar, Templário.

Haytham suspirou, claramente cansado e irritado.

–Olha, eu realmente adoraria te matar aqui mesmo, mas definitivamente não estou com tempo para isto. Enquanto estamos aqui, a discutir, Benjamin Church está fugindo, e eu não quero perde-lo de vista. Mas paciência. – disse Haytham, ejetando sua lâmina oculta. – Eu posso deixar Church para outra oportunidade e matar você aqui mesmo.

Minowhaa parecia pensar.

–Você realmente quer mata-lo. Mas por que? – questionou o nativo.

Haytham guardou a lâmina.

–Foram os homens dele que atearam fogo à sua Aldeia, naquele incêndio que matou meu filho caçula, Jim.

Minowhaa pareceu surpreso, e ficou reflexivo.

–Eu sabia que os Templários foram os responsáveis, mas não sabia que ele estava diretamente relacionado àquele incêndio. Isso só torna tudo mais doce para mim.

–E para mim, também. Então? Nossos desejos estão alinhados. Trégua?

Minowhaa parecia pensar. – Está bem, Templário. Aceito a trégua. Esse homem é asqueroso o bastante para qualquer um deseja-lo morto.

–Mas primeiro, precisamos saber onde ele está. – disse Haytham, do lado de fora. – Cheguei só um pouco antes de você e já percebi que eles já abandonaram este local.

–Posso tentar rastreá-lo. – disse Minowhaa, andando pela neve a procura de pistas. Logo encontrou uma delas. Depois de alguns segundos agachados, ele chegou a uma conclusão.

–Para lá. – disse, sendo acompanhado por Haytham. Imaginando que Haytham não deveria saber andar pelas copas das árvores como Ziio e Connor, Minowhaa precisou fazer o percurso à pé, em meio a neve.

–Olhe, há uma charrete com problemas ali. Vá abordá-lo.

Minowhaa bufou, ao receber ordens diretas de Haytham, mas mesmo assim seguiu o que ele disse. Havia um homem agachado, tentando consertar a roda, xingando sua sorte. Decerto era um dos de Benjamin Church.

–Você é um dos homens de Benjamin Church? – perguntou Minowhaa, sem qualquer cuidado. Haytham rolou instantaneamente os olhos, ao ver o homem fugir, amedrontado.

–Boa jogada, idiota. – disse, recebendo um mortal olhar de Minowhaa, que imediatamente subiu na copa de uma árvore e passou a persegui-lo rapidamente pelos galhos, enquanto Haytham apenas assistia.

Não tardou para que Minowhaa voltasse com o homem, desta vez adotando uma postura mais eficaz em obter informações.

–Fugir não foi boa escolha.

–Por favor, não me mate... – implorava o sujeito, amedrontado.

–Onde está Church? – perguntou o Assassino, enquanto agarrava o sujeito pelo colarinho e o empurrava contra uma árvore.

–Estávamos seguindo para um acampamento ao norte daqui. É onde normalmente descarregamos e...

Após dizer sua informação, o próprio Minowhaa o matou com sua lâmina escondida contra seu pescoço, fazendo sangue jorrar contra o rosto de Haytham.

–Em outros tempos, eu teria aprovado isto, mas... Confesso que não esperava tal coisa de ti. – questionou Haytham, enquanto limpava seu rosto.

–E o que mais a fazer? Deixá-lo escapar e assim sair correndo para contar para Church? Amarrá-lo, para deixa-lo ser devorado vivo por uma matilha de lobos, ou deixa-lo aqui para morrer lentamente de frio nesta nevasca? Ao menos a morte dada por mim foi rápida e digna. Agora, vamos.

Haytham e Minowhaa prosseguiram na neve, seguindo a direção apontada pelo carroceiro, e após subir uma colina, avistaram uma fumaça enegrecida. Sem dúvida, o acampamento não estava longe dali. Minowhaa prosseguiu praticamente caminhando pelos galhos das árvores, discretamente. Com seu manto branco, tornava-se invisível em meio a tanta neve.

O mesmo não pôde ser dito de Haytham. Sua casaca escura o tornava extremamente vulnerável em meio à imensidão branca das colinas repletas de neve, que o fez ser detectado por um dos mercenários rapidamente.

–Ora, ora... Mas o que temos aqui?

Haytham se amaldiçoou internamente. Como ele não percebeu o maldito mercenário se aproximando? Decerto era a idade, obscurecendo seus sentidos.

–Deve ser um espião. – disse o outro, mas seu captor não parecia tão certo disso.

–Não... Acho que sei quem ele é. Haytham, não é? – perguntou, vitorioso. – Estávamos só esperando você aparecer. Church falou muito a seu respeito.

–Mais um motivo para não fazerem isso.

–Você não está em posição de fazer ameaças, amigo.

–Talvez.

–Não banque o engraçadinho conosco. Deseja receber uma coronhada de mosquete nos dentes?

Os olhos de Haytham viraram-se rapidamente para a copa das árvores. Lá estava Minowhaa, em uma posição privilegiada, pronto para cravar suas lâminas ocultas sobre o pescoço de ambos. Mas para sua infelicidade, ele estava estático. Mas que diabos, pensava Haytham, enquanto recebia alguns socos. Faça alguma coisa...

Apenas depois do quinto soco, que infelizmente lhe arrancara algumas gotas no canto da boca, Minowhaa agiu, saltando sobre os mercenários e matando-os instantaneamente.

Aproveitando a deixa, Haytham conseguiu se libertar. Infelizmente, um grupo de mercenários passava ali perto, e ao avistarem a confusão, correram para ajudar seus colegas. Haytham pensou em fugir. Estava frio, e honestamente, ele não estava com vontade de lutar contra aqueles sujeitos, mas sabia que ainda não tinha informações o bastante. Em outros tempos, poderia conseguir estas informações facilmente, com a ajuda de sua rede de espiões, mas agora, ele só poderia contar consigo mesmo.

Maldição, ter que ajudar este bastardo...

A batalha contra os mercenários demorou entre dez a quinze minutos, até que todos estivessem mortos, com exceção de um soldado, com a perna ferida e aparentando estar amedrontado.

–Por favor, não me matem... E-Eu tenho esposa, filhos...

–Onde está Benjamim? – questionou Haytham, amedrontador.

–No-Nova York. – disse o sujeito. – Church está lá.

–Então, é para lá que devemos ir. Haytham, é bom que...

As palavras de Minowhaa acabaram interrompidas pelo som de um disparo de arma de fogo, e algumas gotículas de sangue espirradas em seu rosto, desta vez. Haytham tinha acabado de disparar, sem qualquer piedade, sobre o rosto do mercenário, que caiu completamente morto.

–Quando estivermos em ação, não diga o meu nome, e eu não direi o seu. Ou ao menos que deseje que todos morram. Mesmo aqueles que não precisam.

Minowhaa observava o corpo do homem abatido. Claro, não poderia haver testemunhas. Ele não tinha qualquer vínculo pessoal além de seu trabalho na Ordem dos Assassinos, mas o mesmo não poderia ser dito de Haytham. Ele estava atrás de sua vingança, mas queria preservar ao máximo sua família. Aquele homem não precisava ter morrido. Estava ferido e incapacitado de avisar a Church sobre o que tinha acontecido. Se ele não soubesse demais, poderia viver. Minowhaa sentiu suas mãos sujas de sangue.

–Tarde demais para se lamentar. – disse Haytham, ao perceber Minowhaa olhar atentamente para o corpo. – Agora vamos. Ainda temos um assunto importante a tratar em Nova York.


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Notas finais do capítulo

*Church significa "Igreja" em Inglês... Só eu vi o trocadilho naquela missão? Rs, esses roteiristas da Ubi são sacanas....

Bom, vocês perceberam que o Minowhaa é um Assassino um pouco mais "implacável"?
Há um motivo: o nativo não tem a mesma ingenuidade do Connor. Ele é um pouco mais racional, e diria que mais agressivo. Já o Haytham está mais "mole", o que é natural para quem não é mais Grão-Mestre há quinze anos, fora que a proximidade com a família o deixou um pouco menos "sangrento" - e para quem acredita na teoria de que o contato com artefato do Éden faz as pessoas serem manipuladas, como disse o Shay, esse comportamento do Haytham também pode ser explicado porque ele não está mais de posse do colar. Ele entregou ao Charles Lee, antes de deixar os Templários.

Se é que o Howard não tomou isso do Charles Lee também...

Logo... Nível de maldade do portador do Artefato = +100%

É Connor, eu acho que você tem um problemão aí pela frente...

Pessoal, obrigada por acompanharem, favoritarem, comentarem, mandarem MP, enfim, por todo o apoio a esta fanfic. Escrever essa fanfic me garante uma boa diversão, vocês não fazem idéia.


Até o próximo cap!!! E não se esqueçam de comentar!!!!


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Ah, e eu queria pedir desculpas. Na semana passada, acabei postando o cap de uma das minhas fanfics aqui, um cap que não tinha nada haver com essa fanfic, kkk.



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