A garota do apartamento à frente escrita por BomDiaPeeta


Capítulo 14
O amor de Albert e Nicolle


Notas iniciais do capítulo

Pois bem, meus amores... esse é o capítulo final de "A garota do apartamento à frente". Foi uma honra poder escrever para todos vocês. Agradeço imensamente aos poucos que se prezaram a deixar um comentário decente nessa história e a todos que a favoritaram.

Espero que gostem do desfecho. Escrever um romance foi algo totalmente novo para mim e devo dizer que gostei muito. Pretendo escrever um novo em breve, então espero que todos vocês, que gostaram desta história, fiquem atentos para ver quando será postado.

Encerro essa história com 50 pessoas acompanhando (20% destes deixaram um comentário, se você faz parte dos 80%, eu adoraria que você não lesse mais as minhas histórias ou então as lesse e deixasse um review) e 2.210 visualizações. Nunca nenhuma fanfic minha fez tanto sucesso haha

Enfim, obrigado por terem vindo até o fim comigo. Um grande abraço! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/580050/chapter/14

Albert viu Nicolle voltar para seu apartamento e imediatamente se arrependeu de tê-la deixado ir. Claro, depois se repreendeu por isso. Ter um novo amor era bem diferente de ter uma gêmea siamesa. Assim como ele precisava aprender a conviver com as qualidades e defeitos de Nicolle, também precisava aprender a passar alguns dias sem ela, porque, afinal; a vida nem sempre é como queremos e ele infelizmente irá se deparar com situações em que será impossível conversar com ela.

Ele decidiu arrumar a mesa da cozinha, que ainda tinha coisas do almoço e do café da manhã. Lavou toda a louça, tirou tudo o que era bagunça de sua casa e finalmente arrumou sua cama, depois de tanto tempo só trocando os lençóis quando julgava necessário. Parece que pouco tempo com Nicolle já havia sido o suficiente para começar a mudá-lo, como nesses pequenos detalhes. Já eram três horas da tarde quando ele havia acabado de limpar sua casa.

Ele queria sair daquele apartamento e sentir o ar puro, apesar de gelado. Sentir os flocos de neve e passear sobre o gelo como passearia em algodão fofo. Saiu de seu apartamento e passou um bilhete por baixo da porta de Nicolle, avisando que ele foi dar uma volta. Afinal, quando ela voltasse de seu compromisso, talvez fosse querer falar com ele e estranharia não encontrá-lo no apartamento 21.

Desceu pelo elevador e foi até o estacionamento. Pegou o seu carro e saiu do prédio, já tendo em mente para onde iria. Não demorou muito para ele estar na estrada, rumando o maior ponto turístico de todo o mundo. Aquele cheio de significado de revolução e resistência e símbolo da cidade do amor, mas que também poderia ser definido como “a coisa mais sem graça que eu já vi”; a tão querida torre Eiffel, onde o casal trocara as primeiras frases de amor.

Albert não se aproximou da entrada, até porque era dia de natal e portanto, feriado. A torre estaria fechada para visitação. Ele simplesmente caminhou até um banco vazio, que ficava de frente com o monumento. Ao seu lado, vários casais se beijavam e aproveitavam a visão. Somente ele estava sozinho, mas isso não o incomodava. Ele encarou a bandeira da França no topo da torre e colocou a imagem de Nicolle em sua mente.

–-x--x--x--

Nicolle foi de táxi até a casa de seus pais, tocou a campainha e agora, esperava ansiosa que alguém atendesse. Um dos empregados da casa abriu a porta para a garota, que estava tremendo de frio do lado de fora. O pai dela exigiu que o empregado desse espaço para ela entrar.

–O que faz aqui, Nicolle? - O senhor perguntou. - Não disse que fazíamos mal para você.

–Disse. - Ela respondeu, tentando ser forte. - Mas eu menti. Não posso ficar sem uma família, por mais que não seja a que eu sempre sonhei.

–Não foi isso o que passou pela sua cabeça quando se mudou, não foi?

–Não. Quando eu me mudei, eu queria ficar longe de todos vocês. Eu não vou voltar a morar aqui, mas... eu não posso simplesmente sair de perto da minha família por causa de ontem a noite.

–Mais alguma coisa? - Ele respondeu, ainda com expressão rígida.

–Me perdoe, papai. - Ela finalmente disse, deixando uma lágrima teimosa escorrer pela sua bochecha direita. - Por ser uma péssima filha.

O pai abriu os braços e ela correu até ele, o abraçando e encostando a cabeça em seu ombro. Deixou que as lágrimas finalmente saíssem e a libertassem daquela angústia.

–Me perdoe por não ter sido um bom pai, por querer me meter na sua vida. A única coisa que eu queria era te proteger. - Ele disse, com um tom choroso na voz.

–Eu sei... - Ela respondeu, ainda emocionada.

Finalmente, a mãe de Nicolle surgiu na sala da casa, viu aquela cena com os lábios tremendo. Parecia desgosto, mas na verdade, era tristeza.

–Mamãe – Nicolle disse, soltando o pai. - Me desculpe pelas besteiras que eu te falei por toda a minha vida. Nós nunca vivemos em paz, não é mesmo?

–Não. - Ela respondeu – Mas você não disse besteiras. O que você fez ontem era o único jeito que tinha de se expressar, porque estava certa. Eu sempre te olhei procurando defeitos, motivos para criticar... nunca parei para pensar que eu tenho uma filha linda, com um futuro maravilhoso pela frente.

–Obrigada, mamãe e... me desculpe. - Nicolle também correu para abraçar a mãe. - Eu nunca mais vou falar daquele jeito com você.

–E eu prometo, minha filha, que irei ver todo o seu lado bom. - Ela disse ainda no abraço.

–Eu te amo, mamãe.

–Eu também te amo, Nicolle. - A senhora disse, muito emocionada, ainda abraçada à filha. - Mas o cheiro desse seu shampoo é muito doce.

–O seu vestido é horrível. - Ela respondeu.

–Você deveria comprar pratos mais bonitos que aqueles. - A mãe continuou.

–Aquele arroz estava muito salgado.

As duas continuaram a criticar uma à outra, mas dessa vez, com humor. Elas riram, e Nicolle finalmente tinha os dois pais ao seu lado. Agora só precisava consertar a situação com suas primas, sua irmã e agradecer à tia Elo e tio Henri por terem a ajudado quando ela mais precisou. Parece que no fim, a tia de Nicolle estava certa. Tudo tinha uma solução, era só manter a calma.

Mais tarde, Nicolle voltou para casa, recebendo carona de seu pai. Leu o bilhete de Albert e já sabia exatamente onde encontrar o rapaz. Pegou sua bolsa, um novo agasalho e não tardou a dar um jeito de ir atrás dele.

Nicolle encontrou Albert sentado em um dos bancos da praça que rondava a Torre Eiffel. Ele pareceu não ter visto ela. A garota caminhou para perto dele e se sentou ao seu lado, dando-lhe um susto.

–Como soube onde eu estava? - Albert perguntou.

–Intuição feminina... ou simples raciocínio lógico.

–Sei. - Ele disse – Eu quis ficar sozinho. Mas não é tão bom quanto parece.

–Eu sei. Me reconciliei com meus pais há pouco. Estou me sentindo mais leve. - Ela contou.

–Correu tudo bem, então?

–Maravilhosamente. - Ela disse. Depois de alguns instantes de silêncio, suspirou. - Por que escolheu justo a torre Eiffel?

–Não sei. Ela é tão sem graça, não é?

–Absolutamente sem graça. É só um monte de ferros retorcidos.

–Será que não enferruja? - Ele perguntou.

–Acho que sim. Imagina que legal se ela caísse e matasse todo mundo.

–Seria incrível! - Albert disse, com um sorriso no rosto.

–Com certeza.

Os dois encararam o monumento por alguns instantes. De repente, um silêncio constrangedor foi cortado pela voz suave de Albert.

–Nicolle?

–Eu. - Ela respondeu.

–Quer ser minha mais nova namorada?

–Só se eu também for a última. - Ela respondeu.

–Negócio fechado. - Ele estendeu as mãos e os dois se cumprimentaram.

Albert aproveitou o gesto para puxá-la para mais perto e beijá-la mais uma vez. O primeiro beijo de muitos que viriam por toda a vida daquele casal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!