Violetta Castillo

Na manhã seguinte acordei 10h00, um pouco tarde, devo dizer. Logo as lembranças da noite passada vieram a tona. Dei um breve suspiro e me levantei, dizendo a mim mesma que não derramaria uma lágrima sequer!

Me dirigi até o banheiro e fiz minha rotina matinal, e ao sair do banheiro avistei um vestido verde claro, com alguns detalhes rosas, em cima da cômoda — imaginei que Angie devia ter deixado ali —, e no chão havia uma sapatilha bege, me vesti.

Depois de pronta, saí do quarto, e me dirigi ao quarto ao lado, aonde as gêmeas haviam dormido.

Chegando lá, vejo ambas acordadas, mas ainda na cama. Pensando que eu não havia às visto acordadas, as duas rapidamente fecham os olhos, e se cobrem até a cabeça. Ri baixo com a atitude de ambas:

— Eu vi vocês acordadas — Cantarolei. E elas riem alto se destapando.

— Pensamos que ela o vovô ou a vovó. — Angel sorri sapeca e eu rio.

— Ainda tô com sono, maman! — Melissa diz se cobrindo novamente.

— Quando é que você não tá? — Pergunto rindo. — Temos que nos arrumar. Hoje é sexta-feira, e temos que achar uma escola para vocês, amores. — Digo destapando ambas que reclamam e ficam fazendo manha.

— Eu gosto da escola, maman! — Angel se anima e sai correndo para o banheiro.

— Vamos, Mel. Você também tem que levantar... — Digo e ela faz bico — Tudo bem, hoje eu também ia procurar uma escola de Ballet para vocês duas, mas como você não quer ir... — Digo e Melissa sorri.

— Ebaaaa! — Ela adora Ballet. Angel também, mas Melissa mais ainda. Elas faziam aula na França, e pretendo incentivá-las ao que gostam.

— Agora levanta, filha — Digo séria, e ela assente, indo até o banheiro.

Dou banho nas duas, e quando saio do banheiro, encontro Angie sentada na ponta da cama. Meio receosa, ela sorri:

— Bom dia, Vilu, Angel e Mel — Ela diz simpática, porém temerosa esperando minha reação.

— Bom dia, Tia. — Digo sorrindo e ela suspira aliviada.

— Trouxe essas roupas para colocar nas gêmeas. São algumas roupas que eu e Germán compramos na expectativa de ir visitá-las na França. São presentes para as gêmeas. — Ela diz mostrando algumas roupas.

— Obrigada, Angie — A abraço e sussurro um: "Depois precisamos conversar", e ela responde: "Sim, precisamos", sem que as meninas percebessem.

— Obrigada, vovó! — Angel e Mel a abraçam enroladas a toalha, Angie sorri e sai do quarto.

Coloquei um vestido rosa em Melissa, e um roxo em Angel, e ambas colocaram sapatilhas brancas. Em seus cabelos loirinhos, fiz duas "chiquinhas", e algumas presilhas brilhantes. Ficaram fofas demais(sim, sou mãe coruja. Me julguem).

Quando terminei de vesti-las, peguei ambas pela mão, e desci as escadas calmamente, ouvindo Melissa falar para a irmã que iriam fazer aula de Ballet novamente.

Chegando no andar de baixo, fui até a cozinha e me juntei a todos, que por um milagre, ainda estavam tomando café da manhã, exatamente 10h30.

— Café da manhã atrasado? — Franzi a testa e papai e Angie riram.

— Acabamos por acordar tarde hoje, só acordamos mesmo porque Clara não parava quieta no berço. — Ele diz tomando um gole de seu café e rindo logo em seguida.

— Bom, e sobre aquele assunto...

— Não, Angie. Deixa isso, não estou chateada com vocês, sei que também estão sofrendo com isso. — Digo os olhando seriamente, e ambos me encaravam atentos. As gêmeas estavam conversando entre si.

— Tudo bem, filha. Mas sua mãe ainda quer vê-la — Papai diz sério — É a sua decisão, filha, você decide se quer ou não reencontrá-la. Eu não quero saber mais nada da Maria. Mas ela é sua mãe, e eu não irei impedi-la e nem ficarei magoado com sua decisão. — Ele diz preocupado e eu abaixo a cabeça.

— Ela por acaso veio aqui alguma vez? Deixou algum número de celular? — Pergunto curiosa, pois ainda estou em dúvida sobre o que pensar; se devo ou não reencontrá-la.

— Não, querida. Ela disse que iria ligar hoje. — Ele suspira, cansado, e eu assinto.

— Dê meu número a ela, por favor, e diga para me ligar para marcarmos de nos ver em algum lugar — Digo. — O senhor tem certeza de que não irá se importar? Eu não vou se não quiser! — Digo rápido e ele sorri.

— Está tudo bem, filha. É a sua mãe, sua escolha. Você têm o direito de "conhecê-la", não irei me importar, meu anjo — Ele se levanta e vem até mim depositando um beijo em minha testa — Se não se importa, eu preciso ir para o escritório trabalhar.

— Tudo bem, papai. — Digo sorrindo e ele deposita um beijo na testa de Angel e Melissa, e vai em direção ao escritório.

Terminamos de tomar café eu e Angie, e então lavamos a louça. Olguinha estava de folga hoje, e só viria amanhã de manhã.

Assim que deu 13h00, saí da casa de papai. Nem almoçamos, pois havíamos tomado café tarde, e nem eu e nem as gêmeas estávamos com fome.

Entrei no carro, arrumei as gêmeas nas cadeirinhas, e saí rumo a casa de Francesca. Ela sem dúvidas me ajudaria a achar uma escola para as meninas.

*****

Assim que cheguei à casa de Francesca e Diego, desci do carro e tirei Angel e Melissa das cadeirinhas. Me dirigi até a campainha da casa, e toquei.

Depois de alguns minutos, Diego abre a porta pronto para sair:

— Vilu, que surpresa! — Ele diz me cumprimentando.

— Oi, Dih. Queria falar com a Fran, ela tá? — Pergunto em dúvida.

— Tá sim. Acabou de dar banho na Isabella. Pode subir lá no quarto. Já estou atrasado para o trabalho e não vou poder ficar. — Ele diz triste.

— Que pena. Mas não irá faltar oportunidade para nos vermos. — Digo sorrindo e ele retribui.

— Verdade. Agora preciso ir, Vilu. Tchau, pequenas. — Ele dá 'tchau' à mim e as gêmeas e sai apressado para o trabalho, que se bem me lembro, se trata do Art Rebel.

Entrei na casa. Fechei a porta. E subi as escadas com Angel e Melissa que estavam animadas para verem Isabella.

— Toc toc — Digo batendo na porta. Fran se vira para mim e vem correndo me abraçar.

— Amiga — Ela grita saltitante me abraçando — Quais as novidades? — Ela pergunta voltando a pentear Isabella.

— Tenho algumas...— Dou um breve suspiro e ela me olha preocupada.

— O que houve? — Ela pergunta e me puxa para sentar na cama com ela, enquanto as meninas saem brincando pela porta.

— Minha mãe ta viva. — Digo tudo de uma vez.

— Ata, ela tá viva, que legal... O QUÊ? COMO ASSIM VIVA?! — Francesca grita o que me faz rir por um segundo.

— Pois é. É uma longa e cansativa história. — Digo cansada.

*****

— Nossa — Ela diz após eu contar a história toda.

— Nem me fale — Fecho os olhos com força. — Mas Fran, eu não vim aqui para isso! — Digo lembrando do meu real motivo de estar ali.

— E o que é então? — Ela pergunta histérica.

— Preciso achar uma escola para as meninas. Urgente! — Digo séria.

— Nossa. Pra que tanta pressa? — Ela pergunta com a sobrancelha arqueada.

— Por nada. É que elas estão sem ir à escola há quase dois meses por conta da nossa mudança para BA — Digo. — E logo eu irei começar a trabalhar. Têm meus trabalhos como arquiteta que será três vezes por semana. E mês que vem tenho três shows marcados, um na França e dois na Italia. — Digo e ela faz uma cara de dúvida.

— Vilu — Ela chama minha atenção.

— Oi? — Arqueo a sobrancelha.

— Você não irá levá-las nos shows? — Ela pergunta e eu paro para pensar.

— Ainda não sei. Não aguentaria ficar longe delas, mas não posso levá-las juntas quando iniciar as aulas. Ainda tenho que pensar. — Digo e ela assente compreensiva.

Depois da nossa conversa, fomos até as meninas que se encontravam brincando distraídas no quarto. Chamamos elas e fomos até o carro, Fran colocou a cadeirinha de Isabella no meu carro, e arrumamos elas nas cadeirinhas.

Logo depois, Francesca foi me guiando até a escola aonde Isabella estuda, e lá matriculei Angel e Melissa.

Logo depois, fui até a escolinha de Ballet, e as matriculei também. Isabella não estuda lá pois não gosta de Ballet.

Terminamos de fazer tudo o necessário 16h00, já compramos os materiais escolares das duas, e os uniformes também. Também comprei roupas de Ballet novas para elas.

No restante da tarde, fomos ao parque e ficamos lá até 19h00. Diego saía do trabalho exatamente 19h30, e Francesca queria estar em casa antes, para preparar a janta e tals, então fomos embora.

Assim que deixei Fran e Isa em casa, pensei em ir para casa, mas antes queria falar com León; queria saber o que ele tinha noite passada. Pois o mesmo não estava bem, e não queria me falar o que estava acontecendo, e como eu sou curiosa...

Fui então a caminho da casa dele, dava uns 20 minutos da nossa.

Assim que cheguei lá, desci do carro, peguei as meninas, e fui em direção à porta. Mas antes de apertar a campainha, parei ao ouvir vozes, vozes além da de León, vozes d...