Realeza em tanto escrita por Li


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Eu corria pelos corredores do palácio. Aflita. Eu tinha de impedir aquele casamento. Eu tinha de resgatar o amor da minha vida.

Mas o meu pior pesadelo aconteceu. Quando cheguei ao local onde se realizava o casamento, o Killian acabara de dizer o sim. Acabara de dizer o maldito sim.

Caí de joelhos na entrada e focalizei o meu olhar no Killian. Ele encarou-me de volta. E ele estava…a sorrir? Sim, ele estava a sorrir. O facto de ter dito sim juntamente ao ver-me naquele estado, estava a deixá-lo feliz. Como é que ele era capaz?

Um ódio apoderou-se de mim e a única coisa que me apetecia fazer era causar tanto sofrimento no Killian como o que ele me estava a causar. Não sei o que se passava comigo, eu não era uma pessoa vingativa.

Não sei como mas uma faca apareceu na minha mão direita. Instintivamente, corri e espetei a faca no coração da Eva.

Tentei abrir os olhos mas uma forte claridade, impediu-me. Tentei mover-me, de olhos fechados, mas estava cheia de dores. Mas algo despertou a minha atenção. Algo ou melhor, alguém, agarrava a minha mão. Tentei novamente abrir os olhos, agora mais devagar, e não queria acreditar em quem estava ali na minha frente.

—Killian…

Ele sorriu para mim. Um largo sorriso, aliás. Mas algo despertou a minha atenção. Era possível ver as grandes olheiras em volta dos lindos olhos verde-água de Killian, sinal de noites mal dormidas.

—O que…

—Shiu…não te esforces. Precisas de descansar. – disse Killian fazendo carinhos na minha mão.

Eu estava quase a adormecer quando algo me surgiu. Onde eu estava? Onde estavam os meus irmãos? A minha mãe? Agitei-me, o que chamou a atenção de Killian.

Killian, preocupado, pedia-me incessantemente para me acalmar que toda esta agitação não me fazia bem. Mas eu não queria saber. A única coisa que eu queria saber era onde estava a minha família.

Duas pessoas de batas brancas apareceram e aproximaram-se de mim com uma seringa, espetando-ma.

Era um dia de Primavera, a minha estação favorita. Eu encontrava-me num jardim onde flores, de variadíssimas cores, apareciam e embelezavam ainda mais aquele local. Borboletas voavam. Eu apenas observava aquele paraíso.

Ao longe, Maria e David brincavam. Brincavam como se não houvesse amanhã. Corriam felizes de um lado para o outro, divertidos. Eles estavam felizes e era isso que importava. Próxima a eles encontrava-se a minha mãe. Tal como eu, também ela os observava. E tal como eles, ela estava feliz.

Killian aproximou-se de mim e beijou-me de leve. Juntos, continuamos a observar aquele panorama perfeito.

De repente, o Killian ajoelha-se à minha frente. Eu não conseguia acreditar no que estava a ver. Ele realmente ia fazer aquilo que eu penso que ele ia fazer?

—Alexia, queres casar comigo?

Uma forte dor de cabeça, atingiu-me. Mais uma vez voltei a acordar e mais uma vez existia uma grande claridade. Afinal onde eu estava? Mais uma vez, alguém segurava a minha mão. Olhei e vi a minha mãe. Quase gritei de alegria. Aliás, só não gritei porque a minha mãe me impediu e indicou para o sofá. Lá estava o Killian a dormir.

—Há dias que ele não dormia. – comenta a minha mãe aos sussurros – Ele realmente gosta de ti.        

—Mas o que aconteceu? Como é que ele está aqui? E o casamento? – perguntei totalmente confusa. Eu não conseguia perceber o que se estava a passar. Será que ainda estava a dormir?

—Querida, isso é melhor ser ele a explicar. O que te posso dizer é que finalmente o nosso pesadelo acabou. Finalmente podemos viver em paz.

—Como? – perguntei quase não acreditando. Estávamos livres do meu pai?

—O teu pai foi preso. O pesadelo acabou. – um largo sorriso formou-se no meu rosto. Era bom demais. Todo o pesadelo finalmente acabou. Finalmente seriamos livres.

Killian remexeu-se no sofá, acordando. Os nossos olhares encontraram-se e sorrimos um para o outro. Era tão bom voltar a ter o Killian comigo. É como digo, quase parecia um sonho. Eu ainda não conseguia entender como é que era possível ele estar ali. Ele aproximou-se de mim.

—Eu vou deixar-vos a sós. – disse a minha mãe. Levantou-se e saiu.

—A tua mãe é realmente uma pessoa encantadora. Não merecia todo o sofrimento que estava a passar. Aliás, ninguém merece passar o que vocês passaram. Eu nem quero imaginar o que te teria acontecido se…

—Se o quê, Killian? Eu estou tão confusa. Como é que é possível tu estares aqui. Tu ias casar-te…

—Pois ia, disseste bem. Mas, felizmente, isso não aconteceu.

—Eu quero saber tudo o que aconteceu. A minha mãe disse que me contarias tudo.

—Eu acho que devias descansar. Alexia, ainda estás muito fraca.    

—Que se lixe o estar fraca. Eu quero saber. – disse determinada. Killian já me conhecia suficiente bem. Ele sabia que teria de me contar aqui e agora. Eu não deixaria para depois. Por mais fraca que estivesse, naquele momento, o meu único interesse era saber tudo o que se tinha passado.

—Já estou a ver que não tenho outra alternativa. Eu só quero o teu bem. Eu só queria que descansasses. – Killian fez uma pausa preparando-se para contar o que aconteceu – Quando me contaste o que o teu pai fazia, eu decidi agir. Encarreguei dois guardas da minha confiança para ficarem a vigiar a tua casa. Quando as coisas saíssem fora de controlo, eles tinham ordens específicas para resolver o assunto. No dia do meu casamento, aconteceu o que aconteceu e eles agiram. Foram eles que te salvaram do teu pai. Se eles não estivessem a vigiar a tua casa, eu não sei o que poderia ter acontecido. Eu não sei… - começou Killian. Uma pequena lágrima escorreu pelo seu rosto. Custava tanto vê-lo chorar.

—Killian, tu salvaste-me. O que importa é que agora está tudo bem. Ficarei eternamente grata pelo que fizeste por nós.

—Tu sabes que eu faria qualquer coisa por ti. Eu amo-te. – sorri com a declaração.

—Eu também te amo. – declarei. Era a primeira vez que lhe dizia aquilo, cara a cara. A única vez que o tinha feito tinha sido por carta.

—É tão bom ouvir-te dizer isso. – Killian beijou-me de leve para a seguir continuar a contar – Eu estava à espera que a minha mãe me dissesse para eu ir para o altar. Eu estava tão nervoso. Mas não aquele nervosismo de um noivo no dia do seu casamento. Eu estava nervoso porque eu não queria aquilo. Porque aquilo significava perder-te para sempre. Mas antes da minha mãe aparecer, apareceu alguém. Ethan. Quando o vi, soube logo que se tinha passado algo. Quando ele me disse que tu estavas a ser enviada para um hospital, caiu-me tudo. Eu não sabia o que fazer, eu estava em choque. Como é que era possível a mulher que eu amo estar a ir para o hospital? – Killian encarou-me e consegui ver toda a dor que ele sentiu naquele momento – E naquele momento decidi agir. Mandei as obrigações de príncipe para o ar. A minha única preocupação eras tu. Era de ti que eu precisava naquele momento. Por isso decidi fugir. O Ethan ajudou-me. E aqui estamos.

Eu estava incrédula com toda aquela história. O Killian largou tudo por mim. Ele não quis saber das suas obrigações, do seu casamento, de nada. Apenas de mim. Beijei-o. Beijei-o intensamente. Naquele beijo, eu tentava transmitir todo o amor que sentia por ele. A gratidão. A sorte. Tudo.

—Agora descansa. – disse Killian levantando-se. Deu-me um beijo na testa.        

—Só mais uma coisa. – pedi antes dele sair – Há quanto tempo eu estou aqui?

—Duas semanas…

—----//-----

Gritos. Sim, alguém estava a gritar e acabou por me acordar. Mas quem é que grita num hospital? A minha pergunta rapidamente foi respondida quando uma Selena furiosa entrou pelo quarto dentro.

—Alexia. – gritou Selena aliviada. Correu até mim e abraçou. Confesso que ela me aleijou um pouco mas não liguei. Eu não via a Selena há quase três meses. Não era uma dorzinha que ia impedir-me de abraçá-la.

Killian apareceu logo atrás. Aposto que ele não queria deixar a Selena entrar e ela entrou à mesma. Ele estava com aquela cara de quem ia dar uma bronca em alguém. Selena afastou-se de mim e encarou o irmão.

—Eu disse-te para não entrares. – começou Killian – Qual parte do não entrares é que não entendeste? Ela precisa de descansar.

—Eu estive três meses sem a ver. Por amor de Deus, Killian. Por quanto tempo a ias esconder? Por quanto tempo te ias esconder?

Olhei para os dois sem entender nada do que eles estavam a dizer. Como assim o Killian estava escondido.

—Selena, agora não.

—Agora não o tanas. Tu não és meu pai para me dares ordens. Ela é minha amiga. Eu merecia saber que ela estava no hospital! – berrou Selena. Ela estava completamente descontrolada.

—Alguém me pode explicar o que se está aqui a passar? – perguntei chamando a atenção dos dois. Selena voltou-se para mim.

—O meu querido irmãozinho desapareceu no dia do seu casamento. Há duas semanas que ninguém sabia dele. Ele nem se importou de deixar pessoas preocupadas com ele. – contou Selena magoada. Killian apenas desviou o olhar. – Podias ter dito alguma coisa. Uma carta, um bilhete, um telefonema. Qualquer coisa. Mas não. Preferiste andar por aí escondido.

—Eu estive aqui todo o tempo com a Alexia. Ela estava em coma. Eu não podia simplesmente sair daqui.

—Eu não disse que era para saíres daqui. Um telefonema. Apenas um telefonema. – concluiu a Selena sem conter as lágrimas.   

—Selena, desculpa. Quando eu soube o que se tinha passado com a Alexia, eu não pensei em mais nada. Eu só queria ficar aqui ao seu lado.

—Os pais já sabem que estás aqui. – disse Selena um pouco mais calma. – A mãe está completamente furiosa.

—Acredito que sim. Os planos dela não saíram direito. Afinal vim ter com a última pessoa que ela queria. – disse Killian friamente.

—O que…

—Selena, podes deixar-nos a sós? – perguntei – Por favor.

Selena, resignada, abandonou o quarto.

—Killian, o que é que tu ias fazer? Tu não lhe contaste antes. Ias contar-lhe agora?

—Não me consegui controlar. Mas tens razão. Ela não merece saber do que a mãe é capaz. Ela não aguentaria.      

—Por isso é que tens de te acalmar. – pausei um pouco – E a Selena tem razão numa coisa. Tu devias ter dito onde estavas. Não devias estar nas sombras. Apesar de tudo, eles são a tua família.

—Eu sei. Mas eu tenho medo do que a minha mãe possa fazer.

—Não te preocupes com a tua mãe. Nós faremos de tudo para ficarmos juntos. Agora nada nos impedirá. – disse e sorrimos um para o outro. Acho que agora tudo estava bem.

O rosto de Killian tomou um semblante sério. Não percebi porquê. Estava tudo bem. Eu estava bem. Nós estávamos bem. Tudo estava bem.

—Houve uma coisa que eu não te contei. – começou Killian relutante. – Quando eles te fizeram exames para ver se estava tudo bem, eles descobriram uma coisa. - Killian voltou a parar, provavelmente para ganhar coragam para o que ia dizer a seguir - Alexia, tu estás grávida.

 


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Notas finais do capítulo

Muitas revelações neste capítulo. Ficamos a saber quem salvou a Alexia. Ficamos a saber que o pai dela foi preso. E para surpresa final, ficamos a saber que ela está grávida :)
Espero encontrar-vos nos comentários para saber o que acharam do capítulo :)



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