Realeza em tanto escrita por Li


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todas as pessoas que comentaram *_* Os comentários são muito importantes para mim.
Boa leitura :)



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Eu estava em choque. Eu não conseguia acreditar no que Killian acabara de contar. Como assim eu estava grávida? Isso era impo…na realidade não era tão impossível assim. Nós descuidámo-nos na noite em que parti. Uma única vez. Mas é como dizem. Basta apenas uma vez.

Killian olhava para mim à espera da minha reação. Eu estava há algum tempo calada. Eu tentava absorver a novidade que me fora dada. Eu estava grávida. Eu seria mãe.

—Alexia, por favor diz alguma coisa. – pediu Killian. Na sua voz notava-se o desespero e ansiedade por alguma atitude minha.

—Eu não sei o que dizer. Eu estou grávida. – sussurrei – E agora? O que é que vamos fazer?

—Vamos criá-lo e amá-lo como os pais amam e criam os seus filhos. Alexia, nós vamos ser pais. – olhei para Killian e vi o sorriso mais bonito da minha vida. Ele não estava chateado. Ele estava feliz. Feliz porque ia ter um filho comigo. Aproximei-me dele e abracei-o com a minha maior força. Ele era tão perfeito.

—Eu já te disse que és perfeito? – afastei-me para encará-lo. Ele apenas sorriu e beijou-me como se fosse a primeira vez. Só agora notei a falta que senti dele. O sabor dos lábios dele era algo inexplicável. A saudade era avassaladora. Mas agora voltamos a estar juntos e estamos mais fortes que nunca.

—Desculpem interromper. – desculpou-se a minha mãe entrando no quarto.

—Não há problema, Maryanne. – Killian levantou-se e dirigiu-se à saída – Podem ficar à vontade. Vou ver se a minha irmã já se acalmou.

Killian saiu do quarto deixando-me sozinha com a minha mãe. Esta veio até mim e sentou-se na cadeira até então ocupada por Killian.

—Vocês ficam muito bonitos juntos. – confessou a minha mãe sorrindo. Eu sorri de volta. Realmente eu e o Killian ficávamos bem juntos – Ele fugiu do palácio. Quem diria que teríamos um futuro rei fugitivo. – ri-me com a afirmação da minha mãe.

—Só espero que ele não tenha consequências graves por causa disso. Eu sei o quanto ele ama o país. Ele é o verdadeiro merecedor da coroa e se por acaso ele a perde, eu nunca me perdoarei. – só naquele momento estava a pensar nas verdadeiras consequências. A Rainha Isabella era bem capaz disso. O Killian desafiou-a e ela detestava ser desafiada.

—Querida isso não vai acontecer. Não podes ser tão pessimista. Ele fez o correto. Ele ama-te.

—E eu a ele. Mas é que ele foi treinado a vida inteira para isto e eu tenho medo que ele perca isso.

—Querida já te disse que isso não vai acontecer. Tens de ser mais otimista. Finalmente encontraste a tua felicidade e viverás o teu futuro com alguém que amas. – a minha mãe pousa a sua mão na minha barriga e prossegue – Pensa que agora não são só vocês dois. Agora existe alguém, fruto do vosso amor, de quem vocês têm que cuidar.

—Eu sei. – disse colocando a minha mão sobre a mão da minha mãe.

Apesar do que aconteceu, agora estava tudo bem. Eu finalmente estava bem. Penso no que teria acontecido se o Killian não tivesse colocado guardas reais a vigiar a minha casa. Se calhar não estaria aqui neste momento. Se calhar teria perdido o meu filho. Ao pensar nisso, a raiva pelo meu pai só aumenta. Ele teria sido capaz de matar a própria filha. E, mesmo sem saber, podia ter morto o seu neto. Realmente o meu pai era alguém sem coração.  

O resto da tarde passou normalmente. O Killian esteve sempre ao meu lado. A apoiar-me e a mostrar que estaria comigo no bem e no mal. Para além dele, durante a tarde fui recebendo várias visitas. Os meus irmãos tentaram fazer brincadeiras comigo dizendo que o riso aliviava a dor. Mas só de os ter ali comigo, intactos, a dor era insignificante. O Ethan também veio. Falamos sobre diversas coisas e acabei por lhe confessar que estava grávida. No início foi um choque para ele mas depois ficou felicíssimo. Até começou a provocar o Killian a dizer que se fosse uma menina ele estava desgraçado. Todos iam sucumbir à sua beleza. Foi engraçado ver o Killian com ciúmes. Ainda não sabíamos se era menino ou menina e ele já estava preocupado com os pretendentes rapazes.

Os auxiliares estavam a servir o jantar quando atrás deles alguém apareceu. Era Arthur. Sorri para ele e este aproximou-se.

—Olá princesa. – cumprimentou-me dando-me um beijo na testa. Olhei para Killian e vi a cara de poucos amigos que ele tinha. Ele não sabia quem era o Arthur, nunca o vira e eu também nunca falei nele. – Vossa Alteza. – Arthur cumprimentou Killian fazendo uma vénia.

—Já vi que estou a mais. – disse Killian saindo do quarto.

Eu apenas o vi sair sem dizer nada. Não havia a necessidade de ele ter feito aquilo. Às vezes, Killian comportava-se como uma criança. Decidi ignorar. Ele mais tarde voltaria e pediria desculpas pelos ciúmes parvos.

—Quem diria que o teu amor proibido era o príncipe de Lusitana. – comentou Arthur.

—Eu não faço por menos. – brinquei.

—Como é que estás?

—Cansada mas feliz. Finalmente estou em paz.

—Fico muito contente por ti. Fiquei muito preocupado quando deixaste de aparecer na mercearia. Passado uns dias a Freya contou-me o que se passou. Ela mora perto de ti e acabou por ouvir o que tinha acontecido. Fiquei muito preocupado.

—Agora já está tudo bem, Arthur. Felizmente acabou tudo bem. – sorri e o Arthur sorriu de volta. Ele estava muito bem-disposto. E eu suspeitava quem o tinha posto assim – Como está a Freya?

A cara dele foi hilariante. Ele tinha aquele ar de bad boy mas a mim já não me enganava. Ele tinha sido apanhado pelo cupido. Ele bem poderia tentar disfarçar que nada se passava entre os dois mas não me enganaria.

—Está ótima. Também está muito preocupada contigo. Ela não pode vir porque a mãe está doente e ela ficou com ela. Mas deseja-te as melhoras.

—A Freya é um amor. E pelos vistos já conquistou um certo coraçãozinho aqui presente. – brinquei.

—Cala-te. – respondeu Arthur batendo de leve no meu braço. Eu apenas ri mais com aquela atitude. Eu suspeitava bem sobre o que se passava entre os dois. – Eu pedia-a em namoro. – confessou ao fim de algum tempo.

—Parabéns! – congratulei-o. Eu estava tão feliz por eles – Tu mereces ser feliz e ninguém melhor que a Freya para o fazer.

O Arthur ficou durante mais algum tempo comigo. Contou-me que a dona Irina estava muito preocupada comigo e que esperava que eu recuperasse rápido. Também me disse que ela aceitou muito bem a Freya, tal como eu já esperava. Mesmo antes de eles se envolverem, a dona Irina dizia-me o quanto gostava da Freya. Dizia-me também que o Arthur era completamente apaixonado por ela só que o trauma do passado não o deixava avançar. Uma coisa era envolver-se com diversas mulheres apenas pelo desejo carnal, outra coisa completamente diferente era envolver-se com alguém de quem estava a começar a gostar. Mas ainda bem que ele agiu porque ele agora está feliz ao lado da Freya.

Tal como eu esperava, depois do Arthur ir embora, Killian voltou a entrar no quarto. Mas ao contrário do que eu pensava, ele não pediu desculpas. Apenas se sentou na cadeira ao lado da minha cama. Eu esperei mas ele simplesmente não disse nada. Chateada, virei-me para o lado contrário para dormir. Se era silêncio que ele queria, seria silêncio que ele teria. É como digo, o Killian às vezes consegue ser mesmo infantil.

Eu tentava adormecer mas simplesmente não conseguia. O facto de estar sem falar com o Killian junto à alteração das hormonas não me deixava descansar. Virei-me para o lado em que Killian estava e reparei que ele me observava atentamente. Parecia que queria dizer alguma coisa mas simplesmente não falava. Por isso decidi tomar a iniciativa.

—O Arthur é só um amigo. – disse despertando a atenção de Killian. Ele olhou para mim – Não há necessidade disto.

—Desculpa. – disse Killian envergonhado – Desculpa pelo que aconteceu mais cedo. Tu tens razão, não há necessidade disto. Eu queria ter pedido desculpa há pouco mas não tive coragem.

—A tua sorte é que eu não consigo ficar muito tempo chateada contigo. – beijei-o de leve – Mas tens de aprender a controlar o teu ciúme. O Arthur é apenas um amigo. Ele ajudou-me muito nestes três meses. E ele também tem namorada. – concluí. A reação do Killian foi simplesmente a que eu esperava. Até agora parecia que ele estava a segurar o ar mas depois da minha última afirmação, ele soltou todo o ar preso.

—Muito melhor assim. – Killian voltou a beijar-me mas desta vez não foi um simples selinho. Desta vez foi mais intenso. E com a alteração das minhas hormonas, por causa da gravidez, eu apenas correspondia sem pensar em mais nada.

Sem aviso, uma enfermeira entrou no quarto. Eu e o Killian afastamo-nos rapidamente envergonhados. O meu coração parecia que ia saltar do peito. Toda esta adrenalina de ter sido apanhada nestas circunstâncias só me fez rir. Rir não, gargalhar. A enfermeira e o Killian olharam para mim como se eu estivesse louca.

—Não liguem. – disse entre risadas.

A enfermeira aproximou-se de mim e com um termómetro viu se eu tinha febre. Depois de confirmar que não, deu-me os comprimidos que tinha de tomar e saiu.

—Que vergonha. Onde já se viu o futuro rei de Lusitana ser apanhado nestes preparos. – disse Killian embaraçado. Eu apenas me conseguia rir da situação. Apesar da situação em si, ela tinha o seu quê  de hilariante.

—Killian teve a sua piada. – Killian olhou para mim horrorizado mas antes de ele falar, voltei a colar os nossos lábios. Claro que não faríamos nada ali, afinal estávamos num hospital, mas podíamos aproveitar na mesma aquele tempo sozinhos.

No dia seguinte, eu e Killian fomos acordados por Selena. No dia anterior, ela não chegou a voltar a ver-me porque teve de regressar ao palácio mas pelos vistos ela hoje voltou.

—Bom dia família. – aproximou-se de mim e de Killian e beijou as nossas bochechas.

—Mais calma? – perguntei relembrando a atitude dela no dia anterior. Atitude essa que eu concordava, afinal o Killian poderia ter dito alguma coisa à família.

—Eu sempre estive calma, cara cunhada. – respondeu Selena e eu apenas ri. Acho que a Selena era das pessoas menos calmas que eu conhecia. Mas eu adorava-a. A ela e aos seus escândalos. – Killian, o pai diz que quer falar contigo sobre tudo o que se passou.

—Eu não vou sair daqui enquanto a Alexia estiver cá. Já devias saber disso. Não há nada do que ele diga que me faça mudar de ideias. Eu vou ficar ao lado da mulher que eu amo e ponto final.

—Eu falo mais calmamente com ele. Mas sinceramente acho que quem está a fazer mais pressão é a mãe. Ela quer-te no palácio custe o que custar.

Killian nada respondeu e eu até percebia porquê. Tanto eu como ele sabíamos as verdadeiras razões de a Rainha o querer no palácio imediatamente. Ela queria a todo o custo separar-nos.

—Bem, estou a ver que não vou conseguir nada aqui. Eu vou tentar falar com eles calmamente e explicar outra vez a situação. Beijinhos cunhadinha.

Selena saiu deixando um silêncio para trás. Killian estava demasiado pensativo. Imagino que esteja a pensar em tudo o que irá acontecer quando se encontrar com os pais. Acredito que, depois de anos a obedecê-los sem qualquer contestação, seja difícil para eles verem o próprio filho a desafiá-los. Normalmente essa atitude ficava para a Selena.

Mas ao mesmo tempo não era só o Killian que estava pensativo. Eu também estava. Desde ontem que algo não me saía da cabeça. Eu estava certa que era o certo a fazer mas tinha a certeza que o Killian e a minha mãe seriam totalmente contra.

—Killian. – chamei-o. Killian olhou para mim e esperou que eu continuasse – Eu quero ver o meu pai quando sair daqui.


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Notas finais do capítulo

A Alexia até assimilou muito bem essa história de estar grávida. Finalmente as coisas começam a encaixar-se :)
Gostaria muito de saber a vossa opinião, por isso comentem por favor :)



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