Realeza em tanto escrita por Li


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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A conversa entre o príncipe e Alison acabou pouco tempo depois. Depois de Alison ter dito com todas as letras que tinha inventado toda a história, o príncipe falou que não a despediria mas que ela iria mudar de função para que não tivesse como inventar outra história destas. Ela ao início tentou protestar mas rapidamente se calou pois sabia que não podia ir contra o príncipe. No meio desta conversa toda estava eu, ainda escondida no closet do príncipe. Por fim, Alison saiu do quarto deixando-me sozinha com o príncipe. Esperei um pouco e por fim saí do meu esconderijo.

–Então? É agora? – perguntou-me o príncipe com o seu característico sorriso de lado.

–É agora o quê, Alteza? – perguntei completamente confusa.

–As desculpas, Alexia.

–Ah isso. Desculpe-me Alteza. Eu sei que não deveria ter desconfiado da sua palavra, mas pensei que a Alison não chegaria tão longe a ponto de inventar tudo isto.

–Eu compreendo e é por isso que estás perdoada. Agora espero que nunca mais duvides da minha palavra. Se há coisa que eu não faço é mentir. Pretendo ser um rei verdadeiro para com o meu povo.

–Claro. – eu respondo envergonhada. Como eu poderia ter desconfiado dele? Ele com certeza daria um ótimo rei. – Agora com a sua licença, preciso de ir ter com a sua irmã.

–Sim vai. Estás dispensada.

Saí dos aposentos do príncipe e dirigi-me ao quarto de Selena. Entrei e encontrei Selena sentada na beira da cama.

–Vais explicar-me o que aconteceu? – perguntou Selena mal fechei a porta.

–O que é que aconteceu? – perguntei confusa. Estes dois eram mesmo irmãos.

–O que é que aconteceu Alexia? Eu é que pergunto isso! Agrediste o meu irmão porquê? – fiquei espantada com que ela acabara de dizer. Então o príncipe veio fazer queixinhas à irmã. Começo a pensar quantas mais pessoas saberiam do que aconteceu.

–Mas o quê? Eu não acredito nisto! Até tu? – como ela podia pensar que eu faria isso sem qualquer justificação. - A sério, aquilo não foi agressão nenhuma, foi uma simples sapatada na mão. Desculpa lá, mas o teu irmão é um exagerado. E além do mais, esse assunto já está resolvido.

–O meu irmão não te despediu, pois não? – perguntou-me Selena desesperada. – Ele não pode fazer isso, ele não tem esse direito!

–Calma não foi nada disso. – e comecei a contar a história toda desde o princípio, desde o que ouvi Alison dizer até ela afirmar que tinha inventado. Cada vez que eu avançava mais na história o rosto de Selena mostrava um misto de surpresa, choque e fúria. Também não era para mais, havia uma pessoa que tinha inventado uma história sobre o seu irmão.

–Eu não acredito nisto, eu mato-a! – disse Selena furiosa. Até eu naquele momento temi pelo que ela viesse a fazer.

–Calma. Eu já te expliquei que o príncipe já resolveu essa situação, não precisas de te preocupar. – tentei acalmar Selena. Omiti a parte em que ele deixou Alison ficar a meu pedido pois temia o que Selena faria caso soubesse disso.

–Espero que sim. Mas digo-te, o meu irmão nunca faria uma coisa dessas. Ele não é do tipo de usar uma mulher para seu proveito e livrar-se dela no momento a seguir. Ele desde novo está de casamento marcado com a princesa Eva de Galiza. E ele pensa que, para cumprir o seu dever com o país, se deve casar com ela. Eu já lhe disse que isso é uma estupidez, que o povo dele o apoiaria em qualquer decisão que ele tomasse relativo à mulher que escolhesse, mas ele não me ouve. A minha mãe está sempre a dizer-lhe que é o dever dele, que é o que deixará o povo mais feliz. A pessoa a quem o meu irmão dá mais ouvidos, para além de mim, é a minha mãe. O problema é que a minha mãe, às vezes, tem uma visão muito retrógrada.

–Mas isso deveria de ser uma decisão só do teu irmão. Ele vai casar-se com uma desconhecida simplesmente para agradar à tua mãe, isso não é justo. – como é que o príncipe não compreendia que, apesar de fazer a sua mãe feliz, ele seria infeliz para o resto da vida.

–Pois devia, mas como o casamento dela foi arranjado, acha que os dos filhos também deviam de ser. Pelo meu pai nós casaríamos com quem quiséssemos, mas ele ama demais a minha mãe para a contrariar. Daí a vinda do príncipe de Navarra. Pela minha mãe eu já estaria noiva há muito tempo. – desabafou Selena. Eu não compreendia como uma mãe conseguia deixar a felicidade dos filhos para segundo plano. Mas isso também é relativo tendo em conta o que o meu pai faz com a minha família.

–Tens de mostrar à tua mãe que não é isso que queres, que não é isso que te fará feliz. Tu própria disseste no outro dia que nunca te casarias num casamento arranjado e sim por amor, que preferias ser deserdada a te casares desse modo.

–E cumprirei o que disse caso isso aconteça.

–Acho que fazes muito bem lutar pelo que acreditas e o teu irmão deveria fazer igual.

–Obrigada. – agradeceu Selena, abraçando-me. – Obrigada por tudo, por me seres minha amiga e por ouvires todos os meus problemas.

–É isso que os amigos fazem. – afastei-a um pouco de mim para que ela olhasse nos meus olhos, ela estava à beira das lágrimas. – Faz o que achares melhor para ti sem te preocupares com o que os outros vão pensar. – abracei-a. – Agora vai limpar essa cara pois já está na hora do pequeno-almoço.

O resto do dia passou normalmente. Antes de Selena descer para jantar, dispensou-me. Assim, segui até ao quarto. Mal entrei, escutei a voz de Alison.

–Foste tu, não foste? – perguntou Alison com voz acusadora. O que é que eu fiz agora?

–Fui eu o quê Alison? – perguntei, mantendo a calma.

–Foste tu que contaste ao príncipe sobre o que eu disse. Só podes ter sido tu. Quando eu contei à Yara, tu entraste pouco depois no quarto. Tinhas algum direito? – perguntou furiosa Alison. Então ela mente à descarada e agora a culpa é minha. Ela ainda devia de me agradecer pois, por minha causa, ela continuava a trabalhar no palácio.

–Sim fui eu. Alison, não tinhas o direito de andar a contar mentiras por aí. Se pensavas que era assim que conquistavas o príncipe estavas tão enganada. – Alison levantou a mão preparada para me dar um estalo, mas eu fui mais rápida e consegui impedi-la. – Quem tu pensas que és Alison? Não tens o direito de andar por aí a bater nas pessoas. – eu estava completamente fora de mim. Quem ela pensava que era para tentar fazer aquilo.

–És uma cabra, Alexia. Estragaste todos os meus planos! Mas isto não fica assim, tu vais pagar por tudo o que me fizeste! – e saiu. Eu devia estar completamente doida quando pedi ao príncipe para a deixar ficar.

–Alexia está bem? – perguntou-me Malia preocupada.

–Quem é que ela pensa que é para me ter levantado a mão! Só me apetecia esganá-la. – nesse momento ouço a porta do quarto ser aberta. Se for Alison eu não me contenho. Mas ao virar-me vejo que é somente Ethan.

–Alexia está tudo bem? Ouvi gritos e vim ver o que se passava. – disse Ethan.

–Parem de me perguntar isso! - acho que fui demasiado agressiva com eles tal foi a cara de espanto de ambos. – Desculpem, estou furiosa com o que se passou que acabei por descarregar em vocês os dois. - eles assentiram.

–Mas afinal do que Alison estava a falar? – perguntou Malia.

Contei a história novamente e tal como Selena, Ethan e Malia ficaram espantados com o que Alison foi capaz de inventar.

–Essa rapariga não tem noção nenhuma. – disse Ethan.

–Mas ela veio para trabalhar ou para se meter com o príncipe? – perguntou Malia. Será que a família de Alison não precisava do dinheiro e o único objetivo dela, de vir para cá, era tentar conquistar o príncipe. Não podia ser, isso era mesmo mau. Deixei para lá esses pensamentos.

–Sinceramente não sei, nem quero saber. Podemos mudar de assunto, este já cheira mal. – pedi.

–Claro. – responderam-me em uníssono.

–Espera aí...Ethan, o que estás aqui a fazer? – perguntei curiosa. Ele tinha, supostamente, uma semana de férias.

–A…Estava a fazer a patrulha e estava a passar aqui por mero acaso. – respondeu Ethan.

–Não é isso. Tu não devias estar de férias? – perguntei.

–Ah isso! – porque é que ele me parecia demasiado aliviado por eu ter feito esta questão? – Daqui a três dias chega a família real de Navarra e o rei pediu que estivessem todos os guardas disponíveis.

–Oh, que pena! Eu sei como tinhas saudades da tua família e até isso eles te tiraram. – estava a ficar completamente irritada com a família real.

–Após a família real de Navarra ir embora eles vão dar-me outra vez a semana de férias. É como se eu não tivesse ido aqueles dias. – respondeu Ethan.

–Ao menos isso. – digo.

–Agora com licença senhoritas, mas o dever chama-me. – disse Ethan.

–Adeus Ethan. – disse, despedindo-me com um beijo na sua face.

–Adeus Ethan. – falou Malia baixo.

E assim Ethan saiu do quarto.

–Malia, agora sou eu que pergunto, está tudo bem? – perguntei.

–Está tudo ótimo, só estou cansada. É melhor deitar-me.

Passaram-se três dias, chegando assim o dia que Selena tanto temia, a chegada do príncipe Philip. Eu dizia-lhe para ter calma, que ela não se casaria com ele pois era algo que ela não queria. Aconselhei-a falar com o príncipe Philip. E foi o que ela fez. O pior foi quando ela voltou. Ela vinha a chorar.

–Selena que se passou? – perguntei preocupada e abraçando-a.

–Eu fui falar com ele e ele disse-me que me amava muito e que queria casar comigo. Eu não quero casar com ele. – Selena estava completamente desesperada.

–E não vais, garanto-te. Sempre temos o plano B. – disse tentando animá-la.

–Fugir. Esse cada vez me está a parecer mais o plano A.

–Não sejas pessimista, tu vais conseguir. – digo tentando encorajá-la.

–Não sei. Mas caso eu tenha de fugir queria pedir-te se podia ficar em tua casa nos primeiros tempos. – congelei. Ela ficar em minha casa implicava ela estar no mesmo espaço que o meu pai e isso era algo que eu não queria. Mas eu também sabia o quanto ela estava desesperada.

–Cl…Claro. – consegui dizer.

–Obrigada Alexia! – abraçou-me. – Agora vou arranjar-me para dar o fim a um noivado que nem sequer começou. – disse Selena motivada.

Ajudei Selena a preparar-se para o jantar. Ela estava linda. Desta vez ela não me dispensou, pois queria que eu fosse a primeira a saber o que se passou no jantar. Por isso fiquei no quarto dela à espera. Acabei por pegar num livro que ela tinha em cima da secretária para me distrair.

Pouco mais de uma hora depois Selena entrou no quarto. Ela estava pálida. O jantar correu assim tão mal?

–Selena estás pálida!

–Não me estou a sentir nada bem Alexia. – até pela voz de Selena notei que ela não estava nada bem.

–Devias ir à ala hospitalar. – aconselhei.

–Não é necessário. Vou deitar-me e amanhã já estou como nova. – mas Selena nem conseguiu chegar à cama. Quando dei conta, ela já estava caída no chão.

Corri até à porta e chamei pelo guarda mais próximo. Ele agiu rapidamente e logo Selena já se encontrava na ala hospitalar. Acompanhei-a até lá e pouco depois chegou o rei, a rainha e o príncipe.

–Que se passou com a minha irmã? – perguntou-me o príncipe.

–Ela chegou ao quarto mal disposta e pouco depois desmaiou. – expliquei.

Ficamos o resto do tempo em silêncio à espera que o médico dissesse alguma coisa. Aquilo que foi uma hora parecia uma eternidade. O príncipe andava de um lado para o outro e via-se perfeitamente o quão nervoso e preocupado estava. O rei estava da mesma forma só que quieto num canto. No meio disto tudo a rainha parecia demasiado calma. Como era isso possível, era a filha dela que estava lá dentro!

Vi o médico a aproximar-se do rei e da rainha e fui até eles pois também queria saber o que se tinha passado. O rosto do médico indicava que algo grave se tinha passado.

–Então doutor, que aconteceu com minha filha? – perguntou o rei.

–Majestade, a princesa Selena foi envenenada. – disse o médico. A Selena? Envenenada? Quem foi capaz de fazer isso?


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Notas finais do capítulo

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