Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 72
Capítulo 58 - Final Feliz - Parte Um




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Eu entrei no meu carro e dirigi o mais rápido que podia para chegar na casa da Dhébora, eu queria ve-la o quanto antes, eu queria dizer que nada mais importava que agora era só eu e ela pra sempre, mas mesmo que eu notei que mesmo dirigindo parecia que a estrada não teria fim, olhei para o lado e uma luz clara estava sentada no banco do carona.

— Oi — me disse aquilo.

— Caralho! O que é isso?! — freei e parei o carro.

— Desculpa, mas eu tive que voltar...

— Você... Você é o carinha do turbante?

— Tipo isso, é que não era para eu estar aqui então não consegui me materializar em uma forma mais uma humana...

— M-Mas porque você voltou?

— Sabe que eu não sei... Senti que precisávamos conversar...

— Sobre?

— Não sei — respondeu aquela luz rindo — E então? Como estão essas últimas horas?

— Eu estou indo encontrar a Dhébora agora, vou dizer que a amo agora e que quero ficar com ela. — respondi.

— Nervoso?

— Bastante...

— E como foi tudo isso?

— Tudo isso o que?

— Todo o trajeto... Desde que eu te tornei mulher.

Eu ri.

— Foi estranho, foi uma história maluca até demais e se não tivesse acontecido comigo eu nem iria acreditar, mas valeu a pena. Eu estava triste, escondia bem mas eu era bastante triste e agora, sei lá, eu to feliz, esperançoso, eu acho que as coisas vão terminar bem...

— Fico feliz por você.

— E pelos outros?

— Como assim?

— Várias pessoas passaram por essa história. Elas viverão bem?

— Eu não posso te contar, amigão, isso só o tempo dirá...

O carinha de turbante não pode contar o futuro para mim, mas eu posso contar para vocês.

Juan continuou sendo um babaca, mas aprendeu a lição sobre tentar estuprar garotas, ficou vivendo a custas dos pais até ser preso por posse de drogas, não esperava menos dele.

Eu nunca mais soube nada de importante sobre a Bibi, ela nunca me aceitou em nenhuma rede social e me odeia até hoje, eu a entendo, mas desejo tudo de bom para ela, de verdade.

Sony se tornou produtor musical e já lançou algumas bandas que fizeram um relativo sucesso, desde o lance com a Becca eu também não o procurei mais, eu gostaria de que pudéssemos ser amigos, mas nem sempre as coisas são como queremos, espero que um dia eu e ele possamos voltar a ser amigos e que dessa vez eu não dê mancada como das duas últimas vezes.

Falando em Becca, ela seguiu sua vida sem ficar esperando que Sony virasse hétero, hoje ela namora um cara que parece ser bem legal nas fotos. Ela parece feliz também, não sei o que ela faz da vida, então não tenho como dizer isso para vocês.

Linda se tornou uma ótima mãe, tão boa que escreveu um livro sobre gravidez na adolescência, ele vendeu muito bem, ele começou a ser usado nas escolas e tudo mais.

Anne foi para a faculdade e se formou em direito e sabem onde ela trabalha agora? Na minha empresa. Eu não quero coordenar aquilo, ela está aprendendo com o meu antigo supervisor e quando ele se aposentar quem irá cuidar da empresa para mim é ela. Hoje em dia somos grandes amigos e todas as tretas ficaram no passado, a Carol até gosta dela agora. Tá, isso é mentira, mas ela convive com a Anne sem ter vontade de vomitar e isso eu já considero uma grande evolução.

Eu me formei em direito, mas não vou seguir essa carreira não. Eu esse ano estou me candidatando para vereador, dizem que eu me comunico bem com as pessoas. Vamos ver se eles estão certos.

Ah e claro, Carol e Eduardo vão se casar esse ano! Maneiro né? Eles são o melhor casal que eu conheço e eu vou ser o padrinho, a Carol me convidou para madrinha também, mas eu não viro mais Renata e isso prova que ela continua sendo zoeira comigo.

O futuro continuava sendo amedrontador, mas medo é uma coisa boa, o medo nos mantém sãos e eu estava vivendo muito bem.

— E como vão terminar as coisas entre mim e a Dhébora? Vamos ficar juntos?

— Quer mesmo saber?

— Da última vez você disse que não ficaríamos juntos...

— Sim...

— Mas espera, você também disse que não voltaria mas voltou! Você não falou a verdade! Isso pode não se cumprir também! Eu posso ter meu final feliz!

— O final sempre é feliz, garoto. Tudo no final termina bem e se não está bem agora, bem... é porque não terminou... Boa sorte, garoto. Agora é sério, adeus.

Eu pisquei os olhos e estava parado na frente da casa da Dhébora, agora era comigo.

Bati na porta e foi a Dhébora mesmo que abriu.

— Henri?

— Henrique, por favor. Isso de Henri é bobagem...

— O que você veio fazer aqui?

— Olha, eu fui um idiota. Você é uma garota sensacional e desde o primeiro momento que eu te vi eu fiquei realmente louco por você, mas daí eu te conheci e a loucura desapareceu porque eu fiquei apaixonado e foi apaixonado de uma forma que eu nunca fiquei antes. Você é a garota mais maravilhosa que eu já conheci e quero muito que você me dê uma chance...

— Eu não mereço coisa melhor?

— Merece... Com certeza merece, mas se você discorda eu fico feliz em poder ser o cara que vai estar do seu lado.

— Ainda não me convenceu a te perdoar...

— Eu te amo...

Dhébora realmente não esperava que eu falasse isso, um grande relâmpago apareceu no céu e o barulho foi super alto.

— Olha, eu realmente não gostaria de pegar chuva, podemos entrar?

— Não sei, me convença primeiro... Talvez você mereça pegar chuva...

Me desesperei pois sabia a merda que isso podia dar e de certa forma isso foi bom, pois fez eu parar de pensar e apenas dizer o que o meu coração mandou.

— Eu não sei o que dizer para te convencer, eu não sou o melhor cara para declarações de amor ou coisas desse tipo, para pegar garotas em festa eu poderia falar milhões de coisas, mas isso é para garotas que você quer ficar uma noite só e não, eu não quero ficar uma noite só com você, eu quero ficar para sempre, pois cada coisa que você faz me faz ficar mais apaixonado por você, cada pequena coisa, cada pequeno gesto, tudo. Esses últimos tempos da minha vida foram totalmente conturbados e isso fez eu acreditar que a melhor escolha para fazer você feliz era eu estar longe, que eu te faria sofrer, mas que droga, não pode existir uma pessoa no mundo que te ame como eu te amo, eu morreria apenas para fazer você feliz, eu não sei se era isso que você queria ouvir eu não sei se isso é o suficiente para você me perdoar, eu só sei que isso é a verdade, a verdade é que desde o primeiro dia eu estou sentenciado a te amar para o resto da minha vida e eu quero passar toda ela com você...

A Dhébora segurou o choro e me disse:

— Entra seu idiota!

E foi bem na hora, pois quando ela fechou a porta começou a chover.

— Meu último namoro acabou mal então eu espero realmente que você não me faça sofrer...

— Eu prometo que não vou...

— Aí de você que minta para mim...

— Eu também prometo nunca contar uma mentira para você... Eu te amo.

— Eu também te amo... — respondeu Dhébora segurando o choro.

Eu sorri para ela, a segurei pela cintura e a beijei, finalmente eu a beijei. Não era a Renata a beijando, não era um sonho ou alucinação, era a realidade, era eu e a Dhébora finalmente juntos de verdade. Meu coração estava disparado e eu conseguia sentir que o dela também estava, ela queria aquilo tanto quanto eu.

Enquanto nos beijávamos toda essa história passou pela minha cabeça, todos os momentos bons, os ruins, os difíceis e os impossíveis de se passar, todas as risadas, todas as lágrimas, tudo, por mais que tenha sido difícil aquele beijo fez valer a pena.

E parece que a Dhébora sentia da mesma forma que eu, pois depois de tanto segurar ela finalmente deixou escorrer uma única lágrima, de felicidade obviamente, pelo seu rosto e que acabou caindo no meu.

Nesse momento, eu diminui, fiquei mais fraco e mais delicado, não por estar desarmado perante a Dhébora, mas porque como havia dito o carinha de turbante se uma gota de água caísse no meu rosto eu voltava a ser Renata e bem, uma lágrima é uma gota de água.

Quando páramos de nos beijar, Dhébora arregalou os olhos e se afastou.

— Renata? — perguntou ela — Que merda é essa? O que tá acontecendo aqui?

Eu acho que devia muitas explicações para a Dhébora e estava prestes a ter que fazer isso.


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