Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 65
Passado 11 - Festa de aniversário


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu estou me mudando hoje, por isso ainda não respondi os comentários ainda, mas podem ter certeza que hoje ou no máximo amanhã de manhã estarão respondidos. ;)



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Eu queria que existe alguém que entendesse cada coisa que eu falasse, eu queria que eu já tivesse nascido sabendo a resposta de todas as perguntas. Eu queria ter alguém pra me dar amor incondicional, porque por mais que eu tenha tantos amigos na minha volta, tem vezes que eu me sinto realmente sozinho. Eu queria ter alguém para lembrar de mim e me fazer esquecer de tudo de ruim que tem a minha volta.

Eu queria ver o mundo de uma forma diferente não tão distorcido e corrompido como me parece do meu angulo, com pessoas tão falsas e tristezas tão verdadeiras, eu também queria não ser mais tão inocente e bobo como sou para que as pessoas na minha volta não pudessem se aproveitar de mim, queria também não me aproveitar da Inocência dos outros, eu queria saber me proteger das coisas que as pessoas fazem.

Eu queria poder ser outra pessoa, uma pessoa diferente de mim mesmo, ser alguém mais legal, mais certo que eu mesmo.

Minha vida não é ruim, nem de longe, tenho ótimos amigos, uma garota que quando eu pedir em namoro com toda certeza irá aceitar, uma ótima casa, pais bons o bastante, mas ah… eu queria…

Me dêem parabéns, hoje é o meu aniversário! Eu estou fazendo quinze anos de idade e espero receber muitos presentes! Todo mundo vai vir na minha festa, todos meus amigos da escola, a Carol, o Sony, a Bibi, todos vão estar aqui.

Por sinal, tudo está indo as mil maravilhas com a Bibi, estamos quase namorando e Sony e a Carol tão colocando a maior pilha em mim para eu pedir ela logo, eles tem certeza de que se eu pedir ela vai aceitar, eu também tenho certeza que sim, eu comecei a aprender melhor como as coisas funcionam em relação a mulheres nesse mês que estou saindo com a Bibi, perdi aquele medo absurdo de estar perto delas e aprendi que a coisa mais importante para lidar com uma garota é confiança, mesmo que você não tenha nenhuma é importante que você demonstre que tem, assim você terá mais chances de conseguir alguma coisa.

Eu repasso essas coisas porque eu não pretendo usar não, eu tô feliz com a Bibi, ela não é a garota perfeita, mas é maneira, eu estou juntando uma grana para comprar um anel de prata para pedir ela em namoro e foi por isso que não pedi ainda, com o dinheiro que vou ganhar de aniversário poderei fazer isso.

Obviamente também, terei de parar de paquerar as garotas na rua quando a pedir em namoro, pois aí sim as coisas ficarão sérias, confesso que isso também está fazendo eu atrasar um tanto o pedido. Afinal é muito divertido paquerar garotas por aí.

Eu estava ajudando a minha mãe a arrumar a casa para receber os convidados da minha festa, quando o telefone tocou e eu fui atender, baixei a música que tocava no rádio, era Take on me do A-Ha para quem quiser saber, e atendi.

— Alô? — perguntei.

— Alô, Rique?

Meu coração disparou.

— Oi.

— Oi, é a Anne…

— Eu sei, quer dizer, oi, Anne. Tudo bem?

— Ah…

— Hm?

— Normal e com você?

— Eu tô bem.

— Eu liguei pra te desejar feliz aniversário.

— Ah, obrigado…

— Tudo de bom pra você e toda aquelas baboseiras que todo mundo fala.

— Obrigado… — todo mundo viria para a minha festa, eu não convidei a Anne porque não nos falávamos mais, mas…

— Ok, então… — respondeu ela enrolando pra desligar.

— Ah, hm, Anne, vai ter festa aqui em casa, todo mundo vai vir, tu não quer vir?

— Eu? Você quer que eu vá? Mesmo depois de tudo?

— Ah, isso é passado, não guardo mágoa nenhuma de você, inclusive você pode trazer o detes… o Guto, se quiser, o que passou, passou.

— Eu e ele não estamos mais juntos. — disse ela em um tom até meio ríspido.

— Ah sim — respondi imaginando quanto tempo demoraria para que eles voltassem.

— Não, Rique. Dessa vez é sério, não voltaremos mesmo, já faz quase um mês…

— Ah, ok. Que pena, Anne…

— Pena?

— É.

— Você disse que não guarda mágoa, não é?

— Sim, estamos de boa.

— E guarda alguma coisa?

— Como?

— Nada, deixa. Eu vou ir na sua festa, ok? A gente se vê aí. Beijos, se cuida!

— Ok, beijos, você também se… — a Anne desligou o telefone antes que eu pudesse responder.

Continuei arrumando as coisas até que a hora da festa chegou, todos apareceram, a Bibi obviamente veio e ficou basicamente noventa e nove por cento do tempo na minha volta, principalmente porque ela andava bastante ciumenta desde que aconteceu aquilo de eu dançar com uma outra garota numa festa e também tinha gente que falava pra ela que eu estava paquerando pessoas na rua, eu até sem querer uma vez paquerei uma amiga dela que eu não reconheci, mas ela acreditou em mim quando eu disse que essas histórias eram todas mentira.

Ela usava um vestido branco florido com detalhes em rosa, seu cabelo estava solto e ela estava bonita.

A casa estava cheia, tinha gente por tudo quanto era lugar e mesmo que eu quisesse eu não poderia dar atenção a todos, mas para ela eu não tinha como não acabar prestando atenção.

Ela usava uma camiseta preta sem mangas com a barriga de fora, uma saia jeans curta que deixava suas belas coxas de fora, o cabelo estava bem preso e penteado de uma forma que nem que eu quisesse poderia explicar, ela usava um batom rosa claro que marcava a sua boca e seus olhos, bem eles não precisavam de nada para retocar sua beleza, Anne estava simplesmente perfeita, nunca tinha visto uma garota tão linda antes.

E no exato um por cento de tempo que a Bibi não ficou por perto foi que a Anne se aproximou.

— Oi, Rique…

— Oi… Nossa, Anne, você está… linda.

— Você achou? — disse ela rindo para mim e dando uma giradinha — Obrigada…

— Então curtindo a festa? — perguntei.

— Sim, está bem legal, mas vim mesmo para te dar os parabéns e te ver — respondeu Anne fazendo carinho no meu braço e sorrindo.

— Fico feliz em te ver, faz tempo que não nos falamos.

— Pois é…

— O que tem feito nesse tempo?

— Ah, nada demais, eu terminei com o Guto como te disse e depois não fiz nada demais, só aprendi a surfar.

— Você surfando? Não conseguiria imaginar isso, naquela vez que fomos a praia você mal entrou na água…

— Ah, me ensinaram bem, tive um bom professor, perdi o medo do mar, sabe?

— Uhum.

— Você nunca mais falou comigo, senti sua falta...

— Eu tinha que te esquecer, te superar.

— E conseguiu?

— Vamos ser sinceros... a gente nunca daria certo

— Porque diz isso?

— Ah, você com o Guto, era melhor deixar para lá, então eu deixei, mas fico feliz que possamos ser amigos agora.

— Sim, com certeza… Amigos... Mas e você? Novidades?

— Oi! — disse a Bibi chegando e colocando seus braços em volta do meu.

— Oi, Bibs — exclamei com sua chegada. — Bibi essa é a Anne, Anne essa é a Bibi.

Vi que Sony e Carol olhavam para nós três e consegui ver que a cara deles era de “ferrou”, mas não ia acontecer nada demais ali.

As duas se cumprimentaram.

— Você não me falou que estava namorando, Rique…

— Ah, nós não estamos namorando ainda, estamos saindo a pouco tempo.

— É, estamos saindo a um mês, nada demais, estamos indo com calma… Mas já estamos quase nisso.— respondeu Bibi apressada.

— Legal… enfim, foi legal te ver… — respondeu Anne me abraçando, senti saudades daquele perfume — Feliz aniversário.

— Obrigado.

Anne se afastou.

— Tá, quem é essa daí? — perguntou Bibi brava,

— O que? Vai começar com isso de novo? — perguntei.

— Você acha que eu não notei ela te comendo com os olhos?

— Ela me comendo com os olhos? Não, isso não aconteceria... Tem certeza? Não… nada haver...

— Henrique…

— Ok. Se lembra da garota que eu te contei?

— Hm… Que garota…?

— A que veio antes de você. Então, a Anne é ela.

— Não acredito que você convidou essa garota para o seu aniversário, ela te faz de palhaço e você traz ela para o seu aniversário?

— Não foi bem assim, não é culpa dela. Ela não sabia o que queria. Não sou de guardar mágoas…

— Você é muito inocente, sabia?

— É o meu charme — respondi sorrindo para a Bibi.

— Bobo… — respondeu ela me beijando.

Toda vez que uma garota te chama de bobo rindo, é porque venceu a discussão. Um “bobo” pode ser um equivalente ao “é por isso que eu te amo”. Anote essa dica também, pode te ajudar no futuro.

A festa acabou, eu arrumei todas as coisas e sujeira que todo mundo tinha feito sozinho, enquanto eu acabava de guardar as coisas o telefone toca.

— Alô?

— Rique, oi…

— Anne?

— Oi, você pode vir aqui?

— Ahn? Não, eu tenho que acabar de arrumar as coisas aqui. Desculpa.

— Rique, por favor.

— Anne, não dá.

— Você merece coisa melhor.

— O que?

— Aquela garota, você merece coisa melhor.

— O que seria coisa melhor? Você?

Ela ficou em silêncio.

Eu nunca tinha conseguido ser grosso com alguém na minha vida antes e isso me frustrava, eu sempre era educado e gentil, mesmo com quem não merecia, na hora eu fiquei feliz de falar o que eu pensava, mas depois, eu me senti mal por ter dito coisas tão horríveis.

— Olha, eu cansei de ficar te esperando, como dizem “ a fila anda”. Mas veja pelo lado bom, isso não é o fim do mundo, nada é pra sempre e muito menos por acaso, você pode voltar agora para o Guto né? É o que você sempre faz. O cara que é o amor da tua vida, mas já tentou pegar tua melhor amiga, aquele cara é um cuzão! Mas ele é o cara né? Mesmo todo mundo dizendo pra ti terminar com ele, você continuava. Vocês brigavam toda a semana e quem juntava os cacos era eu, quem te ajudava a te reerguer era eu. Eu só queria te dizer que eu desisti e é pra sempre, você fez tudo pra merecer ficar com aquele idiota pra sempre. Vocês se merecem!

Anne ficou em silêncio e eu também.

Por um segundo senti orgulho de dizer tudo que sentia, mas o remorso me pegou logo em seguida.

— Anne… me desculpa, eu não queria ter dito tudo isso. Você é uma garota muito legal e não merece sofrer não, me desculpa.

— Tudo bem…

— Não, desculpa.

— Relaxa, Rique.

— Ok, você queria que eu fosse aí né? Eu vou, é o minimo que posso fazer. Eu tô indo, ok? Até daqui a pouco.

Larguei as coisas e fui até a casa da Anne, em menos de dez minutos estava lá, a porta estava semiaberta, então entrei dentro da casa.

— Anne?

— Aqui… no meu quarto…

Fui entrando devagar até que entrei no quarto da Anne, eu queria poder descrevê-lo para vocês, mas só consegui prestar atenção em uma coisa deitada em cima da sua cama, usando uma lingerie preta, estava Anne e ela chamava por mim.


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