Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 64
Capítulo 54 - Acidente de trânsito


Notas iniciais do capítulo

O capítulo acabou ficando um pouco curto, mas prefiro que ele fique curto do que eu fique enchendo linguiça para ele ficar maior, sinto que estaria enganando vocês fazendo isso e eu realmente não quero enganar vocês.

Eu já terminei de escrever toda a Não Leia, calma que ainda vai demorar um pouco para vocês lerem tudo então segurem esse sentimento de luto XD

A boa noticia é que eu estou reescrevendo a história, para cobrir alguns furos e melhorá-la antes de ir procurar editoras para possivelmente ela virar um livro.

Quem tiver interesse em ler, eu vou estar postando um capítulo novo por dia.
Aqui está o link:
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Alcancei o ônibus e liguei novamente para o Eduardo.

— Alô…

— Eu tô no carro, do lado do teu ônibus.

— O que? O que tá fazendo aqui, Henri?

— Te tirando dessa loucura. Você vai descer desse ônibus e vai vir comigo para a formatura, entendeu? Vamos reconquistar a Carol para você.

— Henri, deixa pra lá…

— Não, não se deixa pra lá o amor! Você pode até ter se esquecido disso mas eu não esqueci por você, então ou você desce, ou eu vou fazer você descer…

— Cara, deixa, a gente já tentou de tudo e não deu certo, vai pra casa que eu vou voltar pra minha…

— Ok, então.

De acordo com o cara de turbante a história terminaria em dez horas, eu não podia morrer antes da história acabar, então embora meu plano me parecesse ousado ainda me parecia muito certo. Acelerei o carro, passei o ônibus, meti meu carro na frente dele e causei um acidente.

Sabe uma coisa que eu notei? O carinha de turbante me encheu de regras bestas que ele deixou bem claro que eu não precisava seguir, então eu decidi mostrar que sou eu que estou no controle, mostrar quem é que manda e como eu fiz isso? Jogando meu carro na frente do ônibus do carinha de óculos. Para olhos destreinados isso pode parecer um plano bem estúpido, mas a verdade no fim é que sim, foi um plano bem estúpido.

Não sei se era algo assim que vocês esperavam, mas eu queria virar a mesa, não tinha como alguém me parar, não tinha como alguém me segurar. Era eu fazendo uma loucura para poder fazer a coisa certa logo em seguida.

Eu podia sentir meu coração bater depressa, um lado meu ainda tinha medo do que eu estava fazendo, mas nada disso importava, eu só pensava em duas coisas, em resolver todos os problemas que eu estava envolvido e na garota que eu estava apaixonado.

E assim eu meti meu carro na frente do ônibus que o Eduardo estava.

Acidentes são uma coisa estranha, você está lá, dentro do seu carro, quando sente uma batida, as coisas giram, mudam totalmente da ordem natural e boom! De repente tudo acaba.

Ok, não tenho como fazer mais essa pegadinha com vocês como se eu tivesse morrendo, vocês não vão cair e eu não vou desafiar a inteligência de nenhum de vocês.

Não morri, sobrevivi e fiquei sem nenhum arranhão, como eu imaginava, eu não morreria agora. Meu carro em compensação ficou totalmente destruído e junto com ele a frente do ônibus que o Eduardo estava.

Eu não podia deixar o Eduardo ir embora, ele e a Carol foram feitos um para o outro e era minha culpa eles não estarem juntos, poderia se dizer que era culpa do Eduardo também, mas ele ficou apaixonado no pela Renata, e a Renata era eu, sério não podemos culpar ninguém por se apaixonar por mim, nem mesmo enquanto garota.

Eu não queria deixar nenhuma ponta solta na história, ainda mais essa, a felicidade da Carol era muito mais importante do que a minha. Eles tinham que ficar juntos e eu iria fazer tudo que eu pudesse para que isso acontecesse.

— Que merda que você fez aqui, garoto… — me disse o motorista descendo o ônibus e vindo olhar o estrago no meu carro e no ônibus.

— Aqui está o número do seguro do carro — respondi escrevendo o número em um papel. — É só ligar, eu assumo toda responsabilidade.

Entrei dentro do ônibus correndo e procurei pelo carinha de óculos.

— Aí está você -falei me aproximando dele — vamos?

— Você tá maluco? Você causou um acidente!

— E vou causar outro se você não vier comigo! Vem!

— Henri, ela não me quer de volta.

— Ela quer sim, ela só finge que não quer. Você parece que nem namorou com ela já, cara! A Carol é cabeça dura e gosta de se fingir de durona, mas ela ainda é apaixonada por ti, tenho certeza. Agora você tem duas opções: Ou você vem comigo ou eu te faço vir comigo. Não desista da Carol, não desista da sua felicidade!

— Dá pra ser feliz sem a Carol…

— Dá?

— Talvez dê, daqui um tempo eu posso acabar esquecendo ela, encontrando outra garota, sei lá. Minha felicidade não pode estar presa a uma garota só.

— Então vai desistir assim?

— E se der errado, Henri?

— E se der certo? Melhor errar amando do que acertar desistindo. Daqui a dez anos você pode lembrar desse dia como o dia que você tentou dando certo ou errado, não importa, ou lembrar como o dia que você desistiu e olha, eu acho muito pior desistir, porque você nunca descobre se tivesse tentado como seria... E ficar com essa dúvida na cabeça deve ser um inferno.

Eduardo pensou por um instante e confirmou com a cabeça.

— Ok, Henri, mas é a última vez que eu irei tentar…

— É a última que você vai precisar, amigo. Vamos pegar um ônibus para a cidade agora, temos que ir para a formatura.

Saímos dali e pegamos o primeiro ônibus que passou.

— Não se preocupe que dessa vez, não tem como dar errado. — disse eu me sentando na janela e vendo o carinha de óculos sentar ao meu lado.

— Como assim? — me perguntou ele.

— Você já viu dez coisas que odeio em você?

— Faz bastante tempo que vi. O que tem?

— É um dos filmes favoritos da Carol, nele tem uma cena que o personagem principal canta You’re Just too good to be true para a garota e é isso mesmo que você vai fazer.

— Peraí, Henri, eu não sei cantar, eu nem sei como é essa cena, isso vai dar mais uma vez errado…

— Não vai, confia em mim…

— Ah… sei lá. Você disse a mesma coisa na vez do cavalo...

— Aquilo lá foi bobeira. Quando você reconquistar a Carol, você vai me agradecer, apenas confia...

Eduardo ficou apenas em silêncio pensando. Eu adorava como ele acatava minhas decisões e fazia sempre o que eu dizia.

— Agora porque estamos indo tão devagar? Assim vamos chegar atrasados! Peraí — me levantei e fui até o motorista.

— Ei, porque estamos indo tão devagar?

— É a velocidade da pista. — me respondeu rispidamente o motorista.

— Ah, não é não… você está a sessenta por hora e a velocidade daqui á cem por hora.

— Olha, cara, vai se sentar no seu lugar e me deixa fazer meu trabalho. — respondeu o motorista.

— Nós estamos indo para uma formatura, se demorarmos demais vamos nos atrasar… — tentou explicar Eduardo ao motorista.

— O problema não é meu… — retrucou.

— Deixa, Henri, vamos sentar… — me disse Eduardo me puxando, eu quase aceitei, mas achei aquilo muito errado.

— Não, espera. Esse cara aqui do meu lado é um babaca, ele é apaixonado pela garota desde que eu me conheço por gente, ele foi fiel, ele a amou sempre e sempre se esforçou para a faze-la a mais feliz possível, mas ele errou uma vez, uma única vez, mas foi o suficiente para ela acreditar que ele não a amava mais, por isso ele precisa chegar logo lá, ele não pode perder essa chance que pode ser a última de ele reconquistar a garota da sua vida. Sabe, eu sou um desastre, eu sempre fiz as coisas erradas, eu mereço me ferrar, mas ele? Ele sempre foi o certinho, ele merece essa chance… Você nunca amou? Nunca sentiu uma vontade maluca de estar perto de alguém e nunca mais sair de lá?

— Claro — me respondeu o motorista. — eu sou casado.

— Então você devia de ajudar o meu amigo.

O motorista suspirou.

— Ok, garoto, sentem-se, vou ajudar vocês, mas é melhor que ele reconquiste mesmo essa garota.

— Vai sim, pode ter certeza!

Voltamos a nos sentar, eu estava animado, tudo estava dando muito certo, eu estava confiante de que iria conseguir resolver as coisas entre o Eduardo e a Carol, ainda restavam nove horas para que essa história acabe.

— Viu, carinha de óculos! Eu sabia que tudo ia se resolver, daqui a pouco vamos chegar na formatura e você poderá reconquistar a Carol.

Eduardo me olhava com uma cara abismada.

— O que foi, cara? Porque tá me olhando assim? — foi quando notei minha voz, olhei para a rua e já estava de noite, olhei meu reflexo na janela do ônibus e eu era a Renata. — Oh, merda...


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