Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 55
Passado 6 - Clichê


Notas iniciais do capítulo

Como alguns podem ter notado, mudei a capa da história. Porque? Bem, eu sou péssimo com filmes e novidades dessas coisas, sou antiquado e a maioria dos filme que amo já tem mais de uma década então tinham atores naquela imagem antiga que são super famosos e bem, eu não sabia.

Não acho legal pegar atores famosos para fazer a capa. Nenhum filme é assim, nenhuma história é feita com apenas atores famosos e eu acho que se eu fosse fazer um dreamcast com toda certeza não escolheria os famosões, iria preferir no máximo colocar um ator famoso, ou talvez participações especiais, como atores para fazer o cara de turbante.

Então escolhi três atores para fazer os novos papéis de Henri, Renata e Dhébora. Eles são Jamie Bell (Henri), Kira Kosarin (Dhébora) e Emily Rudd, da qual sou apaixonado, como Renata, foi a única atriz que não consegui trocar, ela é muito perfeita para a ideia que tenho da Renata.

Espero que tenham gostado, era assim que vocês os imaginavam? Se não, como vocês os vêem? Me digam nos comentários :D



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Normalmente o que acontece com as pessoas que se apaixonam são duas coisas. ela é correspondida e eles começam a sair ou ela não é correspondida e tem que seguir sua vida.

O meu caso eu estava no meio termo, eu sentia que era correspondido, sentia que a Anne queria ficar comigo também, porém ela tinha um namorado, um ser detestável que a prendia com ele, ela queria estar comigo, quem não deixava era ele, era assim que eu pensava.

Por várias vezes, Anne chorou no meu ombro, por várias vezes zombaram da minha cara. Apelidos como garçom e arroz eram os clássicos, provavelmente vocês conhecem eles, não? Garçom, o que leva pros outros comerem e arroz, aquele que só acompanha. Bando de idiotas…

A Anne não era qualquer garota, não era uma para dar uns beijos e seguir sua vida, ela era minha vida, mesmo que não soubesse ainda.

Eu as vezes queria me afastar dela, confesso, mas não sabia como mesmo que meu cérebro dissesse que sim, meu coração dizia que não.

As vezes eu pensava que como na história em quadrinhos do Scott Pilgrim versus o Mundo, Anne estava com um chip implantado na cabeça pelo Guto para fazer ela voltar com ele, assim como a Ramona tinha.

A Carol e o Sony não aguentavam mais a Anne, eles não a viam como eu via, entendiam tudo errado, viam como se ela estivesse me enrolando, eu não acho que era isso, ela era a vitima da situação, assim como eu, ela não sabia o que queria, ela não sabia que eu era o cara certo para ela. E tudo bem ela não saber o que ela quer.

Mais uma vez, Anne e Guto brigaram, dessa vez pareceu uma briga mais séria, demorou uns três dias e eles ainda não tinham voltado, Anne me chamou para ir ao shopping com ela e eu acabei aceitando, não sabia mais o que esperar desses encontros, esperava ela na Starbucks tomando um café.

Anne estava linda, usava uma camiseta branca com uma jaqueta curta preta, completava com uma saia também preta, seu cabelo estava preso com um coque frouxo. Era engraçado, porque eu estava com uma camiseta qualquer e uma calça jeans.

Ela veio até mim, sentou-se do meu lado e me deu um beijo na bochecha.

– Oi Rique.

– Oi Anne, tudo bem com você?

– Normal e com você?

– Tudo bem. Então… vocês brigaram de novo? - perguntei.

– Não quero falar disso, ou melhor, não vim aqui pra falar disso.

– É? Veio aqui pra falar de que?

– Vim aqui para ficar com você, Rique. Aproveitar sua companhia.

Nesse momento Anne colocou a sua mão sobre a minha e eu gelei e prendi fogo ao mesmo tempo, não conseguia nem me mexer direito, sentia meu corpo todo tremendo, mas sabia que eu estava normal por fora. Anne sorria para mim, de um jeito que eu nunca a vi sorrir antes.

Ela deitou sua cabeça no meu ombro e falou no meu ouvido.

– Você sabe o que é amor?

– Como assim?

– O que você entende por amor?

– Eu… eu não sei…

– Calma, vou te explicar. Amor pra mim é uma pessoa não te abandonar, é uma pessoa te proteger, te colocar a frente de tudo de todos. Fazer você esquecer de tudo e de todos, fazer você esquecer dos problemas e só pensar nela.

– Não… - discordei.

– Não?

– Eu acho… melhor, eu penso que é outra coisa, amor é lembrar, não esquecer.

– Como assim?

– Sabe quando você come uma comida muito gostosa, ou vê um filme que você gosta, ou ouve uma música legal, ou quando você vê um lindo pôr do sol e na hora lembra de alguém? Não de alguém, mas daquela pessoa, aquela pessoa especial, isso é amor.

– Não entendi, Rique…

– Tipo, isso é amor porque todas essas coisas são boas, mas só seriam boas de verdade se fossem compartilhadas essa pessoa, por isso que tiramos fotos do por do sol, ou queremos levar pessoas em restaurantes que gostamos, porque queremos dividir aquele momento com as pessoas que amamos, isso é amor.

– Que bonito…

Eu não falei nada, não sabia o que falar.

– Rique…

– Oi…

Nesse momento Anne me beijou, normalmente quando eu via em livros e filmes os beijos sempre me pareciam estranhos, a descrição era sempre algo como “nossas línguas travavam uma guerra sem vencedores” ou qualquer coisa desse tipo, eu quando senti a boca dela com a minha entendi e senti outra coisa.

Para mim o beijo, não era sobre línguas, ou sobre bocas ou qualquer coisa desse tipo que você queria dizer, isso era apenas a parte física, o beijo vinha da alma, eram duas almas juntas em harmonia, entrelaçadas naquele momento que dura segundos, mas que para essas duas almas vai durar para sempre.

E era assim que eu me sentia, finalmente eu estava com a Anne, finalmente tudo daria certo, como nos filmes, essa era a hora que os créditos subiam, que todos ficavam aliviados com o casal principal ficar junto, que todos ficavam felizes por saber que eles tinham um amor perfeito e infinito, mas uma coisa que aprendi é que a vida não tem créditos, a vida não escurece e você fica aliviado sabendo que depois daquilo vai ficar tudo bem, talvez a morte seja assim, mas ninguém pensa na morte como uma coisa boa, não é mesmo?

Não tinha letras e nem nomes para subir no fim daquela tarde com a Anne, mas foi uma ótima tarde, passeamos juntos, andamos de mãos dadas nos beijos, parece tudo bom de mais para ser verdade.

Era tudo bom de mais para ser verdade.

No outro dia, Anne já tinha voltado para o Guto, no outro dia, eu voltei a ser um nada.

Eu tinha que falar com ela, tinha que dizer tudo que eu estava pensando, tudo que eu estava sentindo, ela tinha que saber que nunca mais poderia me usar, que eu não continuaria sendo alguém que está esperando por ela, eu acho que finalmente entendi que a Carol e o Sony estavam certos, já era hora de desistir da Anne, isso nunca iria mudar.

– Você pode estar na dúvida se é bom a gente ficar juntos, então tentar um pouco e ver se vale a pena é totalmente aceitável e se você não gostar pode voltar pro Guto, voltar a sua vida normal…

– O que? Do que você tá falando, Rique?

– Você nunca notou como eu fiquei caidinho por ti? Eu nunca tinha me apaixonado assim antes. É sempre assim, você briga com aquele cara, vem correndo para os meus braços chorando, eu fico com você até você melhorar e quem fica triste no final sou eu. Só que essa foi a última vez, eu não vou mais correr atrás de você, eu não vou aceitar ser o cara em segundo plano, quando você brigar com esse otário, você vai ficar sozinha, vai chorar sozinha e vai ter que ficar sozinha, porque não vai ter eu.

– Rique…

– Rique não! Meu nome é Henrique e eu odeio que você me chame assim, eu só deixo porque eu te amo e queria te agradar, o que eu mais queria fazer é te agradar… Quando paro para pensar em tudo que eu fiz para tentar fazer você gostar de mim de volta… cara… Você pode tentar inventar a desculpa para as suas escolhas, você pode até não me querer de volta, mas um dia, e isso eu tenho certeza, você vai se arrepender e chorando você vai sentir saudades de um cara, mas não de um cara qualquer, não de um que você não quis nada, um dia quando você estiver totalmente sozinha você vai sentir saudades do cara que nunca te fez chorar.

Isso era o que eu devia ter dito para a Anne, isso era o que eu queria ter dito para a Anne, mas eu não disse nada, eu não fiz nada, eu apenas aceitei, aceitei tudo, todas as coisas ruins e as coisas boas, guardei tudo para mim em um lugar que ninguém pudesse mexer e segui minha vida, uma vida bem ruim, uma vida sem a Anne.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi bem dificil de escrever e não acho que consegui passar o que realmente queria com ele, quando for reescreve-lo vou me esforçar mais, a ideia era causar um certo estranhamento, algo que parecesse bom e ruim ao mesmo tempo, algo como os clichês das histórias de amor perfeito, não acho que consegui chegar nisso...



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