Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 53
Passado 5 - No Mesmo Lugar


Notas iniciais do capítulo

Escrevi esse capítulo no dia 14 e ele está indo ao ar no dia 19, é acho que eu estou um pouco a frente, detalhe, o próximo eu escrevi antes desse e o próximo vai ser bem, hm... como posso dizer, não sei se sombrio é a palavra, talvez amargurado? Me digam o que acharam quando chegarem nele.

Queria agradecer a Dremer pela recomendação linda que ela escreveu, muito obrigado



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Ok, eu já sabia que depois daquele dia na festa na praia nada mais entre eu e a Anne seria igual, eu não sabia se as coisas estavam erradas ou certas, eu só sabia que estavam diferentes.

Eu levei a Anne pra casa e eu estava mais nervoso do que nunca.

— O que foi que você está assim? — ela me perguntou rindo

— Nada, nada…

Anne riu mais.

— Porque tá rindo? — perguntei um tanto apreensivo.

— Seu jeito…

— O que tem meu jeito?

— É fofo…bem, eu vou entrar então… — me disse ela mexendo nas chaves, eu não sabia o que fazer.

— Então, tchau — disse sorrindo, Anne me olhou assustada por um instante mas logo após me sorriu docemente.

— Você é tão fofo, Rique… inocentezinho, gosto disso em você. Depois a gente conversa, ok? Eu tenho o seu número e você o meu.

Eu nem falei nada, não consegui e ela saiu do carro e eu fiquei lá, sentado, sozinho no carro, tentando imaginar se eu devia de ter feito alguma coisa diferente, obviamente não cheguei a conclusão nenhuma.

Mas foi ela ir embora que tudo ficou sem graça, vocês já sabem que eu estou apaixonado pela Anne, não tenho como negar isso, é a verdade absoluta da minha vida, a minha vida inteira me senti completo, mas não estava e só descobri isso quando conheci a Anne, o pedaço que faltava em mim, achei nela e me sinto sortudo porque sei que agora é minha chance de conseguir ficar com ela, de chamar ela de minha.

Cheguei em casa, abri a porta e fui para o meu quarto, meu pai não estava em casa e minha mãe dormindo, tudo no meu quarto estava do jeito que eu deixei quando sai, mas parecia que faltava alguma coisa lá, liguei a luz e me deitei na minha cama.

Que saudade da Anne, que saudade daquele jeito dela de sorrir, ainda pensava naquele abraço que ela me deu, que vontade de abraça-la pelo resto da vida.

Ah Anne, se ela quisesse um mundo novo eu ofereceria o meu de bom grado, se bem que não adiantaria, porque o meu mundo já se tornou totalmente ela.

Fui dormir, mas quem disse que eu conseguia? Só ficava pensando nela, em como foi aquela noite, em cada detalhe e em como eu queria ver ela novamente.

No outro dia fui para a escola, bastante esperançoso, estava louco para encontrar com Anne, falar com ela, quem sabe, se tivesse sorte, abraçar ela de novo.

Mas o que vi ao chegar na escola foi um balde de água fria, na porta da escola quando eu estava chegando, ok, não vou mentir para vocês, eu não estava chegando, eu ficava indo e voltando para fingir que estava chegando quando a Anne aparecesse, mas quando ela apareceu, ela não estava sozinha.

Anne chegou descendo da moto daquele detestável do Guto, ao me ver ele fez cara de mal e eu fiquei boquiaberto, sem saber como reagir, porque ela estava andando com aquele idiota novamente? Ele largou ela na frente do colégio e foi embora, então me aproximei para falar com ela.

— Anne?

— Oi Rique, tudo bem?

— Porque você tá andando com esse cara de novo? Ele não tinha paquerado a sua melhor amiga?

— Ah, ele me pediu desculpas, disse que foi um mal entendido, eu acabei perdoando ele…

Eu novamente fiquei reação, então eles voltaram, a minha chance com a Anne foi ralo abaixo, aprender a dirigir, levar ela para a festa, não serviu de nada, senti vontade de chorar, mas me segurei para que isso não acontecesse. Anne entrou para o colégio e eu continuei lá sem saber o que fazer.

Sony apareceu e foi com ele que acabei dizendo o que estava acontecendo.

— Oi, carinha — disse ele me abraçando.

— Oi, Sony…

— Vish, porque tá com essa cara?

— A Anne voltou pro namorado dela.

— Aquele que tinha paquerado a ex dela? Como assim?

— Ele contou uma história qualquer e ela acreditou, ela é muito inocente, acredita nas pessoas e daí acaba sendo enganada por um crápula desses!

— Calma, Henrique, tipo, se você realmente gosta dessa garota, talvez você consiga conquistar ela no futuro.

— Ah claro, tudo bem! Ele tem moto, ele deve ter uns 18 anos, ele é o cara e eu sou só mais um, um idiota que só faz babar por ela…

— Ele é um cara que nunca está por perto.

— Mas que ela insiste em ficar junto.

— Todo mundo já disse pra ela largar esse cara de mão.

— Mas não importa, Sony, se ela não quer, eles vão ficar juntos pra sempre. Eu não sei o que eu faço, eu não consigo parar de pensar nessa garota. Argh!

— Talvez você devesse tentar, se ela realmente vai ficar com esse cara, você deveria de tentar esquecer, eu tenho uma amiga que eu acho que tem tudo haver com você, se quiser eu posso te apresentar ela.

— Sony... Você parece que nunca viu os filmes que a gente tanto viu né? O mocinho sempre acaba com a mocinha no fim, e eu sinto que nessa história eu e ela somos os mocinhos.

— Henrique… cara, se isso é realmente uma história, posso te garantir, nós não somos os protagonistas, somos tipo os figurantes dos figurantes.

— Eu discordo e vou te provar, eu ainda vou conquistar a Anne…

— Ok, ok…

Eu passei aquele dia inteiro pensando na Anne, durante a aula, durante a tarde, durante a noite até a hora que eu dormi, mas no meio da madrugada meu telefone tocou, eu acordei atordoado, olhei para o relógio e já eram quatro horas da manhã, no visor mostrava, a Anne estava me ligando.

— Alô? — falei ainda meio tonto.

— Rique? — disse a voz doce do outro lado da linha que parecia um tanto chorosa.

— Anne? O que houve? — no momento que vi que ela estava chorando o sono todo desapareceu e eu me concentrei totalmente nela.

— Eu briguei com o Guto de novo.

Será que aquele filha da mãe arrumou alguma coisa pra brigar com ela? Ou então cantou outra vez uma amiga dela? Tadinha, ela já não deve mais saber o que fazer, deve estar desnorteada.

— São quatro da manhã, isso aconteceu agora?

— Sim…

— É que achei estranho você ligar para mim, normalmente ligam para as amigas mais próximas…

— Prefiro falar com você, você me trata tão bem…

— Ok… — a minha vontade era dizer para ela largar aquele cara e ficar comigo, mas acho que o certo naquele momento era consola-la. — Tenta não chorar, ok? Isso não vai melhorar as coisas. Tem vezes que a gente tenta de tudo para a situação melhorar e não tem como.

Ela nem respondia, apenas ficava quieta chorando.

— Onde você tá? Quer que eu vá pra aí?

— Eu tô em casa, você sabe chegar aqui? Não é perigoso?

— Sei, tô indo pra aí!

Era perigoso sim, mas não queria deixar ela sozinha numa situação dessas.

Fui para lá e passei a noite inteira tentando consolar a Anne

A verdade é que a Anne era como uma princesa que precisava de proteção, ela só quer ficar com alguém que a trate bem de verdade, ela me falou dos problemas que tinha com seu namorado, como ele fazia coisas que a machucava, por volta de umas seis da manhã ela ficou melhor, no outro dia de aula ela não foi, eu fui parecendo um zumbi, mas estava feliz em saber que a deixei melhor, mas como algo que se tornou recorrente depois, não durou um dia a briga e a Anne e o Guto já estavam namorando novamente.

Depois de algumas vezes que isso aconteceu, eu entendi porque ela me ligava, ela ligava porque suas amigas não aguentavam mais ouvir sobre as brigas com o Guto, ninguém mais aguentava ouvir de novo ela chorar só eu, apenas eu.

A Anne mostrava que o que eu entendia de garotas estava completamente errado, todas as noites antes de dormir eu ficava pensando o que ela estava fazendo, se estava bem ou se tinha brigado com aquele detestável, eu decorava frases de efeito de filmes e livros para poder usar com ela quando fosse aquela hora certa, a hora de dizer para ela o que ela sempre quis ouvir de alguém, eu não conseguiria viver sem ela e é por isso que eu insistia tanto em ficar com ela.

E talvez seja por isso que eu nunca entendi quando ela voltava com o Guto, porque quanto mais merda ele fazia parecia que mais ela corria atrás e enquanto isso acontecia eu ficava lá esperando ela no mesmo lugar.

Quantas noites ela perdeu sofrendo por nada? Quantas noites ela perdeu chorando por nada? E todas essas noites eu estava lá, sem medir esforços para vê-la sorrir, as vezes eu ficava com ela até ela dormir e cara, ela lindo ver a Anne dormir, mas no fim, inevitávelmente, ela voltava a namorar com aquele cara e eu continuava no mesmo lugar, esperando eles brigarem novamente, um completo ciclo vicioso que começou a irritar todos a minha volta, menos a mim.


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