Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 5
Capítulo 5 - Se você não pode vencê-la...


Notas iniciais do capítulo

Eu fiquei bem na dúvida de como ia fazer, tinha escrito mais de 3000 palavras para o próximo capítulo e realmente estava na dúvida de postar tudo de uma vez só ou dividir em dois, acabei decidindo por dividir em dois, eu ia postar esse amanhã, mas sei como os dois dias 31/12 e 01/01 são corridos, então decidi postar hoje mesmo, o próximo só deve vir lá no dia 02/01, embora ele já esteja escrito e bonitinho aqui, é o episódio um dos episódios que eu mais aguardo pois ele será o último antes da descida da montanha russa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/576014/chapter/5

Nem sei como começar escrevendo hoje, confesso que aquele dia foi pesado pra mim, eu em pouco tempo tentei ficar com duas meninas e as duas disseram não, para logo depois eu descobrir que as duas estavam se pegando, pior ainda, descobri que a Dhé tinha o mesmo esporte que eu: pegar mulher e ela era boa nisso, quase tão boa quanto eu… em mais ou menos um mês na escola elaz já tinha ficado com quase tantas garotas quanto eu esse ano, ok, eu levei mais alguns foras nos próximos dias por causa dela, o que a ajudou a igualar um tantos os números, toda vez que eu chegava em uma menina, a Dhé já tinha chego antes e isso me irritava pra caramba e cada vez mais eu sabia, só tinha um jeito de tudo isso mudar, para eu poder superar tudo isso, eu tinha que ficar com a Dhébora, mas cada vez estava mais difícil de eu pegar qualquer menina, imagina uma lésbica!

Porque estava tão dificil? Eu tinha perdido muito da confiança que eu tinha antes, tinha perdido o jeito que eu falava com as mulheres e cada vez que eu me aproximava de uma, eu imaginava que ela já estava ficando com a Dhé ou estava sonhando em ficar de novo, em muitos casos era verdade, eu me sentia fraco e despreparado para conseguir conquistar uma garota novamente e sabe aquela coisa de que cães conseguem farejar o seu medo? Mulheres também, se você chega sem confiança e com medo, elas vão sentir e você não vai conseguir nada.

Por todo esse estresse comecei a dormir pouco e a ficar muito irritado o tempo inteiro, me irritava por coisas bem pequenas e passava o dia inteiro de cara fechada. A Carol como boa amiga que é, passava o tempo inteiro me zuando.

Naquele dia, eu estava quieto, de cara mais que fechada copiando a matéria no quadro negro escrita pelo professor, isso é para você ver o quão bravo eu estava, eu prestava atenção na aula e copiava tudinho, só parava as vezes para fazer desenhos de palitinhos da Dhébora enforcada, mas fora isso eu copiava tudo sem nem pensar duas vezes. Será que eu estava me tornando um CDF? Nossa só de pensar nisso me dá um calafrio…

Um celular começa a tocar, conhecia a música que era o toque do telefone, era "A Garota dos Meus Sonhos" da banda Área Restrita, como não era o meu toque, eu apenas ignorei:

“Eu não aguento, isso é um crime

Pois a garota dos meus sonhos joga no meu time

O que que eu faço? Então não deu

Se essa garota pega muito mais mulher que eu…”

Ouço uma risada baixinha atrás de mim e logo em seguida um cutuco no ombro, é a Carol rindo bastante pra mim, ela me diz:

– Hen, não vai atender seu telefone...?

Eu olho pra minha mochila com aquela luz piscando e a música vindo de lá, uma música que fala de um cara que se apaixona por uma lésbica que não quer nada com ele… entenderam a brincadeira sem graça? Pois é, assim como vocês eu não achei graça nenhuma, Carol trocou a música do meu celular somente para me sacanear, provavelmente era ela mesma que estava me ligando naquele momento, peguei o telefone, tirei a bateria e olhei com uma cara de MUITO irritado para Carol que continuava rindo, ela se aproveitava que eu nunca conseguia ficar bravo com ela por muito tempo para me irritar o tempo inteiro, normalmente ela não consegui, mas com o caso da Dhé a história era diferente, parecia que tudo que eu tinha havia desaparecido, tudo que eu construí, tudo que eu batalhei, foi roubado por aquela mulher, ela chegou e tirou tudo de mim, eu a odiava e a adorava ao mesmo tempo, tudo pra ela parecia tão mais fácil, tão mais simples, parecia que era só ela chegar e dizer oi que as garotas já queriam ficar com ela, não que eu as culpe, toda vez que ela me dava oi eu pensava a mesma coisa, mas tinha de haver algo, eu tinha de descobrir o que era e daí eu tomei a decisão que vai mudar totalmente o rumo dessa história, eu precisava me tornar amigo da Dhé e ver o que ela fazia.

Naquele dia durante o recreio fiz minha terceira aproximação da Dhébora, dessa vez estava mais confiante pois sabia que ela não diria não para uma amizade, então não havia como errar.

Me aproximei confiante, era engraçado porque mesmo depois de todo esse tempo ela ainda não tinha amigos na escola, ela estava sentada em sua classe, quase deitada com a cabeça na janela, as pernas novamente por cima da cadeira, ela estava com um chapéu preto, cara, se eu visse qualquer pessoa usando um chapéu, eu acharia muito ridículo, mas a Dhébora era tão… Dhébora, que ela podia usar um chapéu. Ela usava uma blusa preta com pequenas bolinhas brancas, seus braços estavam de fora então a tatuagem do gatinho ainda era possível ser vista um pouco abaixo da manga da blusa, ela usava um short jeans bem curto para deixar amostra o meu dhélirio, as belas pernas de Dhébora, nos pés novamente uma bota curta fechada com uma fivela, não sei do que era feita aquela bota, não parecia couro, desculpa, mas não entendo dessas coisas, vocês não podem me culpar… ela olhava para o teto enquanto fazia um gesto como se estivesse fumando um cigarro imaginário e na outra mão segurava uma garrafa bem gelada de Coca-Cola, dava para saber pelas gotinhas de “suor” que escorriam da garrafa de vidro.

– Atrapalho? - perguntei me aproximando, Dhé se ajeitou na cadeira, parecia que estava em um outro mundo, ela olhou para mim com uma mistura de sorriso com pena, por isso já me expliquei - Amigos, se lembra?

Ela sorriu, acho que pela primeira vez ela sorriu sinceramente pra mim e aquilo me derreteu por dentro. Eu me sentei na frente dela, puxando a cadeira e colocando o encosto no meu peito, por não ter que me preocupar em paquerá-la me sentia muito mais livre para falar o que eu quisesse.

– Você é uma garota que pegou quase tantas garotas quanto eu nessa escola, porque ainda assim você fica sozinha no intervalo.

– Você é um garoto que pegou quase tantas garotas quanto eu nessa escola, porque ainda assim só tem uma amiga nela?

– Bom argumento… mas eu ainda assim venho falar com você no intervalo, logo não tenho só ela de amigo.

– Errado, você vinha falar comigo porque queria me comer, não porque queria conversar comigo.

– Calúnia! Me sinto insultado, Dhébora… como você pode pensar isso de mim? Caluniadora e mentirosa, mentirosa e caluniadora…

Dhébora olhou para mim com uma cara de quem nem finge acreditar no que eu falava, acabei rindo.

– Ok, você me pegou - respondi.

– Mas você não me pegou! - respondeu ela gargalhando na minha cara e me deixando com cara de bunda - Desculpe, não aguentei.

– Nunca entendi porque você não quis nada comigo, sou muito melhor que qualquer uma dessas meninas dessa escola.

– Henri… elas tem coisas que você não tem - disse Dhé apertando os seios, pelo menos me deu uma desculpa para olhar naquela direção - Ei, olhos aqui em cima… - disse ela apontando para os olhos - olha Henri, você é um cara legal, bonito e tudo mais, aposto que todas as menininhas desse colégio se molham para você, mas você sabe porque nunca vai rolar nada entre nós né?

– É contra sua religião, eu sei… olha, não tem problema, eu já vou para o inferno, com toda certeza. Eu te faço companhia lá!

Dhébora riu mais uma vez.

– Baby, eu sou lésbica - disse ela tomando mais um gole da Coca-Cola pelo canudinho - Da fruta que você gosta, eu como até o caroço, chupo na verdade…

– Você fala assim sempre? Tu é pior que eu…

– Não, Henri, eu sou melhor. - me respondeu ela com um sorriso sacana

– Sua diversão é me cortar né? Estou repensando essa história de sermos amigos…

– Calma, calma, vem cá! - disse ela abrindo os braços para um abraço e fechando os olhos.

– Dhébora, fala sério…

– Vem, Henrizito, vem!

Eu me levantei e fui até a aquela garota que era impossível de se negar qualquer coisa e a abracei, citando Charles Baudelaire “Que demônio benévolo é esse que me deixou assim envolto em mistério, em silêncio, em paz e perfumes?”, o perfume de Dhébora era doce eu não conseguia saber o que aquele aroma me lembrava, se era alguma flor ou algo assim, eu só sei que gostei. Seu cabelo era bem liso, os fios eram finos e sedosos, gostei de passar as mãos neles, ela apertava as minhas costas com aquelas mãozinhas femininas e eu conseguia sentir como se ela me puxasse para que eu nunca fosse embora, eu não queria ir… até fechei os olhos, eu entendo essas meninas desse colégio, Dhébora era realmente uma menina para se apaixonar…

Nos soltamos, eu ainda estava maravilhado e ela ria bastante, eu sorri para ela e falei sem pensar algo que fez eu ter que decidir muitas coisas de última hora:

– Quero te convidar para sair. - falei sorrindo, ela me deu um olhar de quem procura entender o que eu falava - como amigos, relaxa… não vou tentar nada, se quiser você pode levar até uma das suas garotas.

Ela me olhou como se estivesse analisando minhas intenções, eu sorria de boca fechada amistosamente para ela enquanto erguia minhas sobrancelhas como se disse “e então?”

– Ok, senhor Henri… mas não preciso deixar nada claro de novo, não é?

– Dhébora, não que eu aceitei muito bem foras - verdade - mas tudo bem se você quer só ser minha amiga, sejamos amigos, não é como se eu quisesse ficar com você só porque você não quis - mentira - estamos de boa, ok?

– Pode me chamar de Dhé, cabeção. Onde vamos?

– Parque de diversões, quero ver você vomitar - falei rindo, porém por um lado essa era minha esperança, se ela vomitasse na minha frente talvez eu perdesse o interesse - tem um parque daqueles itinerantes passando pela cidade, vai ser divertido.

– Quando vamos?

– Hoje.

– Hoje? - ela me perguntou.

– Qual o problema de hoje?

– Nenhum, só achei que você iria querer dar mais tempo.

Eu apenas dei uma piscadela pra ela, me levantei e sai.

– Ei cabeção, você não me disse nem a hora e nem onde nos encontraríamos.

– Às 15 horas, eu passo pra te pegar em casa, me passa seu endereço?

Ok, admito, eu sabia o endereço dela, já havia passado lá algumas vezes… não, eu não fiquei vigiando ela, só dei umas espiadas... não, eu não estou obcecado por essa menina... PARA DE ME OLHAR COM ESSA CARA, SENHOR LEITOR!

– Ok - disse ela pegando um pedaço de folha do seu caderno cortando com as mãos e escrevendo o endereço na folha.

Isso acabou dando mais pano pra manga para Carol que passou o resto da manhã me chamando de Friendzone, mas eu sabia que conhecendo mais sobre a Dhé, eu descobriria o seu ponto fraco e a faria querer ficar comigo, eu tinha que fazer isso, ou iria enlouquecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!