Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 4
Capitulo 4 - Essa mulher é o dheabo


Notas iniciais do capítulo

Em breve a história começa realmente a acontecer, ainda estamos apenas no começo.
Como em uma montanha russa, estamos naquela parte que você está subindo antes da queda em alta velocidade... conseguem sentir aquele arrepio na barriga? Eu sim...



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Depois da aula, fui para casa da Carol, eu não entrava pela porta da casa dela, o pai dela não gostava muito de mim, no começo na verdade, era mais tranquilo, mas desde que ele me viu pulando a janela pelado da casa do vizinho, tendo esse mesmo vizinho correndo atrás de mim com uma espingarda porque me pegou com a sua filha que ele achava que era virgem na sua cama, desde essa vez, ele parou de gostar de mim, com medo de que eu fizesse isso com a Carol também.

Ok, a Carol tá me dando tapas aqui para eu contar a verdade, quando isso aconteceu ele não gostou tanto, o problema foi quando ele me viu na mesma situação só que dessa vez era com a filha mais nova do vizinho e dessa vez ela era virgem mesmo...

Então, os pais da Carol não podiam me ver entrando na casa dela, eu gracas as minhas habilidades conseguia entrar escalando a parede da Carol e pular pela janela que sempre estava aberta, exatamente por isso. Nesse dia entrei cedo, ao entrar pulei para dentro e já me joguei na cama com acolchoado laranja de Carol.

Carol era apaixonada por um monstrinho chamado Domo-kun, então seu quarto era tomado por posters e bonecos desse bichinho, isso me ajudava pois era muito fácil de dar presentes para Carol nas datas comemorativas, ela me dava camisinhas na minha, nunca entendi bem o porque...

Além do Domo, ela também adorava a saga Harry Potter, tinha todos os livros, todos os filmes, tudo. Era incrível pois ela sabia coisas de cor como falas e as vezes até falava curiosidades sobre a história, eu sempre prestava atenção pois tem muita guria por aí que adora essa saga, eu acho legal, mas a Carol exagera.

A coisa mais importante no quarto da Carol era o seu computador, não porque ela era uma nerd ou viciada em qualquer tipo de jogos, mas sim porque era por lá que ela falava com Eduardo, ou apenas Dudu, ele era o namorado da Carol, e acreditem ou não eles se conheceram aos 13 anos e se apaixonaram, mas o problema é que o cara mora longe pra caramba, eles começaram a namorar e só foram se ver dois anos depois, dá pra acreditar? Eu não sei como eles fazem isso dar certo, mas eles fazem. O caso é que eles se vêem mais ou menos uma vez a cada 6 meses e ainda assim continuam juntos, isso é muito bonito e estúpido ao mesmo... fico feliz pela Carol estar feliz, ao menos. O cara é legal.

Carol tinha um gosto musical diferente do meu, gostava de bandas mais calmas estilos musicais de pop feminino e reggae. Scracho, Forfun, Darvin, Demi Lovato, Avril Lavigne (até aquela coisa dela não tirar fotos perto dos fãs), Katy Perry (nossa eu tive que aguentar ela cantando California Girls por muito tempo), Miley Cyrus e Lindsay Lohan (na sua fase Disney) e aquela garota do "Call me Maybe" que eu sempre esqueço o nome, inclusive ela gravou uma musica com o vocalista do Marianas Trench que a Carol insiste em dizer que é nossa musica, não vou mentir, a musica até que é legal.

A Carol entrou no quarto, ela já imaginava que eu estaria lá então nem se importou.

– Sério… - comentei mas antes mesmo que pudesse continuar, Carol me interrompeu.

– Henri, por favor, não... eu não aguento mais esse assunto.

– O que? Eu nem falei nada.

– Dhébora, Dhébora, Dhébora. É o seu mantra, até eu estou torcendo que você pegue essa menina para que eu não tenha que ouvir mais falar disso.

– Você fala como se eu estivesse obcecado por ela.

– E não está?

– Claro que não!

– Então você consegue ficar uma hora sem falar dela, certo?

– Claro que consigo. Quem você pensa que eu sou.

– OK, então, Hen. Quero só ver...'

– Bem, continuando, eu acho que descobri um jeito de conquistar a Dhébora...

– Henrique! - gritou Carol, eu logo em seguida coloquei o dedo na boca, com certeza os pais dela ouviram, pulei pra baixo da cama e esperei, logo em seguida abriu a porta a mãe da Carol, a garota era tão esperta quanto eu, ela já havia criado um alibi em menos de um segundo, ela pegou o celular e ao ver sua mãe apenas apontou para o telefone fingindo que falava nele, a mãe fechou a porta e eu voltei para cima da cama, Carol me encheu de tapas logo em seguida.

– O que?

– Você disse que ia ficar uma hora sem falar dela.

– Eu não disse que ia ser agora, ué...

Carol choramingou, ela realmente não aguentava mais ouvir falar da Dhébora, não é que eu não me importasse com a Carol, mas se eu não falasse com ela, com quem eu falaria?

– Então, eu bolei um plano.

– Hm... me conta, Henrique.

– Não me chama de Henrique!

– Então fala logo que eu não aguento mais, capeta!

Confesso, eu não tinha um plano e estava realmente desesperado, eu tinha milhões de formas de fazer uma aproximação interessante e que fizesse qualquer garota sairia comigo e até aquele momento SEMPRE havia funcionado, no momento que uma não aceitou, tudo aquilo caiu como um castelo de cartas. Se com uma não funcionou porque com qualquer outra funcionaria? Mas óbvio que não poderia dizer isso pra Carol, ou melhor, não poderia dizer isso pra ninguém, assim como tinha que conquistar aquela garota e faria qualquer coisa para isso. Eu expliquei qualquer plano mirabolante para a Carol, não importava qual, pela primeira vez na vida eu me sentia impotente, e por favor impotente de não saber o que poderia fazer, não sexualmente impotente, deixo claro para todas as meninas que estão lendo que não tenho problema algum com meu amiguinho aqui e ele está funcionando muito bem, interessadas em testar é só me avisar.

Essa minha história tá virando mais um manual de sobrevivência para homens em relação a mulheres do que até a minha própria história, por isso vou aproveitar esse gancho para explicar uma coisa para vocês e talvez essa seja a mais contestável das minhas teorias, mas ela é verdadeira assim como todas as outras.

Friendzone não existe.

Ok, ela até existe, mas são em casos muito específicos, mas deixa eu explicar a primeira parte para poder chegar nisso. Uma garota não deixa de ficar com um cara porque ele é amigo dela e se ele tivesse pedido pra ficar com ela antes de serem amigos teria dado certo, isso não existe. A diferença é que se esse cara tivesse chego na menina quando eles se conheceram, ela apenas o teria dispensado diretamente, mas agora ela te considera alguma coisa, ela não vai ser grossa com você então ela vai falar de uma forma que não vá machucar tanto, por isso que ela fala essa coisa de amigos. Simples assim. Assim como pedidos românticos são desnecessários para pedidos de namoro, inclusive eu indicaria não fazer isso, porque? Bem, se a garota precisa que você faça algo muito maneiro e romântico para que ela aceite ter algo com você, é porque pelo menos naquele momento, ela não gosta de você. Faça um pedido normal e quando tiver um ano de namoro ou até no pedido de casamento faça algo foda, fazer isso no começo significa problema, você vai quebrar o seu coração naquela hora ou no futuro e ninguém quer ter seu coração quebrado, não é? Afinal isso dói. Ficar semanas sem comer, deitado não querendo se levantar e ouvindo Roxette ou aquela música do R.E.M. “Everybody hurts”, se sentindo um merda e nada consegue te alegrar, nada consegue te deixar feliz novamente e tudo te lembra ela, tudo que você gostava de fazer simplesmente perde a graça, porque fica pela metade se feito sem ela, tudo. Até você está pela metade.

Bem, eu não sabia como conquistaria Dhébora então decidi que era melhor dar um tempo, não, eu não desistiria dela, eu apenas daria um tempo, precisava afogar as magoas e o ganso também, obviamente. Então decidi que iria chamar a Linda pra sair outra vez, sim, eu ainda não lembro o nome da menina mas isso não era e continua não sendo importante, passei a aula toda flertando com olhares e risos para Linda e no final da aula fui atrás dela, ela estava saindo do colégio, eu corri, alcancei ela, puxei-a pela cintura e a aproximei de mim, deixando o corpo dela bem perto do meu e olhando Linda nos olhos, eu disse:

– Oi.

– Oi - ela me respondeu rindo, me aproximei para beija-la mas ela virou o rosto, você acredita? Eu já estava irritado, começava a acreditar que haviam me posto algum tipo de macumba ou maldição e que nunca mais iria pegar nenhuma menina!

– O que foi, gatinha? - eu perguntei e sim, naquela época eu já não sabia o nome dela, uma dica que dou para quem quer ser assim como eu para não errar nomes. Crie um apelido fofinho e use-o para todas as meninas, você nunca vai errar um nome se usar esse apelido. Novamente peço, meninas, não me odeiem.

– Eu não posso ficar com você. - ela me respondeu.

Ok, estou amaldiçoado.

– Porque não? Claro que pode. Já ficamos uma vez, vai dizer que você não gostou?

– Claro que gostei, foi incrível.

– Mas…? - perguntei realmente curioso e enraivecido por ter uma segunda menina me dizendo não em menos de um mês.

– Eu tô saindo com outra pessoa, Henri…

– Ok e vai dizer que essa outra pessoa é melhor que eu? - falei rindo de forma até sarcástica.

– Bem…

– O que? - eu acabo gritando, ela afasta o corpo dela do meu e coloca as mãos no bolso como se estivesse um tanto confusa e envergonhada.

– Bem, Henri. É difícil explicar, é diferente, sabe?

– Você está dizendo que está com alguém mais bonito, inteligente e divertido que eu?

– É, na verdade, sim.

– Impossível! - eu estava andando para um lado e para o outro já, totalmente em choque e nervoso - Quem é?

– Entrou a pouco na escola, você nem deve conhecer.

– Você está dizendo que tem alguém melhor que eu? Você já ficou com essa pessoa? Vai dizer que ele te beijou melhor que eu? - abaixei a voz para falar de um jeito que só Linda poderia ouvir - Vai dizer que o sexo foi melhor?

– Beija melhor sim e nós não fizemos bem sexo, mas bem… o oral foi melhor que o seu.

Eu fiz uma cara de pavor, me senti realmente insultado. Eu devia estar sonhando, aquilo era um pesadelo, não podia ser verdade, não podia. Primeiro a Dhébora não aceita sair comigo, depois essa menina também e agora existe alguém que faz tudo que eu faço só que melhor? Era impossível! Tinha alguma coisa de errado.

– Quem é? - eu pergunto pra ela - Eu preciso saber quem é esse cara!

– Cara? Não precisa esperar, tá vindo aí…

Eu me viro pra olhar.

Seu olhar era firme, tinha olhos escuros e decididos, no rosto um sorriso sacana, andava como se desfilasse, cabelos compridos e negros, usava uma jaqueta de couro escura com uma camiseta escrito “Pequenas Igrejas, Grandes Negócios”, uma calça jeans apertada e botas de couro curtas. Até eu me apaixonaria. Era a Dhébora.

Ela se aproximou, deu um puta beijão na Linda bem na minha frente enquanto eu observava tudo boquiaberto, não sabia o que falar ou fazer.

– Vamos? - perguntou Dhébora para Linda, a moça sorriu para ela e respondeu.

– Vamos, - ela virou-se para mim e abanou de forma até que irônica dizendo - tchau Henri…

Eu nem consegui responder.

“Na pele de um anjo

No corpo da gostosa

O dheabo é mulher

E cheira como a rosa”


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