Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 49
Passado 3 - Por favor, deixe-me ter o que eu quero


Notas iniciais do capítulo

Fazia tempo que eu não recebia uma recomendação então fiquei muito feliz quando vi que o leitor Ariana Grande Lover deixou uma recomendação da história. Muito obrigado pelo texto adoro ler quando vocês mandam esse tipo de coisa *u*



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Eu fiquei muito triste por ter me declarado para Anne e ela não ter correspondido, sinceramente, não sabia o que eu ia fazer, era difícil fazer qualquer coisa, porque eu ainda estava apaixonado por ela, eu me pegava pensando no que ela estava fazendo e se estava com aquele detestável, mas acho que o certo era eu tentar esquece-la, não tinha como eu fazer a situação mudar.

Eu fiquei uns três dias sem ir na aula, não queria ver a cara da Anne, fingia que ia pra aula, mas passava o dia em uma pracinha que tinha do lado da minha escola olhando pro nada, mas uma hora eu tinha que voltar a ir para a aula e nesse mesmo dia, antes mesmo que a aula começasse, Anne veio falar comigo.

— Rique? — perguntou ela se aproximando.

— Oi…

— Você tá bem? Desde que aquele dia você não veio mais pra aula…

— Eu tô bem sim, eu acho — dava pra notar que eu tava cabisbaixo, Anne pegou uma cadeira e sentou do meu lado.

— Me desculpa, sério, você é um garoto legal, eu ficaria com você até, mas eu tenho namorado, você entende isso?

Eu confirmei com a cabeça.

— Não que seja o melhor namorado do mundo, mas é o meu né…

— É uma droga que você já tenha um namorado.

Anne me respondeu com uma careta como quem dizia “Pois é…”

— Eu sinto como se nós dois fossemos destinados a ficar juntos, sabe? Como nos filmes…

— Os filmes são ficção, Rique. A vida é diferente.

— Seu namorado que me desculpe mas eu tenho que falar, desde a primeira vez que eu te vi meu coração acelerou e eu soube que era você.

— Que era eu?

— Sim, você. A garota que eu sempre procurei para ser a garota que eu ia passar o resto da minha vida.

Anne se assustou um pouco ao ouvir isso, mas tentou disfarçar com um sorriso doce.

— Rique, não é assim que as coisas funcionam, pelo jeito você anda vendo muitos filmes. — me respondeu ela rindo — Você é legal, mas eu não posso abandonar meu namoro assim do nada, você entende isso?

— Não tem problema, eu vou esperar.

— Esperar? Esperar o que?

— Até o dia que você mudar de ideia, até o dia que o namoro de vocês não dar mais certo e daí você vai ver que tem um cara esperando por você, alguém que pode te fazer muito feliz do que qualquer outra pessoa.

Ela sorriu pra mim e me deu um beijo na bochecha.

— Ok, mas por enquanto, vamos ser amigos, ok?

Depois disso ela se levantou e voltou para o seu lugar.

Ela me disse uma coisa, mas obviamente eu ouvi outra totalmente diferente, para mim, o que ela me disse foi:

“Sim, quando eu terminar meu namoro virei correndo para os seus braços” e assim eu iria esperar até o dia que ela viesse.

Depois da aula naquele dia eu iria encontrar meu pai, minha relação com meu pai era estranha, vou explicar de forma figurativa o que acontece.

É como se calçasse 40, mas meu pai só comprasse sapatos 39 para mim, toda vez que eu saio na rua sou obrigado sou obrigado a sair com o pé apertado e doendo, mas não tenho escolha, no outro dia coloco esse mesmo sapato nos pés, sonho com o dia que eu mesmo possa escolher o meu próprio sapato e daí sim andar livre e do jeito que eu preferir.

Eu gosto do meu pai, sei lá, ele nunca me deixou faltar nada, sabe? Não tenho muito o que reclamar dele, ele é meio afastado de mim, a gente não se fala muito, mas é porque ele trabalha demais, é compreensível. Não fico bravo com ele por isso, tento entender na verdade.

Naquele dia eu ia almoçar com ele, meu pai trabalhava em um escritório de direito no qual ele era dono, cheguei nele e já fui entrando até a sala do meu pai, quando entrei ele fez um sinal com a mão para eu esperar, ele estava no telefone.

A sala do meu pai era bem simples, uma sala com vários diplomas e fotos com pessoas importantes emolduradas, nenhuma da família, uma estante cheia de livros das quais eu tenho certeza que ninguém nunca lerá.

Quem olha da entrada da sala dá de cara com a sua mesa grande e que ocupa quase toda a sala, ela estava cheia de papéis e documentos enquanto meu pai reclamava com alguém no telefone sobre algum contrato que provavelmente não fora cumprido.

Meu pai desligou o telefone e olhou para mim com uma cara de confusão:

— Neto? O que faz aqui? Hoje é um dia que estou bastante ocupado…

— A gente marcou de almoçar hoje, o senhor não se lembra?

— Hoje não tem como, Neto, muito serviço, muito serviço! Aqui tem um dinheiro para você almoçar na rua, nós marcamos outro dia de almoçarmos, ok?

— Claro…

— Agora, me deixa aqui, que eu preciso resolver algumas coisas.

Peguei o dinheiro da mesa e sai da sala do meu pai, decidi ir almoçar em um restaurante qualquer e assim seguia minha vida.

Se nem meu pai dava bola pra mim como eu esperava que Anne desse?

Assim passaram duas semanas, eu cabisbaixo e sem esperança alguma da minha situação melhorar e ainda tendo que ver todos os dias Anne indo embora com aquele detestável.

Mas um dia esse tinha que mudar né? Não seria uma história de amor se não mudasse.

Era quarta-feira, eu me lembro muito bem, o tempo estava ensolarado, mas eu não estava, chovia dentro de mim.

— Você tem que sair desse luto, Hen… — me disse Carol sentando na sua carteira.

— Não tem como, Carol. Eu respiro ela, quando eu não estou pensando nela, eu penso nela, entende? Eu não sei mais o que eu faço…

— Supere-a!

— Não é assim, Carol. Se eu dissesse para você superar o seu namorado, você superaria assim do nada?

— É diferente, Henrique. Eu e ele temos alguma coisa.

— Eu e a Anne também temos… — Carol me olhou com uma cara de descrença — só que ela não sabe ainda…

— Eu tô falando sério.

— Eu também, eu e ela estamos conectados de uma forma que eu não sei explicar, eu sei que ela vai ser minha e que eu vou ser dela, é tudo uma questão de tempo e uma hora eu vou ter o sinal de que isso vai acontecer.

E no exato momento que falei isso, Anne entrou chorando na sala, seria esse o sinal que eu precisava? Eu pensei em ir lá falar com ela, mas se realmente fosse a oportunidade que eu precisava, eu não queria parecer um abutre então fiquei de canto ouvindo o que ela falava com a outra garota da sala.

— Anne? O que aconteceu?

— O Guto, aquele idiota! — respondeu ela limpando suas lágrimas.

— O que ele fez? Me conta… — falou a garota.

— Eu peguei ele dando em cima da minha melhor amiga… — me partia o coração ver Anne chorando, eu tinha certeza que se fosse eu, eu não a faria chorar.

— Caramba, Anne! E o que você fez?

— Eu pedi um tempo pra ele, não queria nem ver ele na minha frente.

— Mas Anne e a festa na praia? Você não vai? Porque você ia com ele, não é? De moto.

— Não vou, não tenho como ir, a praia é longe e não tem como eu ir de ônibus sem a autorização dos meus pais e isso com certeza eles não vão deixar.

— Eu te levo! — falei de sopetão, a amiga de Anne se assustou com o que eu disse, Anne se assustou com eu estar ouvindo a conversa e eu me assustei com o que eu disse também.

— O que?

— Eu te levo, eu te levo de carro… pra festa.

— Você tem carro, Rique? — me perguntou Anne.

— Eu te levo. Eu pego o do meu pai. Eu te levo.

— Então resolvido — falou a amiga da Anne para ela, ela me olhou e tentou sorrir de forma doce.

— Obrigada, Rique.

— Eu te levo, quer dizer, de nada.

Eu voltei a me sentar, não deixei Anne ver, mas estava tremendo. Carol se virou para mim na hora que eu me sentei, ela parecia nervosa com o que acabou de presenciar.

— Henrique, você tá maluco?

Eu estava rindo de nervosismo.

— Acho que sim…

— Você não tem carro!

— Eu posso tentar pegar o do meu pai escondido, ele nem vai notar mesmo…

— Henrique, você não sabe dirigir, como vai sair de carro?

— Pela Anne eu aprendo a dirigir…

— Ah é? E quem vai te ensinar?

Fiquei em silêncio por alguns segundos, meus olhos se amedrontaram por alguns segundos, eu não sabia quem poderia me ensinar a dirigir.

Anne se aproximou de mim e me entregou um papel, nele tinha dois endereços e um número de telefone.

— Rique, esse é o meu telefone, o meu endereço e o endereço da festa, ok? A festa é no sábado, vou esperar você e mais uma vez obrigado, fico muito feliz que você esteja fazendo isso por mim.

— De nada, Anne, não é nada de mais…

— Pra mim é. — disse Anne me dando um beijo na bochecha e saindo.

— Meu deus, eu tô frito! — pensei, eu tinha apenas quatro dias para aprender a dirigir.


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Notas finais do capítulo

Esse episódio foi escrito bem antes de ser postado AUHSUASHA sim, eu tô animadaço pra escrever, não sei se isso é bom ou ruim, pois afinal faz a história terminar mais cedo, tô tentando me segurar pra não acabar postando muito antes do que devo.

Uma curiosidade desse capítulo é: O título dele é uma referência a música Please, Please, Please, Let Me Get What I Want do The Smiths, a letra me lembra um tanto o Henri e as coisas pelas quais ele vai passar nesse passado dele. É uma boa música, vale a pena ouvir.



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