Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 46
Capítulo 45 - Ela fez todos rirem


Notas iniciais do capítulo

Peguei o feedback de vocês, espero que consiga consertar meus erros e peço desculpas para todos que se sentiram decepcionados comigo ou com a história por causa disso.

Devo dizer que a história está meio que chegando no fim, é estranho dizer porque temos 45 capítulos escritos e ainda faltam cerca de 30, mas é dificil de explicar, mas sim, ela está se aproximando do final.

Eu amo escrever essa história, espero que vocês estejam amando le-la e que o final os agrade tanto quanto me agrada, seja para o bem ou para o mal. O último capítulo foi a segunda coisa que escrevi da história, a primeira foi o primeiro capítulo hehe.

Beijos gente e até o próximo capítulo!



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Seu jeito de falar, seu jeito de andar, o jeito que mexe no cabelo.. Seu rosto amorenado, o jeito que morde o lábio de vez em quando. Seus olhos amendoados e brilhantes. Até o jeito de se vestir. Tudo isso me lembra alguém que eu quase já esqueci.

Alguém que eu nem lembrava direito, de outros tempos, de uma outra vida, de um outro eu, um outro eu que volta só de rever seu sorriso e o que quer que eu pense ou fale, só de ter ela por perto, eu não sou mais eu, eu volto a ser ele.

Anne estava na minha casa, fazia bastante tempo que eu não a via, desde que ela decidiu sair da minha vida, do jeito errado, na hora errada, mas agora ela estava de volta, porque? Bem, eu não sei. Espero que ela possa me dizer.

Anne não havia mudado nada na sua aparência, seu cabelo comprido castanho claro continuava igual, seu corpo tinha crescido com a idade, obviamente, mas cresceu proporcionalmente, ela era ela em todos os sentidos físicos, mas e o resto? Será que mudou? Eu mudei, não sou mais quem eu era quando ela me conheceu, será que mudei?

— A-Anne? O que faz aqui?

— Oi. Eu voltei pra cidade.

— Voltou? Voltou, quer dizer. Que bom…

Um silêncio tomou conta da nossa conversa e por um instante eu me desesperei por dentro.

— Vamos ficar conversando na porta da sua casa? — disse ela rindo para mim.

— N-não, não, entra. — respondi abrindo espaço para que ela passasse, Anne passou por mim e eu pude sentir o seu perfume, o mesmo de sempre, uma mistura de nostalgia com rosas foi o que senti. Anne se sentou em uma das cadeiras da mesa de jantar, quando fui fechar a porta acabei deixando a chave cair no chão, isso acabou fazendo Anne rir.

— Que saudade desse jeito…

Eu não respondi, aquilo me deixou até um pouco mais nervoso.

Fui sentar na mesa da frente, mesa não, eu sentei na cadeira, desculpa gente, me confundi.

— Nossa, você está mudado, mais forte…

— Porque você veio aqui, Anne? Quer dizer, porque veio na minha casa?

— Eu queria ver você, como eu disse, eu voltei pra cidade.

— Me ver?

— Sim. Eu fui uma idiota com você, me arrependo disso.

— F-foi?... Sim, foi! Não sei se é uma boa ideia você ver aqui, ele pode não gostar de você estar aqui…

— Não tem mais, ele, Rique. Acabou. Eu voltei pra cidade. Voltei por você.

— Por mim? — perguntei com minha voz saindo um tanto abafada — Como assim por mim?

— Eu me arrependo das decisões que tomei, você é o cara certo pra mim. Você é doce, gentil, sempre me tratou bem, nunca mentiu pra mim.

— Anne… Eu não sou mais o que você conheceu.

— Tenho certeza que é sim. Eu tenho pensado muito em você, sentido muita saudade e mesmo que você tenha mudado, eu ainda te amo.

— Ama…? Você nunca me disse que me amava antes… Você nunca me afirmou nada na verdade, nunca disse que sim, muito menos que não, só dizia o bastante para que eu não fosse embora, escolhia bem as palavras, falava de um jeito que me envolvesse mas no fim eu sempre era deixado de lado.

— Eu era burra, não sabia que eu precisava de alguém como você do meu lado.

— Se precisava porque eu era sempre o plano B?

— Pois agora é o plano A, Rique. Vai dizer que você não sente mais nada por mim?

Respondi com silêncio.

— Eu sei que você ainda sente algo por mim — disse Anne — Não importa o que aconteça, amor é sempre amor, não importa quanto tempo passa, não importa o que mude, isso não muda. É sempre amor mesmo que alguém queira esquecer que foi amor.

Eu não sabia o que falar pra ela.

— Você é o tipo de cara que sempre me ajudou quando eu estava mal, eu gastei muito tempo com caras idiotas pra perceber que você é o cara, agora eu tenho certeza.

— Para, Anne.

— Não tente fingir que não, não tente mentir me dizendo que não é você. Porque eu procurei a minha vida toda por alguém como você, só demorei a notar que era você. A gente quase deu certo juntos, vai dizer que se esqueceu?

— Não… eu lembro cada beijo que eu te dei…

Ela se aproximou e me deu um selinho, eu fiquei parado, não sabia o que fazer ou pensar.

— Para você ter mais um pra lembrar. — disse ela sorrindo.

Caramba, das coisas que eu gosto, o beijo da Anne é a coisa que eu menos gosto de gostar.

— Não vai me dizer nada? — me perguntou Anne.

— Eu não sei o que dizer…

— Diz que quer ficar comigo. Me dá uma chance de acertar as coisas.

Eu não sabia o que responder ou fazer e Anne sabia me ler muito bem, eu olhava pros lados indeciso, não sabia o que responder pra ela e ela achou um jeito de resolver a situação.

— Vamos fazer assim, nós saímos, vamos ao cinema, sei lá, qualquer coisa, sem compromisso nenhum, e depois você decide, ok?

Fiquei em silêncio.

Anne pegou um papel e anotou alguma coisa.

— Esse é o meu celular, me liga pra gente combinar, ok?

— Ok. — respondi sem saber o que dizer.

Anne me deu um beijo no rosto e foi até a porta, eu abri para ela e ela se foi. Eu realmente não sabia o que fazer. Um lado meu queria sair com a Anne, um lado meu ainda sentia algo por ela.

Outro lado meu, queria sair com a Dhébora, mas ela não queria sair comigo, não tinha como, eu tentei convencer ela, tentei argumentar e não adiantou, ela sabia que eu a queria, mas ela não me queria, ela queria a Renata.

Na raiva do momento, mandei uma mensagem para Anne confirmando a saída para amanhã, me arrependi depois, não sabia se era isso que eu queria. Não que eu não tive a oportunidade de me arrepender, pois escrevi e reescrevi a mensagem algumas vezes procurando erros e formas mais interessantes de escrever a mensagem.

Passei no minimo uma hora sentado olhando para o nada e pensando nisso. Sai de casa e fiquei andando sem rumo, não sabia para onde estava indo, não sabia para quem estava indo. Quem eu queria ver? Anne? Dhébora? Porque falei o nome da Anne antes da Dhébora? Eu queria mais ver ela do que o contrário? Quem era mais importante?

Meus pés acabaram me levando até quem eu deveria encontrar de verdade, fui encontrar Carol.

— Você o que?! — gritou Carol comigo. — Como você pode sequer abrir a porta para aquela vadia?!

— Carol, menos…

— Menos? Henrique, você comeu merda? Se você tá comendo merda, me fala, porque tem gente que come quando é bebê, mas quando cresce é melhor parar.

— Ela pode ter mudado…

— Pode? Você é muito engraçado… Era só o que faltava, Henrique, era só o que faltava. Desmarca esse encontro, pelo amor de Deus.

— Não, acho melhor eu ir.

— Pra que? Para ela fuder com a sua cabeça de novo?

— Você não estava feliz com a Dhébora, caramba?!

— Não, a Dhébora só tem interesse na Renata, não em mim…

— Sério que voltamos a isso? É um loop temporal? Vai voltar com orgulho besta?

— Não, Carol. Eu não quero mais mentir pra ela, eu quero que ela goste de mim pelo que eu sou de verdade e a Renata não é o que eu sou de verdade.

Carol ficou em silêncio ao ouvir o que eu disse.

— Ela não quer nada comigo, eu tenho que aceitar isso, talvez a Anne tenha mudado mesmo, talvez valha a pena tentar.

— Não vale, Henri…

— Quem sabe?

— Eu sei e você também deveria saber…

— Eu vou pegar uma coisa pra beber. — respondi meio que tentando encerrar aquele assunto.

— Espera — me disse Carol, me virei para ver o que ela queria — me empresta o seu casaco? Estou sentindo um pouco de frio…

Coloquei meu casaco por cima da Carol e sai para ir até a lancheria do hospital, foi nesse momento que Carol fez o que eu não esperava, Carol mexeu nos bolsos do casaco e pegou meu celular, procurou nos últimos números e fez uma ligação.

— Alô, Henri? — disse a voz vinda do outro lado da linha, era Anne.

— Não sei se você sabe, mas ele esperou por alguém que pudesse fazer mesmo as coisas erradas parecerem certas, ele achou que essa pessoa era você.

— Quem tá falando?

— Eu sei que as vezes ele podia parecer um bobão e acreditar em tudo que você dizia, mas a mim você nunca enganou em nenhuma de suas mentiras.

— Ah, é você, Caroline…

— Sim, sou eu.

— Olha, nós já temos quase dezoito anos e você ainda está brava comigo? Eu já errei bastante e isso eu não posso voltar atrás, querida.

— Foi divertido pra você ver ele se foder por sua causa?

— Não, eu sei que errei, mas… — Carol interrompeu ela.

— E sufoca-lo com a pressão que você fazia para você ser a única quando o contrário não acontecia?

— Ele pode ter falado pra todo mundo que me esqueceu, mas dá pra notar…

— Tempo desperdiçado! Foi isso que ele acabou fazendo, perda de tempo total, qualquer segundo gasto com você…

— Então porque está falando comigo?

— Boa pergunta, tchau! — Carol deletou a chamada do meu celular e o guardou no bolso esperando eu voltar, se ela não tivesse me contado que fez isso um tempo depois eu nunca saberia. Não tiro a razão dela, Carol estava tentando apenas me proteger, mas a dúvida que eu tinha era: eu precisava ser protegido?


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Notas finais do capítulo

PS: Sempre que puderem comentem o que imaginam do capítulo ou o que acreditam que vai ser o rumo da história, isso ajuda muito pra eu saber se estou fazendo tudo ir no rumo certo.