Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 44
Capítulo 44 - Eu contei uma piada


Notas iniciais do capítulo

Fui rápido em postar esse, mas quero me segurar para o próximo xD



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Vou contar uma história para vocês, um homem estava entrando em depressão, nada que ele tentava fazia com que ele conseguisse parar de chorar e se entristecer com a sua vida.

O que isso tem haver com toda a história que contei até agora pra vocês? Nada. Mas tem tudo haver com a que começarei a contar agora.

Sai atrás do Eduardo que parecia bastante chateado com o que havia acontecido com ele.

— Como que você coloca pra tocar uma música daquelas?

— Você deve ter apertado algum botão errado, tenho certeza que não deixei naquela música…

— E morango, cara! A Carol é alérgica a morango!

— Sabia que era algo importante pra ela…

Eduardo me segurou pelas roupas e irritado me perguntou:

— Você tá tentando me sabotar?

— Eu estou tentando te ajudar, acho que você gosta de verdade dela e ela merece algo assim, ela é minha melhor amiga…

Ele soltou minha camiseta.

— Desculpa.

— Relaxa, eu sei que você está estressado. Mas o próximo plano não vai falhar.

— E qual é esse plano? — me perguntou Eduardo curioso, mas ao mesmo tempo um tanto decepcionado com tudo que havia acontecido.

— Aguarde e confie, amigo. Aguarde e confie.

Carol ia passar até o final da semana sem poder ir na aula, então toda essa semana acabou fazendo eu me aproximar mais ainda da Dhébora, era complicado, o tempo inteiro eu queria estar mais próximo dela, as vezes queria beijá-la, mas me segurava. Mas naquele dia foi diferente…

Nós estávamos saindo da aula, eu indo para minha casa almoçar e Dhébora indo para a sua, normalmente nos despedíamos na frente do colégio com um beijo na bochecha. Naquele dia não poderia ser diferente, chegamos a frente do colégio, Dhébora me deu um beijo na bochecha, eu dei um na dela, senti aquele perfume que me deixava louco e nos despedimos, mas quando dei três passos e parei.

— Espera, Dhé…

— O que?

— Não quero.

— Não quer?

— É.

— Não quer o que, Henri?

— Não quero que hoje termine assim…

— Ahn?

Me aproximei.

— Eu sei que você já disse não antes, eu sei que me disse que é lésbica, mas eu sei que não é bem assim, eu quero você e acho que você também me quer. Eu não quero nenhuma outra mulher nesse mundo. Eu sei que já fui um idiota, mas posso te provar que as coisas estão diferentes agora.

Me aproximei para beija-la, mas fui empurrado imediatamente.

— Ei, Henri. Calma. O que você tá me falando?

— Eu tô te falando que eu estou apaixonado por você, Dhébora. Que todo dia, toda hora, eu só penso em você e que não importa o quanto eu me esforce tudo me faz voltar a você. Cada coisa, cada pequena coisa, me faz pensar em você e não tem como eu tirar isso da cabeça.

— Henri…

— Vai dizer que você não sente o mesmo?

— Eu tenho namorada, Henri…

— Uma namorada que faz dias que não fala com você.

— Como você sabe disso? Eu não te contei isso, eu não contei à ninguém.

— Não importa, Dhé. Esquece tudo isso. Fica comigo.

A abracei, mas ela se desvincilhou rapidamente.

— Henri, eu tenho namorada, por favor, respeite isso, ok?

— Dhébora, eu devo te contar uma coisa…

— O que?

— Faz um tempo já que eu finjo ser uma outra coisa… uma outra pessoa…

— Como assim, Henri?

Eu ouvi alguém me chamando, a voz era estranha, áspera e de alguma forma eu sabia que só eu conseguia ouvir. Olhei por cima do ombro da Dhébora e lá de longe conseguia ver o cara de turbante, com o dedo indicador, ele fez sinal de silêncio para mim e eu entendi muito bem do que ele falava, não era para eu contar para Dhébora sobre eu ser a Renata.

— Fala, Henri.

— Não, esquece.

— Fala, cara

— Olha, eu sei que eu não sou mais o cara que eu era quando você me conheceu, mas também sei que não sou nenhum príncipe encantado. Eu te garanto que aquele cara não vai voltar mais, mas eu preciso que você fique comigo, entende?

— Não… Henri, deixa isso pra lá, vamos ser amigos só? Eu não vou trair minha namorada, mesmo que as coisas estejam ruins, isso seria um erro. Eu vou embora ok?

— Espera. Não vai embora… eu posso ser o seu erro se for preciso pra você entender que a gente pode ser felizes juntos, eu não me importo.

— Henri… chega né? Eu vou embora.

E assim ela foi embora. O cara de turbante continuava lá atrás, ele viu que eu o observava e assim, ainda olhando para mim, entrou em um beco. Eu o segui e ao entrar no beco como já imaginava aquele lugar se tornou a cabana onde sempre estava o cara de turbante, mas agora, ele não era o cara de turbante, ele usava uma roupa toda branca com detalhes em preto e uma maquiagem branca de palhaço no rosto com detalhes que pareciam cicatrizes nos olhos, ou talvez lágrimas.

— Vou lhe contar uma história, Henri:

“Um homem estava entrando em depressão, nada que ele tentava fazia com que ele conseguisse parar de chorar e se entristecer com a sua vida.

Um dia ele foi no médico e o médico lhe disse:

— Calma, eu tenho a solução para você, o palhaço Pagliacci está na cidade, ele é o mais famoso e divertido do mundo, ele faz multidões se divertirem e se entreterem com as suas palhaçadas, vá no show dele. Tenho certeza que você irá sair dessa depressão, ele é a pessoa mais alegre do mundo.

O homem desatou a chorar mais ainda.”

Eu esperei ele continuar, mas ele parou e ficou me olhando.

— Esse é o fim?

— Não…

— Então, como termina?

— Não é importante agora… Você sabe que não deve contar a ninguém sobre o que acontece com você, não é mesmo?

— Eu preciso contar para a Dhébora, senão ela nunca vai entender.

— Henri, já te falei isso, mas repito, eu sei tudo que vai acontecer até o fim dessa história, sei como as coisas vão acontecer e devo lhe alertar de novo, você não deve contar a ninguém o que aconteceu, vão acontecer 3 vezes de pessoas descobrirem, mas se for por sua vontade, bem, daí nós dois teremos problemas.

— Então, você está dizendo que não vai deixar eu ficar com a Dhébora.

— Não, eu estou dizendo que isso depende de você e não da Renata.

— E eu vou conseguir?

— Quer mesmo saber?

— Sim.

— Não.

Fiquei triste por um momento.

— Mas…

— Mas o que? — perguntei esperançoso.

— Como já lhe disse outra vez eu sei como tudo vai acontecer, mas todos vocês tem o livre-arbítrio de mudar tudo, pode ser que isso mude. Mas a Dhébora é muito correta para ficar com você namorando outra pessoa e você não tem coragem para terminar com ela, então você está em um impasse e obviamente você tem outro problema…

— Qual seria?

— Dhébora está apaixonada por Renata. Não é engraçado isso? Você criou o seu próprio problema. Mas não vai se arrepender das suas escolhas como fez com a Julianne, viu?

— Porque você está falando disso? Você nunca falou do passado antes…

Ele riu.

— Ainda dói, não é? Você finge estar feliz na maioria do tempo e na verdade, só fica bem quando está com a Dhébora, quando está longe, você sente falta da Dhébora, mas seu coração ainda dói por causa da Julianne, afinal, ela que transformou você no rei dos sapos…

— E daí?

— E daí que esse fingimento de felicidade não te faz bem, as vezes esconder suas fraquezas é sua maior fraqueza.

Suspirei e me virei de costas para ir embora.

— Vou lhe contar uma história, Henri:

“Um homem estava entrando em depressão, nada que ele tentava fazia com que ele conseguisse parar de chorar e se entristecer com a sua vida.

Um dia ele foi no médico e o médico lhe disse:

— Calma, eu tenho a solução para você, o palhaço Pagliacci está na cidade, ele é o mais famoso e divertido do mundo, ele faz multidões se divertirem e se entreterem com as suas palhaçadas, vá no show dele. Tenho certeza que você irá sair dessa depressão, ele é a pessoa mais alegre do mundo.

O homem desatou a chorar mais ainda.

— O que houve? — perguntou o médico.

O homem em meio as lágrimas balbuciou:

— Mas doutor… eu sou o Pagliacci!”

Nesse momento, uma luz brilhante piscou e eu apareci na rua novamente, dessa vez nem precisei sair, fui para casa, mas sem deixar de pensar em tudo que havia acontecido.

Me sentei na frente do meu computador e fiquei olhando para as fotos da Dhébora no computador, olhei tanto que as vezes pareciam que as fotos eram ela de verdade, na minha frente. Eu olhei tanto para aquelas fotos que era como se eu tivesse me transportado para aqueles momentos, mas eram só fotos, fotos que eram minha realidade e a realidade era que a única forma que eu teria a Dhébora de novo era nas fotos.

Peguei meu celular decidido, coloquei no número da Renata e escrevi uma mensagem dizendo que queria terminar com Dhébora, nela eu explicava que eu não a amava mais e que achava que era melhor seguirmos caminhos diferentes, obviamente isso era mentira. Após escrever toda a mensagem, colocar o número da Dhébora, eu parei.

Faltava apenas apertar um botão para enviar, mas era impossível, na tela do celular, eu conseguia ver meu rosto e no meu rosto eu conseguia ver minha alma e ela tremia com a ideia da Dhébora chorando.

A campainha chamou, foi a desculpa que precisava para não mandar aquela mensagem. Destruído fui até a porta, não sabia o que fazer do meu futuro, estava realmente perdido. Girei a maçaneta e uma visita totalmente inesperada estava do outro lado da porta sorrindo ao ver que era eu que abri a porta. Uma visita que podia mudar todo o rumo da história:

— Anne?!


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