Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 41
Capítulo 41 - Visita Hospitalar




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Eu não gosto muito de hospitais, é um lugar onde tudo é branco, roupas de cama, paredes, chão, teto, roupas de médicos. As pessoas que ficam no hospital são chamadas de pacientes, tipo, o que eles estão esperando? Deveriam estar esperando alguma coisa, certo? Na verdade quem está indo visita-los é que deveria ser chamado de paciente, pois é quem espera que a pessoa fique bem.

Mas enfim, o que me faz não gostar realmente de hospitais é que as pessoas morrem lá, não gosto de pensar que pessoas próximas de mim irão morrer um dia.

O que? Você quer saber se a Carol vai morrer agora? Calma, gente. Não teria graça alguma eu contar simplesmente o que acontece, é preferível que eu conte a vocês como aconteceu, mas não foi nada grave não… Droga! Esquece isso, não falei que não foi nada grave, fiquem na dúvida, quero que vocês fiquem no suspense....

Cheguei correndo no hospital, estava com medo de que algo acontecesse com a Carol, se bem que a voz do Eduardo ainda que preocupada não me parecia tão tensa como se algo acontecesse de grave.

Ao chegar lá, vi seus pais sentados em cadeiras, obviamente seu pai fez cara feia ao me ver, mas eu nem dei bola, fui falar com o Duds que tava em um outro lado da sala, ele andava de um lado para o outro enquanto coçava a cabeça um tanto transtornado.

— Eduardo? — perguntei.

— Henrique, oi. — ele me respondeu.

— Então, o que houve?

— A Carol foi internada com anemia.

— Anemia?! — perguntei assustado.

— Sim, parece que ela não andava comendo direito… E isso é tudo minha culpa! Como eu sou burro!

— Sua culpa?

— Sim, cara, eu terminei com ela por causa de uma besteira.

— Como assim? O que houve? — perguntei me fazendo de desentendido.

— Eu achei que estava apaixonado por outra garota e terminei com ela por ter medo de machucar uma garota tão foda quanto a Carol, mas no fim eu estava errado, eu ainda sou apaixonado por ela. A Carol deve não estar comendo bem porque terminamos.

— Você está se cobrando demais, provavelmente foi por outra coisa que ela ficou assim…

— O que mais seria?

— Não sei, hm… ah…

— Você sabe tanto quanto eu que é isso…

— Bem, não vou mentir pra ti, deve ser isso mesmo…

— Droga! — disse Eduardo dando um soco na parede.

— Calma, cara…

— Tu não entende, eu posso até viver sem ela e aceitar o que eu errei, desde que ela seja feliz, mas ver que eu tô fazendo mal pra ela, me faz mal pra caramba.

— Eu entendo — respondi pensando em tudo que eu estava fazendo com a Dhébora, é estranho, o que eu mais queria era ficar com a Dhébora, mas hoje o dia inteiro tudo me mostrou que eu não deveria ficar com ela e o pior, eu sentia que a Renata não podia mais existir, não pelo menos para o propósito que foi criada, ela não poderia ficar mais com a Dhébora.

Uma enfermeira chega e fala com os pais da Carol, eles entram no quarto onde ela está e depois a enfermeira venho até nós.

— Vocês são amigos da Caroline?

— Sim. Ela está bem? — perguntou Eduardo.

— Está, colocamos soro para que ela melhore, já está pegando um pouco de cor novamente, a coitada estava bem pálida.

— Meu deus!

— Vocês vão querer vê-la?

— Claro! — exclamou Eduardo, eu concordei com a cabeça.

— Qual o nome de vocês?

— Henrique e Eduardo. — respondi

— Ok, vou avisa-la. — disse a enfermeira saindo para o quarto onde Carol estava.

Eduardo voltou a ficar andando de um lado para o outro.

— Eu vou te ajudar. — falei para ele.

— O que?

— Eu vou te ajudar a voltar com ela.

— Porque você vai fazer isso? Tipo, assim do nada? Não sendo mal agradecido, qualquer ajuda é bem-vinda.

Eu não podia falar pra ele que também me sentia culpado por eles terem terminado, eu não fiz propositalmente Eduardo gostar da Renata, mas se eu conseguisse arrumar isso também seria muito bom. Até porque a Carol ainda não sabia que Eduardo tinha se apaixonado por Renata e eu nem imagino como seria a reação dela quanto a isso.

— Eu acho que vocês formam um bom casal, se você pisou na bola e está arrependido acho que é bom ter um pouco de ajuda pra consertar as coisas não?

— Com certeza! Obrigado, cara! Tenho certeza que você sendo melhor amigo dela vai saber uma forma de conquistar ela facilmente e isso vai se resolver…

— Ei, eu sou o melhor amigo dela, não o namorado dela. Quem deveria saber conquistar ela é você, não eu.

— É verdade… Desculpa...

— É carinha de óculos, você é realmente um tonto mesmo, mas eu vou te ajudar, ok? Vamos reconquistar a Carol para você.

— Do que você me chamou? — perguntou Eduardo com cara de confuso.

— Ahn? — só depois de falar notei a besteira que fiz, não deveria ter chamado ele assim, mas para minha sorte a enfermeira chegou e perguntou.

— Qual de vocês dois é Henrique?

— É, eu. — respondi.

— Bem, pode entrar no quarto então.

— E eu? Entro depois? — perguntou Eduardo ansioso.

— Me desculpe, mas a paciente disse que não queria ver o senhor, como ela está em recuperação é melhor fazer a vontade dela…

— Sim, entendo… — respondeu Eduardo ficando bem triste.

Eu fiquei sem saber o que fazer ou dizer, mas Eduardo meio que ajeitou as coisas.

— Vai, entra lá, não precisa se preocupar, é bom ela ter a companhia de quem ela quer ver agora, ela precisa mais do que eu de companhia.

Eu aceitei com a cabeça e entrei no quarto. Carol estava deitada, obviamente, com um soro em seu braço, ela ainda estava um tanto pálida e parecia fraca.

— Anemia então…

— Só o que me faltava você querendo me dar sermão né? De todas as pessoas no mundo você é a que menos pode reclamar de qualquer coisa errada que eu fizer…

— Você tá bem?

— Tô melhorando.

— Jura?

— Pelo menos eu espero que sim…

— O que houve, Carol?

— Aquele idiota do Eduardo. Ele termina comigo pra ir atrás de outra garota, toma um pé na bunda e agora vem com esse papo de querer voltar.

— Você ainda gosta dele?

— Isso não vem ao caso. Não consigo mais confiar nele, Hen. Tudo que ele me fala agora, me parece mentira.

— As vezes as pessoas erram, não seria uma boa coisa você dar uma segunda chance pra ele?

— Se fosse você, por acaso você daria? Ah, esquece, o caso da Anne foi exatamente isso…

— Carol, se ele está arrependido…

— Vamos falar de outra coisa? — perguntou Carol me interrompendo. — Como anda as coisas com o seu pai e o seu trabalho novo?

— Ah…

— Ah o que? O que vou andou fazendo agora, Henrique?

— Fiz besteira, mas não importa.

— O que você fez?

— Eu meio que fiz xixi na sala do meu pai.

— Como assim?! Porque você fez isso?

— Ele meio que me xingou e como ele pediu pra fazer um exame de urina para o escritório, eu meio que fiz na frente dele…

— Você é retardado né, Henrique? Você quer que eu me levante daqui e bata em você, porque eu faço isso, viu?!

— Calma, eu sei que fiz besteira…

— Vê se para de fazer essas coisas, pelo amor de Deus…

— Tem outra coisa…

— Meu deus, o que é dessa vez?

— Eu estou pensando em terminar com a Dhébora…

— Porque dessa vez?

— Eu estou enganando ela, Carol. Eu a amo, sério, eu tremo só de pensar nisso, eu a amo muito. O bastante pra saber que o que estou fazendo com ela é errado, se eu terminar com ela, sei que ela vai ficar chateada, mas se eu continuar enganando ela, vou me sentir o pior cara do mundo e não é isso que sou mais..

— Nossa, Henri, nunca pensei que veria você falando algo assim.

— Porque?

— Porque é maduro e apaixonado demais para ser você.

— É… acho que as pessoas mudam…

— Você é a prova viva disso, você mudou já bastante desde que a Anne foi embora.

— Eu achei que estava fazendo a coisa certa, fiquei bastante magoado e achei que se eu virasse o “Rei dos Sapos”, as coisas mudariam, já que fui usado antes, nada mais certo do que usar as mulheres também. Mas quando eu vejo o rosto da Dhébora, quando eu a beijo… é como se as músicas românticas fizessem sentido, sabe? Antes de eu conhecê-la, eu tinha desistido de tudo, mas ela fez eu querer tentar de novo e não poderia ser mais grato por isso e a minha forma de responder a isso, vai ser não engana-la mais.

— Tem certeza disso?

— Com certeza não. Vou sentir falta dela pra caralho, mas tenho outra escolha?


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