Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 37
Capítulo 37 - Um capítulo meio gay




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"Oi gente, me chamo Rebecca, mas todos meus amigos me chamam de Becca, vocês podem me chamar assim se quiserem, é um prazer conhecer todos vocês.

A minha história é simples e ao mesmo tempo incrível. Eu era uma garota normal, aquele tipo que você não notaria no meio da multidão, na verdade ainda sou assim, sei lá, nunca consegui ser a garota que se enche de maquiagem e parece uma boneca Barbie, sabe? Aliás, eu nem gostava de brincar de boneca quando era criança. Não sou uma garota comum embora aparente.

Eu nunca tive muitos amigos na escola, na verdade, eu não tinha nenhum. Nunca me encaixei no meio das garotas e os garotos zombavam de mim então eu as vezes tinha de quebrar a cara deles.

Fiquei assim até o dia que Sony se mudou pra minha escola, ela era um garoto lindo, era diferente do normal, tinha um cabelo escuro com umas luzes azuis, o que durou pouco tempo pois logo ele pintou de loiro, mas não era isso que era diferente nele. Ele era doce, amigável, parecia que gostava de verdade de conversar comigo. Normalmente as pessoas falam, falam, falam e ouvem apenas esperando um momento de silêncio para poderem voltar a falar, Sony não, ele realmente prestava atenção no que eu falava. Nem preciso dizer que me apaixonei né? Estava caidinha pelo meu novo amigo, e ele era perfeito, perfeito se não fosse apenas uma coisa: Sony é gay, totalmente gay.

Não importava o quão linda eu me tornasse, não importava o quanto eu me esforçasse, eu nunca iria conquista-lo. Eu nunca seria boa o bastante para ficar com o único cara que me interessava no mundo. Imaginam o quão frustrante é isso? Uma coisa é você não ficar com alguém por qualquer motivo normal, porque ele te acha feia, porque não te achou interessante, ou está namorando, qualquer coisa assim, outra coisa é você não ter chance alguma só porque nasceu no sexo errado.

Eu chorei por semanas, rezava para que por um milagre, que Sony se tornasse

hétero e se interessasse por mim, mas eu sabia que isso não iria acontecer e eu tinha de aceitar isso, o pior era ver os caras que tinham a chance de ficar com essa pessoa maravilhosa quebrando o coração dele, cada vez que acontecia, eu me irritava, as vezes até batia nos ex dele, acho que o Sony nunca notou que sou apaixonada por ele, embora pra mim não pareça que tenha como esconder, quando eu tô perto dele meu coração acelera, minhas mãos ficam suadas e eu sinto vontade de ficar abraçada nele o dia inteiro, claro que isso é amor, mas infelizmente, amor não correspondido.

Tudo isso mudou um dia, quando eu e Sony fomos a um parque de diversões, lá encontrei um homem de turbante que resolveu todos os meus problemas, agora quando a noite chega, eu me transformo, viro um moreno alto, bonito e sensual e que é a solução dos meus problemas e os do Sony também, obviamente."

Ok, gente, não sei se é assim mesmo que essa Becca descreveria o que aconteceu com ela, talvez ela seja uma pessoa totalmente diferente, mas pelo menos é como eu imagino. Uma garota totalmente apaixonada por um gay que se viu com a chance de poder consumar o seu amor. Que história fofa né? Só que não! Afinal, ela tá usando o meu corpo pra isso e muito obrigado, mas não, eu não quero começar a ter relações homoafetivas não, nem hoje e nem nunca!

Eu nunca tinha pensado nisso até aquele momento, quem era a dona do corpo da Renata e o que acontecia com o meu corpo enquanto eu era ela? Parece que as duas perguntas podiam ser respondidas com apenas um nome: Becca. Becca era a dona do corpo de Renata e Becca usava o meu corpo a noite.

A logica que eu imagino que seja a correta é que Becca tivesse ido ao mesmo parque de diversões que eu, encontrado o mesmo cara de turbante e conseguido a mesma coisa que eu, a noite, eu me transformava nela e ficava com Dhébora e Becca se transformava em mim e ficava com Sony, mas pelo jeito as pessoas nos vêem diferentes, só eu consigo reconhecer a Becca como Renata e só a Becca consegue me reconhecer, será que ela consegue? Ela não pareceu tão surpresa quanto eu, será que ela já sabia? Bem, o importante naquele momento era, eu tinha que tirar essa história a limpo. Tinha que ter certeza que Becca e eu estávamos passando pela mesma coisa. Detetive Henri iria tomar contar do caso.

Devolvi o celular para o Sony ainda abismado com o pensamento de alguem estar usando meu corpo por aí.

— Bem, fico feliz por você, Sony... — disse eu sorrindo sem jeito.

— Obrigado, ele é perfeito e na cama é uma loucura... - disse Sony olhando e suspirando para o papel de parede do seu celular.

— Peraí — falei quase gritando e quando notei isso voltei ao tom normal novamente — Vem cá, Sony, me diz uma coisa... Você é passivo ou ativo? — perguntei quase rezando para que ele me dissesse que era passivo.

— Ah, Hen... Eu sou relativo...

— Relativo? — perguntei sem entender.

— Sim... Sabe, gosto das duas coisas...

— Ah sim... — eu parecia estar sorrindo, mas não estava por dentro, meu bumbum não estava à salvo. — Sony é melhor eu ir embora agora, mas não se preocupa, a gente ainda vai se ver mais, ok?

— OK, eu ainda tenho que ficar aqui pra esperar o meu namorado.

— Certo.

Abracei Sony e fui embora, mas iria voltar em breve, fui em casa, esperei me transformar em Renata, troquei de roupa e voltei ao restaurante, e lá estava eu, quer dizer, o namorado de Sony, o beijando e tudo mais, não entendam errado, não é homofobia, mas ver aquilo me dava náuseas, eu não tenho nada contra dois homens se beijarem, desde que um desses dois não seja eu.

— Renata?

Me virei para ver quem me chama e era o Eduardo, ele usava um paletó com camiseta casual e uma calça jeans bem cuidado, os óculos que eram de costume no rosto e o cabelo com franja caindo no rosto.

— Oi carinha de óculos.

— Você nunca vai decorar o meu nome, não é?

— Eu sei que você se chama Eduardo, mas pra mim você sempre vai ser o carinha de óculos.

Eduardo riu, ele começou a falar coisas que eu nem tava prestando atenção, eu tava de olho mesmo era na mesa do Sony e do namorado dele.

— Re, você ouviu o que eu disse?

— Claro, claro. — disse sem nem olhar pra ele.

— Você sempre me disse que tinha que ter mais atitude.

— Hm — disse eu ainda sem dar a minima atenção.

— Então eu acho que entendi o recado.

Eduardo me puxou pra perto dele e me beijou.


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