Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 35
Capítulo 35 - Difícil dizer




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/576014/chapter/35

Sabe quando um assunto te irrita? Então é assim que me sinto quando falo sobre essa discussão com meu pai. Não vale a pena entrar nisso a fundo, o que é importante vocês saberem é, meu pai aceitou isso fácil, fácil até demais. Era estranho pois meu pai não era de aceitar ser contrariado, muito menos por mim. Acho que na real ele não ligava muito pra isso, ele preferia que eu seguisse tomando conta da empresa do que fosse seu filho, acho que aquele escritório era mais seu filho do que eu.

Naquela noite eu precisa me desestressar e eu ia me encontrar com a minha namorada, ia me encontrar com a Dhébora e estava torcendo, mas realmente torcendo que ela não tocasse no assunto de sexo, eu estava morrendo de medo da ideia de sexo lésbico, nunca havia feito obviamente e não gosto da ideia de ser principiante em nada, principalmente em sexo, já fui virgem um dia e repetir a experiência me parecia no minimo amedrontador, dizem que a primeira vez a gente nunca esquece e é assim porque a primeira vez é sempre uma droga.

Já estava namorando com a Dhébora fazia mais de um mês e acreditem se quiserem, mas essa era apenas a segunda vez que eu ia na casa dela como Renata. Vocês se lembram da primeira vez que fui lá como Renata? Entrei meio que escondida sem nem a mãe dela saber e sim, até agora a única vez que Renata viu sua sogra foi na cadeia, confesso que estava bastante tensa em conhecer minha sogra dessa vez como minha sogra mesmo, a vez que a encontrei como Henri, ela me pareceu uma mãe bem protetora e se ela não gostasse de mim? E se ela achasse que eu não sou o suficiente para sua filha?

Bati na porta duas vezes e esperei ansiosa que abrissem a porta, quem abriu foi a Dhébora e quase me esmagou quando pulou em cima de mim me abraçando.

— Que saudades... — confessou Dhébora enquanto me esmagava entre os seus braços.

— Eu também senti, amorzinho...

— Vem, entra. — disse Dhébora pegando na minha mão — Da ultima vez que você veio aqui estava tudo escuro, agora você vai conhecer minha casa.

Um vulto preto veio ágil para cima de mim, se esfregando nas minhas pernas uma gata linda me olhava com aqueles olhos enormes, me abaixei e fiz carinho nas costas dela que respondeu miando pra mim.

— Estranho... — disse Dhébora.

— O que? — perguntei enquanto ainda acariciava o pelo da felina.

— A Maggie te cumprimentou, ela normalmente faz isso com quem ela já conhece e gosta...

— Então acho que ela gostou muito de mim... — respondi enquanto acariciava a barriga da Maggie.

— Boa noite, Renata. — disse a mãe de Dhébora saindo de seu quarto e indo para a sala conosco.

— Boa noite, senhora.

— Por favor, não me chame de senhora, me chame de Cris.

— Ou de sogrinha. — respondi rindo nervosa, Dhébora abriu um sorriso amarelo enquanto a sua mãe tentou sorrir mas tive total impressão que foi de pena.

— Esse seu perfume... ele é masculino, não?

— Unisex.

— Eu me lembro dele, aquele seu amigo que as vezes vem aqui em casa não usa um igual, Dhébora?

— Quem? O Henri? — perguntou Dhébora se aproximando e sentindo meu perfume — é verdade... O perfume de vocês é bem parecido, Re. Praticamente igual. Que coincidência...

— É... — respondi nervosa.

— Você conhece ele? — me perguntou a mãe da Dhébora.

— Como?

— Conhece o Henrique?

— Temos uma amiga incomum...

— Você vai dormir aqui em casa hoje, né? — perguntou Dhébora me abraçando e dando beijos na bochecha.

— Não sei, Dhé. Não quero atrapalhar sua mãe e invadir a casa de vocês assim...

— Atrapalhar? Invadir? Não se sinta assim, Re. Você é minha convidada hoje, ok? Sinta-se em casa. Só não façam muita bagunça...

— Ah, então OK... — disse com um sorriso amarelo no rosto.

— Você está dando o cordeiro para a loba — pensei — se bem que ela é mãe da loba e não do cordeiro, então faz sentido defender seus desejos.

Jantamos as três juntas, ao invés de comer sua comida Dhébora me devorava com os olhos, realmente como um predador sádico que observa sua presa agonizando em seus últimos momentos de vida, fazia tudo isso enquanto roçava sua perna na minha e de vez em quando eu via um sorriso safado vindo daquele rosto, a sua mãe nem notava nada, comia e conversava como se nada acontecesse, ela era imune a isso, não notava que não tinha dado a luz a uma moça e sim a um Dheabo sexy e fatal.

Depois do jantar Dhébora me disse para esperar ela no quarto enquanto ela tomava banho, fiquei mexendo no celular, falando com Carol e o carinha de óculos, separadamente, óbvio.

Até que ela apareceu na porta, seu cabelo estava molhado, ela usava uma lingerie sexy, mas tão sexy que meus olhos derretiam só de olhar, figurativamente falando, era preta com uma mini blusa semitransparente que deixava ter um vislumbre parcial de como era os seus seios, ela usava uma calcinha que era muito menor que a minha mão e não falo da mão de Henri, falo da mão de Renata mesmo.

Dhébora estava sexy como nunca e eu babando como nunca, eu queria muito fazer sexo com ela, mas e se fizesse mal? E se ela não gostasse?

— E então? — me perguntou Dhébora.

— Wow... Você está linda.

— Ótima resposta. — disse ela se aproximando de mim e me beijando.

— Peraí, calma.

— Porque você foge tanto disso, não me acha bonita?

— Claro que eu acho...

— Então o que é?

— É que eu nunca fiz algo desse jeito antes.

— Você é virgem?

— Digamos que sim...

— Oh meu deus, eu não sabia...

— E se eu fizer mal feito? E se você não gostar mais de mim por causa disso?

— Re, eu te amo. Não vou te deixar por isso e aposto que você é muito boa nisso, ok? E se não for eu te ensino... Relaxa, tá bem?

Assento com a cabeça, Dhébora se deitou ao meu lado, me beijou na boca com carinho, acariciou o meu corpo, tirou minha blusa e eu comecei a ficar vermelha como um pimentão.

— Calma... — disse ela sorrindo.

Ela desce, puxa minhas calças pra baixo até tirar e começa a beijar minha barriga e com os dentes começa a puxar minha calcinha, eu confesso que... Ei! Peraí, quase que vocês me enganaram, seus tarados. Que tal um pouco de privacidade aqui? Só vou dizer que foi muito bom e eu tava precisando de algo assim pra relaxar.

Depois de acabarmos, ficamos deitadas abraçadas conversando, peguei o celular pois fazia quase duas horas que não respondia as mensagens.

— Celular? E cadê a atenção pós-sexo? — me perguntou Dhébora rindo.

— Só vou dar boa noite para as pessoas, não gosto de deixar os outros no vácuo?

— Carinha de óculos? — perguntou Dhébora olhando meu celular — devo me preocupar com ele sua hétero? — me perguntou Dhébora gargalhando.

— Não seja boba... Eu sou tão macho, mas tão macho que até meu lado feminino é lésbico.

— Re, você é mulher, você teria que ter um lado masculino hétero eu acho, ou algo assim.

Notei a besteira que falei.

— Ah, você entendeu. Eu não gosto de homem e não quero nenhum e fico feliz que você seja lésbica também dai só tenho que cuidar pra que nenhuma vadia chegue no que é meu.

— Bem, na verdade, eu sou bi, mas quase lésbica...

— Ahn?

— Eu gosto de homem também, mas eles são uns idiotas, todos querem apenas conquistar mulheres, querem pegar o máximo possível e não é isso que eu procuro, isso que eu tenho com você — disse ela segurando a minha mão — acho muito difícil que eu pudesse ter com um cara. Por isso que sou quase lésbica, não me vejo com um cara, mesmo que me sinta atraída por alguns.

— Hm...

— Você tá com ciumes? — me perguntou Dhébora rindo.

— Eu tenho que me preocupar com todo mundo agora...

Dhébora me abraçou e me encheu de beijos.

— Eu só tenho olhos para você, ok?

— Ok...

Eu sei o que você está pensando sobre a Dhébora ser bissexual e eu te digo, eu não estava ligando nenhum pouco pra isso naquele momento.

Quando estava quase amanhecendo e Dhébora já estava dormindo, fui embora, sem ninguém notar, não queria que ela acordasse com Henri ao seu lado.

No outro dia, matei a ultima aula para ir encontrar um velho amigo, vocês ainda não o conhecem, mas ele é um cara muito legal, ele é uma diva, é gay mas não é daqueles que não consegue falar chiclete, porém se você o ver dançando notará que ele é gay com toda certeza. Nós éramos muito amigos antigamente, eu, Carol e Sony eramos o que chamavamos de tripé se um cai, todos caem, vimos isso em um filme, o que acontece é que um dia uma das pernas desse tripé caiu e por minha causa essa perna do tripé nunca mais quis andar comigo e com a Carol por consequencia. Seu nome é Matheus, mas todos o chamam de Sony.

Ao chegar na escola nem precisei procurar por ele, ele estava na frente da escola mexendo em seu celular. Usava um all stars de cano longo, calça jeans estilizada, camiseta branca de algodão gola V, uma jaqueta de couro e um óculos escuros, seu cabelo estava diferente de como era antes, ele tinha um cabelo bem liso com franja, mas isso não era o diferente, agora seu cabelo era loiro com azul.

— Com licença, senhor, pode me dizer que horas são?

— Meio-dia.

— Não, senhor é hora de rever velhos amigos.

Sony levantou o rosto e sorriu ao me ver, eu também estava sorrindo.

— Henri, seu maldito, que bom te ver.

— Se essa é sua forma de dizer que sentiu minha falta, eu posso dizer o mesmo.

— Peraí, deixa eu te ver — disse Sony parando pra me olhar — caramba garoto, você tá gostoso hein? O tempo te fez bem!

— E você agora sendo a nova loira do tchan, de onde surgiu essa ideia de ficar loiro?

— Ah, já faz mais de um ano que pinto assim, daqui a pouco você se acostuma.

— Então sem ressentimentos? Não me odeia mais por aquilo?

— Por você não seguir a regra clássica de bros before whores? — para quem não sabe inglês em tradução livre seria "amigos antes de vadias" — Eu estou de boa se você me disser que não está com aquela vadia.

— Nunca estivemos, você sabe, eu e a Anne foi sempre uma coisa complicada...

— Ótimo, aquela oferenda tem que voltar pro mar logo...

— Sony? — gritou uma voz feminina que eu reconheci vindo de dentro da escola.

— Aqui! — gritou Sony — Eu estava esperando uma amiga — explicou ele pra mim — Você vai adorar ela, se quiser te apresento inclusive, sei que você sempre teve problemas em chegar nas meninas então posso dar esse empurrãozinho.

— Acho que as coisas mudaram um pouco desde a ultima vez que conversamos.

— Hmmmm, nojentinho. — me respondeu Sony.

Uma moça com uma jaqueta jeans e camiseta preta veio correndo para junto de nós, ela tinha um cabelo castanho com franja e óculos de grau com armação preta. Sua pele era clara, bem clara e ela tinha bem pouco corpo.

— Essa daqui o meu xodó, Henri. O nome dela é Becca.

— Oi — disse ela pra mim, me fazendo me sentir atordoado por ouvir aquela voz. Aquela não era Becca, ela era a Renata.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Não Leia Essa História" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.