Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 32
Capítulo 32 - Medidas Desesperadas


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, desculpa se eu tô parecendo um autor escroto que não responde os comentários, tá realmente foda de ter tempo, mil desculpas ç.ç Eu leio todos os seus comentários, mas não tô tendo tempo de responder e obrigado a todos que continuam mandando ainda assim, vocês são foda!



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Eu estava muito puto, tipo muito mesmo. Toda aquela situação com o meu pai me fez ficar andando pela cidade a tarde inteira e depois por boa parte da noite, eu nem fui em casa trocar de roupa, fiquei com um terno largo e gigante no corpo pequeno e frágil de Renata.

Depois de tanto andar, quando me senti mais calmo fui para a casa da Carol. Eu sempre andava com a chave da casa dela na mochila então entrei pela porta da frente sem nem precisar bater, mesmo que já fosse de madrugada, já era comum pra mim, era como entrar em casa. Fui até a cozinha, peguei uma caixa de leite para tomar e subi para o quarto da Carol.

A encontrei lá sentada no computador fuxicando e revirando todo o perfil do facebook do carinha de óculos, quer dizer, do Eduardo, tenho que me acostumar com esse nome. Ela parecia bastante irritada e obstinada a achar alguma coisa.

— Ahm... Oi? — disse olhando pra ela da porta.

— Você não vai acreditar! — respondeu ela sem nem me dar oi ou olhar para mim.

— O que? — perguntei entrando, sentando na sua cama e tomando o primeiro gole do leite.

— O Eduardo me largou porque está apaixonado por outra garota.

O leite entrou pelo lugar errado, me engasguei toda e comecei a tossir.

— Eita, você tá bem? — disse Carol sentando ao meu lado.

Eu pedi um segundo com a mão e depois tossi por mais um tempo enquanto Carol me dava alguns tapinhas nas costas.

— O que você disse? — perguntei ainda tensa.

— Ele tem outra!

— Outra? Ele tá namorando? — Será que o carinha de óculos realmente conseguiu me enganar? Ele parecia ser um bobão, um daqueles caras que acredita totalmente na monogamia reta e certa, eu acho que ele nem faria sexo de luz acesa de tão bonzinho que parecia e ainda disse estar interessado em mim e agora tá com outra garota? Se for verdade, ele é um filha da puta.

— Não, ele está a fim de outra garota, acho que ele terminou comigo por causa dela.

— E você sabe quem é? — perguntei com medo de que ela soubesse que se tratava de mim, Renata. Não sei como ela reagiria com isso e eu realmente detesto coisas que não posso prever.

— Não, mas vou descobrir quem é... Ah se vou! E quando eu descobrir quem é eu vou arrancar cada ossinho dessa vagabunda e servir pra esse viado comer.

Imagine a garota mais fofa que você conhece no mundo falando esse tipo de coisa e com cara de ódio, acreditem, dava medo, a fofura consegue as vezes ser muito macabra.

— Calma, Carol, não é assim também...

— É assim sim!

— Você ainda ama tanto assim ele?

— Amar? Eu odeio o Eduardo, o odeio!

— Tem certeza?

— Cala a boca, Henri! Vamos falar dos seus problemas, ok? Cansei de falar de mim! Como tá a coisa do filho?

— O problema não é o filho e sim, o avô.

— Como assim?

Eu contei tudo que aconteceu no meu pseudo primeiro dia de trabalho.

— Henri...

— O que? Sempre que você fala desse jeito é porque vai me repreender.

— E não devo?

— Porque deveria?

— Você começou a trabalhar porque? Por causa desse seu filho, a ideia era você ficar mais responsável mas no seu primeiro dia você chega atrasado, briga com o seu chefe e depois se demite, acha que isso significa ser responsável?

— Meu chefe não, meu pai.

— Quando você trabalha pra ele, ele se torna mais seu chefe que seu pai. Poxa, Henri, você não quer ser responsável, que péssimo começo hein?

Abaixei a cabeça.

— Porque sempre tenho de colocar juízo na sua cabeça?

— Porque eu te amo! — disse abraçando a Carol.

Nesse exato momento o pai de Carol entrou no quarto me vendo abraçado com ela.

— Oi, senhor, tudo bem?

— Usando terno? Isso não é roupa de homem.

— Ah, isso é uma longa história, o senhor não vai querer saber...

— Você precisa ficar abraçada com a minha filha desse jeito?

Soltei Carol e fui falar com o pai dela.

— Aconteceu alguma coisa, senhor? Você tá meio seco comigo hoje...

— Renata, é verdade que você está namorando uma garota?

— É verdade sim, senhor. Você tem de conhece-la. Tenho certeza que vai adora-la!

— Eu não quero conhece-la, Renata. Inclusive, quero te pedir que devolva as chaves da minha casa e pare de andar com a minha filha.

— O que? Como assim?

— Eu não posso deixar minha filha ter uma má influência como você por perto.

— Má influencia?

— É, gente como você...

— Gente como eu o que? Mulheres? Baixinhas? Cabelo castanho? O que?

— Sapatão.

— Pai! — repreendeu Carol.

— Peraí, Carol — eu realmente estava irritado — Eu sou lésbica sim, lésbica, gay, sapatão, como você quiser chamar, eu gosto bastante de mulher, mas isso não molda caráter e isso não significa que eu vá querer namorar sua filha, mas isso também não significa que vou fazer sua filha virar gay também. Homossexualidade não é uma doença, um vírus que eu passe pras outras pessoas por estarem perto de mim, senhor, então não se preocupe que a Carol não vai ser contagiada por mim não e acho que você deveria perder esse seu preconceito trouxa. Aqui está sua chave senhor. — disse entregando a chave nas mãos dele — Tchau, Carol, estou indo embora.

Comecei a sair do quarto, mas voltei pois já estava irritada demais com a briga que tive com meu pai, não ficaria sem falar aqui o que eu pensava para o pai dos outros, não levaria desaforo pra casa hoje.

— Eu entendo, você não querer o Henrique aqui, ele era um cafajeste, era um cara que eu mesmo não confiaria de deixar minha filha sozinha com ele, mas me tirar daqui por causa minha sexualidade? Eu queria estar enojada, mas a decepção acaba abafando isso.

Sai da casa da Carol e passei a madrugada andando pelas ruas, não podia entrar em casa assim pois vai que alguém visse uma garota aleatória entrando em casa, não podia encontrar a Dhébora porque ela iria querer me levar pra cama e eu teria que me preocupar em sair de lá antes que o Sol nascesse, acabei indo até um supermercado buscar algumas coisas pra comer e beber, acabei pegando uma garrafa de suco de laranja que se dizia natural mas eu tinha certeza que era totalmente industrializado e um sanduíche pronto que eles vendiam, cheguei no caixa e peguei meu cartão de débito do banco para pagar, coloquei a senha e a moça me respondeu:

— Disse que tá sem saldo.

— O que?

— Aqui diz ó “saldo insuficiente”.

— Impossível, tem quase dez mil nessa conta.

— Quer passar de novo?

— Não, eu vou ali no caixa vinte e quatro horas pegar dinheiro mesmo.

Fui até o caixa eletrônico e tentei tirar dinheiro, também dizia saldo insuficiente, fui ver o extrato e parece que a conta tinha sido limpa, alguém tirou todo o dinheiro da minha conta, isso deveria ser algum engano muito absurdo do meu banco, teria que passar lá amanhã depois da aula pra descobrir o que aconteceu, mas era algo estranho, muito estranho…

— Tá sem dinheiro, gatinha? — disse uma voz vinda de trás de mim.

Me virei para olhar e a pessoa mais irritante do mundo estava ao meu lado, me encarando. Usando uma camiseta preta sem mangas com o simbolo do Justiceiro e uma calça jeans rasgada. Era Juan.

— Só o que faltava para o meu dia ficar pior.

— Ou melhor. Quer vir pra minha casa?

— Não quero e nem nunca vou querer.

— Um não que quer dizer sim.

— Um não que quer dizer jamais vou querer nem chegar perto de você pois tenho vontade de vomitar só de pensar em você.

— Ou seja, sim.

— Como você é idiota, me deixa em paz!

— Nenhuma garota me diz não!

Essa frase lembrou a mim mesmo a um tempo atrás.

— Então conheça a primeira que disse, eu sou lésbica caso você não tenha notado ainda.

— Eu posso fazer lésbicas virarem hétero por uma noite. Vem, vamos pra minha casa — disse Juan me puxando pelo braço.

— Não! — soltei meu braço da mão dele — Eu já te deixei no chão uma vez, quer que eu faça isso de novo?

— Isso é uma proposta indecente?

— Sim, para te levar pro hospital, se toca, garoto!

Sai do supermercado mais irritada ainda, tinha como aquele dia piorar? Não sabia para onde ir, fiquei andando um pouco pela rua, ela estava deserta, ouvi um barulho e olhei para trás, logo em seguida sentindo uma dor no estomago, havia levado um soco, ele foi seguido de outro no rosto que me fez cair no chão, me virei para ver o que estava acontecendo, era Juan.

— Porque você tem que dificultar as coisas. — ele me perguntou ofegante.

— Juan, para… Sai daqui…

— Não, eu te falei que nenhuma garota diz não pra mim, ou é por bem, ou é por mal.

Juan abaixou as suas calças, deixando ela em seus joelhos mas quando foi mexer na cueca, meti um chute direto no seu brinquedo a dor deve ter sido gigante, pois ele caiu de joelhos no chão e gritou de dor, deu tempo o bastante para que eu me levantasse e saísse correndo para dentro de um ônibus, ele tentou me perseguir mas a dor e a calça pelos joelhos não permitiram, consegui fugir daquele filho da puta, eu sabia que ele era retardado e inconsequente, mas nunca imaginei que ele seria um estuprador.


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