Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 29
Capítulo 29 - Um problema nunca vem sozinho




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OK, calma, eu sei que isso pegou vocês desprevenidos, mas acreditem eu fui pego desprevenido muito mais do que vocês. Em primeiro lugar deixo claro sempre que faço sexo eu uso camisinha, sempre, pior do que ter filhos é pegar doenças sexualmente transmissíveis, então eu não arrisco, mas infelizmente as vezes a camisinha fura ou rasga e existe a chance de engravidar, acontece... e parece que foi isso que aconteceu comigo e com Linda. É galera, parece que serei papai. Bem, se a camisinha estourou para o meu filho nascer, é um sinal de que ele veio para esse mundo para estourar também. No bom sentido, claro. Não quero um filho homem-bomba.

— Grávida? De mim? Mas já faz quase dois meses que a gente transou, Linda. — aquilo não fazia sentido algum pra mim.

— Sim, de acordo com os médicos é mais ou menos esse tempo que ele tem de vida dentro de mim.

— Não, cara. Eu não posso ser pai agora.

— E você acha que estava nos meus planos ser mãe? Eu também não queria isso, eu tenho uma vida toda pela frente.

— Você sabe que a gente não vai casar né? Eu nem sei se esse filho é meu mesmo...

— Ei, calma, ok? Primeiro, não quero casar com você, não pensava nisso desde o início. Segundo, eu entendo a sua frustração, existe sim a possibilidade de você não ser o pai, mas sinceramente eu acho difícil. O tempo de quando nós ficamos é o mais próximo do que os médicos falaram, mas não se preocupe, quando a criança nascer a gente faz teste de DNA e daí teremos certeza se ele é seu ou não. Eu não vim pedir seu dinheiro nem nada, mas eu vou precisar de ajuda caso ele realmente seja seu, não quero depender de você mas não vou conseguir manter uma criança sozinha.

— Entendo, olha eu tô confuso, ok? Eu não sei o que te dizer.

— Não precisa dizer nada, eu também fiquei assim no começo, mas depois que se acostumar com a ideia fica tudo mais simples. Bem mais do que parece agora.

— O que houve?

— Como assim?

— Você nem parece a mesma garota que eu conheci.

— Eu vou ser mãe, Henrique. Eu não posso mais me dar ao luxo de ser uma adolescente.

— Isso é muito maduro da sua parte.

— Obrigado, mas é a vida, é amedrontador no começo, você deve estar sentindo isso agora.

— Você não sabe o quanto…

— Bem, eu tenho que ir embora agora, vê se começa a atender o telefone, ok?

— Vê se tira do número confidencial…

— Ok — disse Linda rindo — Fica bem, ok? Vê se não pira com isso, como eu falei, posso estar errada, mas queria que você soubesse antes pra não ser pego de surpresa.

Eu sai daquela conversa totalmente consternado, realmente não sabia o que fazer, decidi que precisava tirar isso da minha cabeça, então marquei de sair com a Dhébora a noite. Saímos para tomar um sorvete em uma sorveteria perto da casa da Dhé e lá ficamos conversando, abraçadas. A Dhébora pediu um sorvete de flocos para si mesma e para mim um sorvete de chocolate porque sorvete de chocolate é o melhor de todos, eu tentei parar de pensar no meu problema com a Linda, mas não conseguia parar de pensar em ser pai, acho que é compreensível.

— Tá tudo bem, Re? — me perguntou Dhébora preocupada.

— Ahn? — Não entendi o que ela quis dizer.

— Você está a noite toda meio aérea, com a cabeça nas nuvens, aconteceu alguma coisa? Está tudo bem?

— Não aconteceu nada…

— Tem certeza?

— Eu só tô pensando na namorada maravilhosa e perfeita que eu tenho — respondi abraçando a Dhébora e lhe olhando com uma carinha fofa, ela sorriu e me beijou.

— Te amo, ok? — me disse Dhébora.

— Eu também te amo, DhéDhézinha. — nos beijamos novamente.

— Ei! — disse uma voz de homem gritando de trás da gente, nos viramos para olhar, era o Juan, sempre ele — Não acredito que você está fazendo isso!

— O que você quer, cara?

— Você está ficando com uma garota? Você pode ficar comigo e fica com uma garota?

— Em primeiro lugar, ela é minha namorada. Em segundo lugar, eu te detesto e nunca vou ter nada com você então se toca.

Juan deu um soco na mesa.

— Eu não aceito isso, ouviu bem? Você vai ficar comigo, eu vou resolver isso!

Após sua frase ele saiu andando bastante irritado e batendo os pés.

— Esse cara é maluco! Não consigo entender ele...

— Esquece ele, quer ir pra minha casa? Não tá legal ficar aqui não... — me perguntou Dhébora.

— Ok, vamos sim.

Fomos para a casa da Dhébora, a mãe dela estava dormindo com a gata em seu quarto então entramos sem ninguém nos perceber, fomos para o quarto da Dhébora, nunca tinha entrado lá antes, ele era um quarto até que bem grande, você entrava através de uma porta de correr logo na entrada tinha uma cama de casal bem grande com um acolchoado azul marinho o cobrindo, logo em seguida há uma tela bem grande com ligada ao computador, acho que era uma televisão que era usada como tela para o computador, tinha um armário bem grande que cobria toda a parede, na outra parede tinha presa uma guitarra vermelha, me parecia uma Gibson SG estilo a que o Angus Young usaria. Ficamos deitadas juntas na cama do quarto dela.

Estávamos nos beijando, ela estava sobre mim e então Dhébora colocou a mão dentro da minha blusa e foi subindo até apertar o meu seio enquanto me beijava.

— Dhébora!

— O que?

— Não né…

— O que? Porque não?

— Eu não quero ainda.

— Não quer?

— Eu não tô com cabeça pra isso.

Dhébora se sentou na minha frente na cama.

— Re, o que tá acontecendo? Você passou o dia inteiro longe, parece que não está nem aí para mim e agora isso?

— O que? Eu sou obrigada a transar com você, é isso?

— Não é isso, Re… O que eu tô falando é outra coisa. Você está estranha…

— Olha, eu tô com a cabeça cheia... — coloquei a mão no rosto, eu estava muito estressada e estava descontando na pessoa que eu menos gostaria de descontar — talvez tenha sido uma má ideia eu te encontrar hoje, não é culpa sua, ok? Sou eu que estou com esses problemas e isso tá fodendo minha cabeça. É melhor eu ir embora…

— Não, Re. Fica, me conta o que tá acontecendo, eu te ajudo a resolver.

— Não dá, Dhé, é melhor eu ir embora mesmo.

— Deixa eu te ajudar.

— Não! — falei em um tom exaltado — Me desculpa… por favor, deixa eu ir embora, Dhé, me desculpa.

— Ok. — disse a Dhébora se levantando e indo comigo até a porta da sua casa.

— Não fica brava comigo, por favor, eu tô com a cabeça cheia.

Dhébora abriu a porta pra mim e eu fui embora, fui para casa da Carol, precisava conversar com alguém sobre tudo isso, infelizmente não podia falar isso pra Dhébora, como eu falaria e explicaria que Henri engravidou alguém e era isso que estava me incomodando, sem contar que o cara do turbante disse que eu não poderia contar pra ninguém que Renata e Henri eram a mesma pessoa, então só poderia conversar sobre isso com uma pessoa: Carol.

Entrei na casa da Carol e rapidamente fui falar pra ela tudo o que havia acontecido, contei primeiro a história do Juan:

— Esse cara fica me perseguindo, achando que eu sou propriedade dele que tenho que ficar com ele e tipo, isso não vai acontecer, eu obviamente não vou ficar com um cara e eu tô namorando com a Dhébora, será que ele não se toca? Eu já disse pra ele que não quero nada e ele insiste em insistir.

— Você já pensou que ele está fazendo a mesma coisa que você?

— O que? Como assim?

— Hen… você queria ficar com a Dhébora a todo custo, não importava se ela era lésbica ou não. Me parece que esse Juan está fazendo a mesma coisa com você, você ficou perseguindo ela, estava obcecado e não queria por nada aceitar o fato de que ela é lésbica e que nunca ficaria com um homem..

— É diferente, eu não era assim...

Carol me encarou com severidade.

— Eu não era assim, Carol... era? — perguntei.

— Um tanto, não era tão estupido quanto esse cara, mas estava perto...

— Não acredito! E você não tentou me parar?

Carol agora me fuzilou com os olhos.

— O que? — perguntei sem entender, Carol começou a me dar tapas no braço e eu me encolhi para me proteger — Porque tá me batendo?

— Eu tentei como uma louca te parar — disse ela ainda me batendo e detalhe eu ainda estava como Renata, então ela estava batendo em uma menina fofa e indefesa — mas como sempre você é um puta de um cabeça-dura e não me ouviu! Argh! Que raiva de você.

— Raiva de mim? Eu não fiz nada para você sentir raiva.

— Você quer morrer, Henrique? Quer que eu te mate aqui e agora?

— Ok, calma que eu te contei a história simples...

— Como assim? Tem mais? — me perguntou Carol parando de me bater.

— Bem, a Linda veio falar comigo hoje também.

— A Linda?

— Sim, a Linda.

— E o que ela queria com você?

— Bem, ela me contou que depois que ela levou aquela porrada na cara…

— Aquela que você deu né? Não vamos esquecer isso — me interrompeu Carol.

— Continuando... ela foi para o hospital e lá descobriu que estava grávida e talvez seja de mim.

— O que? Isso não faz sentido, como ela vai para o hospital por causa do nariz e descobre que está grávida?

— Não sei, Carol.

— Você não pensa em nada né, Henrique? Essa garota pode estar lhe aplicando um golpe, sabia?

— Não acho, Carol. A Linda pode tentar ser esperta, mas não é tão esperta assim, ela também ficou com o Juan e ele é muito mais rico que eu e com certeza é mais estúpido que eu. Seria muito mais fácil enganar ele do que eu.

— Eu às vezes tenho minhas dúvidas.

— Ei!

— Só cuida para não ser enganado, ok? Essa história de estar grávida já é antiga...

— Ela mesma falou em fazermos teste de DNA e essas coisas, pode ser sim que o filho não seja meu mas e se for? Quer dizer, digamos que ela me contou a verdade, eu não quero me tornar aqueles pais que cagam para os filhos, eu quero ser um pai decente.

— Entendo. O que você vai fazer?

Eu suspirei.

— Bem, a primeira coisa a fazer é começar a trabalhar e eu sei exatamente aonde posso ter um emprego bom o bastante.

— Sério?

— Sim, eu nunca quis e sei que vai ser uma merda, mas posso trabalhar com meu pai no seu escritório de advogados.

— Tem certeza? Você sempre falou tão mal dessa coisa do seu pai de querer te obrigar a seguir a carreira dele...

— Sim, mas pior seria ser um pai que não está ali para o seu filho, meu filho vai precisar de um pai preparado pra ele e não um carinha que fica correndo atrás de mulheres e não trabalha nem nada, se o filho realmente for meu, vou querer ajudar a Linda a ter tudo de melhor para a criança e pra isso tenho que trabalhar.

— Você está me deixando assustada, Henri. Nunca te vi sendo maduro.

— Eu acho que é como a Linda falou. Eu não tenho mais escolha.

— Não está assustado com tudo isso?

— Eu estou me borrando de medo, mas se esse filho for meu mesmo, não quero ser um pai cagão, quero me preparar desde agora. Quero ser um pai melhor do o meu pai foi pra mim.


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