Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 27
Capítulo 27 - Conheça os meus pais


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa a demora em responder os comentários, assim que possível vou responder e.e



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Então gente, esse episódio é importante, mas eu gostaria de deixar claro que ele poderia acontecer em qualquer momento anterior na história, mas é vital que seja agora para eu mostrar para vocês o conflito, devo apresentar para vocês meus pais, sim, finalmente vocês os conhecerão. Poderia falar deles simplesmente, mas quero lhes mostrar as situações que vão representar exatamente como são os meus pais e o que lhes torna tão característicos.

Eu me acordei naquela manhã de sábado, nem tão manhã assim pois pelo que vi no relógio já se passava do meio-dia, me espreguicei e fiquei pensando se levantava ou dormia novamente, conseguia ver pela fresta da janela fechada a luz querendo entrar no quarto, me levantei para ir para o computador e fui dar uma olhada nas coisas que eu havia perdido na internet, facebook, twitter, essas coisas, nada demais havia acontecido, pessoas discutindo coisas que não faziam o menor sentido e nem mudariam a vida de ninguém, escrevendo errado como se nunca tivessem usado um dicionário na vida, a internet é tão boa e tão ruim ao mesmo tempo, não é mesmo?

Decido sair do quarto e vou até o banheiro apenas usando a minha cueca box branca, quando saio do quarto e passo pela sala de estar vejo que a minha mãe está com visita, é a filha da minha vizinha uma garota chata e até que bonitinha, o detalhe mais notável dela é que ela tinha o cabelo castanho com umas mechas em azul que faziam degradê para o roxo, era maneiro, me lembrava o efeito da aurora boreal.

— Henrique! Isso é jeito de sair do quarto? — me recriminou minha mãe.

— Eu sempre saio do quarto assim de manhã, não sabia que a gente tinha visita. Me desculpe — disse olhando para a garota.

— Não foi nada — disse ela despindo a pouco roupa que eu usava com os olhos.

— Com licença. — voltei para o quarto e coloquei uma bermuda vermelha e uma camiseta preta do filme Warriors a frase era a clássica “Warriors come out to play” escrita em sangue. Voltei para a sala já sabendo o que iria acontecer.

— Henrique, essa é a Maiara, ela é filha da vizinha nova que se mudou a pouco, eu disse para ela que você poderia apresentar a cidade para ela, mostrar aonde as pessoas da sua idade saem e essas coisas… — disse a minha mãe apresentando a garota.

Sorri para as duas.

— Mãe, você pode vir aqui um pouquinho… — fui com a minha mãe para a cozinha e coloquei na parede figurativamente falando, é claro — Sério, mãe? De novo?

— Meu filho você precisa arranjar uma namorada.

— Não, mãe. Eu não preciso.

— O seu pai na sua idade era que nem você, farreava, saia toda noite, pegando essas garotas tontas na rua e ele só sossegou quando me conheceu, nós namoramos, nos casamos e tivemos você.

— Eu não quero namorar, é tão difícil você entender isso? Não com uma menina que eu nem conheço e como essas que você insiste em me apresentar.

— A Maiara é uma menina muito…

— Nem complete que eu sei que você nem a conhece ainda direito, como todas as outras que você tentou fazer eu namorar. Que desespero...

— Meu filho, você nunca namorou na sua vida, você precisa de uma namorada.

— Sim, mãe, eu nunca namorei — é gente, eu nunca namorei, acho que vocês vão ter que mudar as suas teorias sobre quem é uma certa pessoa aí… — e não, mãe, eu não preciso namorar. Eu preciso viver a minha vida, apenas isso.

— Um dia você vai vir falar comigo e vai me dizer “Mãe, eu a achei. Finalmente achei a garota dos meus sonhos”

— Mãe, por favor, para com isso. Agora você vai ir lá e vai falar pra essa menina que eu não vou poder ficar com ela e que é melhor ela ir embora, ok? Arrumar a bagunça que você fez.

Minha mãe se virou contrariada para dar com pesar a notícia, mas se virou novamente para me falar uma coisa:

— Uma moça ligou hoje cedo para o seu celular.

— Que moça? — Gelei por um segundo, fiquei com medo de que fosse a Dhébora querendo falar com a Renata, mas depois imaginei que se perguntasse pela Renata minha mãe apenas acharia que é engano ou algo do tipo.

— Não sei, meu filho.

— O que ela queria?

— Também não sei, ela disse que só queria falar com você e não queria deixar recado.

— Estranho…

— Ela por acaso não é nenhum tipo de…

— Mãe eu nem sei quem é!

— Calma garoto, olha lá como você fala com a sua mãe...

— Tá bem… tá bem… Agora vai lá falar com a garota, ok? E por favor, não faz mais esse tipo de coisa.

Voltei para o meu quarto mas a tempo de ver a Maiara saindo de casa decepcionada, minha mãe sempre fala para as garotas como se fosse a coisa mais fácil namorar comigo, mas todas que ela traz eu nego, mesmo que seja muito bonita, sei a dor de cabeça que isso vai me trazer, minha mãe vai ficar insistindo que eu devo namorar com ela e eu não quero isso nem pensar.

Coloquei meus fones de ouvido e fiquei ouvindo um pouco de Raul Seixas deitado enquanto ficava pensando na vida, até que minha mãe me chamou para ir almoçar. Fiquei um pouco mais deitado e depois me levantei, lavei as mãos e fui para mesa, ao chegar lá já vi meu pai e minha mãe sentados e comendo, meu pai me olhou de cima abaixo com um olhar de quem me julgava.

— Muito bonito, hein Neto? Sua mãe te chama para comer e você demora todo esse tempo?

— Desculpa, pai.

— Não peça desculpas a mim, peça desculpas a sua mãe.

— Henrique, deixa ele. Meu filho senta aqui, hoje eu fiz uma comida que você adora, lasanha.

Ok, vocês devem estar um pouco confusos então vou explicar não me chamo só Henrique, e nem só Renata, me chamo Henrique Neto, porque meu pai é Henrique Júnior, o curioso é que meu pai quer que eu tenha a mesma vida que ele, se por um lado minha mãe quer que eu tenha um namorada do outro meu pai quer que eu trabalhe com ele em seu escritório de advogados, assim como quer que eu faça faculdade de direito como ele fez, meu pai já decidiu toda a minha vida, o que sempre estraga os seus planos, sou eu, querendo viver a minha vida do meu jeito.

O engraçado dessa história toda é que meu avô o primeiro Henrique, já que meu pai é o Júnior, não me pareceu ser tão rígido com meu pai quanto meu pai era comigo, meu avô também era advogado mas ele não forçou meu pai a se tornar um também, foi escolha do meu pai e eu invejo esse poder de decisão, acho que se eu não seguir essa carreira meu pai me deserda.

Meu avô morreu quando eu tinha uns cinco anos por problemas no fígado, mas ele gostava de aproveitar a vida assim como eu, me lembro que eu adorava brincar com ele e nas fotos eu consigo ver que ele era muito mais presente na minha vida que meu pai, a única coisa que meu pai sabia era trabalhar.

Não sei qual carreira quero seguir, nem penso nisso agora, eu sou um cara novo tenho muito o que viver ainda pra ficar pensando nisso agora.

— Ouviu? — disse o meu pai me encarando.

— O que?

— Você não prestou atenção em nada do que eu disse, não é mesmo?

— Desculpa, eu estava prestando atenção na minha comida.

— Sempre com a cabeça no mundo da lua, você não pode ficar assim se quer seguir o negócio da família, inclusive aquela vaga para você trabalhar lá ainda está te esperando. — disse meu pai me apontando o garfo.

— E vai ficar por um bom tempo... — falei baixinho.

— O que você disse?

— Nada...

— O que você disse? — gritou meu pai se levantando — Sabe quantas pessoas querem um emprego e não conseguem? Eu queria na sua idade ter essa oportunidade!

— E eu queria ter direito de escolher o que quero fazer da minha vida e não ter um cara me dizendo o que devo fazer!

— Cara? Quem você pensa que eu sou? Você me respeite, garoto!

— Você quer que eu te respeite? Quer respeito? Então respeite o que eu quero que daí talvez você conquiste o respeito que quer. — me levanto irritado e vou saindo de casa.

— Filho! — me chamou minha mãe.

— Tô sem fome, mãe. Tiraram meu apetite. — disse encarando meu pai.

Saio na rua bastante irritado quando meu telefone toca e eu com a raiva que estava nem olho quem era e apenas atendo.

— Alô?

— Alô, Henrique? — disse uma voz feminina nasal que não consegui reconhecer.

— Porque eu atendi o telefone? Olha eu não tô afim de conversar agora.

— Não, espera, precisamos conversar.

Desliguei o telefone e passei a tarde inteira na rua sem nem saber pra onde ir ou o que fazer, só sabia que não queria voltar pra casa agora.


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