Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 25
Capítulo 25 - Seu nome é Eduardo


Notas iniciais do capítulo

Estou postando hoje porque exatamente hoje a história completa dois meses de existência :D



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Foram necessários dois meses de história, vinte e quatro capítulos, mais de quarenta mil palavras, sim quarenta mil palavras e muita coisa acontecer para que acho que a coisa mais esperada dessa história acontecesse, o meu beijo com a Dhébora, muitas pessoas soltaram fogos de artificio e festejaram na rua, mas sinto lhes dizer, tudo isso não passava de um sonho. Eu não beijei a Dhébora… é, é chato ter de dizer isso para vocês, mas fazer o que…

Ok, desculpa, deixa eu parar de rir, tô zuando com vocês, a gente se beijou sim.

Quando acabei de beijar a Dhébora fiquei coladinha com ela, nós duas ainda respirando um pouco ofegantes olhávamos uma nos olhos da outra, sorri para ela que sorriu para mim de volta.

— Estava louca para fazer isso… — confessei.

— Precisava demorar tanto? — me perguntou a Dhé rindo.

— Acredite, demorou mais para mim do que para você.

— O que te fez mudar de ideia? Quando conversamos antes você disse basicamente que não queria se machucar...

— Da última vez que algo assim aconteceu, eu escolhi errado, não quero escolher errado novamente, quero ficar com você. Eu posso me ferrar, pode ser que dê errado, mas quero que pelo menos a gente possa tentar. Pode ser que dê certo.

Dhébora me beijou e eu correspondi.

— Obrigado. — me agradeceu ela.

— Não, eu que agradeço. Agradeço a você por não ter desistido de mim, por não ter desistido quando eu mesma tinha desistido.

Nos beijamos novamente.

— Vamos entrar? — me perguntou a Dhébora.

— Não! Vamos sair daqui… quero ficar só com você.

— Mas, Re, eu tenho que avisar a Mai que eu não vou ficar mais aqui…

— Foda-se aquela idiota, vem comigo. — retruquei com um sorriso malicioso no rosto enquanto puxava Dhébora pra longe daquela festa, ela me seguiu um pouco contrariada no começo, mas depois nem pensou mais naquela trouxa da Maitê, também se pensasse comigo do lado eu bateria nela, não dá nem pra comparar. Ficamos juntas a noite toda, quer dizer a noite toda não, mas boa parte da noite, quando estava prestes a amanhecer eu fui embora, ninguém quer que ela saiba que Henri e Renata são a mesma pessoa, não é mesmo?

No outro dia de manhã fui a escola com um sorriso no rosto, sabe quando tudo parece que está perfeito, o céu parecia mais limpo, as pessoas mais saudosas, nada poderia abalar a minha felicidade naquele dia, mas algo poderia tirar minha tranquilidade. Naquele dia Carol foi a aula.

Ela sentava atrás de mim na classe, então eu não tinha como virar para trás para ver o que ela fazia, então segui a aula inteira olhando para frente, ficamos nessa situação durante a aula toda, foi tenso, na saída ela saiu rapidamente da sala, então imaginei que ela não queria falar comigo, guardei minhas coisas e fui embora, naquele dia não falei com a Dhébora também, mas ela passou toda sorridente por mim, isso já me deixou bem mais animado.

— Henri! — chamou alguém enquanto eu saia da escola. Era Carol.

— Oi. — disse me virando para ela surpreso por ela vir falar comigo.

— Oi… — disse ela se aproximando de mim um pouco envergonhada começamos a andar para a saída enquanto conversávamos.

— Perdeu alguns dias de aula? Não me parece algo que você faria normalmente…

— Foi melhor assim, eu precisava ficar uns dias sozinha…

— Carol, me descul…

— Não, Henri, eu que te peço desculpas. Eu estava frustrada, irritada e muito ferida com o fim do meu namoro, acabei descontando em você.

— Você podia estar tudo isso, mas também estava certa, eu não tenho sido um bom amigo para você, você merece mais e eu vou ser mais, ok?

Carol me olhou por um instante e sorriu.

— O que foi? — perguntei.

— Você tá diferente? O que houve? Não…

Eu sorri.

— Não acredito, Henrique, você conseguiu! Você ficou com a Dhébora, nunca imaginei que ela ficaria com um cara. Parabéns!

— Foi como Renata, Carol.

Carol me olhou com uma cara de quem não entendia e logo em seguida me abraçou.

— É muito bom te ter de volta, velho amigo.

— É muito bom estar de volta também.

— Me conta como isso aconteceu, como você decidiu que devia ficar com a Dhébora sendo Renata, não imaginava que você mudaria de ideia, não dessa forma, ao menos.

— Um pouco foi por sua causa, pelo que você me disse, aquilo me fez pensar… Depois eu notei que eu podia tentar fugir, mas que eu mesmo me arrastava para onde ela estava e que não aguentaria ver ela com outra pessoa, ela me confrontou também, me pôs na parede e eu tive que admitir para mim mesmo a verdade, eu estou apaixonado por ela.

Carol me abraçou de novo.

— Parabéns, Henri! Eu achei que demoraria demais para você chegar a essa conclusão, que talvez não fosse a tempo suficiente, eu estou muito feliz por você.

— E você, Carol? O que aconteceu com o… — estalei os dedos como quem busca assim na memória o nome do rapaz.

— Eduardo, Henrique… o nome dele é Eduardo.

— Eu sabia, ok? — Carol me olhou com uma cara de quem não acredita nenhum pouco em mim — Ok, eu não sabia… mas vou tentar prestar mais atenção, vou me lembrar do nome de todo mundo que você me disser. Em primeiro lugar, você tá bem?

— Ah, eu to indo… Tentando continuar a vida né…

— Quer que eu quebre a cara dele?

— Não, eu não posso querer obrigar ele a ficar comigo.

— Porque ele terminou com você, Carol? O que houve? Você é linda, maravilhosa, perfeita, como alguém terminaria com você? Eu quero você, me abraça, casa comigo!

— Menos, Hen… ah, sei lá, não sei direito o que houve, só sei que ele não me quer mais, ele tem todo o direito, se é o que ele quer, tenho que aceitar né…

— Vamos sair! Vamos pra uma festa, sei lá! Não posso te deixar assim, vamos nos divertir, achar um cara pra você, eu conheço um cara que é perfeito pra você, ele é meio panaca, mas é um cara legal e ele realmente precisa de alguém do lado dele, ele também acabou de sair de um namoro é perfeito pra você, acho que você vai gostar dele! Me parece que vocês fariam um bom casal.

— O tal carinha de óculos? Não quero encontros agora, Hen. Mas obrigado.

— Então vamos sair, onde você quer ir? Vamos!

— Não posso, o Dudu vai passar aqui no colégio para me entregar as minhas coisas que estavam com ele, foi um dos motivos que vim para a aula hoje.

— E eu obviamente também.

Carol ri, era o meu objetivo.

— É, você também.

Abraço ela apertado.

— Estava com saudades de você, Carolzinha.

— Eu também estava com saudades de você, de você mesmo. — Carol levantou a cabeça e parece que reconheceu alguém — Lá vem ele.

Usava botas marrons curtas e um tanto surradas, uma calça jeans um tanto estilizada, camiseta preta da banda Imagine Dragons, uma tatuagem tribal no braço, barba um pouco maior do que por fazer no rosto, óculos escuros e um boné com a aba um tanto levantada que deixava a franja aparecendo. Era um cara estiloso, devo admitir… peraí, ele me pareceu familiar…

Eduardo se aproximou da gente enquanto eu ainda ficava olhando com curiosidade para ele tentando ver melhor o seu rosto.

— Oi Carol. — disse ele a dando um beijo na bochecha e lhe entregando uma sacola — Você deve ser o Henrique né? Faz uns dois anos que ouço falar de você... — Eduardo esticou a sua mão para que eu a apertasse, eu ainda estava abismado, Carol me deu um cutucão com o cotovelo que me fez acordar, apertei a sua mão ainda olhando para ele com curiosidade.

— É um prazer, é um prazer.

— Bem, eu ia te dar isso no dia dos namorados, mas já que… enfim — disse Carol tirando um livro da mochila, era Jogador Número Um do Ernest Cline. Eduardo tirou os óculos escuros e pegou um óculos de grau do seu bolso para ler o que estava.

— Puta que pariu! — gritei logo em seguida colocando a mão na boca.

— O que houve, Henri? — me perguntou Carol sem entender nada da mesma forma que o Eduardo. Os dois me olhavam um tanto assustados.

— É que… esse livro é muito bom… você deveria le-lo logo... eu preciso ir embora gente… Foi um prazer te conhecer, viu carinha, quer dizer, é Eduardo né? Até mais! Beijo, Carol. Eu tenho que ir embora, desculpa qualquer coisa, tchau!

Sai correndo dali e me escondi atrás da curva da escola para olhar para trás novamente.

— Que merda… que merda… que merda… — disse eu olhando para os dois conversando — Porque eu sempre me meto nessas coisas? Eu tô fodido…

Ah verdade. Eu devo explicar para vocês né? Ah sério que vocês ainda não sabem? Acho que já sabem sim… Ok, eu falo. Eu já conhecia o Eduardo, só não me lembrava de onde, quando ele trocou de óculos eu o reconheci totalmente, nós o conhecíamos como Carinha de Óculos.

A boa noticia é que agora sei o nome de duas pessoas que eu não lembrava de jeito algum, a má noticia é que o ex da minha melhor amiga pelo qual ela ainda era apaixonada estava apaixonado por mim.


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Notas finais do capítulo

Um abraço para a Harue e para a Thay que desvendaram isso antes e vieram me comentar de forma mais elaborada.