Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 19
Capítulo 19 - Um beijo




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Um beijo, do latim basium, é o toque dos lábios em outra pessoa ou objeto. Na cultura ocidental é considerado um gesto de afeição. Entre amigos, é utilizado como cumprimento ou despedida. O beijo nos lábios de outra pessoa é um símbolo de afeição romântica ou de desejo sexual - neste último caso, o beijo pode ser também noutras partes do corpo. Ainda há o chamado beijo de língua, em que as pessoas que se beijam mantêm a boca aberta enquanto trocam carícias com as línguas. Fonte: Wikipedia.

Um beijo, para mim, significa apenas uma coisa: vitória. Se você conseguiu chegar ao ponto de dar um beijo em uma menina, significa que qualquer coisa que vier depois já está garantida, é só você não fazer nenhuma grande merda. Controle-se não pegue aonde não deve até sentir que é a hora certa, não fale nenhuma besteira e pronto!

Beijo é uma moeda corrente de cada pessoa, no caso dos homens e das mulheres, o beijo é inversamente igual. Quanto mais mulheres um homem beija, mais valorizado é o seu beijo. No caso da mulher é o contrário. Como toda moeda ela tem o sentido de valor imaginário, isso só vale por causa do mundo que vivemos, beijo na verdade só pode ser diferenciado por beijar bem ou beijar mal, o que é muito relativo pois cada um gosta de um jeito.

Por isso guardem seus beijos, gastem eles com quem vale a pena, no meu caso, eu pensava que todo mundo valia a pena, quando encontrei de novo alguém que eu realmente achei que valesse a pena, não podia a beijar, mas naquele dia, com tudo junto, com todos os problemas que eu estava enfrentando e com todo o carinho que ela me deu, eu não resisti e sim, eu falei:

— Dhé..

— Oi, Re.

— Me beija.

— O que? — me perguntou ela assustada.

— Você está apaixonada por mim, eu estou por você e já faz bastante tempo que eu tô louca de vontade de te beijar. — confessei.

— Rezinha… — disse ela fazendo carinho no meu rosto — eu não vou te beijar…

— Como assim? Você não me quer mais? — perguntei confusa e voltando a chorar, ela sorriu gentilmente, secando minhas lágrimas com os dedos.

— Você é a coisa que eu mais quero nesse mundo e é exatamente por isso que não posso te beijar.

— O que? Não entendi nada, você está tentando me enrolar?

Ela riu, olhava para mim de uma forma tão doce, eu me sentia especial.

— Re, você está muito sensível agora, embora o meu coração esteja saltando ao ouvir tudo isso que você me disse e eu esteja louca de vontade de te beijar nesse exato momento, eu vou me controlar, quando você estiver normal, vamos conversar sobre isso, ok? E daí quem sabe esse beijo role…

Fiz cara de emburrada e voltei a olhar as estrelas, o céu já estava ficando rosa e as estrelas sumindo.

— Desculpa por ficar desse jeito e te fazer passar a noite comigo…

— Não precisa se desculpar, Re. Eu admito que estou bem feliz em ouvir tudo isso, eu já estava quase desistindo de você, mas relaxa… tá tudo bem, ok? Só não entendo como você não tem mais nenhum amigo, só tinha a Carol e quando brigaram teve que ligar para mim…

— E você tem amigos? Eu também nunca te vi andando com ninguém, só com aquelas vadias que ficam na sua volta…

Dhébora sorriu por causa do meu ciúmes.

— Ciúmes, é? Mal pede um beijo e já se sente no direito de sentir ciúmes?

— Eu não tenho culpa que você tá sempre cheia de garotas na sua volta…

— Como eu já te falei outra vez, são elas que vem em mim, eu estava procurando uma pessoa que eu gostasse de verdade para ficar ao meu lado, estava…

Eu corei.

— Responde a minha pergunta de antes que você não respondeu. Você tem amigos?

— Só a minha mãe. Ela me criou sozinha, sabe? A gente sempre foi muito unidas e eu conto tudo da minha vida para ela, por isso que ela sabia de você…

— Mais nenhum amigo?

— Não preciso, a minha mãe consegue cobrir tudo o que outros amigos poderiam me dar.

— Te invejo, queria ter isso com meus pais…

— Você se dá mal com seus pais?

— Não é que me dê mal, mas basicamente não tenho essa amizade, meu pai só quer que eu siga a sua carreira e a minha mãe só fala em me ver namorando.

— Qual a diferença entre a sua mãe e a Carol? Nós duas só temos uma amiga.

— A diferença é que a minha mãe não me deixa assim…

Eu voltei a chorar.

— Desculpa, eu não quis dizer isso, calma… — disse Dhébora voltando a me abraçar — Eu sei que talvez não seja a melhor hora para falar isso para você, devido a situação sensível que você se encontra, mas você deveria pensar no que a sua amiga lhe disse.

— Porque?

— Porque ela pode estar certa. Ela disse que você não presta atenção nela, talvez você devesse prestar mais atenção mesmo na vida dela se ela é tão importante assim. Ela é tão importante assim?

— A Carol esteve comigo quando ninguém mais esteve, quando todos me viraram as costas a Carol ficou do meu lado, ela me ajudou a consertar meu coração.

— Eu sinto que alguma coisa no seu passado fez você ficar assim como você está, que o motivo de ter demorado tanto assim para admitir que queria ficar comigo tem haver com isso.

— De certa forma sim…

— Medo de se apaixonar?

— De certa forma sim também…

— Se você tem medo do amor, você tem coragem do que?

Eu fiquei em silêncio. Não sabia o que responder.

— As vezes, as pessoas fazem coisas com o seu coração que você nunca mais quer que ninguém mexa, prefere deixar ele lá quietinho pra não ter a chance de destruírem com ele novamente.

— A gente tem que arriscar, porque somente assim a gente vai se sentir vivo de verdade.

— As pessoas mentem e enganam, prefiro não me arriscar… “Que o mel é doce eu me nego a afirmar, mas que parece doce eu afirmo plenamente”, saca?

— Entendi. “O que eu como a prato pleno, pode ser o seu veneno, mas como vai você saber sem provar?” é do mesmo autor dessa sua citação.

— Eu sei…

— Não pare de viver sua vida pelas coisas que aconteceram no passado, viva o agora.

Eu fiquei olhando ela por um instante e pensando em tudo que falamos.

— Obrigado por me trazer aqui, esse lugar realmente me acalmou.

— Espera que agora vem a parte mais bonita, daqui a pouco o sol vai nascer, você tem que ver como é lindo a vista daqui, Rezinha…

— Nascer do sol? Não, eu tenho que ir embora!

— O que? Como assim? — Me levantei e comecei a sair correndo — Re! Calma! Eu te levo!

— Não, eu vou embora andando mesmo!

— Re, estamos bem longe da cidade…

— Eu vou ficar bem, não se preocupa, eu tô indo, beijo Dhé, muito obrigada por passar a noite comigo, não sabe como foi importante.

— Boa noite… — me respondeu Dhébora sem entender nada e um pouco desanimada com a minha saída estilo Cinderela.


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