Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 16
Capítulo 16 - Encontro de Caras




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Depois do episódio da cadeia, fui para casa me trocar e ir para a aula, aquele foi um dia normal, de tarde fui para casa da Carol para conversarmos e me preparar para a noite, eu iria sair para encontrar um AMIGO, porque a ênfase na palavra? Simples, gosto de deixar claro para as meninas que gostam de… puts, deixa eu ver no Google como se escreve isso… yaoi, para as meninas que gostam de Yaoi que eu não vou ficar com nenhum cara, podem pedir, sonhar, já deixo claro isso não vai acontecer, não vai mesmo.

Esse amigo que eu ia encontrar era o carinha de óculos, lembram dele? Então, ele tinha pego meu whatsapp ou o whatsapp da Renata como preferir para conversarmos, ele entendia algumas coisas sobre filmes e livros que eu não tive saco para ler como Jogos Vorazes, não me questionem por isso, tenho direito de não gostar de algumas coisas e aquela história não me prendeu, nem acho a Jennifer Lawrence grandes coisas… ok, acho que vou ser apedrejado agora.

O fato é que nos tornamos amigos, conversávamos bastante pela internet e ele me convidou para sair com ele, eu acabei aceitando porque eu quando Renata passava o tempo inteiro na casa da Carol com medo de sair e acabar encontrando a Dhébora, sabia que ela ia me paquerar, sabia que ela ia me por na parede e cada vez mais eu tinha certeza que uma hora ia acabar cedendo, por isso quanto menos eu a visse, quanto menos eu pensasse nela, mais tranquilas seriam as minhas noites.

O importante é, naquela noite eu saíria com o carinha de óculos, apenas como amigos, mas caso a Dhébora aparecesse, eu poderia fingir que ele é meu namorado e isso a afastaria, embora eu estivesse com saudades de ver a Dhébora, o jeito que ela me tratava como Renata era bem diferente do que como Henri, embora tivesse um carinho, era bem diferente do que quando eu era menina, ela me tratava como uma princesa.

Como era uma saída normal, não me arrumei muito, fui com uma camiseta larga do AC/DC e uma calça jeans qualquer, deixei a Carol fazer uma maquiagem qualquer em mim, afinal não poderia sair sem maquiagem né?

Eu e o carinha de óculos íamos nos encontrar em um shopping do centro da cidade e aconteceu uma coisa que eu detesto, eu cheguei antes, eu sempre chegava atrasado em qualquer coisa que eu marcava, mas não era por mal o que não deixava de ser intencional, detesto esperar, detesto ter que ficar em um lugar aguardando que os outros apareçam, por isso, eu sempre me atrasava, exatamente para não ter que esperar, inclusive uma mensagem que a Carol muito recebia minha era "Chegarei dez minutos atrasado, caso eu não chegue nesse tempo, por favor, leia a mensagem novamente."

Eu me sentei na praça de alimentação e fiquei la tomando um milk shake até que alguém chegou para falar comigo, de todas as pessoas do mundo ele era a ultima pessoa que eu queria, era Juan.

Ele estava com uma camiseta muito maneira do filme Warriors a frase clássica “Warriors come out to play” escrita em sangue, uma calça jeans que parecia mais cara que o meu celular e um tênis da Nike, esse cara era um verdadeiro playboy.

— Oi linda.

— Oi — disse eu já suspirando de cansaço imaginando o que viria em seguida.

— Tudo bem com você? Acho que não preciso me apresentar, com certeza você me conhece...

— Nem imagino quem é você...

— Impossível, todo mundo sabe quem eu sou, até mesmo as pessoas que não me conhecem, sabem que eu sou.

— É mesmo?

— Em todo lugar as pessoas sabem quem eu sou até nos países chineses como o japão.

— Países chineses como o Japão? — perguntei incrédula.

— Sim, então o que acha de sair comigo e irmos para a minha casa? Eu tenho uma piscina de hidromassagem.

— Não, obrigado, estou esperando um amigo.

— Porque você tá me falando sobre você ou o que você está fazendo, a gente ficar aqui conversando é uma grande perda de tempo, prefiro que façamos sexo, do que fiquemos aqui conversando...

— O que? Ta maluco?

— Eu não posso fazer sexo com a sua personalidade, eu não tenho como enfiar nos seus sonhos para o futuro, eu não tenho como lamber os seus traumas de infância então porque você faria eu e você, perdemos todo esse tempo? Não é machismo a questão é que meu tempo é precioso.

— Ele esta te incomodando? — disse o carinha de óculos chegando, esse cara tinha um estilo meio hipster com aqueles óculos de armação grossa e camisetas listradas, inclusive isso me lembrava uma piada que um lenhador sempre teria que andar com seu machado pois se ele estivesse sem machado seria confundido com um hipster.

— É mais que obvio que sim.

— Perai, você ta saindo com esse cara? Esse magricela aqui? Eu tenho muito mais dinheiro e sou muito mais gostoso que esse cara, vamos logo!

— Não, valeu. Eu vou ficar.

Ele me olhou incrédulo e eu olhei para ele com desprezo.

— Agora pode ir embora. Vai, vai...

Ele saiu ainda olhando pra trás com cara de bravo, eu e o carinha fomos buscar uma porção de batata frita e nos sentamos em uma das mesas da praça de alimentação.

— Daqui a pouco você vai ter que me apresentar a sua namorada ou ela vai acabar ficando com ciúmes...

— Não se preocupe com isso não, a gente terminou...

— Ah... que chato... você tá bem?

— Sim, eu que terminei, estou interessado em outra pessoa...

— Sério? Que sortuda! Você é um cara legal tenho certeza que será correspondido, você merece.

— Obrigado, espero que você esteja certa... é uma menina complicada...

— Ah cara, mulher é tudo igual, não tem mistério, se ela gostar de você é só você dar umas flores ou algo assim e pronto. — disse eu enchendo a boca de batata.

— Vamos pegar você como exemplo, se eu te desse flores, você iria gostar?

Eu parei com a boca cheia de batata frita olhando pra ele, fiz com a mão sinal para ele esperar e engoli tudo a ponto de ter que dar um soco no peito para as batatas descerem.

— Eu não conto, eu não sou exatamente como as outras.

— Por isso.

— Por isso o que?

— Por isso… que sua opinião vale, você é diferente.

— Eu sou praticamente um homem, eu penso como um homem, você devia de pedir opinião para uma garota de verdade, eu vou te indicar pro caminho errado provavelmente se me usar como exemplo.

— Eu não acho porque…

— Cara! Eu quero muito tomar cerveja, nossa uma Heineken caíria MUITO bem agora. Eu vou buscar, você quer uma?

— Não, eu vou ter que ir embora, foi bom a gente passar um tempo juntos, podemos marcar de fazer algo assim de novo uma hora dessas, mas agora eu tenho que sair pra resolver algumas coisas...

— Ok então, você quem sabe…

Eu me levantei, dei um beijo de despedida no carinha de óculos e fui até um dos restaurantes para pegar a cerveja, quando peguei a garrafa, um cara me chamou, eu já estava começando a achar que a Renata era um imã de homens, mas a situação era outra:

— Moça, você tá com uma sujeira na sua calça…

— Sujeira?

— É, na parte debaixo ali…

— Isso parece… — a garrafa caiu da minha mão estourando no chão — isso é sangue!

Eu gritei, eu estava ficando bom nisso, em gritar como uma mulherzinha.


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