Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 15
Capítulo 15 - Jailbreak


Notas iniciais do capítulo

Gente, ainda temos pouca gente no grupo do Whats, estamos fazendo algumas coisas bem legais lá com até certa forma de interação com a história, interessados me mandem PM, ainda tem muitas vagas :3

Tanta gente pareceu animada com a ideia, mas poucos mandaram os números e.e



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Quando entrei na cela e vi Dhébora, eu sabia que aquela seria uma noite difícil, era impossível negar, eu estava realmente muito atraído pela Dhébora, a atração que eu sentia por ela era como se fosse um perfume que podia ser sentido de longe e toda vez que eu me aproximava tinha vontade de pegar ela de jeito e como Renata, isso era mútuo, ela tinha o mesmo desejo por mim.

Dhébora me viu entrando na cela e sorriu, entendeu que ficaríamos sozinhas ali, me deu o sorriso mais safado que eu já vi na minha vida, o que eu fiz? Bem, eu respondi com um olhar assustado, mais tarde descobri que quando ficava assustada acabava excitando mais ainda a Dhébora, ela se sentia como uma loba caçando um cordeirinho, no caso o pobre cordeiro era eu.

— Re…

— Não… Dhé, não. Por favor, ok?

— O que?

— Eu sei que você quer ficar comigo. Olha, você é uma garota muito legal, eu gosto de você, mas não quero, ok? Eu não quero... — disse eu frisando essa última frase.

— Ok.

— Ok? — perguntei incrédula, não acreditava que ela iria aceitar isso tão facilmente, eu não aceitaria.

Sentei na cama no lado dela, ela ficava me olhando e isso me deixava muito envergonhada o que fazia com que eu ficasse também vermelha,Dhébora adorava isso.

— Porque você foge de mim? — perguntou Dhébora.

— Porque eu tenho namorado…

— Para de mentir para mim, Re. Eu e você sabemos que aquele cara não é seu namorado. Você gosta de mulher, gosta de mim e quer ficar comigo…

— Nada a ver.

— Vai me dizer que não me deseja?

— Não te desejo. — respondi na lata.

— Diga isso olhando nos meus olhos — Dhébora ficou na minha frente me encarando, eu virei o rosto, não conseguia olhar nos olhos dela, só de olhar, eu queria beijá-la.

Ela segurou meu rosto e virou para ela, eu fiquei olhando para seu rosto, até seu queixo era bonito, na sua boca ela usava aquele batom vermelho que já era de costume, acabei olhando para os seus olhos. Ah… Aqueles olhos… quando eu olhava para os olhos da Dhébora, eu me perdia e me encontrava ao mesmo tempo, sabe quando algo faz todos os teus problemas irem embora pelo menos enquanto está naquele momento? Então… o tempo parecia andar mais devagar quando eu a olhava.

— Viu? — disse ela voltando a se sentar ao meu lado, por alguns segundos eu fiquei sem reação, ainda extasiada, não conseguia imaginar o que responder ou o que fazer — Renata… — disse Dhébora sentando ao meu lado — olha, eu não sei o porque de você não querer nada comigo, eu não sei o porque de você fingir que não quer nada comigo…

— Você já ficou com várias meninas diferentes, não é o tipo de coisa que eu quero pra mim, se eu for querer alguém para ficar comigo, terá que ser só para mim…— essa foi a melhor desculpa que arranjei naquela hora.

— Renata, olha para mim — eu olhei — eu já fiquei sim com várias meninas, é verdade, mas eu não quero quebrar o seu coração, eu quero cuidar dele — Dhébora segurou as minhas mãos — eu estou apaixonada por você.

Como pode? Como uma pessoa pode abrir seu coração assim tão facilmente? Isso só me fazia crer em duas coisas ou Dhébora era muito filha da puta e estava dizendo que estava apaixonada apenas para me pegar e depois ir embora ou Dhébora estava realmente apaixonada por mim, o que era muito pior do que a outra opção, pois provava que ela era muito inocente, abrir seu coração assim era abrir um espaço para que alguém lhe machucasse e era o que sempre acabava acontecendo, era como mostrar sua fraqueza e isso não é algo que se faz, você sempre se ferra depois, sempre. Aprendam com quem entende do assunto.

Confesso que aquilo me pegou de surpresa, me deu até um arrepio, Dhébora se aproximou de mim, me abraçou, começou a beijar meu pescoço, eu queria tanto ficar com ela... mas eu não podia, me levantei para afasta-la e fui até as grades da cela e completei:

— Dhébora, eu só não posso, ok? Por favor, respeite isso.

— Ok, se é isso que você quer, vou respeitar.

Eu sentei ao lado da Dhébora na cama novamente

— O que vamos fazer durante essa noite inteira? — perguntei aflita.

— Não sei, vamos ficar ter que aqui até de manhã pelo jeito, eu deixei mensagem na caixa postal da minha mãe, não sei se ela vai ver.

Isso me deu um estalo de um problema pior do que passar a noite em um lugar fechado com a Dhébora, de manhã ela veria eu me transformar, voltar a ser Henri, me levantei rápido e chamei o guarda.

— Ei! Ei! Eu quero minha ligação! Preciso usar o telefone!

— Isso não é filme dos estados unidos, não tem essa de ligação aqui! — me respondeu o guarda.

— Por favor, seu guarda — Naquele momento descobri que como Renata, eu tinha um super poder, o convencimento através da fofura, eu fazer um beicinho, fazer um olhar triste, demonstrar inocência e TCHAM! Ninguém consegue me dizer não, eu conseguia tudo que eu quisesse somente com isso. Eu poderia ser usada como pacificadora, tenho quase certeza que com essa minha carinha a paz mundial seria algo fácil de se conseguir.

Olhei para o guarda com a minha carinha triste e ele obviamente não pôde dizer não. Ele fez uma cara de contrariado e me entregou o celular dele.

— Só não me zoa ligando pra qualquer operadora aí.

— Ok!

Eu me virei e liguei para Carol.

— Alô?

— Carol! Oi! Preciso da sua ajuda!

— Hen… Renata… tá tudo bem?

— Eu fui presa, o que você acha?

— Bem feito! A gente vai em uma festa juntos, você não fica junto comigo e ainda fica arrumando briga, tomara que fique ai por anos, Henrique, tomara!

— Não, Carol, você não entendeu… eu estou preso em uma cela com a Dhébora e vou ter que ficar aqui até de manhã…

— Bem feito, Henrique! Você merece!

— Caroline, até de manhã, não entendeu ainda? De manhã!

— Ih caralho! — Era muito difícil a Carol falar palavrões, mas quando ela falava você podia ter certeza que a situação era bem séria.

— A boa noticia é que tem fiança, é de quinhentos reais, Carol, eu juro que te pago depois, mas me livra dessa, por favor…

— Eu não posso, Hen.

— Como assim, não pode? Carol, você é rica! Deixa de ser boba e me ajuda, isso é algo realmente importante.

— Não, Hen, eu não sou rica, meu pai é rico, eu não tenho dinheiro, tenho só um cartão de crédito, ele com toda certeza vai notar quando chegar a conta e um pagamento de uma fiança da cadeia na fatura estiver lá, eu queria te ajudar, Hen, eu realmente queria, mas eu não posso.

Entreguei o telefone de volta para o guarda e voltei a me sentar na cama, estava muito apreensiva com tudo aquilo.

— O que houve? — me perguntou Dhébora.

— Eu não posso ficar aqui… não posso passar a noite presa…

— Tudo isso porque você não quer ficar do meu lado? É tão difícil assim para você ficar perto de mim?

— Não é isso, Dhébora, eu só não posso ficar aqui, ok?

Dhébora me empurrou na cama, me fazendo deitar, logo em seguida, ela se deitou sobre mim, com os braços obstruindo meus caminhos de fuga.

— Estamos na cadeia, estamos as duas presas e vamos passar a noite toda aqui juntas, não tem para onde você fugir, eu quero você e você me quer…

— Dhébora… — ela colocou o dedo na minha boca fazendo eu parar de falar.

— Você está presa… tem o direito de permanecer em silêncio, tudo que você falar será usado contra você, então apenas diga que também me quer e vamos usar isso contra nós duas, agora.

— Dhébora, por favor…

— Me diga agora que você não me quer, você já admitiu isso, não tem porque continuar fugindo, ok? Eu não vou fugir de você, eu não vou te usar, eu quero namorar com você... eu acho que te amo. — confessou Dhébora.

Ok, eu devo fazer uma pausa pra explicar, sim, ela disse isso antes mesmo de termos tido qualquer coisa, Dhébora era uma garota estranha, para começar ela não ia atrás normalmente das meninas, as meninas iam atrás dela, depois descobri que ela era muito sentimental, ela procurava alguém pra se apaixonar e nesse caso fui eu. Normalmente, quando uma menina diz que está me amando é como se ligasse um alarme vermelho na minha cabeça, dizendo que eu tinha que sair dali o mais rápido possível, pois aquilo sempre terminaria em merda, o que eu menos queria é que qualquer menina se apaixonasse por mim, mas não a Dhébora, ela era diferente, meu coração bateu mais rápido quando ela disse aquilo e eu a abracei forte, bem forte mesmo.

— Eu não posso… eu não posso… por favor, para… eu quero, não sabe como eu quero… mas eu não posso…

— Porque não pode?

— Eu faria tudo pra ficar com você, mas essa não sou eu, eu sou diferente, eu não sou o que você quer…

— Claro que é, Re…

— Não sou, eu não sei como te explicar isso, mas…

— Dhébora Diniz? — perguntou um guarda chegando na porta, ela levantou a cabeça e olhou para ele, acho que o guarda deve ter achado muito estranho ela estar deitada sobre mim, mas ok.

— Eu? - respondeu a Dhé.

— Vieram te buscar, parece que não vai ter que passar a noite aqui...

— Dhébora o que houve? — disse uma voz que veio logo em seguida entrando, Dhébora quando ouviu a voz pulou de cima de mim e então eu me virei para olhar o que acontecia, uma versão de 40 e tantos da Dhébora a abraçava, tão linda quanto a filha e não, eu não vou tentar pegar a mãe da Dhébora, caramba, vocês tem uma doença com essa coisa de shippagem hein?

Depois de se abraçarem, a mãe dela olhou para mim.

— Então essa é a Renata?

— Mãe!

— Calma, eu só quero conhecer a sua amiga… — ela voltou a se virar para mim — A Dhébora já me falou muito de você, sabia?

— É um prazer conhecer a senhora — respondi me levantando e ajeitando a minha roupa, que péssima primeira impressão que eu devo ter passado.

— Querida, eu queria ter dinheiro para poder te tirar aqui também, mas só tenho para a Dhébora, espero que você saia hoje mesmo...

— Não se preocupe, meus pais estão vindo. — Estavam dormindo e nem imaginavam que seu filho transformado em mulher estava preso em uma cadeia qualquer por aí.

— Fico feliz em saber, até mais, espero que possamos conversar no futuro, vamos Dhédhé?

As duas se viraram e saíram da cela mas ainda a tempo de eu ouvir a mãe da Dhébora falando:

— Ela é bonita…

— Mãe! — exclamou Dhébora que olhou para mim para ver se eu tinha ouvido e como viu eu estava rindo notou que eu tinha ouvido sim, ela ficava tão linda quando estava envergonhada.

Me deitei na cama e dormi, meus problemas parece que se resolveram, no outro dia acordei pela manhã e só precisei chamar os guardas, dizendo que havia tido algum tipo de engano, afinal uma moça tinha sido presa e agora eu, Henrique, estava na cela, como não havia nenhuma queixa contra mim como homem, eu fui libertado sem grandes problemas, só foi ruim ter que ir até em casa vestindo uma blusa rosa que em mim como Henrique ficou parecendo uma blusa de barriga de fora e uma saia marrom.


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