Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 11
Capítulo 11 - First, Kiss


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu não criei o grupo no Whats ainda porque muita gente disse que se pilhava, mas poucos me mandaram o número, se você está interessado, não se esqueça de mandar o número!



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Eu e Dhébora nos olhamos por um milésimo de segundo, mas foi o bastante para eu saber que ela havia me notado.

Ela estava muito estilosa naquele dia, cada vez mais eu acho que devo parar de elogia-la tanto, assim vocês vão achar que estou apaixonado por ela, mas então... ela usava sapatos de cano curto feitos de couro, uma saia média social preta risca de giz e uma camisa social sem mangas com alguns botões estavam abertos, mas não como da outra vez, não era algo tão erótico, mas era sensual da mesma forma, no seu rosto ela tinha um óculos escuros e isso era uma das coisas mais estilosas da Dhébora naquele dia, usar óculos escuros em lugares fechados é uma coisa meio, “eu não ligo pra nada”, sabe? E era o tipo de coisa que com certeza me atrai em alguem, obviamente ela usava ainda um batom vermelho bem forte na boca, aquele contraste básico que já falei tantas vezes, aquilo já me dava vontade de beijar ela sem precisarmos conversar nada antes, mas eu sabia que a coisa agora era bem diferente, agora a menina era eu, quem devia de se aproximar era a Dhébora de mim e eu estava maluco para que isso acontecesse logo, para ontem!

Eu entreguei as sacolas para a Carol e disse para ela ir levando tudo para casa, ela não entendeu nada, isso só mudou quando ela viu a Dhéaba e então Carol me olhou com cara de reprovação enquanto ia levando tudo embora, dava pena e era engraçado ao mesmo tempo, ver aquela baixinha levando um monte de roupa para o carro.

Fiquei parada em um canto fingindo estar mexendo no celular, até que vi que alguém se aproximava de mim, fingi não vi e que estava concentrada no telefone móvel, mas sabia muito bem quem estava se aproximando, alguem que eu estava louca que se aproximassem logo.

— Com licença, me sinto uma idiota de me esquecer seu nome, mas fico muito feliz que a gente possa se rever, adorei da última vez que conversamos.

Eu levantei a cabeça para olhar quem falava comigo e era sim a Dhébora, ela sorria para mim amistosamente, eu levantei meu olhar sem entender do que ela falava, obviamente não nos conhecíamos ainda.

— Como? — perguntei levantando apenas uma sobrancelha.

— Não se lembra de mim? Tudo bem, nada mais justo já que me esqueci seu nome, me chamo Dhébora, sou amiga do Matheus, se lembra?

— Como assim? Do que você está falando?

— Não se lembra daquele dia que o Matheus nos apresentou?

— Eu não conheço nenhum Matheus... — Na verdade, eu não conhecia ninguém como Renata, logo não fazia sentido nenhum ela dizer isso.

Dhébora riu baixinho.

— Ok, você me pegou, não nos conhecemos, mas não tive como não reparar em como você é bonita e em como eu estava interessada em vir conversar com você, como disse antes meu nome é Dhébora e é realmente um prazer lhe conhecer.

— Eu sou Renata e também é um prazer te conhecer...

— Você não tem ideia...

Ela se achava demais, acho que fica óbvio que ninguém gosta de gente que se acha demais, por isso que eu sempre tento ser o mais modesto possível.

— E o que leva a crer que vou querer conversar com você?

— Rezinha, você já está fazendo isso…

Eu a encarei com uma cara de inconformada. Como assim ela já tinha me dado um apelido?

— Quantos anos você tem? Eu tenho 16, mas ainda faço 17 esse ano. — completou Dhébora depois da pergunta.

— Tenho 17. — respondi ainda tentando entender essa aproximação da Dhébora.

— Então Renata, gostaria de sair comigo? Irmos tomar um café, um chá, um banho…

Eu ri sobre o que ela disse, até porque já usei essa cantada uma vez.

— E o que te faz acreditar que eu tenha interesse em mulheres?

— Existe uma coisa, Rezinha, que os gays chamam de "gaydar" e ele sempre funciona, sabemos de longe quando alguém tem interesse em uma pessoa do mesmo sexo. Você se sente atraída por mim, eu consigo sentir isso, assim como você consegue sentir que eu estou interessada em você.

— Está interessada em mim, é?

— Eu vim ate aqui para conversar com uma menina que não conheço fingindo que a conhecia como cantada, tem dúvidas ainda que estou interessada em você?

Olha só! As coisas mudaram, não é? Para todos aqueles que ficaram me zoando nos comentários falando por um bom tempo que eu nunca iria ter nada com a Dhébora, quero mandar um beijo para vocês! Um beijo para minha mãe também e outro para você, Xuxa.

— Hm... — respondi fingindo estar pensativa.

— Você é linda, como não estaria? Adoraria te conhecer melhor…

— Eu não sou fácil assim, Dhébora. Para sair comigo você terá que fazer muito mais que isso…

— É? Eu não tenho problemas com dificuldade, gosto de conquistar as coisas.

— Gostei de você, você é interessante…

— Você também não é nada mal… — disse ela com um sorriso malicioso que somente uma Dhéaba poderia fazer — Me deixa pagar um suco de hortelã com abacaxi para você, vamos conversar um pouco e depois se você quiser, pode ir embora, ok? Ok. — completou ela sem nem me dar tempo de responder.

Dhébora pegou na minha mão e me puxou, só de sentir a mão dela segurando a minha já fiquei mais vermelha que a bandeira da Dinamarca.

Dhébora me levou até uma lancheria que ficava dentro do shopping, engraçado é que mesmo que dentro da praça de alimentação do shopping, mas tinha sua área exclusiva, tinha vários sofás e balcões lá dentro, nós nos sentamos em um sofá enorme e bem espaçoso, ela me falou sobre várias coisas enquanto me paquerava, ela seguia uma onda mais culta do que normalmente eu abordava, enquanto eu fazia algo mais de empatia com as meninas, usava uma tática mais de fazer as mulheres pensarem que eu gosto das mesmas coisas que elas, Dhébora tentava impressionar, se mostrar culta e inteligente, me falava sobre astronomia, filmes cult como os do Kubrick ou Tarantino, livros como o de 1984 ou Mochileiro das Galáxias, entre outras coisas.

Eu apenas notava tudo que ela fazia, não era muito diferente do que eu fazia em relação a parte física da coisa, enquanto ela falava ia aproximando o seu corpo do meu, mordia os lábios de vez em quando e sabia que eu estava notando, me olhava nos olhos e para minha boca de uma forma que eu soubesse que ela me olhava com desejo.

Segurava a minha mão ou tocava em mim sempre que podia, não em lugares sexuais, tocava em lugares normais do meu corpo, minhas mãos, meu rosto, mexia no meu cabelo, exatamente para manter o contato, até que ela parou de falar e ficou me olhando fixamente nos olhos, mais uma vez voltei a ficar envergonhada.

— O que aconteceu? — perguntei.

— Seus olhos… eles são lindos. — disse ela me olhando nos olhos com uma cara de boba.

— Obrigada…— fiquei mais vermelha ainda

— Sua boca também é linda. — ela fez carinho meu queixo enquanto olhava diretamente para minha boca — Sabe… tem um poema do Carlos Drummond que fala sobre o beijo que eu adoro, posso declamar ele para você? — me perguntou Dhébora.

— Claro.

Dhébora se aproximou de mim e colocou a sua boca bem próxima do meu ouvido, cada palavra que ela dizia me arrepiava mais e mais.

— Beijo-flor — começou ela — O beijo é flor no canteiro ou desejo na boca? — ela colocou a mão na minha cintura — Tanto beijo nascendo e colhido na calma do jardim mas nenhum beijo beijado — Dhébora tirou sua boca do meu ouvido e parou com o rosto na frente do meu, olhando para os meus olhos e eu olhando para a sua boca, não conseguia parar de olhar para aqueles lábios — como beijar o beijo? — ela molhou os lábios enquanto eu hipnotizada por eles não conseguia desviar o olhar — na boca das meninas e é lá que eles estão suspensos invisíveis.

Ela se aproximou mais, aproximou sua boca da minha, fechei meus olhos, eu ansiava muito por esse beijo e agora ele estava tão perto de acontecer, finalmente eu ia conquistar a Dhébora, abri meus olhos, me levantei.

— Não posso, tenho que ir embora… Desculpa, Dhébora, eu não posso…

E fui embora, deixando ela sentada na lancheria sem entender nada e você que está lendo essa história, provavelmente também.


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