Não Leia Essa História escrita por Just a Teller


Capítulo 10
Capítulo 10 - Vamos para o Shopping hoje!


Notas iniciais do capítulo

Gente, vou criar o grupo do Whatsapp sim, então quem tiver interesse em entrar, não importa quando leu isso seja no dia que saiu o episódio ou meses depois, me manda seu número seja nos comentários ou em mensagens, eu acho melhor em mensagens porque nos comentários outras pessoas podem pegar, que vou colocar todos lá pra gente se conhecer :D



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O John Cleese de turbante tinha falado a verdade, quando amanheceu, eu voltei ao normal, voltei a ser o Henri, mas admito que já estava preparado para isso pois coloquei novamente a roupa que entrei na casa da Carol, quando já estava tudo tranquilo eu sai de lá pela janela, obviamente, voltei para minha casa, lá eu poderia entrar pela porta da frente e independente do horário.

Meus pais me achavam responsável mesmo dentro da minha irresponsabilidade, eu acho que eles estavam certos, eu podia ser um fanfarrão, eu podia sair com muitas meninas, eu podia gostar de beber, mas nunca dirigia alcoolizado, nunca fazia sexo sem camisinha, ok as vezes eu matava a aula e fazia algumas loucuras pequenas, mas ainda assim era responsável, responsável dentro da minha irresponsabilidade.

Entrei em casa, tomei um banho, troquei de roupa e parti para a escola, aquele dia foi ótimo, passei sem nem prestar atenção na aula ou em qualquer coisa, não me importava nem mesmo com a Dhébora estar de risinhos com outras meninas, nenhuma delas chegava aos pés da Renata e isso me fazia rir, eu por conhecer tão bem as mulheres sabia como fazer alguém se interessar por uma, se sendo Henri eu era o Rei dos Sapos, sendo Renata seria a Princesa das Princesas em Perigo.

Depois de um tempo, a Carol chegou e parecia mais animada que eu com a ideia de me transformar em uma menina, ela me mostrou mil coisas que ela fez para me tornar uma pessoa realmente real.

Eu estava sentado na minha classe pensando em como seria quando Dhébora me visse, ou melhor a Renata, quando alguma coisa plastificada bateu na minha cara, peguei e era uma carteira de identidade, no nome de Renata Rossi, nascida no dia três de novembro, na frente tinha uma foto da Renata que sinceramente eu não sei como a Carol conseguiu.

– Uma carteira falsa? – perguntei para a Carol que se aproximava animada.

– Você vai precisar, ou pensava em sair por aí sem documentos?

– Como você conseguiu isso desde que eu sai da sua casa até nós chegarmos no colégio?

– Dei meus jeitos ué!

– Carol, você é nerd, você não dá seus jeitos, isso não faz sentido.

– É exatamente por eu ser nerd que eu penso no que você não pensa – disse Carol me mostrando um celular com um perfil do facebook de novamente no nome de “Renata Rossi”.

– Você começa a me assustar, sabia?

– Se você quer realmente que as pessoas acreditem que a Renata é real, ela tem que ter um passado e coisas que comprovem que ela existiu.

– Caramba! Tem até fotos com outras pessoas aqui, como você conseguiu isso?

– Photoshop, meu filho, reclama de eu ser nerd agora. Aliás, esse celular que está na sua mão agora é o da Renata, ok? Você vai precisar de um outro telefone e também de um whatsapp diferente.

– Não preciso de tudo isso só para conquistar a Dhébora…

– Henri, você já pensou que isso pode ser permanente?

– Como assim permanente?

– Você pode se tornar mulher toda noite para o resto da sua vida.

– Nada haver, uma hora isso acaba.

– Como você sabe? O John Cleese de turbante te disse isso?

– Não, mas eu sei que não.

– Como sabe, Hen?

– Eu apenas sei.

– Não consigo entender como você consegue ficar tranquilo assim…

– Um sábio uma vez me disse que “Preocupação é como uma cadeira de balanço, te dá o que fazer, mas não te leva a lugar nenhum”.

– Foi você que disse isso.

– Então, um sábio…

– Só você mesmo, Henrique, só você mesmo… Não se esqueça que hoje depois que você se transformar, nós vamos para o shopping, ok? Você vai lá para casa, eu vou te arrumar e nós vamos comprar várias roupas para você e coisas para você! – disse Carol bem animada.

– Porque você está tão feliz assim com isso?

– Sempre quis ter uma irmãzinha, alguém para eu vestir, cuidar e deixar linda.

– Você queria ter uma Barbie, não uma irmã, Carol.

– Cala a boca, Henrique! – vociferou Carol fazendo cara de brava e logo em seguida voltando a fantasiar – E a Renata vai ser essa irmã, vou cuidar de você, te deixar linda e te comprar roupas fofas, vestidos, saias, jóias. Você vai furar a orelha né?

– Claro que não, Carol, tá doida?

– Aff Henrique! Bem, hoje quando você chegar lá em casa eu vou te maquiar te deixar linda, você pode usar algumas roupas minha para sairmos e depois você pega as que comprarmos para usar.

– Peraí, você acha que vai me maquiar? Não, obrigado.

– Henri, você acha que vai conquistar a Dhébora sem estar maquiado? Ou melhor, maquiada?

– Já fiquei com várias meninas que não estavam com maquiagem.

Carol riu na minha cara.

– Como você é bobo mesmo, na verdade, como você é homem mesmo, você apenas não notou que ela estava maquiada, confia em mim, se eu não te maquiar, você não vai conquistar ninguém…

Eu apenas olhei para ela com uma cara de descrente, mas assenti, por mais que a Carol gostasse de brincar com a minha cara, eu sabia quando ela estava falando sério e quando estava me zoando e dessa vez era sério.

Após a aula fui a casa da Carol para ela me explicar algumas coisas como era a vida de mulher, obviamente tive que entrar pela janela como sempre fazia, como Henri era bem mais fácil do que como Renata, claro que porque eu era bem mais forte como homem né.

Ela me falou sobre fazer xixi sentado, me falou sobre os cuidados de higiene intima que uma mulher deve ter, sobre não sentar de saia e pernas abertas, andar de salto alto (algo que eu me recuso a fazer com todas as minhas forças), unhas postiças, cílios postiços, sobre maquiagem e seus nomes e como usar, sobre ter cuidado especial com blusas tomara que caia (pois as vezes esses pedidos podem acabar se realizando), me explicou como usar sutiã e a importância dele e com isso a tarde foi passando até chegar a noite, inclusive ela comentou alguma coisa de que talvez seu namorado pudesse acabar se mudando para nossa cidade e isso a estava animando bastante, não prestei muita atenção.

Era interessante que não havia uma transformação para eu, digamos assim, mudar de sexo, era em um piscar de olhos e eu não era mais Henri e sim, Renata. Era engraçado pois era sempre assim, você piscava e tudo estava diferente, eu nem sentia, quando via estava menor e totalmente mudado.

Naquele dia foi a primeira vez que isso aconteceu, quando me transformei a Carol deu um pulo de susto e eu só notei depois que ela me disse, devo admitir, Renata, vulgo eu, era uma menina muito bonita, eu mesmo as vezes queria me pegar, isso fazia Carol questionar se eu não deveria ter posto o nome de Narcisa.

Mas é que Renata era uma princesa em perigo, bonita, sem muito corpo, mas com um olhar e uma boca sensacional, os olhos eram iguais aos meus, mas a expressão deles era totalmente diferente, os meus olhos quando Renata passavam uma expressão de inocência, uma carinha de menina assustada e bem, eu quando Henri era tudo menos inocente.

Carol me emprestou mais uma vez umas roupas suas, dessa vez era uma blusa tomara que caia listrada preta com vermelho de manga comprida, uma calça jeans que ficou um pouco larga e um tênis preto e surrado. Depois de me vestir, ela me sentou em uma cadeira e começou a me maquiar, acreditam que ela tinha uma maletinha só para isso? Tinha uns lápis, pinceis e varias outras coisas malucas, ela passou mais de meia hora passando essas coisas na minha cara, não posso mentir que melhorou mas que é um exagero é inegável, depois acabei pensando que era um exagero na versão masculina da visão, Dhébora era lésbica mas acima de tudo era mulher, por isso era importante saber agrada-la nesse sentido também, então deixei Carol fazer sua magica, após ela acabar eu já estava me arrumando para descer a janela quando Carol me chamou a atenção, eu não precisava descer pela janela, podia muito bem descer pela escada como qualquer pessoa normal, afinal eu não era mais o Henri, agora eu era a Renata e os pais da minha amiga não tinham nada contra mim.

Então, descemos juntas pela escada, um comentário aleatório, é engraçado falar de mim mesmo no feminino, ainda não me acostumei, acreditam? Mas enfim, desci as escadas com a Carol e quando estavam saindo encontramos o pai dela, ele era um homem alto, cerca de um metro e noventa, o que era inacreditável ao pensar que tinha uma filha tão baixinha, tinha um bigode grande e grosso (respeita o moço!), era o estilo de homem dos três F’s que dizem que é o macho alfa: feio, forte e formal. Ele passava uma expressão de sobriedade e severidade que só ele.

– Carol, não vai me apresentar sua nova amiga? Não lembro de ter a conhecido... – disse ele com um cachimbo na boca se aproximando de nós duas, duas… que engraçado.

– Pai, essa é a Renata, Renata, esse é o meu pai. Ela é uma amiga da escola, eu a chamei para vir aqui em casa hoje…

– Muito bem, minha filha já estava na hora de você ter amigos novos, sabe Renata, a Caroline gosta de andar com um degenerado chamado Henrique, por mais que eu já tenha falado mil vezes pra ela que andar com esse tipo de gente só atrai coisas ruins para ela, más companhias nunca são nada produtivas, você por outro lado parece ser uma menina bem mais prendada e educada, espero que a amizade de vocês dure e que você me ajude a colocar juízo na cabeça dela.

– Muito obrigado, senhor – eu disse logo em seguida tomando uma cutucada de Carol – Obrigada, muito obrigada. Mas devo dizer que Henrique não é um degenerado, ele é um garoto muito legal, tive a sorte de conhecê-lo na escola e lhe digo que com toda certeza ele é um incompreendido.

Carol me puxou pelo braço.

– Nós já vamos indo, pai. Até depois, beijos! – Então saímos dali rapidamente.

– Como ele ousa me chamar de degenerado? Ele mal me conhece…– comentei com a Carol quando já estávamos na rua.

– Henri, ele te viu saindo duas vezes nu da casa do nosso vizinho, o que você acha que ele pensaria?

– Que foi um mal entendido e que eu não estava fazendo nada demais…

– E você não estava?

– Não vem ao caso, Carol, vamos mudar de assunto, ok? Aliás, quando estivermos na rua, você deve me chamar de Renata, não de Henri, para que não acabem entendo o que está acontecendo.

– Claro porque, afinal de contas, todo mundo realmente acharia que o Henri conseguiu uma forma de se transformar em mulher e depois voltar a ser homem de novo apenas com a mudança de dia e noite.

– Não vem ao caso, Carol. Acostume-se com isso, ok? Não estrague tudo.

– Ok, ok.

Chegamos ao shopping e a Carol me fez experimentar mais roupas do que experimentei durante toda minha vida, calças, saias, blusas, camisetas, tomara que caia, algumas com nomes que eu nunca vou decorar, sapatos, tênis, botas, sandálias, sapatilhas, casacos, moletons, suéteres, cachecóis, bolsas e vários outros adereços, fiquei impressionado que ela não me tenha trazido uma armadura de cavalheiro para eu experimentar, mas com certeza todos os itens da loja, ela deve ter trazido, sem exagero… tá bem, com um pouquinho de exagero.

No fim acabei colocando uma blusa de alças preta que ficava solta na parte de baixo, com um short pequeno que deixa minhas pernas de fora com uma bota longa bico fino de couro. Sim, eu estava gata. Eu me pegava, você me pegava e principalmente a Dhébora me pegava.

Falando em Dhébora quando saímos da loja levando várias sacolas, eu a vi, me assustei por um instante, não esperava a conhecer tão cedo, mas eu estava linda, não me importava com isso e Renata estava louca pra conhecer a Dhébora.

Ela olhou para mim e por um segundo nossos olhares se cruzaram, parece que a hora chegou.


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