Delirium escrita por Pandora


Capítulo 3
Capítulo 3: Apenas a Miss Depressão


Notas iniciais do capítulo

Uau...tô a tipo uns 5 meses sem postar.
Alguém ainda acompanhando?

Desculpa mesmo pela demora para quem ainda estiver lendo e acompanhando, e obrigada mesmo pelos comentarios anteriores.

Enjoy!

Ps: Talvez soe meio desanimador o ritmo meio lento ou acelerado demais da fic, ou a tristeza que muitas vezes a protagonista exala, mas acredite, muitas cenas ainda estão por vir, engraçadas e ainda tem os tais olhos que não apareceram.

Comentários fazem a escritora aqui feliz!!!!!



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Pesadelos te fazem acordar.

Você acorda, acalma a respiração.

Você acorda, tenta nap pensar aquele sonho ruim.

Você acorda...com medo daquela fria realidade.

“Minha pele, parda. Minhas mãos, frias. Meu corpo, em chamas.

Eu estava correndo. Havia alguém correndo atrás de mim.

Alguém de quem eu sabia que deveria escapar.

Estávamos em uma floresta, chovia, fazendo a terra ficar lamacenta, e meus pés pesados. Eu escorreguei, me levantei e continueu correndo, correndo...mas não importa para onde eu corresse ou o quanto fugisse, ele continuava a me perseguir.”

O que são essas ações? Apenas um impulso, ou a vontade de ser algo que não sou?

A manhã floresceu fria.

Mais fria do que uma manhã de 2 de novembro deveria ser.

Havia chovido na noite anterior, como em meu pesadelo.

Olhei o relógio.

6:45

Não importa quanto eu tentasse não conseguia acordar tarde, era como se o dia precisasse de mim para acontecer, o que obviamente não era.

Sentei na beirada da cama, e olhei com certo orgulho e contraditoriamente desgosto as várias pilhas de livros em torno da minha escrivaninha.

Era até meio ironico...quem olhasse para mim, em todos os meus 1,68 de altura acharia que meu hálito deveria cheirar a bebida cara, que fumo 3 marços de cigarro por dia e provavelmente sou uma leitora assídua dos contos de terror de Edgar Allan Poe. Mas não, minhas antigas roupas pretas e minha maquiagem pesada enganavam a muitos.

Eu gostava de livros com finais felizes.

Daqueles mesmo clichés e dramáticos, que tentavam competir com Romeu e Julieta, só que mais atuais.

Porque quando você não tem um meio feliz, você começa a ler sobre um final de terceiros que possa valer a pena.

Nos contos felizes, eu era uma camponesa que passava pelo bosque carregando água ou alguma plebeia com vestido de babdos à espera de um principe encantado que só tem olhos para outra.

Sempre ofuscada, sempre esquecida...

Mas tento não me importar.

O amor morreu, e agora virou uma lenda contada ao redor de uma fogueira, ou para crianças antes de dormir.

Li centenas de livros com mocinhos e suas motos velozes, suas tatuagens, seus olhos azuis, verdes, castanhos, negros e cinzas, e com aquela mania de não tentar nos fazer sentir especiais, de não sermos uma exceção.

Possivelmente não conseguindo.

Apenas eu consigo enxergar isso? Todos não conseguem ver, ou simplesmente não querem?

****

A água do chuveiro estava quente, o café gelado, o medicamento amarelo e o meu humor pior do que estava ontem, mas razoável até onde podia ficar.

Sabe aqueles lugares que parecem ser bons demais ou limpo demais? Pois bem, sabe também como é se sentir um pó incomodo nesse lugar?

Eu sei, e acredite, a semsação não é das melhores.

Encontrei Matt no refeitório quando estava prestes a me dirigir novamente para o meu quarto. Rotina minha que eu já havia adquirido em alguns dias naquele hospicío. Ler e me afastar dos outros eram meus hábitos. Os remédios apenas eram acréscimos à minha loucura, mas talvez...se eu pudesse ficar só quieta no meu canto, poderia fingir que não estava lá.

Que não tinha perdido as pessoas que mais amava.

Que não sou alguém que se odeia.

E que tudo não passa de um pesadelo

Talvez sabe, se eu ficar realmente quietinha, poderia fingir que aqui é só mais um colégio interno, não um hospício.

–Ei, aonde pensa que vai Miss Depressão?

Porque ele tinha que sorrir sempre que dizia alguma coisa?

–A Miss Depressão vai para os seus aposentos reais- respondi sarcasticamente me forçando a sorrir o mínimo que fosse.

As vezes sorrir é o melhor remédio, porém quase sempre esqueço de tomá-lo.

–Não, não vai. Você ainda tem seis melses para enlouquecer nesse hospicío, então pelo menos hoje, desfrute da minha incrível presença.

Ele já estava e puxando pelo pulso quando me soltei.

–Como você sabe que vou passar apenas seis meses aqui?

Ele me olhou incrédulo.

–Você acha mesmo, que eu uso esse rostinho perfeito que mamãe me deu aqui- ele indicou o rosto- apenas para fazer as meninas suspirarem quando eu passo por elas?

–Então você...

–Se eu distrai uma enfermeira, entrei na sala de Vivian e li sua ficha? Sim, eu fiz, achei que já tinha deixado iso óbvio quando citei “rostinho perfeito que mamãe me deu”, agora vem.

–Você leu minha ficha!- disse na defensiva. Tudo que eu havia feito até a quais coisas eu era alérgica estavam naquela ficha.

–Você parece brava- ele soou confuso.

–Ah! Você acha?

Algumas pessoas o redor nos olharam.

–Calma Miss D, não é como se eu tivesse invadido seu quarto e mexido nas suas coisas.

Ele disse tentando soar inocente...inocente demais para meu gosto.

–Você não...-ele sorriu como se soubesse que algo que não sei- Você é impossível garoto...- sussurrei repulsivamente, o que o fez sorrir abertamente.

–Eu sei, é por isso que você me ama- ele piscou e puxou meu pulso me tirando de lá.

–Aonde vamos- minha voz saiu meio abafada pelo corredor, e ainda relutante, deixei-o me levar.

–Vou te mostrar o lugar- ele disse ainda me puxando pelo meu pulso, coberto com a mina camisa branca fina.

–Mas eu já conheço o lugar, Vivian fez tipo um tuor comigo.

–É, é claro que fez, mas você ainda não conhece o lugar aos meus olhos, à lá Matt.

Olhei seu sorriso sorrateiro, bem, que mal haveria em um passeio.


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