Quando o amor bate à porta escrita por Walker


Capítulo 7
Dia normal... Relativamente.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Bem, agora que não tenho mais nenhum capítulo programado, provavelmente vou demorar pra postar. Portanto fiz um capítulo grande pra vocês! Espero que gostem.
PS: Gente, desculpa se eu não responder os comentários, eu realmente só peguei o PC agora e é bem difícil responder pelo meu cel bugado, mas vou tentar!



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Aquele dia foi especialmente chato. Acho que meu ouvido ficou temporariamente danificado de tanto que Jack ficou tentando me instruir pra ser a sua “namorada”.

– Sorria e acene. – Ele falou no meu ouvido na hora do almoço.

– Eu não sou uma primeira dama. – Rebati. – E eu sei perfeitamente como agir ok?

–Então sorria e acene, amor. – Sorriu e eu rolei os olhos.

É claro que eu não acenei.

Fiquei aturando o falatório sobre basquete dos meninos e mais tarde o papo das líderes de torcida. Era até legal, na verdade, ficar tendo tanta atenção, e seria mais legal ainda se essa atenção não fosse por causa de Jack Mills.

Quando finalmente o almoço acabou – e eu dei graças aos Céus – fui de novo para a sala e fiquei feliz ao lembrar que era aula de matemática.

Sici estava eufórica, eu vi quando entrei na sala. Seu rosto estava corado (como sempre ficava quando ela estava agitada) e um sorriso do tamanho do mundo estava em seus lábios. Ela gesticulava como uma doida pra mim e fazia linguagem labial numa língua alienígena, e todo mundo olhou pra ela.

– Senhorita Thomas, você quer ir até a enfermaria? – Perguntou o Sr. MacFlinn, olhando pra Sici. Ela corou mais ainda.

– Ahn... Não, estou bem. – Falou envergonhada. Ele assentiu desconfiado.

A aula durou até o fim do período e estava quase saindo da sala quando o professor me chamou.

– Sim senhor. – Fui até lá.

– Espero que você tenha considerado a proposta das olimpíadas, senhorita Uckerman. – Ele disse, remexendo alguns papéis.

– Claro que sim professor! – Me animei. – Quer dizer, sim senhor.

– Que ótimo! E o que me diz?

– Com certeza aceito. – Assenti solenemente.

– Fico muito feliz. – Ele retirou dois papéis de uma pasta e apontou para um. – Esse aqui é o regulamento e o aviso aos pais. Preciso da assinatura dos responsáveis e outras informações pessoais. Esse outro fala sobre os horários das aulas e outros compromissos, inclusive o dia da olimpíada. Combinado?

– Sim senhor. – Peguei os papéis. – Obrigada!

E saí saltitante da sala. Eu iria participar! Eu iria ser parte de um time oficial de matemática! Estava quase tendo um treco quando senti uma mão me puxando.

– Alice! – Exclamou Sici. – Me ouve! Eu estou pirando!

– Eu também! – Exclamei sorridente e começamos a saltitar. – Eu vou participar das olimpíadas de matemática!

– O Dave me beijou! – Sorriu também, saltitando.

Parei de saltitar na mesma hora. Mas já? Esse garoto era rápido.

– Como assim? – Franzi o cenho. – Me conta tudo.

E fomos pra casa enquanto ela me contava.

– Ele me convidou pra passar o almoço com ele. Eu fiquei super feliz, claro, e quando chegou na hora do almoço ele me levou para comer no jardim do colégio. Nós conversamos muito, ele riu, eu ri, foi muito legal! E depois ele disse que gostava de mim. – Ela franziu o cenho. – Essa parte foi estranha. Sei lá, gostar de mim? Ele nunca nem me olhou.

– Hum... Claro que não Sici, eu já vi ele olhando pra você várias vezes. – Pigarreei, suando frio.

– E porque você nunca me disse? – Silêncio desagradável. Silêncio muito desagradável. – Mas enfim, eu também me declarei pra ele depois de certificar que não havia nenhuma câmera de pegadinhas ao redor, e ele me beijou, Ally! Eu estou super feliz! Nós duas namoramos melhores amigos!

Mas eu não estava nem um pouco feliz. Uma culpa horrível caiu sobre mim. Quanto tempo isso tudo ia durar? E quando ela descobrisse que isso tudo era mentira, e pior, inventada por mim? Ai meu Deus, socorro.

– Você não tá feliz, Ally? – Perguntou, confusa.

– É claro que estou! – Exclamei tentando soar o mais convincente possível. – Só acho que foi muito rápido, você não acha?

– Claro que acho... Mas quem se importa? – Perguntou. – Eu beijei o Dave!

E fiquei ouvindo ela falar até conseguir me trancar no quarto.

Papai e mamãe ficaram muito felizes com as olimpíadas.

–Vamos até dar um jantar! – Exclamou mamãe.

E ela combinou o jantar pro final de semana. Não fiquei lá muito animada. Eu realmente só queria ficar pensando no que iria fazer.

Fiquei o resto da tarde no quarto assistindo Netflix e comendo sorvete de menta com o meu conjunto de moletom. Louis e Carl foram visitar Sici e me convidaram, mas eu não queria ir, então quando tocaram a minha campainha eu fiquei bem incomodada.

– Pai, se forem Louis e Carl eu tô dormindo! – Exclamei.

E ele abriu a porta. Não parecia ser Louis ou Carl nem Sici.

– Temos visita. – Papai apareceu na porta do meu quarto contragosto.

E Jack entrou. Só faltei vomitar meu sorvete de menta na cama.

– Vou deixar a porta aberta. – Meu pai disse, parecendo também que ia vomitar.

– Oi Ally. – Ele sorriu.

– Você não tem casa não? – Perguntei depois que meu pai saiu. – E seria bom avisar quando estiver aparecendo por aqui, pra eu não me assustar.

– Deixa de ser chata. – Rolou os olhos. – Eu só vim sentar aqui pra passar um tempinho com você e com o Boone.

– Eu deixei o Boone com o Greg. – Rebati. – E pra quê passar tempo comigo?

– Porque eu preciso conhecer melhor você, não é óbvio? Seremos namorados por sei lá quanto tempo, então preciso saber pelo menos alguma coisa.

Ok, isso era estranho. Lógico, mas estranho. Encarei ele desconfiada por um tempo, mas depois arredei na cama e ele sentou na minha frente.

– Bem, você trouxe um cardeninho também? – Perguntei ironicamente.

– Na verdade, sim. – Ele tirou um caderno de dentro da mochila e me encarou seriamente. – Pode começar.

– Eu acho melhor – Tirei o caderno da mão dele e coloquei de lado. – A gente só conversar.

Seria uma longa tarde.

POV Jack.

Quando eu cheguei em casa eu estava feliz. Eu estava indo muito bem no basquete e na escola, o trabalho de sociologia estava ótimo e Ally estava sendo bem fácil de lidar, o que poupava nós dois de estresse.

Mas aí eu cheguei em casa.

– Oi Ash. – Larguei minha mochila de lado e olhei pra ela com um sorriso.

O rosto gorducho de Ash estava meio tenso enquanto ela secava a louça.

– O que foi? – Perguntei franzindo o cenho.

– Seus pais estão em casa.

Ah, que droga. Isso era muito ruim.

– Os dois? – Perguntei tenso.

– Sim. – Ela respondeu soturnamente.

O clima quando meus pais estavam juntos em casa era terrível. Geralmente os dois só chegavam de noite, e se não era assim geralmente eles ficavam em casa alternadamente.

Eles brigavam muito. E quando não brigavam, ficavam com uma nuvem negra acima da cabeça, e consequentemente em cima da minha também. Nos últimos meses havia sido assim, na verdade.

Quando meu pai foi promovido, eu e mamãe achamos que isso seria simplesmente o máximo. Uma melhor condição, mais alegria pro meu pai e tudo mais. Só que ele começou a passar muito tempo no trabalho. Mamãe começou a se estressar com isso, principalmente nas horas extras, e então as brigas começaram. E isso só fez com que meu pai começasse a passar mais tempo no trabalho pra poupar a si mesmo de estresse.

Mamãe, mesmo sem querer, começou a descontar tudo em mim. Ela brigava comigo por qualquer coisa, e depois de perceber isso, começou a passar mais tempo fora de casa também.

E sobramos eu e Ash, os únicos normais de tudo aquilo.

– Ash, espero que você não se importe se eu não comer sua comida. – Me desculpei sinceramente. – Mas eu não vou ficar aqui.

– Eu entendo meu amor. – Ela entendia mesmo. Era a única que sabia o quão ruim era pra mim, ficar no meio de tudo aquilo. – Dou a mesma desculpa?

– Dessa vez dá a desculpa do treino. – Ela fez questão de pegar dinheiro do potinho que deixávamos em cima da bancada. – Pode deixar que tenho dinheiro pro almoço.

E saí.

Comi na Wendy’s e recebi uma mensagem de mamãe.

Ashley me contou do treino. Recuse. Vamos passar um tempo juntos.”

Eu queria passar um tempo em família, mas não queria mesmo estragar meu humor, porque eu sabia como seria. Eles brigariam assim como nas milhões de últimas vezes.

Não posso. Tenho o jogo no final de semana, a senhora lembra?”

Ela demorou pra responder.

Que jogo?”

Esquece. Falo com a senhora mais tarde.”

E desliguei o celular, suspirando.

Acabei meu hambúrguer gorduroso e fui pra casa de Dave. Ele estava dormindo, me disse seu pai. Mentira, ele provavelmente só estava com preguiça de falar comigo. Não me chateei, na verdade eu conhecia Dave o suficiente pra saber que ele era assim mesmo. Quis falar com Lari, mas lembrei que não tinha mais porque. Eu tinha um milhão de outros amigos, mas não era tão íntimo de nenhum pra aparecer na casa deles do nada. Então só me sobrou a Uckerman, e assim eu juntava o útil ao necessário, já que precisava mesmo falar com ela.

E lá fui eu, em mais um dia normal.


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Notas finais do capítulo

E aí? Reviews?



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