Quando o amor bate à porta escrita por Walker


Capítulo 8
Discórdia na creche


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta! Disse pra minha querida Lori que eu não iria demorar, mas eu tenho bons motivos.
Eu passei num teste pra um curso de quatro semanas na UMKC, a universidade daqui! Estou no nível intermediário avançado de inglês (eeeeeheheheh tô nas nuvens) e desde que as aulas começaram, eu estou bem ocupada. Então desculpem por favor :c
De qualquer jeito aqui está um novo cap e já estou trabalhando no próximo. Beijos e até lá embaixo. Boa leitura!



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O fato de Jack Mills estar em minha casa era sim estranho e bizarramente nostálgico, porém ele estava até sendo legal comigo.

Sim, pasme população, Jackson Mills consegue ser minimamente legal! Não sei vocês, mas eu pasmei com isso.

De qualquer maneira, depois de ele chegar e dar aquela ideia de “Nos conhecermos melhor”, eu corri para o banheiro pra que ele não espalhasse a mentira de que eu não escovava os dentes, já que meu hálito de sanduíche do McDonalds com cebola extra + sorvete de queijo com cobertura de chocolate estava de matar. Sim, me julgue, eu gosto de combinações estranhas de sorvete. Enfim, quando eu voltei pro quarto, dei de cara com Jack lendo um livro em cima da minha cama.

Oh, ele gosta de ler! Talvez o Jack nem seja tão burro assim e... Espera. Eu conheço aquele livro.

– Jackson Mills! Larga isso agora! – Gritei esganiçada e ele olhou pra mim rindo como se fosse uma criança travessa e mimada, o que ele realmente era.

– “Querido diário, hoje eu me tornei namorada do Jack” – Eu corri até ele, tentando pegar meu diário, mas ele pulou pro outro lado da cama. Meu rosto estava provavelmente da cor de um extintor de incêndio. – “É estranho, mas é uma longa história”.

– JACKSON! – Berrei de novo, perseguindo ele pelo meu quarto. – Isso é pessoal!

–“Ele é sexy e engraçado, sem falar que é o mais bonito da escola” – Ele leu.

– Eu nem escrevi isso! – Rebati.

Ele corria gargalhando e lendo trechos especialmente vergonhosos do meu diário, tipo quando eu escrevi que Greg “tinha cheiro de pão de ervas finas” e que o cabelo dele “parecia mais macio e bonito que o meu”.

Quando Jack subiu na minha cama de novo e ficou pulando lá com aqueles pés fedorentos e repletos de germes, tive uma ideia que parecia ser a única disponível. Então, como se eu fosse um jaguar, me joguei em cima dele (que caiu no chão com um baque surdo).

– Eca. – Saí de cima dele, limpando minha camisa com a mão. – Nunca mais me faça fazer isso.

Não houve resposta. Encarei o rosto moreno dele e vi que os olhos estavam fechados.

– Ei, para de gracinha. – Rolei os olhos. – Eu nem te machuquei.

– Caraca Jack. – Cheguei perto dele e coloquei sua cabeça no meu colo. – Meu Deus, você tá bem?

– Hum... – Ele murmurou alguma coisa, ainda de olhos fechados. Aliviei-me consideravelmente.

– O que você disse? – Perguntei, a voz calma já que eu estava levemente culpada por ter quase quebrado os ossos dele.

– Por favor... – Ele murmurou e meu nervosismo só aumentou. – Não faz respiração boca a boca.

Enquanto eu processava a frase vi que os cantos da sua boca estavam tremendo, e ele estava se segurando pra não rir.

– Seu... Seu idiota! – Ele sentou, rindo alto, e eu bati no braço dele de leve, querendo rir também. – Você me assustou de verdade!

– Eu sempre soube que você se importava comigo. – Jack me olhou convencido, ajeitando seu cabelo bagunçado. Eu rolei os olhos.

– Só não queria carregar o peso da sua morte nos meus ombros. – Rebati. – Mas nunca mais toque no meu diário.

– Podemos começar logo com o que eu vim fazer? – Rolou os olhos.

Depois de nos acalmarmos mais, retomamos a atividade. Desde que paramos de ser amigos muita coisa havia mudado.

A razão pela qual eu não gostava de Jack era a seguinte: quando éramos crianças, uns oito anos atrás, nós viramos amiguinhos de creche. Ele era uma criança meio sem graça, apagada, e eu era super faladeira e tinha muitos outros coleguinhas, então consegui enturmar ele.

Um dia a nossa professora, Srta. Forcible, nos deu saquinhos cheios de talco e com um rostinho desenhado para brincarmos. Todo mundo ficou muito animado, tomando conta de seus saquinhos e dando nomes pra eles, quando Jack perdeu o dele.

Como eu queria levar um saquinho para Khael, pedi mais um para a Srta. Forcible e acabei ficando com dois.

– Alice! Você pegou o Clayton! – Eu lembro perfeitamente do Jack rechonchudo e com cara de quem comeu e não gostou apontando pra mim acusatoriamente.

– Eu não peguei seu bonequinho. – Me defendi, ofendida. – Esse aqui é pro Khael.

– Achei que éramos amigos, mas você é uma ladrona. – Jack cruzou os braços, mimado.

– Não sou ladrona. A palavra é ladra. – Corrigi, sem nem me tocar do que eu havia feito.

– Viram? Ela admitiu! – Ele gritou pra todas as outras crianças, que me olharam surpresas. – Você é uma ladrona!

– Eu não sou ladrona! Nem ladra. Eu não roubei seu boneco! – Exclamei, frustrada. Como crianças são facilmente manipuladas... E como Jackson Mills era mimado!

–Guardem seus brinquedos, a Alice adora pegar as coisas dos outros. – Ele me encarou com os olhos semicerrados, como se me desafiasse.

– E você... – Eu pensei, pensei, até que consegui bolar uma frase que, no auge dos meus seis anos, me pareceu genial. – Você come cocô com pelo de cachorro!

E saí correndo pra Srta. Forcible, chorando. Mesmo depois de ela conversar com as crianças, o Jack, que era um projeto de Regina George masculino, fez com que todo mundo achasse que eu era uma ladrona –opa, ladra- e eu fui excluída drasticamente da minha rede de amigos até o ano seguinte. E desde então eu e Jack competíamos por tudo e brigávamos por tudo.

Naquele dia eu descobri muita coisa sobre ele. O atual Jack gosta de doritos, Mac and Cheese, café com leite e framboesa. Ele gosta de filmes de ação e comédia, mas também não desdenha de romance. Ele disse que não gosta de filmes de terror porque não fazem sentido, mas eu sei que é porque ele é um franguinho e morre de medo.

Posso dizer até que foi... legalzinho.

– Já tá tarde. – Jack olhou pro relógio.

– Tá na hora de ir, não acha? – Falei em uníssono com uma voz masculina conhecida. Surpresa eu olhei pra porta do quarto e lá estava meu pai com uma cara de quem chupou limão.

– Hum... Sim senhor. – Jack ficou pálido e recolheu rapidamente suas coisas. – Tchau Ally. Vou escrever pra você mais tarde.

– Tá. – Eu sorri amarelo. O dia foi legal, mas eu realmente não ia abraçar ele, então só acenei e ele foi embora.

Depois de eu convencer meu pai que ele sempre seria dono do meu coração, eu tomei um banho relaxante de banheira e me arrumei pra dormir. Dei boa noite pra todo mundo e quando já estava quase pegando no sono, meu celular vibrou.

Uma mensagem de Sici e de Jack com o mesmo assunto.

Festa amanhã na casa do Dave. Passo na sua casa às oito, por favor não vai vestida como uma vovó.” Dizia a mensagem de Jack, que me fez meus olhos quase entrarem no meu cérebro, de tanto que eu rolei eles. Eu não gosto de festas assim! Na casa do Dave então, aí que não gosto mesmo. Passei para a mensagem de Sici.

FESTA NA CASA DO DAVE AMANHÃ. Me ajuda com roupa, maquiagem, perfume? Não quero estar vestida como uma vovó. Beijinhos, Sici”.

Argh. Resolvi que iria ver essas coisas amanhã e mal encostei a cabeça no travesseiro e apaguei.


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço comentários? :c espero que sim!
Beijosss e até o próximo.



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