Boa Sorte, Katniss escrita por Hanna Martins


Capítulo 14
Com sabor de Coca-Cola


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à Tay Silva que fez uma bela recomendação para a fic e me deixou cheia de ânimo para terminar o capítulo. Muito obrigada, sua linda!!!
E feliz Páscoa para todos vocês, comam muito chocolates e aproveitem bastante!



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Quero dormir, porém simplesmente não consigo. Não, isso não tem nada a ver com o fato do louro oxigenado estar dormindo na cama de baixo sem camiseta, vestindo apenas um moletom. Nem está tão calor assim, hoje, por que o idiota precisa dormir nesses trajes (digo falta de trajes)?

Me mexo na cama, mudo de posição e nada. As coisas só têm piorado entre nós, depois daquele beijo no chafariz. Ah, aquele maldito beijo! Passaram-se vários dias, mas se eu fechar os olhos agora, ainda posso sentir a sensação de ter meus lábios nos dele. Preciso parar de pensar nisso. Isso é uma questão de vida ou morte.

Resolvo tomar uma água, um chá ou algo assim para ver se me ajuda a dormir. Desço do beliche, com muito cuidado para não acordar o oxigenado. Também evito olhar para ele. Vou para a cozinha e começo a preparar um chá de camomila.

As coisas entre Madge e Gale estão boas. Pelo menos, agora Gale não se comporta como um avestruz, louco para enfiar sua cabeça em um buraco toda vez que está perto de Madge. A relação deles melhorou muito. Madge já não considera Gale tão insuportável assim. Tenho que admitir que Peeta fez um ótimo trabalho com Gale. É claro que tudo foi por interesse (como se eu pudesse esperar outro motivo vindo do louro oxigenado).

Esses dias, descobri Gale fazendo alguns trabalhos da escola para Peeta. Os dois têm um acordo, Peeta ajuda Gale com Madge e ele faz os trabalhos para Peeta.

— Louro oxigenado, você está explorando o Gale? — indaguei.

Peeta parou de comer sua panqueca e me olhou.

— Não diria explorar, diria uma troca de favores — respondeu, enquanto pegava o copo de chocolate quente. — Tudo nessa vida tem um preço. Gale precisa de um favor e eu preciso de outro, simples assim — deu os ombros.

— Sabia que você não iria fazer uma coisa dessas pelo simples prazer de ajudar alguém!

— Tampinha, não há nada de errado nisso — falou despreocupadamente, dando uma mordida na panqueca. — Só estou cobrando o meu preço.

Trato de tomar meu chá e esquecer dessas coisas. Principalmente, de uma certa conversa que tive com Madge.

— Katniss, o que você está esperando? — falou Madge, enquanto tentava terminar seu dever de matemática.

— Madge, estou seriamente pensando em recomendar aos seus pais que te levem para um hospício!

— Acho que eu não sou a louca aqui... é você que deveria ir para o hospício porque está recusando uma oportunidade dessas! Você disse que o beijo do Peeta foi incrível.

— Ei, eu não disse isso! — protestei.

— Katniss Everdeen, não minta para mim! Você não me engana, sei que achou incrível o beijo dele!

Bufei. Como se faz para mentir para a melhor amiga que lê mente? Alguém, por favor, me ensine.

— Por que você não aproveita essa oportunidade que a vida está te dando?

— Madge, tem certeza que você está em seu juízo perfeito? Acho que realmente devo alertar seus pais sobre seus miolos não estarem funcionando bem. Estamos falando de Peeta Mellark aqui! Ele é um Draco Malfoy! O tipo de cara com quem uma garota jamais deve se envolver. Pelo menos uma garota sensata!

— Boba, não estou falando para você se envolver com ele! — sorriu maliciosamente. — Estou dizendo que você deveria aproveitar a oportunidade!

— Oh, isso muda totalmente de perspectiva! — debochei.

— Olha só, Peeta é um deus grego, igualzinho aqueles modelos de capas de revista e galãs de Hollywood... Me diga uma coisa, quando você vai ter a oportunidade de ter um desses por perto novamente? De ter um desses te beijando!

Encarei Madge incrédula. Ela não estava me sugerindo aquilo? Estava?

— Aproveita, Katniss!

Resmunguei algo e sai de perto de Madge. Aquela conversa estava indo para um rumo que eu não gostava nenhum um pouquinho. No entanto, o estrago já fora feito e agora fico pensando na sugestão de Madge... Trato de sacudir minha cabeça para espantar esses pensamentos descabidos, sem pé nem cabeça que não me levarão a lugar algum.

Termino meu chá e volto para meu quarto. Amanhã tenho que acordar cedo, apesar de ser domingo, temos que trabalhar no vídeo.

Peeta continua dormindo tranquilamente. Parte de seu rosto está escondida pelo travesseiro. Seu cabelo está todo desordenado, mas não de um jeito ruim, o cabelo desordenado lhe dá um ar sexy (quem é sexy quando dorme?). Suas costas nuas estão em seu melhor ângulo. Katniss, Katniss, vá dormir! Vá dormir, agora! Meu juízo grita.

Trato de subir rapidamente para minha cama. Puxo o lençol para cima da minha cabeça e tento me esquecer da cena que acabei de ver. Maldito louro oxigenado, que até perturba meu sono!

De alguma forma consigo dormir um pouco. Quando acordo, encontro Peeta na cozinha, preparando panquecas.

— Estamos atrasados! — me lança um olhar rápido e volta a fazer as panquecas.

— São ainda 6:40 da manhã! — protesto.

Me sento na mesa e começo a roer uma torrada.

— Deixa isso aí! Temos que ir gravar!

— Ei, me deixa tomar meu café da manhã!

— Se tivesse levantado mais cedo iria tomar seu café da manhã.

Olho para ele.

— Louro oxigenado, você está andando muito responsável ultimamente... — o analiso.

Ele dá os ombros. Bufo. Aposto que ele dormiu sem camiseta só para me fazer ficar sem dormir, perder horário e depois me perturbar!

Pego uma panqueca (não podemos desperdiçar comida aqui) e coloco as coisas para as gravações na mochila.

As gravações serão em um parque. Quando chegamos lá, Madge e Gale já estão esperando por nós. Os dois conversam de um modo amigável. Madge acena para nós, quando nos vê.

Começamos a gravar. A cena é simples, consiste em Gale e Madge passeando pelo parque. Escolhemos gravar nesse horário porque não há muitas pessoas passeando por aqui, apenas algumas que fazem exercício.

As gravações são rápidas. Madge e Gale agora não têm nenhum problema em atuarem juntos.

— Estou morrendo de fome! — reclamo, enquanto guardo a câmera.

— A gente poderia... ir naquela lanchonete que fica aqui perto — sugere Gale.

— Apoiado! — concordo imediatamente.

Madge concorda também. Peeta apenas dá os ombros, indiferente, mas acaba por nos acompanhar até a lanchonete.

Peço um milk shake de chocolate e um sanduíche de frango. Madge e Gale conversam sobre um assunto qualquer, enquanto Peeta os analisa satisfeito. Parece que o aluno está superando o mestre.

Não há muitas pessoas na lanchonete. Em um canto há uma mesa com uma mulher e duas crianças. O menino puxa o cabelo da garota, e ela revida chutando sua canela. Noto o motivo da discussão, um fofo coelhinho.

Olho para Peeta que nota meu olhar e me encara. Sorrio. Por um breve momento, ele me olha interrogativo. Porém, logo descobre o motivo de meu sorriso e me lança aquele olhar “nem se atreva a fazer isso”. Sorrio ainda mais.

Me levanto da mesa e vou até onde as crianças estão.

— Que lindo esse coelhinho! — digo para as crianças.

— É meu coelhinho — fala a menina.

— Seu nada! — rebate o garotinho.

— Crianças! — repreende a mulher. — Já disse que o coelhinho é de vocês dois!

— Mãe! — os dois protestam.

Sinto o macio pelo do coelhinho em minhas mãos.

— Como ele se chama? — pergunto.

— Fantasma — responde a garotinha.

Fantasma, é? Está na hora de dar um susto em alguém.

— Meu amigo ali, adora coelhinhos, posso mostrar para ele? — peço com minha voz mais dócil.

A menina e o menino assentem.

Pego o coelhinho delicadamente. Meus movimentos são lentos, nada apresados. O que mais causa angústia não é a coisa em si, mas a expectativa.

Volto lentamente para a mesa, enquanto sorrio e roço minha mão no pelo do animal. Peeta está quase tendo um infarto. Ele tenta disfarçar seu incomodo, desviando seu olhar do coelho.

— Esse coelhinho não é lindo? — falo, enquanto empurro o coelho quase nas fuças de Peeta.

O louro oxigenado se divide entre planejar minha morte e escapar da situação em que está.

— Pega ele, Peeta! — provoco. — Veja como seu pelo é macio! — olhar para Peeta é um exercício para controlar minhas emoções. Tenho que me conter para não soltar uma sonora gargalhada. Ela está aqui, entalada em minha garganta pronta para explodir.

O louro oxigenado está a ponto de me matar.

— Ele é muito fofinho, Katniss! — fala Gale, acariciando o coelhinho.

— Não é mesmo, Gale? É uma das criaturas mais fofas que existe! Tão inocente e fofinho! Não acha, Peeta? — continuo a provocar. Esse meu lado pirralha irritante adora fazer suas aparições.

Peeta está se contendo para não correr para as colinas como se estivesse diante de um apocalipse.

— Vou pegar uma coca! — fala Peeta se levantando, parece até que foi picado por uma cobra. Só que nesse caso, ele foi picado por um coelhinho.

Sorrio. Essa é minha pequena vingança por ele não ter me deixado dormir de noite. O desgraçado precisava dormir sem camiseta? Sem camiseta!

— Ei, Peeta, tem certeza que não quer pegar o coelho?

Claro que ele não me responde e finge que nem ouviu.

Depois de me divertir mais um pouquinho, devolvo o coelhinho para as crianças. Madge precisa voltar para o restaurante de seus pais, já que ficou de ajudá-los. Gale a acompanha, dando uma desculpa qualquer. Ficamos apenas eu e Peeta na lanchonete. Termino de comer meu sanduíche lentamente, enquanto o louro oxigenado resmunga algo.

— Você é muito irritante, sabia?

— Ah, sou? — levanto minha sobrancelha. — Não tenho culpa se você tem medo de lindos e fofos coelhinhos! — debocho.

Ele me olha com uma expressão de quem acabou de chupar um limão bem azedo. Nem ligo e termino de comer meu sanduíche da maneira mais despreocupada possível.

Voltamos para o apartamento. Peeta vem calado, aparentemente ele desistiu de reclamar sobre minha brincadeirinha de mais cedo, o que é um tanto curioso. Mas eu não quero ficar pensando no louro oxigenado, já passei uma noite em claro por causa dele! Meu precioso sono desperdiçado.

Haymitch e minha mãe não estão no apartamento. Eles saíram. Seria ótimo dormir um pouco, mas tenho um trabalho de biologia para fazer. Pego minhas coisas e vou para a sala.

O louro oxigenado está jogado no sofá, mexendo em seu notebook, enquanto bebe uma Coca-Cola. O ignoro. É melhor não pensar em sua presença, se quero fazer alguma coisa.

Sinto sede ao ver Peeta bebendo a Coca-Cola gelada. Até que uma Coca-Cola cairia bem. Vou até a geladeira e pego uma latinha.

Abro a lata e... uma chuva negra cai sobre mim.

Escuto uma estridente gargalhada vinda do sofá.

— Peeta! — grito.

Furiosa, vou até o sofá e sem pensar duas vezes (não penso sequer uma vez para fazer isso), despejo Coca-Cola nas belas madeixas douradas dele. Quem é que está rindo agora? O encaro. Ver seu cabelo dourado todo encharcado de Coca-Cola é uma das coisas mais divertidas de se ver na vida. Mas a melhor parte é sua expressão, uma mistura de surpresa com indignação.

— Tampinha, você não deveria ter feito isso!

Outra chuva negra me atinge. Revido. Começamos uma pequena guerra, talvez um prelúdio para a terceira guerra mundial. A guerra só termina por forças maiores, a Coca-Cola acabou.

Encharcada de Coca-Cola e sentada no chão com muita dificuldade para respirar, esse é o resultado de minha pequena guerra. Peeta também está sentado no chão. Sua condição não é melhor do que a minha. Sua camiseta branca está toda molhada, revelando seus músculos habilmente esculpidos. Uma gota de Coca-Cola cai de seu cabelo e escorrega lentamente por sua face. Contorna seus olhos, desliza por sua bochecha. Minha boca está seca, estou com sede. Muita sede.

Peeta me olha. Minha sede aumenta. A gota escorrega por seus lábios. Não sobrou nenhuma Coca-Cola para matar minha sede. As palavras de Madge ressoam: “Aproveita, Katniss!”,Aproveita, Katniss!”, “Aproveita...”

Meus lábios vão em busca da gota de Coca-Cola para matar minha sede. Beijo Peeta.

Meus lábios se enroscam nos seus. Seus lábios têm gosto de Coca-Cola e são terrivelmente bons. Saboreio aos pouquinhos o gosto de seus lábios. Sinto a mão de Peeta pegando em minha cintura e me trazendo para perto de si. Ele me puxa para seu colo. Sento-me em suas pernas.

Nesse momento não me importo com nada, nem com o fato de que ele seja um Draco Malfoy.

Os braços dele me envolvem. Minha pele está gelada devido à Coca-Cola, porém sinto-a ficar imediatamente em brasa quando ele me envolve. Minhas mãos pousam em seus cabelos dourados, que estão grudentos e molhados devido a nossa pequena guerra. No entanto, eu não me importo e afundo meus dedos em seus cabelos.

Quero sentir mais de Peeta, parece que nossa proximidade não é suficiente para meu corpo. Ele precisa sentir cada centímetro do corpo de Peeta. Puxo os cabelos dele, o trazendo para mais perto de mim.

As mãos dele escorregam por meu corpo. Minha mente está em branco. Não penso, só sinto. Sentir é tudo que existe para mim nesse momento.

Ele deixa meus lábios e desliza lentamente seus lábios por meu rosto, sugando as gotas de Coca-Cola. Seus lábios descem por meu queixo, chegam ao meu pescoço e descem até a base, onde as gotas de Coca-Cola se alojaram. Sua língua toca a minha pele e a lambe. Há uma mistura de sensações em mim, seu toque me deixa queimando, mas eu quero queimar ainda mais. O fogo deveria repelir, mas em mim causa o efeito contrário, quero que o fogo me consuma.

Peeta morde suavemente a base de meu pescoço. Um pequeno som sai de minha boca. Seus lábios voltam a percorrer meu pescoço até chegarem aos meus. Seus lábios roçam os meus, me provocando, sem se encaixarem. Meus lábios ficam impacientes e apanham os dele com afobação. Sinto um pequeno sorriso em seus lábios, causado por minha impaciência.

Ele me beija com delicadeza e intensidade. Nos beijamos até que precisamos respirar urgentemente.

Sua cabeça se afasta um pouco de mim. Seus braços ainda me envolvem, e minhas mãos permanecem em seus cabelos.

Os intensos olhos azuis me interrogam. Vejo certa surpresa e curiosidade misturadas em seus olhos.

— Katniss... — sussurra com sua voz rouca.

Ele continua a me interrogar com seus olhos. Talvez, a procura de uma explicação que nem eu mesma sei.

O que direi a ele? Que decidi seguir os conselhos de Madge?

— Você... me atacou? — me analisa. Sua voz tem um tom brincalhão.

— É, ataquei sim, louro oxigenado! — trato de responder.

— Resolveu se aproveitar de mim?

— E se eu resolvi? — indago o encarando, sem me mover.

— Então, terei que revidar... — seus olhos me estudam com diversão.

Minha resposta é puxar seus cabelos o trazendo para mais perto de mim.

— Só queria mostrar que meu beijo não é ruim... — faço referência a primeira vez que ele me beijou e ficou zombando de mim, dizendo que eu não beijava bem.

— Você aprendeu com o mestre aqui, como seria possível que seu beijo fosse ruim...

Preciso olhar novamente para ele, me certificar que ouvi direito. Peeta acabou de elogiar meu beijo? É claro que foi do jeito dele... Mas...

— Ele ainda pode melhorar... — não seria Peeta, caso não dissesse uma coisa desagradável. — Mas para uma principiante está bem...

— Tão ruim que você fica me beijando por aí! — rebato sua crítica. Ficar tanto tempo com Peeta, fez com que minhas habilidades com as palavras melhorassem consideravelmente.

— Só estou te dando umas aulinhas particulares.

O que há de errado com esse cara, alguém me explica?

— Sei... Não seja idiota mais do que já é! — falo o olhando. — Se você estivesse mesmo me dando aulinhas particulares não se empenharia tanto em tirar meu juízo... — ops, falei coisa que não deveria aqui. Cala a boca, Katniss!

Trato de sair de seu colo. Porém, ele não permite e me segura ainda mais contra seu corpo.

— Ora esta, então você está admitindo que eu te deixo louquinha por mim — um sorriso travesso brinca no canto de seus lábios.

— Não... — minha negativa não soa nada convincente.

Como resposta ele encosta seus lábios em minha orelha. Seus dentes com suavidade mordiscam o lóbulo.

Não, eu não vou reagir. Não vou! Pode me provocar a vontade.

Ele retira uma de suas mãos de minha cintura e a pousa em minha nuca. Afasta meus cabelos da nuca com movimentos delicados. Meu corpo fica todo arrepiado. Droga!

Não, não vou deixar que ele perceba isso.

Seus lábios descem até meu pescoço e chegam a minha nuca. Um beijo quente, úmido e terrivelmente bom vai pousar no ponto mais sensível da minha nuca. Um ponto que não sabia da existência até segundos atrás.

Não, eu não... um gemido escapa da minha boca. Corpo traidor!

Ele afasta seus lábios de minha nuca e olha para mim com um sorriso triunfal em seus lábios. Bufo.

— O que me diz disso? Quer mais provas?

Seus lábios começam a se aproximar de meu queixo. Minha mão consegue impedir seu movimento.

Olho para ele. Como um ser um humano consegue ser tão sexy mesmo todo coberto de Coca-Cola?

Aproveita, Katniss!”, Aproveita, Katniss!”. As malditas palavras de Madge continuam a ecoar em minha mente.

Peeta está em minha frente, se oferecendo de modo muito (extremamente) convidativo. O que há de errado nisso, afinal? Ele pode ser um idiota, um Draco Malfoy da vida (alguém com quem eu não deveria me envolver nem em sonhos), mas... mas... Maldição! Cada fibra de meu corpo o deseja, preciso admitir.

Se ele quer se divertir comigo, por que eu não posso me divertir com ele? O que há de errado nisso?

Duas pessoas podem jogar o mesmo jogo, não podem?

Além disso, não quero perder mais nenhuma noite de sono, pensando no idiota. Talvez, se eu saciar essa fome que me consome toda vez que ele me toca, isso passe. E eu não vou me envolver com ele, só vou me aproveitar.

Antes que ele faça qualquer coisa, me vejo lançando meus lábios sobre ele, com certa fúria e determinação. Sinto mais uma vez o gosto de Coca-Cola e me perco nesse sabor. E para dizer a verdade, não faço questão de me encontrar tão cedo. Nunca pensei que o sabor da Coca-Cola fosse tão bom.

— O que está fazendo? — pergunta entre um beijo e outro.

— Me aproveitando de você! — respondo, procurando por sua boca. — E saboreando uma Coca-Cola.

Ele começa a rir, mas minha boca o cala.


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Notas finais do capítulo

Odiaram? Gostaram? Katniss resolveu se aproveitar da situação, como disse a Madge não é todo dia que se tem um verdadeiro deus grego perto de você, né? E agora como ficarão as coisas entre eles, com Katniss se aproveitando do "pobre" Peeta?