Pokémon Simulator - Rise of the Sea King! escrita por Ailyn


Capítulo 3
Capítulo 2 - Karma e o lunático de cabelo azul.


Notas iniciais do capítulo

– Isso foi anticlimático, – o treinador disse. – Mas até que eles correm bem rápido.



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Capítulo 2 – Karma e o lunático de cabelo azul.

Karma estava tendo um péssimo dia.

Era um daqueles dias onde ela suspeitava que o universo estava determinado a fazer dela seu brinquedinho de morder e continuamente jogava situações embaraçosas e inusitadas em sua direção para ver como ela reagiria.

Havia acordado atrasada para o trabalho porque as pilhas de seu despertador haviam morrido. Quando saiu correndo com uma torrada meio comida na boca e ainda colocando o sapato no pé esquerdo, havia esbarrado na velhinha que morava do seu lado e derrubado as frutas que estavam na bolsa de compras da idosa. Depois de ter catado todas as frutas e pedido desculpas ela não viu a maldita banana que havia caído no pé da escadaria do condomínio e acabou escorregando direto em uma poça que havia se formado por que choveu de madrugada.

Karma percebeu naquele momento que aquele era o dia em que sua vida provavelmente se tornaria um daqueles filmes de comédia mal feitos e infestados de clichês que de tão ruins chegavam a ser engraçados.

Quando finalmente conseguiu chegar ao trabalho, seu chefe lhe deu um sermão de 30 minutos sobre responsabilidade e outras coisas que não prestou atenção e então foi forçada a fazer hora extra sem o bônus em seu pagamento.

Chegou em casa exausta por causa das horas extras de trabalho e depois de cinco minutos lutando para tirar as roupas que estavam coladas em seu corpo por causa da chuva repentina teve que tomar banho frio porque seu chuveiro havia queimado.

Tinha quase certeza de que alguém em algum lugar estava rindo de sua situação.

Olhou para seu Dreaming Console com um pouco de relutância. Fazia quatro dias desde a última vez que havia entrado na conta do MMO que jogava, mas depois de tudo que havia acontecido precisava de alguma coisa para aliviar o seu estresse.

Colocou o DC e deitou-se em sua cama, esperando o jogo carregar. Haviam acontecido tantas coisas ruins em apenas um dia, certamente sua sorte seria melhor dentro do mundo online. Ou pelo menos foi o que pensou.

Karma realmente deveria ter pensado melhor antes de tentar o universo.

A tela do DC ficou branca e uma simples mensagem apareceu.

[BEM VINDO A POKÉMON SIMULATOR]

–X-x-X-x-X-x-X-x-X-x-X-

Karma tinha quase certeza de que alguém lá em cima tinha alguma coisa contra ela.

Depois de ter entrado no jogo havia feito uma careta ao olhar seu nível. Cinco dias atrás seu nível era 58, mas agora toda vez que abria a tela de status via o número 14 a encarando de volta. Bom, o único jeito era upar todos os níveis que havia perdido depois de ter sofrido Corpse Camping*

(Ela morreu. De novo. E de novo. E de novo, de novo, denovodenovodenovo

Não era a primeira vez que ela havia morrido enquanto jogava o RPG, mas ela nunca havia morrido tantas vezes seguidas.

Quantas vezes haviam sido até agora? Ela havia perdido a conta depois da vigésima-

E antes de completar seu pensamento ela foi morta de novo.)

–por aqueles idiotas. Pelo menos ela tinha conseguido fugir antes de terminar no nível 1.

E falando no diabo, Karma escutou a voz chorosa de uma garotinha e se virou encontrar dois homens usando a maldita bandana da guilda que havia quase sucedido em fazer com que ela voltasse ao nível 1.

Um deles tinha o braço estendido para cima segurando uma pokebola bola, e em seu rosto estava uma expressão maldosa.

Entre os dois homens havia uma garotinha, ela estava na ponta dos pés e com os braços esticados, futilmente tentando alcançar a pokebola. Depois de algumas tentativas falhas a garotinha pareceu desistir e os ombros dela caíram.

Os dois homens soltaram uma risada maliciosa.

Karma viu vermelho.

(Eles riam toda vez que a matavam de uma maneira diferente.

Uma vez foi por causa do veneno de um Seviper.

Outra vez, ela foi decapitada-)

Karma não tinha muita certeza do que aconteceu depois. Sua mente ficou vazia por um instante e um sentimento de paz e tranquilidade se espalhou por seu corpo... E então ela piscou e percebeu que estava segurando uma pokebola.

O membro da guilda que antes estava com a posse da pokebola agora rolava no chão, com uma expressão de pura agonia em seu rosto e obscenidades saindo de sua boca enquanto as mãos cobriam sua virilha.

O companheiro do homem rolando no chão estava com os olhos arregalados e olhava para Karma de queixo caído, sem fala.

Oh.

Como diabos isso aconteceu?

– S-sua vadia! Você vai pagar isso! – O homem pareceu reganhar sua fala, e depois dessas palavras virou de costas e começou a correr, abandonando seu “amigo” que ainda estava urrando de dor no chão.

Karma encarou a direção em que o homem havia fugido sem muita certeza do que fazer. Escutou uma foz fina dando um risinho e se virou para encontrar a garotinha que antes estava sendo atormentada pelos membros da guilda lhe encarando.

– Oh, wow. Essa é a primeira vez que eu vejo a técnica “quebra nozes” sendo executada tão perfeitamente. – A garotinha disse. Ela não parecia traumatizada ou triste. De fato, ela olhava para Karma com uma expressão de interesse.

Karma abriu a boca para responder, fechou porque não sabia o que exatamente queria dizer, mas na segunda tentativa conseguiu fazer com que palavras deixassem sua boca.

– Bom, isso foi... Uma coisa que aconteceu.

A expressão no rosto da garotinha não deixava dúvida de que ela estava achando muita graça da situação.

Agora que tinha tempo para pensar nas coisas com mais clareza, Karma não pode deixar de notar que a aparência da menininha era um pouco peculiar. Suas roupas consistiam praticamente de uma única cor, rosa, em tons diferentes. Até seus cabelos e olhos eram cor de rosa.

Além do mais, ela não parecia ter mais de dez anos de idade, o que era suspeito, pois Karma tinha absoluta certeza de que a idade mínima para jogar PokeSim era 14 anos.

A garotinha colocou uma de suas mãos do bolso e de lá tirou um... Pirulito? Para ser mais precisa, um gigante pirulito cor de rosa.

– Pode ficar com a pokebola, – a garotinha disse, – você vai precisar mais dela do que eu.

Karma piscou.

Oh, com tudo que havia acontecido ela havia esquecido de que ainda estava com a pokebola que provavelmente havia pegado do membro da guilda.

– Você não precisa dizer obrigada ou algo desse tipo – a garotinha continuou. – Afinal, você me ajudou bastante, sabia? Eu estava quase desistindo, mas você me ajudou antes que eu perdesse a paciência e arrancasse as tripas daqueles idiotas.

– Arrancasse as tripas...? – Karma repetiu em voz fraca.

– É, eu iria acabar levando uma bronca mais tarde se eu fizesse isso. Eu iria dar essa pokebola para uma pessoa diferente... Mas acho que se alguém como você ficar com essa pokebola as coisas definitivamente serão interessantes também.

A garotinha deu um sorriso que deixaria o gato de Alice no País das Maravilhas com inveja.

Karma se sentiu um pouco fraca. Fazia tempo desde que teve uma conversa de verdade com uma garotinha, mas tinha certeza de que elas não usavam termos do tipo “arrancar as tripas”... Ou pelo menos ela esperava que não.

– Oh, e mudando um pouco de assunto, eu acho que você deveria começar a correr agora. – A garotinha disse.

Karma abriu a boca para perguntar por que ela deveria correr, quando escutou um amontoado de vozes perguntando onde estava “a vadia de cabelo vermelho”.

Encarou o cabelo vermelho de sua personagem e pensou quais as chances das vozes estarem se referindo a outra pessoa.

– Ali está ela! – Uma masculina disse, e Karma se virou para encarar o homem que havia fugido antes apontando em sua direção.

Karma suspirou, jogou um olhar angustiado para o céu, virou de costas e começou a correr.

A garotinha continuou parada no mesmo lugar que estava.

Várias pessoas começaram a perseguir a jovem de cabelo vermelho que acabara de fugir, mas estranhamente, nenhuma delas parou para sequer olhar na direção da garotinha que estava vestida da cabeça aos pés de cor de rosa e cujas roupas poderiam ser descritas de várias maneiras, mas “discretas” não era uma delas.

Era como se nenhum deles notasse sua presença... Ou como se ela de fato não estivesse ali.

Um risinho espaçou de seus lábios.

– Sim... As coisas certamente vão se tornar interessantes.

–X-x-X-x-X-x-X-x-X-x-X-

Karma olhou para o final do beco sem saída onde estava com um pouco de desolamento. Não conhecia a cidade muito bem, então não era uma surpresa que acabou se perdendo.

Não havia nem mesmo começado o jogo nesse continente, só havia vindo para a região central para tentar capturar Pokémons diferentes dos da região do Sul... E acabou sofrendo corpse camp por que não conseguiu ignorar sua consciência.

Às vezes ela não podia decidir se sua vida era uma comédia ou uma tragédia. Provavelmente uma mistura doentia dos dois.

Do outro lado do beco estavam os membros da guilda que finalmente haviam lhe alcançado. Mesmo que alguns fossem de nível mais alto do que seu nível atual, Karma estava usando equipamentos melhores, conseguidos apenas em áreas de nível superior a cinquenta. Com seus equips atuais provavelmente conseguiria correr mais rápido que a maioria dos Pokémons abaixo do nível 25 e players com equips piores dos que os seus.

Seis treinadores da guilda e sete Pokémons bloqueavam a saída do beco. Um Mr. Mime, dois Rattatas, um Beedrill, um Mankey e mais dois Ivysaurs.

Bom, se de algum jeito conseguisse evitar os ataques dos Rattatas e do Mankey só precisaria desviar dos ferrões do Beedrill, tomar cuidado com os ataques psíquicos do Mr. Mime e rezar para que os Ivysaurs não a conseguissem segurar em seus cipós.

É, Karma não tinha a menor chance.

– Pensou que conseguiria correr da gente, vadia? – Um dos treinadores perguntou.

Pessoalmente, Karma achava que os membros da guilda deveriam pelo menos tentar pensar em insultos diferentes, a única coisa que ela conseguiu escutar foi “vadia do cabelo vermelho” nos vinte minutos que passou correndo.

Tentou não tremer de desgosto quando viu um dos homens a olhando de cima a baixo.

– E o seu corpo não é nada mal também – ele comentou. – Se você implorar por perdão de joelhos e nos deixar se divertir um pouco com você talvez a gente te perdoe...

Karma decidiu naquele momento que se ela tivesse que morrer de novo por causa desses caras, ela definitivamente iria fazer com que eles gritassem dessa vez. Contente com seus pensamentos, um pequeno sorriso se formou em seus lábios.

O homem que havia falado antes pausou. Seu instinto de auto preservação estava tentando desesperadamente lhe avisar que havia alguma coisa muito errada com o sorriso no rosto da garota que deveria estar se tremendo de medo neste exato momento, mas cercado de aliados contra uma simples garota que parecia não ter Pokémons, decidiu ignorar o que seus instintos estavam lhe dizendo e se aproximou dela com um sorriso confiante no rosto.

– E então, o que vai ser?

A garota continuou sorrindo... E então ele sentiu uma grande agonia em sua barriga.

Olhou para baixo e viu um punho quase completamente enterrado em seu estômago, abriu a boca para soltar um grito de dor quando sentiu outro punho enterrar-se em seu nariz. O som de algo quebrando ressoou pelo beco e um pouco de sangue começou a escorrer de seu nariz. Imediatamente, levou as duas mãos para a ferida, apenas para seus pés perderem contato com o chão graças a uma rasteira.

Antes de cair do chão, sentiu alguém lhe segurar pela camiseta apenas para urrar de dor quando sentiu alguma coisa que parecia ser um chicote atingir suas costas.

– Merda, ela tá usando ele de escudo! – Uma voz disse, mas o homem estava distraído demais com a dor para processar o que estava acontecendo.

Karma ainda estava sorrindo, mas o sorriso em seu rosto era um pouco sinistro. Ela não podia vencer se jogasse limpo, e mesmo que jogasse sujo provavelmente iria morrer também, então o mínimo que podia fazer era causar a maior quantidade de dor e trauma possível.

Com a sua sorte, provavelmente acabaria sofrendo corpse camp de novo, mas dessa vez iria arrastar o maior número de pessoas junto consigo.

Levantou o homem quase inconsciente pelos braços e se preparou para usá-lo de escudo contra os ferrões do Beedrill quando alguma coisa azul caiu do céu, bem em cima de um dos treinadores guardando a saída do beco. Karma pode ver a barra de HP do treinador atingido ficar no vermelho.

– Ow... – A coisa azul disse. – Nota para mim mesmo, quando estiver voando de carpa, evitar pássaros de bico longo, eles são idiotas mal humorados.

Karma piscou. A coisa azul era uma pessoa, e o azul vinha do seu cabelo... Que era ridiculamente longo na opinião de Karma. Ele estava usando equipamentos de nível baixo então... Um jogador novo?

Huh, ele parece ter caído de uma altura bem alta, e o que ele quis dizer com voando de carpa...?

O jovem de cabelo azul sacudiu a cabeça e piscou, olhando com uma expressão de surpresa para o jogador que estava abaixo de si gemendo de dor.

– Oh, e obrigado por amortecer a queda, mesmo que não tenha sido sua intenção e você esteja quase morto por causa disso. Eu provavelmente teria morrido se não fosse por isso, e é muito mais confortável assistir você em dor do que sentir a dor eu mesmo.

Aquela era a fala de gratidão mais ingrata que Karma escutou em toda sua vida.

Não, prioridades. Ela precisava se concentrar. Estava no meio de uma luta e todos os seus oponentes pareciam distraídos com a entrada repentina do novo jogador (não que Karma pudesse culpá-los), agora era sua chance.

Jogou o cara que estava segurando em cima do Beedrill, segurou o Makey pelo rabo e antes que a criaturinha pudesse reagir o jogou em direção a um dos Ivysaurs que automaticamente usou seus cipós para impedir que o Mankey se chocasse contra si, conseguiu dar uma pirueta enquanto fazia tudo isso e então chutou o Ratata na direção do outro Ivysaur, que fez o mesmo que seu companheiro.

Infelizmente, o Mr. Mime parecia ter se recuperado e imediatamente usou Magical Leaf... No jogador novo que havia, literalmente, caído dos céus.

Karma xingou em sua mente, o jogador de cabelo azul provavelmente havia caído em cima do treinador do Mr. Mime.

Arregalando os olhos, o jovem automaticamente levantou seus braços como se isso pudesse lhe proteger do ataque impossível de desviar que estava vindo em sua direção.

Karma sentiu um sentimento desconfortável em seu estômago. Havia sido corpse campeada da última vez porque estava tentando impedir que os membros da guilda matassem e roubassem Pokémons de jogadores mais fracos, e agora de novo, estava prestes a ver o mesmo cenário se repetir...

Ou pelo menos foi isso que pensou antes de uma barreira se formar entre o treinador de cabelo azul e o Mr. Mime, parecendo parar o Magical Leaf por alguns instantes. Então, a barreira começou a emitir uma luz brilhante que fez com que Karma e todas as pessoas presentes imediatamente fechassem seus olhos.

Quando recuperou sua visão, Karma notou, com certo alívio, que o jogador de cabelo azul parecia estar bem... Mas o treinador atrás do Mr. Mime estava com uma das mãos em seu pescoço. Ele parecia tentar dizer alguma coisa, mas tudo que Karma conseguiu entender foram alguns grunhidos, e então os olhos do jogador se reviraram em seu crânio e ele caiu no chão.

Karma conseguiu ver que alguma coisa havia causado um corte vertical no pescoço do treinador adversário, por onde sangue havia começado a jorrar e alguns segundos depois, o treinador caído desapareceu em um pilar de luz.

O Beedrill começou a brilhar em uma luz vermelha, até que no lugar do Pokémon abelha surgiu uma pokebola no chão. A pokebola permaneceu parada por alguns segundos, e então virou outro pilar de luz que pareceu seguir a mesma direção do pilar formado pelo jogador morto.

Karma e todos os jogadores restantes ficaram em silêncio, chocados com o que havia acabado de acontecer... Bom, quase todos.

– Huh, então morte instantânea é uma coisa nesse jogo. – Disse o estranho de cabelo azul.

Segundos depois, um barulho de “pling!” foi ouvido e uma mensagem surgiu:

|[Lar foi morto por Dalion!]

|[A infâmia de Dalion aumentou para 10!]

Karma estava tentando processar o repentino show de luzes junto com o aparente assassinato que o jogador novo havia causado... E falhando.

Pelas caras dos membros restantes da guilda a seu redor, ela não era a única.

– Infâmia, huh? Isso é novo. – Comentou a única pessoa que ainda parecia ter a capacidade de falar naquele beco. Um sorriso repentino surgiu no rosto do jovem de cabelos azulados e ele continuou sua fala com tom animado. – Então, alguém mais quer tentar me atacar para correr o risco de sofrer uma morte dolorosa e sangrenta?

Os membros da guilda trocaram olhares entre si, depois olharam para o local onde seu companheiro havia morrido, para o lugar onde o homem que havia sido espancado pela garota de cabelo vermelho estava gemendo de dor, e para seu outro companheiro que ainda estava debaixo do jogador de cabelo azul, provavelmente com o HP baixo demais para se quer se mexer.

Uma decisão foi feita.

– RETIRADA! – Os membros restantes gritaram, e em poucos segundos, o beco estava bem mais vazio.

– Isso foi anticlimático, – o treinador disse. – Mas até que eles correm bem rápido.

Karma achou que o estranho jogador estava falando sozinho, mas então percebeu que ele estava olhando para alguma coisa laranja que estava debaixo de seus braços...

É, aquilo ali definitivamente era um Magikarp.

Talvez ela estivesse sonhando, Karma decidiu. Um jogador caí do céu, um Mr. Mime tenta lhe atacar e depois de um misterioso show de luzes outro treinador acaba morto e agora o cara que havia causado tudo isso estava puxando conversa com um Magikarp.

Como isso é minha vida, Karma pensou.

E falando no Mr. Mime ele ainda estava no beco, junto com os dois treinadores que tinham da guilda que haviam sofrido dano demais para se mexer. Aparentemente o lema da guilda era “Cada um por si e o todo que se dane!”

O treinador do Magikarp encarou o Mr. Mime.

– Então, porque ainda está aqui? Quer tentar me atacar de novo pra ver se quem morre dessa vez é você?

Karma sentiu um pouco de pena do Mr. Mime. Pokémons capturados não tinham muita escolha a não ser obedecer as ordens de seus treinadores, e infelizmente, o treinador desse Mr. Mime era um babaca.

O Pokémon provavelmente não queria lançar um ataque contra o jogador de cabelo azul porque estava receoso de outro “show de luzes”.

– Ele não tem muita escolha a não ser permanecer aqui, – Karma explicou. – Pokémons capturados não podem ficar muito longe de seus treinadores.

Ela viu o outro jogador assumir uma expressão surpresa, como se só agora tivesse percebido que ela ainda estava no beco.

Karma tentou não se sentir muito ofendida.

– Hm... – Ele fez uma expressão pensativa. – Aquele cara que morreu mais cedo era o treinador daquela abelha gigante, não é? Então os Pokémons viram pokebolas quando os treinadores morrem?

Karma teve um mau pressentimento sobre o rumo dessa conversa.

– Quando um treinador morre, – Começou cuidadosa, – os Pokémons liberados voltam para dentro de suas pokébolas e ficam desse jeito por alguns segundos antes de virarem um clarão de luz e seguirem o seu treinador... – O que pode resultar no roubo do Pokémon nesse pequeno intervalo, Karma adicionou mentalmente, mas ela realmente não queria contribuir na criação de outro ladrão Pokémon, então guardou esse detalhe para si.

– Entendo. – E com essa fala, o jogador de cabelo azul finalmente se levantou do jogador onde estivera sentado desde o momento que caiu do céu e sem hesitar pisou no pescoço do jogador caído.

O barulho de alguma coisa quebrando ecoou pelo beco e um clarão de luz se formou no lugar do treinador que estava, até então, sendo usado de sofá. Momentos depois outro clarão de luz menor o seguiu.

|[Waren foi morto por Dalion!]

|[A infâmia de Dalion aumentou para 20!]

– Bom, isso certamente foi interessante! – Disse o jovem de cabelo azul em tom animado. Ele olhou na direção de Karma e inclinou um pouco a cabeça. – Então, quem é você mesmo?

Silêncio.

Karma olhou para o céu.

– O que diabos eu fiz pra você!?

– Huh, essa é a primeira vez que eu encontro alguém que fala com o céu sem ser Aster.

Decidindo ignorar o comentário do jovem, Karma continuou olhando indignada para o céu. Se não expressasse seu stress e angústia de alguma maneira, ela acabaria tendo um ataque nervoso. Ou matando alguém. Isso provavelmente ajudaria.

Continua.

Glossário:

Corpse camping: Corpse camping ou corpse camp se refere ao processo de "acampar" do lado do local onde um player morto renasce com a intenção de matar esse player continuamente assim que ele renascer de novo.


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Notas finais do capítulo

Bom, se tiver alguém acompanhando essa fic, sorry pelo atraso, minha internet decidiu me trollar e só voltar a funcionar agora pouco.

Pra ser completamente sincera, não estou muito confiante sobre esse cap. Cenas de ação e lutas definitivamente não são o meu forte, como vocês devem ter notado, então me desculpem por quaisquer cenas confusas ou aparente sem sentido.

Aqui acabam os chaps que eu tinha prontos para a postagem, o resto eu preciso escrever ainda. O chap3 está me dando um pouco de problemas, então vou arrastar minha deadline de "um chap por semana" para "um chap a cada duas/três semanas". É triste mas eu estou perdendo um pouco do meu ânimo, especialmente já que ninguém mostrou muito interesse nessa fic até agora, (Bom, tirando uns dois amigos meus,



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