Pokémon Simulator - Rise of the Sea King! escrita por Ailyn


Capítulo 1
Prólogo – Aster tem uma ótima ideia.


Notas iniciais do capítulo

"Ótima ideia?" Eu interrompi "Lembra do que aconteceu da última vez que você teve uma ótima ideia?"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/573522/chapter/1

Prólogo – Aster tem uma ótima ideia.

É o ano de 2XXX e graças a vários avanços tecnológicos, como a criação de realidades virtuais e consoles designados para usarmos enquanto dormimos, não é uma surpresa que jogos virtuais tenham ficado cada vez mais populares durante os anos.

Hoje em dia, é difícil encontrar uma pessoa que não esteja jogando algum dos populares MMOs*, como Sigma Online ou Lifelynne. Eu sou uma dessas pessoas.

Meu amigo diz que sou como um animal em extinção, e que assim como os dinossauros, minha espécie logo irá sumir, sendo lembrada apenas nos livros de história. Ou pelo menos, ele está tentando me convencer disso. Ele tentou me convencer de muitas coisas para falar verdade, mas desde aquele incidente com o gato, a torrada e o prédio de vinte andares, eu estou um pouco apreensivo em acreditar muito nas coisas que ele diz.

Mas ele estava sendo bem persistente dessa vez...

– Dilan, Dilan, Dilan... Você ainda não entende, não consegue enxergar as maravilhas, as surpresas e as EMOÇÕES que te aguardam!

E barulhento, ele estava fazendo bastante barulho dessa vez. Como estamos em público, eu gostaria de fingir que não conhecia a pessoa que estava em pé, falando alto e fazendo gestos exagerados com as mãos e os braços, mas infelizmente nós estávamos sentados na mesma mesa dentro da lanchonete, então eu não tinha essa opção disponível.

Tomei um gole do refrigerante que estava segurando e respondi em um tom de voz baixa.

– Aster, eu não vou gastar dinheiro comprando um aparelho especial só para jogar um MMO com você.

Aster olhou para mim como se eu tivesse matado o bichinho de estimação dele. Não que ele precisasse de minha ajuda com isso.

Seus dois gatos haviam fugido, o cachorro havia sido atropelado e ele não sabia que era preciso limpar o aquário dos peixinhos dourados até que eles amanheceram mortos um dia... Atualmente, ele estava no quinto animal de estimação, uma espécie de pássaro exótico se não me engano.

Quem sabe, talvez ele tivesse mais sorte com o pássaro.

E talvez eu devesse ser mais realista e já começar a preparar o funeral do bichinho.

– M-Mas Dilan! Todas as pessoas que eu conheço na vida real estão jogando jogos diferentes e não querem saber do que eu estou jogando! E não tem ninguém online querendo jogar comigo... – Aster disse, fazendo olhos de cãozinho.

Rolei os olhos.

– E porque ninguém online quer jogar com você? Já que está jogando há alguns meses, não deveria ter um grupinho de pessoas com quem você está acostumado a jogar?

Aster desviou os olhos e começou a encarar o chão como se o achasse bastante interessante.

– Erm, bom, podem ter acontecido algumas coisinhas… Coisinhas bobas mesmo, que as pessoas não deveriam dar a mínima importância! E wow, tem bastante gente por aí que tem esse mau hábito de levar piadas ou alguns comentários bem a sério...

Eu continuei bebendo meu refrigerante.

– E tem outras pessoas que são bem pão duras online! Tipo, mesmo que você só tenha atacado o chefe da área quando tivesse certeza que havia outra pessoa do grupo por perto para usar de escudo, quero dizer, outra pessoa do grupo por perto para ajudar, e mesmo que você tivesse se escondido pela maior parte da batalha, se você chegar primeiro no lote quem pode te culpar por pegar as melhores partes? Afinal, eu era parte do grupo também, certo? Só tive a estratégia, digo, a sorte de chegar aos drops* primeiro...

Hm, meu refrigerante estava quase no fim...

– Foi aí que eu simplesmente decidi que participar de batalhas em grupo era complicado demais porque as pessoas são muito pão duras! Então eu comecei a ir solo, mas como eu estava sozinho só pude fazer quests* e enfrentar mobs* de level baixo, que só dropavam coisas super ruins... Aí eu tive a brilhante ideia de esperar até que um jogador de level mais alto tirasse a maior parte de vida dos inimigos de level alto e simplesmente dar o último golpe e pegar o lote, mas muita gente começou a ficar zangada com comigo, foi ai que...

Bom, lá se foi o meu refrigerante. Acho que agora é uma boa hora para interromper o monólogo.

– Basicamente, ninguém online quer jogar com você porque você está agindo como... Bom, você está agindo como normalmente age.

Não que eu estivesse muito surpreso. Conheço Aster desde que ele tinha nove anos de idade e a primeira coisa que ele disse quando meu viu pela primeira vez foi: “Oi! Meu nome é Aster e eu estou com fome. Compra um hambúrguer pra mim?”

Era uma surpresa Aster não ter mais amigos considerando a personalidade simpática dele. Não que eu possa falar muita coisa, o meu único amigo era Aster.

Não tenho muita certeza de como isso aconteceu, mas culpo momentânea perda de razão. Acho que a parte surpreendente era o fato de eu ter um amigo, considerando a minha personalidade. Ou nas palavras de Aster: “Oh wow, você é tão social como uma pedra.”

E ele não estava exagerando.

– Dilan, você é o único que me entende, não grita, não perde a paciência, não tenta me enforcar e nem bater em mim, você seria o parceiro perfeito para jogar junto! Além do mais, você não joga nenhum outro MMO, então que tal ajudar o seu amigo?

Eu respondi na mesma hora.

– Não.

Aster abriu a boca, provavelmente para tentar me chantagear já que o puxa saquismo não estava dando certo, quando a garçonete se aproximou de nossa mesa.

Imediatamente, a expressão entediada que estava em meu rosto sumiu e deu lugar a uma expressão calma, e com um pequeno sorriso eu inclinei a cabeça na direção da garçonete.

– Olá senhorita. Nós já estamos de saída, obrigado pelo ótimo serviço.

A garçonete pareceu ficar surpresa com a minha fala, não era muito difícil ver que ela estava ficando vermelha e quando respondeu sua voz estava um pouco tremida.

– O-oh, não, eu é que dev-deveria estar agradecendo! Uh-uhm...

Dava para perceber que a garota estava completamente sem jeito e quando nossos olhos se encontraram ela apenas ficou mais vermelha e rapidamente desviou o olhar. Rolei os olhos mentalmente e decidi acabar com aquela atuação logo.

– Bom, vamos indo Aster, não queremos trazer mais nenhuma inconveniência para a senhorita... – Pausei por um momento para ler o nome escrito no crachá – Emily. Foi um prazer conhecê-la.

Com mais um sorriso na direção da garota que agora estava tão vermelha quanto um tomate, eu arrastei Aster para fora da lanchonete pelo braço antes que ele abrisse a boca para protestar.

– AHH! Porque a vida é tão injusta? – Aster falou, jogando os braços para cima quando nós estávamos a certa distância do café.

Ele apontou um de seus dedos em minha direção.

– Você! Você...! ARGH! Porque um cara tão anti-social e insensível feito você tem que ser tão popular com as garotas!? Você nem liga pra essas coisas! O número de garotas que te chamaram pra sair é tão grande que provavelmente deixaria até algumas celebridades com inveja!

Aster olhou para o céu.

– Oh deus, o que eu fiz pra merecer isso? Porque o babaca insensível do meu lado foi abençoado com 1,83cm de altura, cabelos vermelhos sedosos e olhos verdes brilhantes, enquanto eu pareço um baixinho do lado dele e tenho apenas cabelos loiros e olhos castanhos escuros? Como eu posso competir com isso, hein!?

Aster estava olhando para o céu de um jeito acusador, como se esperasse que o próprio Deus todo poderoso descesse do céu para responder a sua pergunta.

Soltei um suspiro. Já estava acostumado com Aster e seus momentos dramáticos... Que infelizmente eram bem freqüentes. Algumas pessoas estavam olhando em nossa direção com uma expressão engraçada e eu ouvi a voz de uma garotinha perguntando: “Mamãe, porque tem um cara maluco gritando pro céu?”

Para ser sincero, eu gostaria de saber a resposta dessa pergunta também.

Depois de mais alguns minutos de constrangimento, Aster pareceu finalmente se acalmar e parou de gritar com o nada. Decidi arriscar uma pergunta.

–... Se sentindo melhor?

– Para falar a verdade não. Mas porque está perguntando?

– Eu quero saber para o caso de você começar a falar com o nada ou objetos inanimados de novo. Dessa vez eu posso andar em outra direção e fingir que não te conheço.

– Me sinto amado. Sabe Dilan, se você mostrasse essa sua personalidade amarga para as garotas, elas sairiam correndo.

Bom, eu também achava que o número de garotas que pareciam interessadas em mim era meio ridículo. E não havia duvidas de que isso era culpa da minha atuação de ‘príncipe charmoso’, ou pelo menos era assim que Aster chamava.

A essa altura, agir como um cavalheiro quando havia uma garota por perto era uma reação automática. Eu acordava, escovava os dentes, era ignorado pelo meu pai, ia para o curso de atuação, tratava todas as garotas que eu encontrava no meio do caminho como princesas, tentava impedir que Aster roubasse minha carteira ou conseguisse mais material de chantagem, voltava para casa e dormia. Uma rotina que eu vivia quase todos os dias, nada de especial.

–... É meio que uma reação instantânea.

Aster rolou os olhos.

– Ah sim, a desculpa da reação instantânea... Tudo culpa da “querida tia Sofi”, certo?

Eu balancei a cabeça em afirmativo com uma expressão séria.

Até os meus nove anos de idade, havia morado com minha tia Sofi, e ela sempre teve essa ideia de que garotas são flores delicadas e devem ser tratadas com respeito pelos homens. Era uma ideia que eu não levava muita fé, para ser honesto. Tia Sofi podia ser chamada de muitas coisas, mas “delicada” definitivamente não era uma delas.

Quando eu tinha uns seis anos de idade, fiz uma garota chorar. Foi um acidente, eu acho. Não me lembro do motivo da garota estar chorando, mas a cara que tia Sofi fez ainda aparece de vez em quando em meus pesadelos.

– Eu vou lhe ensinar a tratar uma dama com respeito – Ela havia dito, voz grave e em um tom baixo – Você vai aprender como um homem deve agir para não ferir os sentimentos delicados de uma mulher, ou então...

Tia Sofi nunca havia completado aquele “ou então”, mas ela realmente não precisava. Com seis anos de idade eu já havia entendido que coisas ruins aconteciam quando tia Sofi não estava contente. Coisas muito ruins.

Tremi um pouco com a lembrança e vi Aster abrir um sorriso ao ver a minha reação depois de ele ter mencionado minha tia.

Eu não liguei muito, afinal, ele não conhecia tia Sofi.

Aster suspirou e colocou as mãos atrás da cabeça.

– Bah! Como diabos eu posso te convencer a jogar? Eu já usei o material de chantagem mês passado para fazer você me comprar aquela girafa de madeira de aniversário. Você não liga pra dinheiro, garotas e nem popularidade. Honestamente, a única coisa que você parece se importar... É com a sua... Atuação...

Aster parou de caminhar.

Eu continuei em frente, acelerando o passo. Sempre que Aster parava de falar ele fazia alguma coisa estranha ou constrangedora logo em seguida. Se eu conseguisse botar distância o suficiente entre nós dois talvez eu pudesse fingir que eu não o conhecia.

Antes de eu conseguir virar a esquina, senti uma mão no meu ombro e fui virado contra minha vontade na direção de Aster. Ah, por só mais um pouco...

– É ISSO! – Aster gritou. Meus pobres ouvidos... – Alguém insensível, grosso, e anti social como você que só se importa com atuação! Duh, a única coisa que poderia te interessar obviamente é atuação! Cara, como eu não pensei nisso antes?

Aster, de novo, estava falando bem alto. Os olhares engraçados haviam voltado e dessa vez uma boa parte das pessoas estava olhando pra mim também.

–... Algum motivo especial para você estar falando o óbvio? – Perguntei já conformado com os olhares. Era meio difícil ser amigo de Aster e não estar acostumado com as pessoas te olhando estranho pelo menos três vezes ao dia.

Aster ignorou o meu tom derrotado e abriu um sorriso.

– Veja bem Dilan, eu tive essa ótima ideia–

– Ótima ideia? – Eu interrompi – Lembra do que aconteceu da última vez que você teve uma “ótima ideia”?

– Aquilo foi um acidente–!

– Explique isso para aquele pobre gato. Até o bombeiro pareceu traumatizado quando ele escutou o que aconteceu...

– Agh! – Aster levantou a mãos – Uma vez que eu tenho uma ideia não tão boa e acabamos tendo que ser salvos por bombeiros e você nunca mais me deixa esquecer!

– Só quero ter certeza de que não vamos acabar em um prédio em chamas de novo. Ou no corpo de bombeiros. Ou na delegacia. Já fomos parar cinco vezes na delegacia.

– Mas é claro que não! Que tipo de pessoa irresponsável você acha que eu sou?

–... Você quer que eu diga a verdade ou minta para não ferir os seus sentimentos?

Aster mostrou a língua e eu balancei a cabeça.

– Enfim! Como eu estava dizendo antes de ser interrompido, eu tive uma ótima ideia! Porque você não joga o MMO comigo enquanto finge ser outra pessoa?

Eu pisquei.

– Pense bem! – Aster continuou falando, acostumado com minha confusão diante de suas “ótimas idéias” – Se você fingir ser outra alguém diferente e conseguir esconder a sua horrível personalidade das outras pessoas a sua atuação vai definitivamente melhorar! Você já é ridiculamente bom quando atua, mas fingir ser uma pessoa diferente por horas e horas sem fazer com que outros suspeitem de alguma seria um desafio até para você!

Eu abri a boca para responder e a fechei logo depois.

Parando para pensar a ideia realmente soava interessante. Fingir ser outra pessoa nos MMOs de hoje em dia onde o nível de realidade era acima de 95% sem fazer com que as outras pessoas suspeitassem de mim parecia ser... Desafiador.

Vendo que eu não havia dito “não” para a ideia imediatamente, Aster continuou falando mais animado.

– E você até pode modificar a sua aparência um pouco! Imagine se você encontrar alguém que conhece na vida real jogando e conseguir convencer essa pessoa de que você é outra pessoa totalmente diferente? Acho que ninguém vai poder chamar suas habilidades de atuação “medíocres” depois dessa!

Eu me encolhi um pouco com a última frase. Havia uma única pessoa que havia chamado minha atuação de “medíocre”, e ele era uma das poucas pessoas cuja opinião importava para mim, então a crítica havia machucado um pouco.

– Porque você não tenta jogar uma vez pra ver o que acha? Se realmente não gostar do jogo eu paro de te perturbar sobre o assunto... Por duas semanas! Não é uma ótima oferta?

Bom... A ideia era parecia ser interessante, e por mais que eu não confiasse em Aster e suas ótimas idéias, essa em particular não parecia correr o risco de fazer com que a gente acabasse no meio de um prédio em chamas, ou no corpo de bombeiros ou na delegacia... De novo.

– Tudo bem – eu disse – um dia, e se eu não gostar desse jogo, não discutimos esse assunto de novo por duas semanas.

O sorriso no rosto de Aster era como o de um gato que havia pegado o rato.

– Mas é claro Dilan, você sabe que eu nunca volto atrás na minha palavra.

– Sinto que vou me arrepender disso... Enfim, qual o nome desse jogo que você gosta tanto?

O sorriso de Aster ficou maior.

– Pokémon Simulator.

E muitas coisas estranhas aconteceram depois disso... Mas se elas não tivessem acontecido, então qual seria a graça?

Continua.

Glossário:

MMO: MMO é a sigla em inglês para Massive Multiplayer Online (Multijogadores Massivos Online, na tradução literal) e representa uma modalidade de jogo online, onde vários jogadores competem e interagem em tempo real.

Drops: As vezes, quando você mata um monstro em RPGs online ele deixe cair um item no chão, este item é chamado de “drop”.

Quests: São missões que ao serem completadas podem dar diversos bônus ao jogador, podendo ser itens, experiência, e etc.

Mobs: São monstros do jogo, normalmente se referem a monstros a matar em MMOs em geral.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu realmente deveria terminar de escrever a minha DeSu2 fanfic, mas eu estava com vontade de escrever crack, e a Project Z está em Hiatus, então... :´D

Esse é o começo do primeiro arco, já tenho 40% do primeiro arco escrito e os 3 primeiros chaps prontos. Vou postar o capítulo 1 daqui a três dias, e depois disso espere atualizações semanais se nada acontecer.

Btw, Dilan tem 19 anos e Aster tem 18, aqui está uma imagem do Dilan que eu desenhei para vcs terem uma ideia melhor da aparência dele: http://i1289.photobucket.com/albums/b515/zoey_ana1/dilanava_zpsf70d9c0d.png

A imagem da capa é a aparencia do Dilan no MMO escurecida, eu posto ela no sem estar escura no chap1, okay? E eu ainda tenho que desenhar o Aster... Mas ele não vai ter muita importância no primeiro arco, então :´D

P.S: Não leve esse história muito a sério, ela é crack e tem um plot... Mas 80% é crack.
Welp, mereço reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pokémon Simulator - Rise of the Sea King!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.