End of the World escrita por Agatha, Amélia


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

O capítulo está um pouco muito atrasado, mas arranjamos uma brecha no espaço temporal e resolvemos aparecer. Todos devem saber como a escola é apertada... Queremos agradecer muito pelos comentários, pois sabemos como a vida de todos é bem corrida, e mesmo assim vocês, leitores lindos, conseguem um tempinho para nos agraciar com suas opiniões.
Só pra avisar que, pra quem se interessa, vocês devem ficar de olho. Estamos fazendo umas postagens meio fora de hora quando estamos sem nada pra fazer, então deem uma passada lá de vez em quando.
Boa leitura!



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Gabriela retornou ao quarto depois de ir ao banheiro pela quarta vez naquela noite. Josh havia dito que aquilo era comum, já que a sua bexiga fora comprimida, e que isso deveria passar. Pelo menos foram essas as palavras dele, uma fonte não muito confiável, uma vez que o professor era apenas um leigo no assunto, mas era tudo que a morena tinha no momento. Ainda havia o pensamento positivo, que era o melhor a se ter em uma situação como aquela.

O homem loiro e corpulento como um armário era uma boa pessoa. Assim como aparentavam ser todos da família Harris e seu agregado, porém Gabriela não possuía mais nada formulado sobre eles além das aparências, nem ao menos tinha certeza da conduta dos moradores da casa de campo. Claro, eles haviam abrigado uma completa estranha, todavia isso não era algo certo, nunca se saberia o que eles poderiam estar escondendo, e para haver confiança é necessário tempo.

Seu único encontro com o pequeno grupo fora na antiga sala de televisão, que passara a ser usada em reuniões, e todos eles pareciam desordenados quanto ao que fazer. O único que falara fora Matthew, que tinha oferecido abrigo e cuidados até que a administradora se recuperasse e decidisse que caminho seguir. Fora isso, apenas uma informação fora pedida: o nome da desconhecida. De resto, todos os outros ficaram com olhar distante, e com um pouco de observação Gabriela pudera notar que tinha um vestígio de pena neles. A latino-americana não queria que a enxergassem daquela maneira, entretanto sua maneira de agir e sua expressão até aquele momento só poderiam ser ligadas a tal sentimento. Afinal, os Harris e Wayne haviam voltado de sua caça exatamente no momento em que ela chorava copiosamente, e pedir para ser vista de outra forma não fazia mais sentido algum.

Outro fato que a morena simplesmente odiava era de ser tratada como a doente que ela claramente era. Sentir-se uma inválida, dependente de tudo e de todos era algo inconcebível para alguém tão autossuficiente. Ela não precisava de cuidados, nem queria isso, afinal, não era como se fosse morrer caso tirassem os olhos dela. Além disso, aquele tratamento a lembrava dos dias que passara no hospital com sua mãe depois da reação aguda ao estresse, e isso não ajudava em nada.

Sentindo muita sede, Gabriela resolveu ir até a cozinha para buscar água. O fato de poder ficar de pé novamente, sem ajuda e tonturas, mesmo que por pouco tempo, a deixava animada em relação à sua recuperação. As dores passaram a se concentrar mais no tronco, o que tornava a maioria dos movimentos dolorosos. Ao chegar na porta de seu quarto, porém, algo a parou. Do outro lado, a mulher distinguiu claramente duas vozes. Avery e Matthew.

– Eu disse pra você não confiar no Max – o homem afirmou com um tom sério.

– Você nunca disse isso. Até agora, você só falou mal dele, mas nunca disse o porquê. Como espera que eu acredite nisso sem argumentos? – Avery rebateu.

– Talvez eu esteja exagerando, como o Josh falou – Matt pronunciou as palavras certamente contrariado, ele mesmo preferia não estar tocando no assunto, se não acabaria entrando na questão das drogas e não era algo fácil de se dizer a uma criança. – Mas não é sobre isso que eu queria conversar com você. O que você fez naquela noite... Foi muito perigoso, você poderia ter se machucado, Avery. Não estou dizendo isso porque você não sabe defender, é porque qualquer pessoa naquela situação, armada ou não, está em risco.

– Eu sei... Eu só não queria ter mais medo, e na hora parecia a coisa certa. Agora eu sei que estava errada, me desculpe.

– Exato, agora você percebe que o medo tem alguma utilidade, mas a covardia não. E de uma coisa eu sei, você não é covarde – do jeito que o engenheiro falava, era como se ele fosse o pai da garota, Gabriela pôde notar isso pela preocupação na voz dele. Todavia, pela conversa que tivera com Avery na cozinha, ela sabia que o pai dela havia morrido fazia alguns dias.

– Você é um poço de metáforas!

– Eu gostava de ler os livros do Josh de vez em quando. Ele sempre gostou mais de revoluções e guerras, enquanto eu preferia saber quem estava por trás disso, o que faziam, no que pensavam e acreditavam. Era só um passatempo. Bem, eu já vou indo. Tenho que checar as portas da casa para trancar tudo.

– Certo, vou ver como a Gabriela está antes de dormir.

– Ave, só mais uma coisa: não conte para ela onde guardamos o machado. Ainda não tenho total confiança naquela mulher, só quero ter certeza de que estamos fazendo a coisa certa.

A latino-americana tentou recuar, sem saber se estava fazendo aquilo para não ser flagrada pela loira ou se havia ficado aturdida com a menção ao seu machado. Ao empurrar a porta, porém, acabou produzindo um som, e ela teve certeza de que aquilo fora ouvido pelos dois. Se a sua situação pioraria ou não, era difícil saber, entretanto a administradora acreditava que ouvir conversas por trás da porta não lhe traria muitos pontos positivos com o desconfiado Matthew.

Desesperada e rapidamente, a mulher se arrastou até a cama, onde se jogou bruscamente antes de tentar ajeitar seu corpo para dar a entender que estivera no local desde sempre, ao mesmo tempo em que respirava fundo para tentar forçar um aspecto mais sereno no semblante agitado. Avery abriu a porta logo em seguida, observando todos os cantos do quarto antes de se voltar para Gabriela.

– Admite, você estava ouvindo a nossa conversa – ela comentou com um tom brincalhão, que não gerou alívio na mais velha.

– Não! – a administradora se adiantou para responder, percebendo logo em seguida que a palavra saíra de maneira precipitada e até mesmo forçada, incriminando a si mesma – Isso não importa, vocês não confiam em mim.

– Eu confio em você. Os outros só estão um pouco desconfiados... Sabe, o Matthew não pode arriscar a família dele. O que foi que você escutou?

– Não foi nada de mais, só que você saiu à noite, sozinha.

– Agora você sabe que eu sou uma medrosa... – Avery completou sentando em sua cama com os olhos fitos no chão, sentindo muita vergonha naquele momento. Se seu pai estivesse lá, o que ele diria? Ele não está mais aqui, se livre desse fantasma. Por algum motivo, ela ainda pensava muito em John Dickens. Talvez fosse porque, no passado, ele tivesse sido o motivo da loira de olhos azuis ter tentado sempre alcançar algo maior.

– Eu não penso assim. Pelo que eu entendi, foi por causa disso que você me encontrou, e o mínimo que eu posso fazer é te agradecer por isso. Nem sei o que teria acontecido se você não tivesse me encontrado! Além do mais, se você fosse mesmo medrosa, não teria feito isso.

– Obrigada – a garota se deitou, feliz pelo ponto de vista positivo, colocando os tênis sobre a cama. Do outro lado, Gabriela, sentada em posição fetal enrolada em seu casaco, fez uma careta de desaprovação.

– Tire esses pés daí. Você não pode colocar esses tênis sujos na cama.

– Dá um tempo! Eu estou cansada... Se a casa for invadida, eu já estarei pronta para fugir, enquanto certas pessoas terão que calçar as botas... – a loira completou com uma indireta. – Boa noite. Você está com sono?

– Sim, mas eu não quero dormir.

– É o lance com a sua mãe... sei como é.

– Sim. Eu só queria saber como não pensar nisso.

– Quer mesmo saber o que eu faço? Não é a melhor maneira... Quem sabe não te ajuda?

– Claro, eu adoraria.

– A regra principal é não pensar. Para isso, eu ocupo a minha mente com futilidades e coisas do tipo – um silêncio seguiu a declaração enquanto Hopper tentava imaginar algo que pudesse distraí-la no momento. Era difícil pensar em algo que não recordasse Barbara ou Scott.

– O que é um vulcano?

– Bom, esse é o espírito. Vulcanos são alienígenas do planeta Vulcano, da série Star Trek – a jovem fez uma pausa estratégica para que a ouvinte pudesse absorver aquilo. Era notável que ela prestava bastante atenção, como se o segredo para a cura da infecção dos mordedores estivesse sendo revelado, no entanto a mulher não estava entendendo muito bem o assunto, tudo aquilo era surreal demais, até mesmo para uma pessoa que enfrentava o apocalipse dos mortos. – Eles são humanoides de orelhas pontudas. Se parecem com você, usam muito a razão, só que são mais extremos. Às vezes é meio chato, eu, sinceramente, sempre tive vontade de cutucá-los para ver se provoco alguma reação. No geral, eles controlam muito bem as emoções e usam a lógica. A hemoglobina deles é baseada em cobre, por isso os vulcanianos têm sangue verde.

– Isso é estranho...

– Não, é completamente legal! Vamos escolher outro assunto, já que você não tem neurônios suficientes para perceber o quanto se parece com os vulcanos. Sobre aqueles CDs, qual é a sua música favorita?

– Nenhuma. E nunca tive muito tempo para escutar música – Gabriela respondeu como se fosse algo muito natural, preferindo omitir o fato de que os CDs não eram dela.

– Só falta você dizer que ouvir música não é lógico! Até parece que você nunca escutou uma na sua vida!

– Claro que já escutei, mas nunca prestei muita atenção, nem parei para fazer uma lista de preferências. Qual é a sua?

– Eu gosto de muitas músicas! – a estudante respondeu num tom de pura animação, se sentando de pernas cruzadas sobre a cama. – Mas a minha favorita é da minha banda preferida, eu já falei uma vez que acho Queen uma banda fabulosa... Eu amo Somebody to Love, acho tão perfeita! Você não deve conhecer, mas deveria.

– Eu acho que não tenho muitas opções – Gabriela comentou com uma risada, já que ambas sabiam que isso era inviável no momento. Aquilo só seria possível com um rádio e... A primeira coisa que veio à mente da mulher foi o rádio, que ligava diretamente ao seu carro. Aquilo trazia a lembrança de que ela precisava ir embora. – Eu estou me sentindo bem melhor, acho que já estou me recuperando.

A administradora não sabia como iniciar o assunto, porém precisava preparar o terreno para quando o dia chegasse, e não queria dar falsas esperanças a Avery, muito menos decepcionar uma jovem que perdera tanto recentemente. Com tão pouco tempo de convívio, já era notável que a garota se apegava muito facilmente às pessoas, e talvez não considerasse muito bem a notícia que receberia.

– Eu tô vendo, você conseguiu ficar mais de cinco segundos em pé, isso já é ótimo!

– Não, eu estou falando sério. Quando eu sentir que estou cem por cento, vou sair.

– Que nem você sentiu que estava cem por cento na cozinha? – a jovem disse estreitando os olhos e deixando o sarcasmo e a raiva bastante expostos nas palavras rápidas.

– Avery, não precisa ficar assim. Você tem que entender o meu lado... Esse não é o meu lugar, eu não conheço essas pessoas – a latino-americana falou devagar, com uma voz delicada e compreensiva, tentando ao máximo acalmar a menina.

– Você pode ficar aqui, Matthew só precisa te conhecer do jeito que eu conheço. Você tem que ver a verdade, eu sei que é difícil de aceitar, mas não tem nada lá fora te esperando. As pessoas que você conhecia morreram, tudo o que você tem agora está aqui. Você pode recomeçar sozinha, sem nada e sem garantias para o futuro; ou aproveitar a chance que está tendo aqui, cercada de pessoas boas e com chances maiores de sobreviver. Acha que eu também não passei por isso? O meu mundo, tudo o que eu conhecia se foi. Eu perdi meus pais... A diferença é que eu percebi que estava tendo uma segunda chance, e que eu seria muito idiota se abandonasse isso por nada!

– Ave...

– Você não pode ir. Nós estamos conectadas, eu salvei a sua vida! Você mesma disse que não sabe como me agradecer e eu vou te dar uma sugestão: comece pensando no que você acha que vai encontrar quando for embora. Boa noite! – antes que a mulher pudesse argumentar, porém, a loira simplesmente lançou um olhar de desaprovação antes de se virar para o outro lado e se deitar, deixando claro que a discussão estava terminada.

– Fala alguma coisa! –Katherine Christina insistiu pela terceira vez em alguns minutos, empurrando o braço da garota com mais força que antes, provocando uam reação dela.

– Alguma coisa – a resposta não saiu com o costumeiro tom de animação.

– Já parou pra pensar no tempo que você desperdiça sendo chata? – Chata? Eu? Avery se limitou a pensar, sem vontade alguma de dizer aquilo, já que geraria uma longa discussão.

Apesar de achar a mulher bastante irritante, a jovem não podia negar o quanto gostava dela. Talvez por Kate ser sua única amiga em tanto tempo, ou a pessoa que a levara até aquela casa e forçara seu tio a abrigá-la, aceitando dividir seu quarto e, indiretamente, salvando a sua vida. Provavelmente porque ela também era muito alegre a ativa, característica que ambas compartilhavam. Naquele momento, esse conjunto de atributos positivos fazia um grande contraste com o perfil da sua nova companheira de quarto. A loira espirituosa ao seu lado era totalmente o contrário da morena sem humor algum, fria e com aparentes tendências suicidas, do ponto de vista da adolescente.

– Está bem, o que temos pra falar? Você dormiu no quarto do seu namoradinho, como sempre. Se é que vocês dormiram... Eu vou ignorar a completa maturidade de vocês... – Dickens comentou revirando os olhos após receber a reação animada da mais velha, ela nem precisava perguntar se eles estavam tomando os cuidados necessários ou não, já que a resposta certamente seria negativa.

– Uma criança de quatorze anos não pode falar nada sobre maturidade. E, se não me falha a memória, Matt me deixou no comando – por mais que fosse difícil de se acreditar, aquilo era a mais pura verdade. Ao sair novamente para caçar com Josh e Max, claramente preocupado com as reservas de comida que iam de mal a pior, o homem se vira obrigado a deixar sua sobrinha no poder. Isso porque suas opções não eram nada agradáveis: Kate, uma completa irresponsável; Avery, uma criança; ou Gabriela, uma desconhecida. Por esse motivo, Harris saíra da casa torcendo para que nada de grave acontecesse com as duas garotas enquanto ele estivesse fora.

– Claro, então você sabe exatamente onde seu tio deixou a arma para caso a gente precise...

– Arma? Nós temos uma arma?

– Claro! Queria que nós ficássemos aqui totalmente vulneráveis? – a adolescente questionou com ar de vitória. A descoberta da arma viera no momento em que a jovem estivera fuçando a casa em busca de comida, fato que ela preferira deixar de lado. A surpresa tinha chegado quando, no início daquela manhã, Matthew revelara a localização da pistola para o uso de emergência. Apesar de deixar claro na maior parte do tempo que Avery era uma criança, o homem tinha muita confiança nela, e a considerava mais madura que sua sobrinha. – E, admita, estou em uma posição superior.

–Oi... – as duas loiras se voltaram para o topo da escada, de onde Gabriela pronunciara a palavra. Ela vestia a mesma roupa da noite anterior, complementada pelo casaco de lã tribal, que Avery achara tão bonito, enquanto Kate se limitara a torcer o nariz de desprezo. Mas, naquele momento, ela não poderia dizer nada, já que ainda usava o pijama e um robe.

A garota ficou surpresa ao vê-la fora de seu quarto, principalmente depois de ouvir que a latino-americana tinha uma fuga em mente, deixando bem claro que não estava mais disposta a se relacionar com aquelas pessoas. Por isso, o fato da morena estar bem-disposta e, aparentemente, sociável, a pegara desprevenida. Talvez sua simples presença pudesse indicar que as palavras duras de Dickens fizeram efeito.

– Será que eu posso me sentar com vocês? – a mulher tornou a falar depois de não obter nenhum cumprimento em troca.

– Ave, você sabe que eu te amo, né? Antes eu estava tão sozinha, e agora tenho duas garotas para me fazer companhia!

– Por pouco tempo, logo você vai ter que se contentar só com a minha pessoa – Avery falou de modo seco, deixando a indireta bem clara.

– Na verdade, eu estava pensando em ficar... Eu queria falar com o Matthew sobre isso, porque eu sei que vocês estão passando por dificuldades e eu traria um grande prejuízo. Mas eu percebi que não tem nada pra mim lá fora, e que isso seria o terceiro pior erro da minha vida, e com certeza a coisa mais irresponsável.

– Sério? – apesar da tentativa de manter sua postura mais distante e descrente, a adolescente não foi capaz de esconder a animação tomando conta do seu semblante. De certa forma, Gabriela ficou feliz por ter reconquistado a confiança de Avery.

– É claro que você pode! Titio Matt é ótimo, tenho certeza que ele vai concordar. Além disso, aposto que os três vão voltar daqui a pouco trazendo um monte daqueles coelhos nojentos pra gente comer – Katherine entrou no clima de euforia.

– Eu vou adorar conhecê-los melhor.

– Agora que vamos viver juntas e ser colegas de quarto – Harris pensou em protestar, já que o quarto era dela, porém isso seria uma boa desculpa para se estabelecer definitivamente no quarto de Max. Como ela só olhava para os pontos positivos, a questão alimentícia não tinha muita importância no momento –, eu preciso saber mais sobre a sua vida, e eu tenho certeza que a Kate também vai amar. Pode começar.

–A minha vida não é muito interessante, a única coisa que eu fazia era trabalhar.

– Isso é completamente desinteressante. Gosto de saber dos eventos positivos mesmo, tipo os namorados, você teve alguns, certo? – a loira mais velha interrompeu.

– Claro que eu tive namorados – Gabriela retrucou sem pensar, ela não considerava a sua vida tão desinteressante com as duas estavam achando que era, pelos olhares desanimados. Fazia muito tempo que ela não se sentia tão exposta, tendo que se abrir para desconhecidos. A última vez havia sido após a internação no hospital, quando Barbara passara a morar com ela. Incrivelmente, aquela época lhe trazia boas lembranças e pensar em sua mãe não estava sendo tão ruim assim.

– OK, agora eu tenho que arranjar alguém para você e para a Avery. É muito triste ter que passar o resto do seus dias sem ninguém. Colega, você já está fora da jogada, por enquanto – a jovem colocou a mão no ombro da mais nova –, mas com a Gabriela ainda dá. O Max é meu, só pra deixar claro. Josh está fora por motivos óbvios que envolvem sexualidade e o fato dele ainda gostar do Paul. Então só nos resta o meu tio. Bem, acho que hoje é o seu dia de sorte, Matt é uma das melhores pessoas que eu conheço e, vamos combinar, ele é muito gato.

–Eu nem conheço ele e...

– Mas pode conhecer.

– Certo vamos trocar de assunto – a administradora sugeriu, se sentindo um pouco desconfortável. Ela com certeza não prolongaria a matéria, certa de que, se deixassem as duas conspirando sobre o possível relacionamento, não renderia bons frutos, assim como na vez em que sua mãe tentara fazer com que ela e Will, o pai de Scott, tivessem um encontro. Definitivamente, aquele não era o momento para pensar sobre aquilo.

– Vamos falar de tatuagens! Quero saber o que significam esses pássaros – Avery se adiantou, apontando para o antebraço esquerdo de Katherine Harris. A partir daquilo, a conversa fluiu, com as três mulheres participando ativamente do diálogo.

Naquele momento, uma revoada, assim como a tatuagem, surgiu no horizonte. As pequenas aves batiam suas asas apressadamente, indo na direção oposta à casa. Um bom observador saberia exatamente o que aquilo significava, e com certeza não era um bom sinal. Contudo, elas não eram pessoas muito ligadas à natureza e seus sinais, por isso prosseguiram despreocupadamente, como se nada estivesse acontecendo. Mas iria acontecer.


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Notas finais do capítulo

Agora as coisas começam a esquentar... Falta pouco tempo para os dois núcleos (Sarah e Johanna/ Avery e Gabriela) se encaixarem cronologicamente, aí as narrações vão ficar simultâneas.
Sobre Hold On, temos que acrescentar outra coisa. Fizemos umas mudanças em relação a EOTW. A primeira parte, que na verdade já estava programada desde sempre, é que usaremos a spin-off para introduzir o arco final dessa fic. Em segundo lugar, o que decidimos recentemente, é que revelaremos um assunto importante lá, porque não conseguimos encaixar isso em EOTW. Ressaltamos que não é preciso ler Hold On, não pensem isso, mas seria interessante que vocês lessem para entender melhor algumas coisas e descobrirem certos segredos. Só fizemos isso porque ficou melhor para os dois enredos, e dá certo porque as duas histórias estão no mesmo universo e achamos melhor aproveitar. Talvez vocês entendam depois.
É isso, esperamos que tenham gostado. Deixem a sua opinião!
Beijos! Até logo!