Os olhos violetas escrita por Flávia Monte


Capítulo 5
Capítulo 5 - Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

“Tinhamos que mantê-la segura a qualquer preço”



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Já era muito tarde quando acordei. Olhei para a janela para ver como que estava o dia de hoje. Entrava pela fresta dela muitos raios de sol. Então percebi que hoje começou diferente dos outros dias. O sol não estava escondido pelas nuvens. Ele entrou no meu quarto inundando-o de luz, esquentando tudo onde tocava. Olhei para o relógio. Era meio dia. Merda, pensei, não levei as crianças para a escola.

– Caraca, estou falando que nem uma mãe.

Sai da cama, troquei de roupa rápido e corri para sala de estar. Rob estava deitado no sofá vendo desenho e comendo salgadinho. Pela cor vermelha do pacote, acho que era do Fandangos. Era tão boa essa época de não se preocupar com nada...

– Cadê eles? – Perguntei.

– Logan levou Sofia para aula. E acho que depois foi surfar. - Rob se levantou. Sumiu por um segundo, e voltou com um copo de leite na mão. - Foi o que ele disse. Também comentou que você não veria problema nisso... Apesar que agora... Acho que ele tenha mentido... – Sua voz foi abaixando, como se Rob só tivesse entendendo agora a situação.

– Foi surfar? - Perguntei incrédula. Só porque tia Rosa não está aqui, Logan já matou aula, pensei.

– Sim, ele disse que tinha que ganhar uma aposta contra uma baixinha, tampinha... Não sei qual adjetivo ele falou, Só sei que ele falou que ia ganhar. - Robert deu de ombros e continuou vendo TV. Passava Ben 10 na tela, ou algum desenho parecido. Ben 10 já havia evoluído para Ben mil e tudo mais.

– Sei que você ainda é criança, mas tem como você cuidar de tudo, aqui em casa, enquanto estou fora? Tia Rosários ainda não voltou, e eu preciso sair. Não faça nada de errado!

O mais novo membro da família concordou com a cabeça e voltou a deitar. Percebi que Rob estava murmurando algo como “não devo colocar fogo na casa, já sei disso”.

Saí mais rápido que o necessário, fui para a garagem e vi uma bicicleta com o aro azul escura, a qual não era minha, contudo iria servir. Devia ser de Logan, pensei. Peguei-a e fui para a praia mais próxima. Ele deve estar lá, pensei, eu devo levar alguma coisa para bater na cabeça dele? Taco de baseball? Taco de golf? Uma placa de ônibus?

Eu estava certa sobre a praia. Vi a Picape de Logan, na rua, em frente a areia e parei minha bicicleta ao lado. Havia uma mochila entre a ciclovia e o mar. Uma toalha estava em cima dela. Ao longe, nas ondas, notava-se um garoto surfando. O garoto fazia todos os tipos de manobras. As vezes parecia que ele só queria descansar, e na água ele conseguia. Ondas incríveis existiam naquela praia e eu quase não acreditei. O garoto olhou para mim e veio em minha direção.

– Oi, Suzanna. – Sua saudação foi igual a do dia anterior. Simples, mas cheia de significados. - O que faz aqui?

– Estava procurando o Logan, pelo visto estou no lugar errado - Disse diretamente, saindo um pouco da areia e voltando para perto da bicicleta. - Um amigo meu disse que ele veio surfar. Achei que aquela Picape era dele...

– Sabe que aqui não é o único lugar em que existe surfe, certo? – Concordei, existem varias praias por aqui. – Principalmente, porque essa é a minha área, e de alguns lutadores - Disse Bernardo. - Logan fica em outra praia, normalmente. Uma na direção oposta.

Bernardo apontou com a cabeça para a direção diferente da que eu esta indo. Concordei, olhando para as ondas que se quebravam em perfeito ritmo. Estavam cristalinas e a espuma que se formava era bem branquinha.

– Tem uma cabana aqui perto com equipamento de surfe. – Bernardo olhou para as ondas, enquanto acompanhava meu olhar - Quer surfar?

Pensei em sua proposta. Nadar, era o que eu mais queria.

Mas ainda tinha que achar Logan.

Foi então que meu celular vibrou, por causa de uma mensagem, de Logan.

Sei que você ficou chateada por te deixar dormir, estou na praia surfando, você devia se preparar para nossa aposta, por que só olhando essas ondas.. Hum, é visível que eu vou ganhar. Hoje você pode ficar aí descansando,

Beijos, Olhos Dourados.

Olhei para Bernardo, o qual ainda tinha as marcas de Remendo em seu braço e vi que estavam quase curadas. Ele esperava minha resposta, apreciando o horizonte e o mar.

– Todos os lutadores surfam? - Perguntei me encostando a sua picape, que agora notei ser preta, e não prata como a de Logan - E tem um carro desses? É que precisa ter isso para ser considerado um?

– Nem todos. - Ele afirmou - Mas sempre gostei do mar. E do surfe. E de carros. - Ele apontou para o carro preto. - Tenho outros modelos de carro, não é apenas esse. Prefere me ver com outro? – O sorriso de Bernardo era abusado e irritante.

– Então você é um rico mimado? - Perguntei, agora encarando aonde minha águia o rasgou. E apenas em pensar nela, Remendo já estava pousada no carro atrás de nós. Fiquei reta olhando para Bernardo enquanto ele olhava para Remendo.

– Sim, sou mimado - Ele disse sem olhar para mim - Essa águia é sua. - Não foi uma pergunta. Foi uma afirmação. Uma anotação para o futuro ou até uma advertência.

– Sim - Confirmei com a cabeça devagar. - Me desculpa por aquele dia. - Me encolhi e cheguei para longe dele, um pouco.

– Ela cuida de você - Ele sorriu - No começo fiquei irritado, muito bravo. Porém, nunca havia visto um bicho tão selvagem domado desse jeito, e principalmente, no meio da escola. Mas, conhecendo a dona, faz sentido que essa águia estava me arranhando.

Olhei para Remendo e fiz um movimento para ela se aproximar.

– Espera - Bernardo disse ficando rígido - Isso não significa que não tenho medo dela me atacar de novo. - Sorriu preocupado.

– Enquanto eu não quiser, ela não vai – Falei rindo - Eu não quero. Venha, toque nela. - Peguei a mão dele coloquei em uma das asas dela. Ele piscou surpreso com sua própria reação.

– Ela é bem quente. - Bernardo tirou a mão com um pouco de receio - Você sempre a teve?

– Eu sempre estive com medo dela, para falar a verdade. – Eu sorri, por causa da lembrança. - Meu pai comprou ela quando fiz seis anos - Menti. – Mas agora ela me faz companhia sem que eu a tema

– Que presente...exótico para uma garotinha tão pequena - Ele sorriu ainda encarando a águia, a qual vira a cabeça.

Fiz um movimento com a mão. Sai daqui agora Remendo, se esconda e fique por perto. Mas antes finja ir longe, para tranquiliza-lo. Minha águia concordou com a cabeça e saiu.

– Porque ela foi embora? - Perguntou agora olhando para mim de novo. – Eu fiz algo errado?

– Deve ser porque você estava muito incomodado com a presença dela. - Sorri - Aonde tem mesmo o material de surfe?

– Por acaso, você sabe surfar? - Perguntou.

– Posso tentar - Sorri mostrando pouca confiança.

– Será divertido - Ele esticou a mão. - Amigos?

– Claro - Apertei a sua - Amigos.

– Ótimo. Agora vamos surfar. - Ele correu para a areia.

– Ei - Eu gritei - Eu estou sem equipamento!

Ele sorriu envergonhado por não se lembrar de algo que falamos há pouco tempo. Correu de volta até mim e colocamos minha bicicleta no carro dele e fomos até a cabana que ele havia dito.

A cabana parecia mais um depósito. Me impressionei quando entrei e vi diversos materiais. Ele pegou uma prancha nada feminina e me disse que era por conta da casa. Sorrindo, entramos no carro e voltamos para a praia. O sol já estava descendo.

– Desisti por hoje? - Me perguntou - Ou vai querer nadar mesmo quando estiver escuro.

– Vamos tentar - Sorri e corri para a água.

Faz tempo que não nado, pensei. Chegando onde eu quase não dava pé, subi na minha nova prancha e nadei um pouco. Olhei para trás. Bernardo me olhava, sorrindo. Quando notou que eu o olhava também, entrou na água.

Esperei até ele chegar perto de mim. E vi uma onda. Em segundos eu já estava surfando em uma onda bem grande e fazendo manobras que eu nem me lembrava de que eu sabia fazer. Parei e sai da onda antes do tubo quebrar muito perto de mim.

Depois nadei para o lugar em que peguei tal onda. Bernardo não esperou que eu chegasse para fazer o seu show. Nossa, que panturrilha, pensei enquanto olhava ele de longe.

Senti um incomodo nos meus olhos.

A lente ainda estava firme neles, porém isso poderia mudar em minutos. Depois de algumas ondas, fui para a areia e deitei com o corpo virado para cima, olhando para o céu.

– Cansou? - Perguntou Bernardo sentando-se próximo. – Já?

– Não - Eu coloquei um braço tampando a minha barriga - Apenas lembrei que tenho compromisso. Preciso ir logo. - Me levantei.

– Ok, Hestings - Ele falou, também se levantando. - Quer que eu te leve para casa?

– Não. - Olhei para o mar mais uma vez – Posso ficar com a roupa e a prancha? Para um próximo dia e tals?

– Pode. – Ele levantou e notei sua altura. Que não era nada comparada a de Logan. – É um presente – Sorriu.

Dei um beijo em sua bochecha.

– Obrigada. Tchau. Bernardo.

– Até mais, Hestings. – Com isso ele entrou na água e não olhou mais para mim.

Observei para o mar pela ultima vez. Coloquei a prancha em minha mochila nova, que Bernardo me deu, especial para isso. Peguei minha blusa e meu jeans, vesti por cima da roupa que peguei com ele e subi em minha bicicleta.

– Onde você estava? - Perguntou Robert quando cheguei à casa. Ele parecia um pouco mais velho do que quando sai hoje mais cedo. - Porque está toda molhada? - Rob comia pizza na cozinha.

– Na praia - Eu disse. - Quem te deu essa pizza?

– Logan. - Dava para notar que ele não era nada educado comendo. E quem é, nessa idade? Pensei.

– Certo - Peguei um pedaço.

– Onde está Sofia?

Olhei para o relógio. Já era seis horas da tarde. Eu sai de casa no horário do almoço, pensei. Antigamente minha mãe brigaria comigo por estar na praia até esse horário.

– Está no escritório da sua tia. Falando nela, cadê a Sra. Rosa? - Rob era o mais novo, mas o mais desconfiado.

– Está em algum lugar - Dei de ombros - Estamos esperando ela voltar. Ela não disse que ia sair.

– Isso não é estanho? - Robert já havia terminado a pizza e estava limpando a mão na blusa.

– Não sei, sou nova aqui nessa casa também. Isso você tem que perguntar ao Logan. - Sorri. - Lave a mão e se quiser alguma coisa, estou com Sofi.

– Tudo bem - Ele disse.

Subi as escadas até o onde Sofi estava. A Arqueira estava sentada à mesa com muitos livros abertos, e outros voando. E circulavam pelo cômodo. Estavam vermelhos.

– Esqueça tudo que um dia te disseram. - Ela não olhou para mim quando falou - Apenas pare para pensar. Não acredite em tudo que eu dizer se você não quiser.

Três livros vieram em minha direção abertos em páginas diferentes.

– O que é isso tudo? - Perguntei.

– Como eu esperava. Tem muito do que somos, por aqui. - Ela ainda estava olhando para os livros. - Mas em nenhum diz o nome do que somos.

Ela me olhou com seus olhos vermelhos.

– Aqui também tem história de nossa raça. - Ela me falou. - Somos de clãs diferentes. Mais nenhum de nós somos de clãs rivais. - As folhas foram passando. - Não li tudo até agora. Mas já achei coisas sobre os antepassados de Logan e o de Robert. Mas ainda não achei de nenhuma de nós duas. Relaxe, eu vou achar.

Ela parecia uma alienada.

– PARE DE LER ESSES LIVROS E DE USAR SEU DOM - Eu disse e nesse momentos todos os livros caíram no chão. Ela olhou para mim. - ME EXPLICA DEVAGAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO.

– É o seguinte, Suzanna. - Ela começou a falar pausadamente. - Em quase todos esses livros explicam sobre a variedade de dons que existem, entre outras coisas. Estou tentando absorver tudo. Saber da onde somos. E porque temos esses dons. Porém, esses livros, por algum motivo, não consigo ler em segundos.

– Já entendeu alguma dessas coisas? - Perguntei

– Entender, não. - Ela pensou sobre o que eu disse. - Como conseguiu fazer isso? - Sofia apontou para os livros. - Me fazer parar com o meu dom?

– Eu não sei. Só sei que fiz a mesma coisa ontem com o Robert e você estava me dando medo. Seus olhos estavam brilhando uma luz vermelha. Foi estranho.

– Ah, isso eu descobri - Ela sorriu. - Quando usamos nossos dons, na maioria das vezes, os nossos olhos brilham.

– Estranho - Eu disse mas sorri de volta - Pelo menos disso sabemos.

Logan entrou no escritório nos vendo conversar.

– Você está viva? - Me perguntou com uma voz diferente.

– Porque não estaria?

– É que ele entrou aqui e eu estava usando meu dom - Sofi riu - Ele teve mais medo que você. Porque todos sempre acham do mal as pessoas com olhos vermelhos.

– Não achei você do mal. - Ele levantou as mãos como se estivesse sendo rendido. - Apenas me assustei. - Ele me olhou por uns minutos. - Porque está molhada?

– Estava na praia. - Disse Sofia por mim.

– Eu não te vi lá. - Logan olhou para mim com mais intensidade, como se eu estivesse mentindo. - Me avisava, nadávamos juntos.

– Não fui à que você estava nadando. - Olhei para trás antes de sair do escritório. - Sofia, leia isso tudo sem seu dom, talvez você veja com mais detalhes. Ela aceitou minha opinião.

Sai daquele lugar e fui para o terraço. A noite estava iluminada pela lua e pelas estrelas.

– Sofia pegou seus exercícios para você - Disse uma voz conhecida atrás de mim. - Ela disse que você não gostaria de ficar sem. - O garoto olhou para o céu e se sentou comigo.

– Como consegue ser tão sábio, Rob? - Pergunto olhando para o horizonte, em que havia muitos prédios que poluíram a paisagem. - Você tem o dom da sabedoria, como Sofia?

– Não, apenas sou criança. Se você ouvisse mais as crianças ia ver o quanto elas tem para te ensinar - Robert tinha um sorrido magnifico. Ele me entregou as folhas olhando cada exercício primeiro.

– Como consegue fazer todos esses exercícios para o dia seguinte? - Perguntou-me.

– As vezes não termino alguns. - Sorri. Fazendo que a cadeira em que estava sentada ficasse parecido com uma cama. - Pretendo dormir aqui no terraço hoje. A noite está linda.

– Por quê? - Robert estava mexendo em umas pedras

– Estou preocupada com a minha tia. Queria que ela desse um sinal que estava vindo. Ou algo assim - Olhei para o jovem que estava ao meu lado. - Quero pensar que estando no lugar favorito dela, tia Rosa notasse que precisamos que ela volte. Ter um adulto por aqui seria bom, principalmente nesse momento...

– Você se dava muito bem com ela? - Ele disse isso enquanto fazia um circulo de pedras a nossa volta.

– Eu a conheço há pouco tempo. E tudo que sei sobre ela foram meus pais que me contaram, não tenho certeza se eles estavam certos quando disseram. - Fechei os olhos e senti um calor, que há pouco tempo não estava ali.

Rob tinha feito fogo onde estavam as pedras. Olhei para ele e notei que, tanto eu quanto Robert, estávamos com sono.

– Você estava com frio, vou dormir com você aqui no telhado. Vai que ela sente que estamos aqui e volta logo. - Robert me olhou por mais alguns segundos, depois olhou para o céu, e dormiu.

Acordei suando.

Estava muito calor.

Olhei para a luz do fogo. O fogo estava mais alto.

Rob estava dormindo ainda e devia estar com pesadelos.

E eu estava começando a ficar sem ar. Quase completamente.

– Robert! Robert, acorde. - Eu o cutuquei e o fogo só cresceu mais. - Pare com isso. - Gritei mas o fogo ficou maior e mais próximo. - Para. - Eu gritei de novo e finalmente ele se mexeu.

O fogo foi se apagando devagar, até não ter mais nada. Apenas a pedra. Sem vestígio de que havia ficado a noite toda pegando fogo. Olhei para ele, seus olhos piscavam para mim com sono.

– O que foi?

– Você quase a matou. - Sofia falou.

Ele se assustou. Contei exatamente para ele o que aconteceu e ele pediu desculpas. Logan chegou ao terraço com os olhos de quem estava preocupado. Depois olhou com raiva para Rob.

– Sonhei que você morria. - Ele olhou em meus olhos. - Que ele te matava com o fogo. - Logan olhou em volta. Não havia sinal que ali tinha pegado fogo em algum momento. - Mas você ainda está bem.

– Só um pouco quente. - Notou Sofia me tocando.

– Sonhei com a tia da Suzanna - Disse Rob. - Ela estava fugindo. De alguma coisa. Olhava para mim e pedia ajuda. E eu não podia fazer nada. - Ele segurou em meu braço. - Ela vai fica bem?

– Só um sonho, meu anjo. - Me abaixei até ficar na altura dele. Olhei para todos a minha volta. - Que tal nos acalmarmos nesse lindo sábado para ir ao parque e depois irmos ao cinema?

– Não somos uma família feliz. - A voz do Logan foi bem clara. - Não temos família. - Ele me olhou. - Quer dizer, apenas você tem família. Não nos trate como se precisássemos disso: Compaixão.

– Eu gosto de compaixão - Robert levantou a mão.

– Não estou fazendo isso. - Fiquei na frente do idiota com olhos dourados que estava escondido atrás de lindas lentes azuis. - Estou apenas querendo que eles, - Apontei para os outros. - e você se gostem. Principalmente porque teremos que viver bem um com outro. Porque se você ainda não notou, vamos conviver por muito tempo juntos. - Ele me olhou surpreso com as minhas palavras.

Ficou em silêncio.

– Não tenho uma família há muito tempo. E me acostumei. - Ele não sorriu. Apenas olhou para mim. - Vocês não tem mais, quando se acostumarem, irão ver o mundo diferente. Mais real.

Logan saiu de casa. Do terraço dava para ver o carro dele saindo da garagem e indo para a rua.

– O que aconteceu aqui? - Eu perguntei a Sofia.

– Ele ficou perturbado com o sonho. - Disse ela. - Mas esse - Ela apontou para Rob. - Não foi o único sonho que ele teve essa noite.

– Como você sabe? - Perguntei.

– Eu simplesmente sei.

– Precisamos salvar sua tia. - Robert chamou minha atenção para um assunto mais importante.

– Será que todos aqui tiveram um sonho ruim? - Perguntei a Sofia.

– Eu sonhei que eu descobria em um dos livros, que meu clã era maligno. - Sofia prendeu o cabelo com as mãos.

– Acredita nisso? - Perguntei, mas ela não respondeu. - Não importa. Hoje vamos ao parque nadar no lago. - Sorri para os dois. - Não me importa que tenham sonhado com coisas ruins. Temos que nos divertir...

A água estava maravilhosa. E o sol, mas impecável do que nunca. Depois que chegamos ao parque, Sofia se tacou na água e Rob pediu para ir ao circo que estava no parque onde tinha um homem cuspindo fogo.

Todos estavam se divertindo.

Estava sendo um dia perfeito. Havia caixas de som em vários lugares do parque em que tocava a cada momento uma música calma diferente. Todos a nossa volta estavam se divertindo. Tudo estava como deveria ter sido sempre. Para Sofi, para Robert e para mim. Tudo estava calmo. Até o momento em que olhei para o céu e vi Remendo. Ela veio até mim assim que me avistou. Olhei em seus olhos. Depois em suas garras.

Havia um papel, um recado.

Da tia Rosa.

Suzanna,

Consegui achar Remendo, que nome horrível para uma águia tão linda, eu estou em perigo. Vocês também estão. Diga ao Logan que vocês precisão achar o ancião. Ele saberá o que fazer.

Não deixe o garotinho irritado. Quando Robert fica irritado ele transforma tudo em fogo. Cuidado com Sofia também. Ela tentará achar tudo que conseguir sobre o passado de vocês. Não é o momento para isso.

Zachary não sabe que vocês estão vivos. E talvez quando descobrir não ficará feliz. Mas ache-o! Ele poderá manter vocês vivos.

Com amor,

R.


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Notas finais do capítulo

Logo teremos o capítulo seis! Espero que estejam gostando de ler como eu estou gostando de escrever essa história! Comentem!!



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