Os olhos violetas escrita por Flávia Monte


Capítulo 39
Capítulo 39 - Preciso pensar no que fazer.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Comentem por favor!



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Demoramos em torno de quatro horas até termos melhorias. Harry estava acordado o tempo todo e eu sabia, mas ele não abria os olhos. Enquanto Justin limpava o corpo inteiro de Harry ali mesmo no chão, eu já estava remexendo a perna dele em busca de alguma fratura. Até alguns minutos antes a única coisa que o quase difunto fez foi respirar muito devagar. Sofia ficou, comigo e com o garoto de cabelo branco, no quarto dizendo o que era o melhor a se fazer. Os dois garotos, que não se entendiam nunca, levaram as armas de fogo para Zack e voltariam assim que possível.

Pedi para que o amigo de minha tia, Zackary, nosso ancião da terra, ficasse com as armas e quando eu conseguisse curar Harry, levaríamos para a casa de Zack. A mesma que fomos na primeira vez. Onde o ancião iria cuidar do garoto.

Com esse tempo todo em silêcio olhei direito para o rosto de Harry. Antes não tive tempo, nem opotunidade para observar o cara que eu tinha tanto medo de chegar perto, enquanto ainda estava na escola, a qual não sei se ainda estou matriculada. Mas, agora ele estava tão indefeso. Eu só não consegui entender como pude ter pena de quem poderia ter me matado se tivesse a mesma chance.

Fiquei encarando o lado de fora da janela enquanto tentava unir nossas mentes. Enquanto tentava saber exatamente o que fazer com o garoto. Como ajuda-lo e talvez como salva-lo.

Não quero nada que venha de vocês. – Sua voz era fraca e me fez olhar para trás. Nenhuma das crianças tinha ouvido a voz. – Não quero nada que venha de você, garota inutil.

– Sabe que posso te ajudar, não sabe? – Digo alto indo até o garoto imóvel no chão, agora já limpo. E noto que Justin e Sofia me encaram estranhando.

Observo sua boca fechada, seus olhos entre abertos e surpiro. Sento-me no chão perto dele, sorrio e limpo sua testa com um pano úmido, de novo.

Não me interessa – Eu escuto em minha mente. – Só saia de perto de mim! Você não me conheçe, n ão tem motivo para estar aqui.

– Está certo. – Digo, concordando com a cabeça. Olho para Justin e Sofia, sorrindo. – Harry não quer nossa ajuda, querem deixa-lo como antes? Ah, Harry. – Olho em sua direção. – Seus membros machucados estão congelados por causa do dom do Justin, e isso é o que está estancando teu sangue. Sua perna está com uma luxação superficial, seu braço tatuado ai está bem, e o corte já foi limpo. Aquele em seu pescoço já vai ficar melhor, mas sua barriga... Seus orgãos estão todos ai, mas você fraturou feio um dos ossos da costela. E eu preciso colocá-lo de volta no lugar, para não perfurar nenhum órgão.

O sorriso de Justin foi aberto, aparentando um leão vendo sua presa pela primeira vez. Sofia olhou para o garoto de cabelo branco, um pouco assustada, mas depois entendeu o que eu queria.

– Claro, Suzanna, o que você fala eu faço. – Sofia veio até a minha direção. – Eu sou só água – Murmura ela e olha para o menino. – Seria tão bom saber fazer fogo... Como faço, Su?

Idiota – Harry tenta se mexer mas não consegue e continua a falar nos meus pensamentos. – Eu sei fazer fogo sabia? Sua amiga sabe mexer com a água, o outro congela as coisas, e você sabe fazer o que, Suzanna? Você é inutil. – Seu riso em meus pensamentos me fez ter vontade de rir. Chegava a ser engraçado um garoto semi-morto na minha frente, deitado no chão esperando que um ceifador retire sua alma, dizendo que não tenho habilidades.

Pelo que sei sou a última do clã dos Ornatos Violetas. Pelo menos a última que realmente deveria estar aqui. Tenho dons inimaginaveis que teoriacamente posso ter tudo o que eu quiser usando meus dons. E Harry ainda diz que sou desnecessária?

– Sofia? – Pergunto e ela me toca no ombro. – Harry acha que eu não sei fazer nada, mas disse que sabe mexer com o fogo. Será que se Justin congela-lo, as mãos pelo menos. Harry será mais participativo e começará a se mexer pelo menos um pouco?

– Desde quando você é tão agressiva, Su? – Murmura ela baixo suficiente e sei que ninguém mais ouviu, caminhou até o garoto de cabelo branco e sorriu de uma forma robótica. – Ela quer que você o congele.

Antes mesmo de Justin chegar perto, vejo o garoto do clã de fogo tremer. Ele mexe o braço mais rápido que o esperado e segura minha mão. Harry abre os olhos e me encara. Até então não tinha visto seus olhos extremamente negros e ofuscantes.

– Não faça isso, por favor! – Sua voz finalmente sai, tão grutual quanto possível, de uma forma entrecortada e percebo o quanto foi doloroso pronunciar cada sílaba. – Já tentaram me matar, não tente também.

– Você já estava quase morto quando cheguei – Digo. – Como se machucou? – Ele se calou, e pareceu que não diria mais nada. – Vamos te levar para um médico de verdade. – Seguro o braço dele e peço ajuda ao Justin, que nega rapidamente.

Percebo que se eu não fizer nada em relação ao osso, Harry pode morrer bem em meus braços.

Logan chega com Bernardo e Nature, bem na hora. Os dois me encaram e cada um vem de um lado. Nature nos olha com um pouco de receio. Chega perto e toca na testa de Harry.

– Pensei que você apenas mexia com plantas. – Sussurro para ela, tentando não tirar sua concentração.

– Aprendi a curar plantas no inicio. – Nature fala de olhos fechados tocando no pescoço de Harry. – Era para ele estar morto. – Sussurrou ela em meu ouvido tirando as mãos da pele dele. – Seu sangue estava sendo derramado depressa. Se você não chegasse e estancasse o sangue, dessa maneira tão... inimaginável, o garoto dos olhos de fogo estaria morto.

Sinto os olhos de Harry em mim. Ele achava que eu não fazia a menor idéia do que eu estava fazendo. Eu sabia que ele não iria me agradecer. Afinal, eu não tinha muita certeza se ia funcionar.

– Apesar de ser o uso da magia... – Nature prosseguiu. – Se ele continuar nesse estado congelado irá ter hipotermia e piorará. Também notei que foi cruelmente perfurado na costela. Contusões e fissuras nas costelas exibem sintomas similares, embora a última causa mais dor e demorar mais tempo na recuperação total. Costela quebrada como essa é perigosa mas não tanto quanto se estivesse partida em vários pedaços. – Tocou no resto dos machucados de Harry e o ferrimento no braço se fechou quase imediatamente por debaixo de gelo. – O tratamento requer medicação adequada para a dor a fim de manter uma respiração contínua e profunda, um repouso total, bolsas de gelo no local afetado para controlar o inchaço. Como o menino de gelo tentou fazer. E não fazer nenhuma atividade agravante até a recuperação completa. - E colocando a mão em cima da minha Nature disse com uma voz quase doce. – Pegue uma meia e coloque na boca dele.


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