Os olhos violetas escrita por Flávia Monte


Capítulo 24
Capítulo 24 - Não a minha mãe!


Notas iniciais do capítulo

Quanto mais comentários mais capítulos!!!



Espero que gostem!



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Sento no sofá com o resto dos meus amigos e coloco o fone de ouvido. Ash pergunta o que é e como funciona, quando coloco o fone nela, Ashley se assusta, mas depois gosta. Ela começa a tentar dançar, mas não dá certo. Vou para um canto da sala com ela e falo para ela colocar um fone só. Depois de um tempo ela entende o que é “fone”

– Sabe dançar isso? – Ela pergunta, meio alto.

– Bem... Já vi o clipe algumas vezes...

– Quero ver – Ela bate palminhas como Robert faz quando está feliz e eu olho para ela assustada – Aprendi – Ash dá de ombros.

– Isso vai ser vergonhoso – Murmuro e começo a dançar de acordo com o clipe.

A musica não é monótona, então tem pulos e tudo mais, a vergonha não terminou quando parei o refrão, a Ash ainda queria mais e pedia com o olhar. Eu não devia ceder ao olhar dela. Noto que o resto da sala está me olhando e paro de dançar, me sentindo corar.

– Que isso netinha – Ela ri – Eu quero aprender!

– Ah não quer não – Diz Sofi perto de nós. – Esse tipo de música é lixo! Pop... Blé

– E o que é bom? – Pergunta Ash – Eu gostei desses garotos

– Eu também gosto. Mas eles não são os verdadeiros compositores e tudo mais. É um cover. – Sorrio olhando para minha tataratatara...avó

– Eu não – Grita Bê do outro lado da sala. – São um bando de gays que não sabem cantar.

– Não são não! – Grito de volta.

– Mas, Sofia? Musica boa é Rock? – Ashley chega perto da minha amiga que estende outro fone para ela. Depois de um tempo ouvindo Ash afasta o fone de ouvido da orelha – E como dança isso?

– Pois é Sofi, como dança isso ai? – Perguntei e a Sofia começou a “dançar” do jeito dela e eu ri.

– Prefiro bob – Ash riu comigo.

– É “pop” – Eu e Sofi dissemos juntas. E nós três rimos.

Finalmente! Eu pensei ao acordar. Hoje é sabado! E já faz seis horas e doze minutos que hoje é sabado. Não esperava sentir tanta saudades da minha mãe! Mas estou. Olho para tudo já arrumado e arrasto tudo para fora do quarto. Pelas escadas até chegar na porta da cabana. Minha mãe é o que me restou do mundo normal.

– Se não vierem agora não vou esperar ninguém! – Gritei para quem quisesse ouvir

– Calma – Disse Rob aparecendo em um segundo na minha frente – Todos já arrumaram tudo, mas ninguém pensou que você surtaria e iria querer correr! – Ele estava um pouco sem ar.

Sentei no sofá e esperei alguns minutos. Dez minutos. Tentei não prestar atenção na hora, mas olhava o relógio de segundo em segundo só para saber.

– Minha mãe ia chegar daqui a algumas horas. Exatamente o tempo que eu chegaria indo de navio, se eu não me atrazar! – Grito e todos aparecem na minha frente, um pouco asustados.

– Já estamos prontos Su, relaxa um pouco – Vejo o sorriso confortavel de Bê.

– Certo, vou esperar lá no navio dorminhocos – Dou um beijo na bochecha de Bernardo e vou para o porto.

No caminho tenho que me esbarrar com alguém. Alguém que me derruba no chão e me ajuda a pegar a mala. Olho em volta, tudo perfeito para um dia muito bom.

– Vai onde Hestings? – Logan me pergunta olhando para a mochila extremamente grande que eu estava – Desistiu daqui?

– Encontrar minha mãe, seu bobo – Digo animada – Estou indo para o navio, Rachel só ficará aqui por dois dias... Isso que é consideração com a filha – Meu tom de ironia é óbvio.

– Mas se é o que você tem, aproveite – Ele sorri, mas o que observo são seus olhos, dourados e vibrantes. Podem ter a mesma cor dos olhos do Bernardo, mas a intensidade é bem maior aqui. – Quer ajuda para levar até o navio?

– Pode ser – Dou de ombros – Mas vamos logo.

Não demorou muito até estarmos no lugar certo. Santo navio, que me levará para reencontrar minha querida mãe. Logan se ofereceu para ir comigo ve-la, já que não a conhece. Mas preferi não, já tinha um grande grupo comigo, e ele notou isso quando meus amigos chegaram. Valentina também chegou e agarrou Logan, o fazendo soltar minha mochila.

Ai... Já estava demorando muito. É impossivel que ela não tenha colocado um sinal rastreador nele! Quando Logan notou que o dispensei, mas vou com os outros ele se sentiu trocado, acho. Deixei ele se sentir assim, apesar de quere-lo comigo, como aos outros.

As horas se passaram como um abismo sem final. Eu queria tanto chegar em casa, na casa da minha tia, que parecia até que o tempo brincava comigo. Quanto mais perto chegavamos ao porto, mais longe parecia. As águas do mar fazia um som tranquilo e apesar disso minha paciência ia acabando. Eu sabia que algo estava estranho, por que essa viagem de minha mãe durou tanto mais que as outras? Será o destino brincando comigo? Rachel é a única coisa que tenho que me lembre do meu antigo mundo. Aquele que a mágica são apenas truques.

Chegando na casa da minha tia Rosários passei correndo por tudo e abracei minha mãe. Só depois notei que minha tia não estava mais ali. Minha mãe disse que a tia Rosa falou que ia a cidade ao lado e em dois dias voltava. Dei de ombros, estava com saudades da minha mãe, e como. E apenas dela. Rosa andava meio pertubada e nos mandar para a Ilha foi uma total bobagem. Parecia que queria se livrar de nós, e não que nos queria protegidos. Ainda mais por pensar como os testes foram tranquilos. Ok, não foi muito tranquilo quase morrer, mas pensei que seria pior. Afinal ainda faltam alguns.

– Mãe! – A abracei mais uma vez e olhei para o pessoal – Galera essa é minha mãe, Rachel – Olhei de volta para eles e apontei para cada um - Esses são, Michael, Ashley, Robert, Sofia e Bernardo

Bê foi o unico a dar um passo a frente para a cumprimentar com um beijo na mão. Ele era sempre tão galanteador assim? Não havia notado... Pelo menos não hoje em dia. Michael não fez o mesmo, apenas uma mensura honravel.

– Ar... Prazer amigos da Susanna, sou Rachel, como ela disse. – Ela sorriu um pouco envergonhada.

Conversei tudo o que não havia conversado a quatro meses com ela. Tudo que foi possivel. Exclui os dons, afinal minha mãe fazia parte da família normal. Não iria colocar coisas loucas na cabeça da minha mãe. Além do mais, Rachel me levaria rápidamente para um lar para loucos.

E é claro, pedi a todos que colocasem lentes que mudassem a cor. Podia escolher, asul, verde, castanho ou preto. Cada um tinha um tipo que preferiria se não tivessem seus própios olhos. Eu não precisei, ela conhece os meus olhos. E apesar de não achar normal, diz que é genético, que era do meu pai. E que apesar do que as pessoas achavam, não foi pelos olhos que minha mãe se apaixonou. Meu pai usava óculos escuros na época.

– Você não tem o sorriso dele, minha filha. – Rachel sabia ser incoveniente. Não falávamos do meu pai, apenas podíamos pensar nele. – Você tem o meu, é a única coisa que tem minha.

É a unica coisa que gosta em mim.

Passamos o dia todo juntos, todos nós. Fomos ao parque e mostrei a minha mãe o cinema de lá. Apesar dela não se divertir exatamente como nós, ela tentava. Bebemos umas no bar, normalmente só bebo se estiver com ela então aproveitei.

Minha mãe preferiu passar a noite na casinha que alugou perto da casa de Rosários. Não reclamei, estava tão bebada que me joguei na cama e apaguei. Quando acordei eram em torno de oito horas. E meu primeiro pensamento foi “Chega de bebidas por um longo tempo” Corri para o banheiro e vomitei tudo o possível.

Todos já estavam comendo na cozinha quando desci completamente acabada. Sorri para eles com o sorriso que consegui. Notei que ainda estava de pijama e subi todas as escadas de novo. Troquei de roupa e voltei.

– Hey, pessoal, vou passar o dia com a minha mãe, meu celular está comigo, qualquer coisa. – Sorri e sai a caminho da casa de Rachel. – E lembressem que logo voltaremos para a Ilha.

Quando fui bater na porta, ela estava apenas encostada. Abri e encostei ela atrás de mim, tentando não fazer barulho, vai que acordava minha mãe, a qual odeia ser acordada.

MERDA! Digo ao fechar a porta atrás de mim e perceber o que aconteceu no apartamento. A cozinha Estava completamente destruida. Parece que teve uma luta aqui, e não foi de espadas. Nem armas humanas. Que bosta! Vou olhando por tudo, a micro cozinha, o quartinho, a sala. Todas as paredes estavam rasgadas e arrebentadas. O chão parecia ter uns respingos de sangue.

E foi por isso que entrei no banheiro.

Sangue.

Muito sangue.

DROGA.

Olhei o sangue com cuidado tentando não toca-lo. Minha mãe não estava mais aqui. Consigo ver tudo com perfeito entendimento, só de apenas tocar a parede. Ela se encostou na parede antes de apagar.

Eu vejo ela escrevendo de costas para a parede. Uma série de numeros, rabiscos.

3b 132 u3, 0449)02

3m 4hn3v 04n, 0bu7

2313 042, 4447n0)n3

Mas que merda é essa?

Ligo, com o coração na mão, para Bernardo e acho ouvi dizer que ele viria o mais rápido possível. Não demorou muito para que todos eles aparecerem na porta do banheiro. Eu estava agachada no canto chorando e apontando. Não conseguindo ter razão nos pensamentos. Não entendendo o que tudo aquilo simbolisava.

– Não consigo entender o que está escrito – Digo entre soluços. – Não faz sentido. É apenas sangue na parede, não é? O sangue de minha mãe. Que voltou por mim. É minha culpa. – Eu soluçava a cada duas palavras, era incrivel como ainda estava conciente.

– Você disse que ela devia estar de costas para parede para conseguir ter tanto sangue pra escrever... Ela é não podia virar para escrever direito, estava amedrontada mas precisava dizer algo. Então ficou ao lado da porta, de frente para o espelho. Não podia soltar a porta e precisava escrever. – Sofia se agachou perto do sangue e das palavras. – É bem simples o que está escrito.

– Han? – Pergunta Ash com nojo, quase vomitando.

– Olha, isso tudo é bem lógico, vocês só estão olhando pelo lado errado. Olhando a parece isso são rabiscos. – Disse Sofi, não me deixando entender nada. – Prestem atenção e olhe para esse pequeno espelho. – Era bem pequeno mesmo, Estava em cima da pia e era um armário para colocar pasta de dente entre outras coisas. Sofia colocou o espelho na frente da escrita abrindo um pouco a porta, de um jeito que eu pude ver.

SOCORRO, EU SEI DE

TUDO, NÃO VENHA ME

ENCONTRAR, SÃO ELES.


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Notas finais do capítulo

Espero vocês nos comentários!!