Os olhos violetas escrita por Flávia Monte


Capítulo 20
Capítulo 20 - Primeiras provas


Notas iniciais do capítulo

“A prova é apenas um espelho de si mesmo”



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– Uou. Imprecionante – Disse Sofia – Não esperava por essa.

Um enorme salão estava a nossa espera. Apesar de vazio, era óbvio que era gigante. Não era rustico, parecia bem mais com a mais alta tecnologia que eu já havia presenciado. O senhor Candy, um dos supervisores da ilha, nos mostrou onde aplicariamos nossos dons.

Havia muitos bonecos de testes, áreas reservadas e observadores. Eles nos mediriam, diriam para que grupo ir. Qual cabana. Eramos seis. Cada um fez testes iguais e dependendo do resultado passava para um diferente. Sofia e Robert já estavam em seu segundo teste. Eu era a próxima.

Entrei na sala. O Sr. Candy chegou perto de mim e apontou para um tigre de madeira bem feito do outro lado da sala. Um macaco pendurado em uma árvore, também de madeira. Outros animais pela “floresta” de madeira e ferro. Entre algumas árvores dava para ver pessoas. Vestidas de preto. Duas garotas e um garoto. Eles olhavam para mim e trocavam de lugar rápido.

– Você tem que os acertar e conseguir passar para a porta do final da sala. – Senhor Candy disse.

– Com o que vou acerta-los? – Eu perguntei

– Dá o seu jeito menina. Só cuidado para eles não te acertarem, você pode morrer – Ele se afastou e me senti sozinha na sala, apenas com os que me matariam.

Olhei desesperada para a porta em que o supervisor saiu. Um menininho de uns nove anos passou por essa prova... Como? Talvez com a super velocidade... O que será que Sofia fez? Será que tenho que tocar neles? Jogar uma pedra? QUE MERDA EU TENHO QUE FAZER?

Olhando em volta notei que não tinha nem uma coisa que poderia tacar neles. Eles estavam chegando mais perto, e perto e perto. Eu estava ficando apavorada. Vi uma luz saindo de um deles. Fogo. Uma bola quente passou por mim. Foi por pouco, pensei. Me senti como se eu estivesse em um tiro a alvo. A garota mais baixa tocou no tigre de madeira e ele rugiu. Virou o rosto para mim e apontou. O tigre veio em minha direção primeiro devagar, observando o território, depois veio rápido.

Remendo, remendo, remendo. Sei que você é pequena... Mas não tem como você me ajudar aqui? Atacar o olho do tigre... sei lá?

Segundos depois minha águia entrou por uma das janelas que tinha na sala e sobrevoou o tigre. Atacou o olho esquerdo dele e ele rugiu de dor. Tentou machucar mais o tigre, porém não conseguiu, mandei mentalmente ela sair dali.

A garota mais alta olhou para o tigre cego e ficou com raiva. Apontou uma mão para mim e um raio saiu dela. FUDEU. Me abaixei e continuei viva. Olhei para meus rivais. Será que eu tenho que os matar?

Tentei seguir abaixada por um percurso. Quando olhei para cima a garota mais baixa sorriu e tocou no macaco, que imediatamente criou vida. Eu achei que ele ia pular em mim como o tigre estava tentando mas ele apenas se segurou no galho. E me tacou coco. Fiz meu máximo para não tocar nas feses do animal.

Olhei para o lado e o garoto estava rindo de mim. Levantei o dedo do meio para ele. Ele continuou sorrindo e tacou outra bola de fogo. Sai correndo em direção a porta, mas senti uma pedra de terra sendo lançada nas minhas costas. Não havia apenas tres pessoas. Tinha um escondido entre as folhas da árvore. Cambalei e olhei-o. Este estava sério. Olhei em volta peguei uma pedra e taquei nele.

O garoto, rapidamente, levantou a mão e pegou. Segurou forte e a pedra virou terra. Caraca, pensei, melhor me concentrar melhor. Eu já havia alcançado dois terço do percurso quando a garota mais alta me parou. Ela tacou um raio que passou pela minha perna e deu a volta me prendendo.

– ME SOLTE – Falei baixo usando meu dom e ela parou sem entender.

Cheguei até a porta e virei a masaneta. A porta estrava trancada. Procurei por perto a chave.

Eu lhe disse que tem que acerta-los. A todos. Só depois a porta fica aberta. – Ouvi a voz saindo por de trás das paredes por um autofalante.

Peguei uma pedra e taquei na perna da garota. Ela me olhou como se dissese “Era para machucar?”. Vi a outra garota chegando e taquei outra pedra, que bateu em seu ombro. A mais baixa olhou para a mais alta e deu de ombros. O menino que havia sorrido para mim veio pulando pelas árvores. Taquei uma pedra nele e ele desviou.

Segurando na masaneta taquei uma sete pedras nele. Soube que uma delas o acertou porque quando ele foi tacar fogo em mim a porta destravou e consegui passar.

Do outro lado da porta estava o senhor Candy me encarando um pouco irritado e um pouco impressionado.

– Era para usar seus poderes – Ele disse – E não apenas desviar dos outros! – Parecia uma bronca, mas ele não parecia decepcionado.

– Você disse que eu tinha que chegar na porta e acerta-los. E foi o que eu fiz – Dei de ombros como se a situação tivesse sido fácil.

– Você vai por ali – Ele apontou para a porta do meio – O teste será parecido. Porém não será contra crianças de nove anos.

ERA SÓ ISSO QUE AQUELES ASSASSINOS TINHAM!?

– Certo...

– Tente sobreviver menina. O garotinho passou por aquele teste bem mais rápido que você – Senhor Candy me repreendeu.

– Deve ser porque ele tem super velocidade. – Dei de ombros e toquei na masaneta. – O que eu tenho que fazer nessa prova?

– Terá duas portas. Você terá que achar a chave para a certa. Teram cinco chaves. Passe pela porta certa e não seja morta. As crianças tem onze anos agora, não passe vergonha. – Ele me empurrou e eu entrei na sala.

Estava tudo escuro. Sem contar algumas luzes no teto. Olhei em volta. Uma porta brilhava mais que a outra. A sala tinha um formato de T. Cada porta estava em um lado do corredor.

Eu estava no meio de uma floresta de novo. Mas as árvores, e animais já estavam vivos. Como vou enxergar as crianças se nem enxergo meus pés? Como se me entendesse algo passou por mim rápido.

O riso parecia com o de uma hiena. Passou de novo e de novo. Quando tentei dar um passo senti meus pés presos. Abaixei na hora certa para tirar a corda. Uma flecha passou por cima de mim.

Percebi que já era hora de correr. Como que eu estivesse na lua, fui pulando de pedras em pedras. A cada coisa lançada em mim, eu desviava. Cheguei ao corredor longo, que estavam as duas portas em pouco tempo. Notei que eu ainda não estava com nenhuma chave.

De repente apareceu um garoto de arco e flexa. Ele não sorria. Apontou a flecha em minha direção e eu me abaixei atrás do tronco caido. Ao levantar um pouco a cabeça, notei que em seu pescoço havia uma chave dourada.

Eles só podem estar de palhaçada com a minha cara.

O garoto chegou mais perto, e mais perto. A cada passo lançou uma flecha. Ele estava a menos de três metros de mim quando me levantei. Acho que ele pensou que eu ficaria parada ali para sempre. Corri até ele, ziguezagueando e me escondendo. Até o momento em que estive atrás dele. Segurei ele pelo pescoço e ele começou a se debater.

Notei que eu estava o machucando.

– TIRE A CHAVE DO PESCOÇO SEM NINGUÉM PERCEBER E DEIXE CAIR NO CHÃO. – Susurrei em seu ouvido, como de reflexo ele fez isso e continuou a se debater.

Peguei com o pé a chave e escondi no bolso da frente. Olhei para ele. O menino estava quente, como se sufocado. Tirei meu braço do pescoço dele e ele se virou para me acertar.

Eu já sabia que ele ia fazer isso, pensei.

– FINJA QUE LEVOU UM SOCO E CAMBALEIE PARA TRÁS – Eu disse baixo e foi o que ele fez.

Sai correndo em direção de uma das portas. Ainda faltava muito para eu chegar nela. Quando me lembrei que a porta não iria abrir sem a chave certa. Chuto que essa é a certa ou procuro melhor? Eu estava correndo pelo meio do corredor. Se for para aguém me acertar que acerte logo, certo?

O chão embaixo dos meus pés congelou e eu deslizei, mas continuei em pé. Que bom que aprendi a patinar. Algo acertou a árvore ao meu lado no exato momento em que eu ia me apoiar para dar impulso. Minha mão escorregou por ela e eu me segurei na seguinte. Olhei em volta.

Um garoto de cabelo branco me encarava com um olhar sério. Acho que ele não deve estar acostumado a errar na pontaria. Faz parte. Ele também tinha uma chave, mas ela estava no seu tornozelo. Assim complica senhor Candy.

Fiz um movimento de quem ia lutar. Porém estava na cara que eu não bateria no garoto. Chamei ele com a mão como se achasse graça ele lutar contra mim. Porém eu estava morrendo de medo, eles são de assustar.

Eu acertei, o garoto só ficou com raiva. Tacou um raio de gelo em minha direção ao meu pé e eu pulei a tempo. Sai correndo até ele, deslizando o mais rápido que consegui. Peguei um pouco de terra e joguei no rosto dele. No exato momento em que ele iria acertar meu corpo. Com isso passei por de baixo das pernas dele arrancando a chave e fazendo ele cair

Continuei correndo e só quando eu estava a alguns metros da porta, percebi que era a outra porta que eu estava indo. Mas tanto faz, o que importa é sair daqui. Tenho duas chaves já, não preciso das cinco. Por favor que eu esteja certa.

Faltava cerca de três metros para a porta quando eu tropecei em uma corda. O riso de hiena surgiu de novo me fazendo olhar para todo os cantos. Eu pensei que surgiria uma armadilha de algum lugar e alguém rindo da minha cara, mas o que veio foi uma hiena de verdade. Rindo e rindo.

Em poucos segundos a hiena se transformou em um urso enorme. Fui chegando para trás ainda sentada. O urso rugiu. É um metarmofo.

– Calma ursinho bonitinho – Me levantei e fui chegando até a porta.

Primeiro toquei no cadeado e me virei para a porta. Tentei a primeira chave, que encaixou perfeitamente, porém não consegui virar. Tentei a segunda chave, mas ela ném entrou. Olhei nervosa para o urso preste a acabar com a minha vida e notei que em seu ombro tinha uma chave.

Ah, fala sério!

Ele fez um barulho estranho e veio na minha direção com tudo. Quando ele abriu a boca para me morder vi minha vida passando pelo meus olhos. Remendo, socorro. Ela surgiu de repente e arrancou do braço do urso a chave e deu em minha mão.

As preças coloquei no cadeado.

Cleck

Eu girei com tanta força a chave que ela quebrou dentro da porta. Segurei com força as chaves na minha mão e olhei através do urso enorme na minha frente. Tenho que chegar na outra porta, porcaria!

– FICA PARADO ATÉ EU PASSAR POR VOCÊ, DEPOIS VOCÊ VEM CORRENDO ATRÁS DE MIM, PORÉM NUNCA CHEGUE PERTO O BASTANTE PARA ME MACHUCAR – Susurrei e notei que ele entendeu. Pois ele parou de fazer o barulho.

Dei a volta nele correndo e ele veio atrás de mim. Sabia que eu tinha que correr bem mais rápido. E corri. Faltava duas pessoas com outras chaves. E elas vão tentar me matar. Santo anjo, me ajude a passar. Continuei com esse pensamento na cabeça até chegar na outra porta. Consegui passar pela porta com a primeira chave.

Fechei a porta com um surpiro. Olhei em volta e o senhor Candy estava de braços cruzados com dois caras de preto. Bem sérios.Tinha cinco porta atrás dele, mas eu não aguentava mais “lutar”.

– E quanto a usar seu dom? – Ele me pergunta severo.

– Você disse que eu tinha que pegar a chave e passar pela porta. Foi o que eu fiz. – Dei de ombros de novo. – Tenho mais algum teste hoje?


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Notas finais do capítulo

E logo teremos outro capítulo vindo por ai!! Espero que estejam gostando!! Espero vocês nos comentários!!!



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