Invasão Alienígena 2 escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 3
Novas amizades e briga


Notas iniciais do capítulo

Mais um...

Boa leitura.



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No segundo dia, realmente as meninas não fizeram tanta festa quando me viram na entrada, mas continuavam olhando pra mim de uma forma até bem esquisita, aquele olhar apaixonado misturado com o de inveja, como se elas quisessem me afastar de Bruna, mas o problema era o tal do Duda, será que ele seria mesmo capaz de fazer alguma coisa comigo? Talvez.

Na aula tudo correu bem, eu me sentei na mesma carteira do dia anterior e fiquei esperando a professora chegar, mas depois de cinco minutos que o sinal do início de aula havia tocado, muitos alunos pensaram que ela tinha faltado, eu só fiquei ali, dando uma olhada no livro de Português, que seria a nossa aula agora.

Depois de alguns segundos lendo o livro, pude sentir uma mão no meu ombro, virei-me pensando que fosse Emily, mas não era, na verdade era um garoto, de cabelos pretos bagunçados, ele tinha uma expressão alegre no rosto e parecia ser daqueles alunos bagunceiros, mas não pelos cabelos estarem bagunçados, pelo jeito dele mesmo, mas não posso confirmar isso, não se pode julgar um livro pela capa. Então, assim que o garoto me fez virar pra ele, puxou a cadeira dele para o lado da minha e se sentou:

–E aí novato? É verdade o que estão dizendo por aí? Que você salvou a humanidade?

–É. Salvei.- falei como se fosse a coisa mais natural do mundo, para parecer indiferente.

–Não precisa falar desse jeito, eu tô aqui porque achei você um cara legal, então quero ser seu amigo.- a expressão dele ficou séria.

–Amigo?- surpreendi-me.

–É. Amigo. Se não quiser ser, não tem problema, mas eu gostaria muito.

Aquilo me deixou meio confuso, nunca imaginei que um garoto fosse querer ser meu amigo, somente as garotas, porque pra mim, assim como o Duda, pensei que ele também estivesse morrendo de ciúmes porque eu estava sendo atacado por todas as meninas da escola logo assim que cheguei, mas se ele não é assim, acho que não custava nada né?

–Tudo bem. Eu vou ser seu amigo sim, é que eu nunca fui de fazer amigos com facilidade sabe?- tentei fazer soar o mais sincero que pude e acho que consegui, pois ele voltou a sorrir.

–Eu sou Joca.- ele estendeu a mão pra mim e eu apertei.

–Thomas.

–Eu sei, as meninas me contaram.

Eu sorri meio debochado, a fofoca já espalhou pela escola inteira, lógico.

–Vem, vou te apresentar meus amigos.- ele disse, se levantando da cadeira e eu fui atrás, ele parou ao lado de dois garotos, um era ruivo com o cabelo penteado pra frente sem franja, como se fosse o pica-pau, enquanto o outro era loiro com os cabelos compridos que iam até a parte de trás do pescoço. Quando parei de frente pra eles, o ruivo falou:

–Prazer, meu nome é José Carlos, mas pode me chamar de Zeca, meus amigos me chamam assim. - ele disse enquanto eu apertava sua mão.

–Prazer.- eu disse, sorrindo, já sabendo que não precisava dizer meu nome pois ele obviamente já sabia.

–Pode me chamar de Neco, é que eu não gosto do meu nome verdadeiro e acho melhor você nem saber.- disse o loiro.

–Tudo bem.

Depois disso, eles me perguntaram como eu havia salvado a humanidade e eu contei tudo resumidamente em cinco minutos, pois minha intuição de alien dizia que a professora não tardaria a chegar.

E eu tinha razão, em cinco minutos já tinha feito três amigos, mas ao mesmo tempo, a professora chegou e eu imediatamente voltei ao meu lugar, quando sentei, Bruna virou-se pra mim e disse sorrindo:

–Parabéns.- ela obviamente se referia aos novos amigos, então, sorri de volta e assistimos à aula.

Porém, no recreio as coisas saíram do controle, eu estava indo para o pátio com Bruna e Emily e meus três novos amigos me chamaram pra sentar com eles, olhei para Bruna, pois não queria deixar as duas sozinhas, mas também não queria decepcionar eles.

–Pode ir lá com eles amor. Eu fico com a sua irmã. - ela disse sorrindo como sempre.

–Tudo bem então.- eu sorri de volta, ela me deu um rápido selinho e eu fui me sentar com eles.

Naquela hora, foi a minha vez de perguntar sobre eles, pedi que cada um contasse alguma coisa deles, foi Joca que começou falando primeiro, ele falava tudo sorrindo o tempo todo, mostrando que ele tinha bom-humor, mas do nada ele parou de falar e olhou sério para algo que estava atrás de mim, assim com Zeca e Neco também olhavam, já sei, é o Duda, só pode ser, ele do jeito que é ciumento dele estar querendo fazer alguma brincadeira de mal gosto comigo, enquanto me decidia se perguntava algo ou ficava calado, senti um líquido nojento cair em cima de mim, era suco, sem dúvida, agora de quê, eu não sei.

–Oh, me desculpe novato, foi sem querer. - disse o Duda na maior cara de pau, fingindo ser inocente, enquanto colocava a jarra que continha o suco na nossa mesa. Os comparsas dele riam tanto que dava até ódio, olhei para Bruna do outro lado do pátio e ela e minha irmã eram as únicas que não riam, as outras meninas faziam força pra não rirem, mas era óbvio que elas queriam rir, já o resto do pátio ria muito, menos meus três amigos.

Quando vi Duda se afastar, fiquei com tanta raiva dele que acabei fazendo algo errado também, peguei a bandeja de Neco, que já estava vazia e que ele pegou da cantina e arremessei em direção à cabeça do maldito, a parte de trás da bandeja atingiu em cheio a cabeça de Duda, que parou na hora, colocou a mão no lugar onde bateu e depois olhou, pelo jeito, não havia sangrado, pois a mão dele estava limpa, assim como a cabeça dele também, mas ele pareceu não ligar, pois saiu andando com os amigos dele.

–Cara, você não devia ter feito isso, o Duda vai querer se vingar de você depois.- disse Neco.

–Mas como?- perguntei, assustado.

–Não sei, mas ele vai, ele gosta de se vingar pelas coisas ruins que fazem com ele.

–Neco, não assusta o garoto, olha, vamos dar uma volta, vou mostrar pra você todo o nosso pátio da escola.

Eles me levaram até uma escada de dez degraus que ficava ao lado da cantina, quando subimos, eu pude ver uma mesa de jogar, a mesa era toda verde, com uma barreira de ferro no meio para dividi-la em dois.

–Essa aqui é uma mesa de pingue-pongue.- disse Neco.

Depois, passamos por uma outra parte que ficava ao lado direito da mesa, onde tinha uma outra quadra grande, mas aquela era diferente da quadra de futebol que tinha no andar de baixo.

–Essa aqui é a quadra de basquete, o Zeca que é muito bom nisso.- disse Neco.

–Sério?

–É, em todos os jogos, só quem faz pontos sou eu, digamos que faço nove ou dez cestas por partida.- disse o Zeca, todo sorridente.

–Meu Deus.

Depois de um tempo explorando a parte de cima do colégio, que tinha coisas que eu nunca tinha visto, como a quadra de basquete, a mesa de pingue pongue, a arquibancada da quadra de futebol do andar de baixo, nós descemos outra vez e os dois foram no banheiro, só fiquei eu ali, de volta na quadra, então, quando eu voltei para a mesa onde eu estava sentado, assim que sentei, cinco garotas daquelas que me assediaram na entrada no dia anterior sentaram comigo e começaram a dar em cima de mim, mas dessa vez sem fazer nada demais, apenas algumas perguntas mesmo, perguntas sobre a minha idade, onde eu moro, há quanto tempo estou aqui na Terra, entre essas coisas, mas o problema é que elas perguntavam mas não me deixavam falar, então, o incômodo que eu sentia foi tão grande que eu acabei soltando sem querer:

–Por quê vocês estão me perguntando isso? Acho que se vocês sabem que eu salvei o planeta, devem saber tudo sobre mim.

Na mesma hora que eu falei isso, as meninas fecharam a cara pra mim e saíram da mesa. Ufa, eu até queria mesmo que elas saíssem de lá, mas acho que exagerei, não era pra ter causado esse efeito, acho que teria sido melhor se eu tivesse sido mais educado e não deixado elas saírem assim desse jeito.

Depois de um tempo, percebi que Bruna não estava mais na mesa de antes, só estava Emily, que esperava as meninas se sentarem com ela novamente, sem dúvida elas vão contar pra ela sobre o fora que eu dei nelas, mas do jeito que ela não gosta delas, acho que no fundo vai gostar, então, comecei a pensar que Bruna não gostou de me ver ali com as meninas e fui atrás dela pra explicar que não aconteceu nada demais, procurei ela por todos os cantos do pátio, mas não a encontrei, só fui encontrar ela na porta que dava acesso ao pátio do recreio, mas encontrei da pior forma: ela e Duda estavam se beijando! Na hora, o sangue me subiu, mas eu percebi que ela não queria aquele beijo, pois ela fazia uma cara de nojo e batia no peito dele como uma forma de afastá-lo, mas ele era forte, então, sem perder tempo, dominado pelo ódio, puxei ele por trás pela camisa e gritei:

–Maldito!!!- e tentei lhe dar um soco, mas ele segurou meu braço e socou meu rosto, me fazendo dar um passo pra trás.

–Vem moleque!- ele disse, sorrindo, parecia que achava que ia ganhar de mim. Então, tentei socá-lo novamente, mas ele desviou, mas eu soquei a cara dele com o cotovelo direito, acertou-lhe no nariz. Depois, eu lhe dei outro soco com a mão esquerda, ele quase caiu pra trás, então o soquei com a direita e aí sim, ele caiu. Pronto, agora eu posso matá-lo, se tiver força pra isso, me joguei em cima dele e comecei a socá-lo como um louco.

–Morre maldito! Desgraçado! Morre, morre, maldito, maldito! Morre!!- eu disse enquanto o socava.

–Me ajuda!!- ele gritou, então eu senti alguém segurar meus braços, me virei e era um dos comparsas dele, que deviam estar escondidos. De relance percebi que o outro comparsa dele segurava Bruna, para impedi-la de me impedir de bater no Duda.

–Solta ele.- ele disse, calmamente, mas eu o soquei também dizendo um "sai" pra ele, o soco foi tão forte que uma bola de sangue estourou na mandíbula dele.

Então, voltei a me concentrar no Duda.

–Isso é pela jarra que você me jogou no recreio seu filho da mãe!!!- gritei, estava descontrolado.

–Pára com isso Thomas!- ouvi Bruna dizer, mas ignorei.

–E esse aqui, é pela Bruna, desgraçado!!!

–Pára Thomas, vai matar ele!- disse o cara que tentou me tirar de cima dele.

–Eu vou acabar com a sua vida!! Eu vou acabar com você, seu maldito, miserável!!!- eu socava e gritava enquanto ele gritava pedindo ajuda. Aquilo durou por alguns segundos até a hora em que eu senti alguma coisa dura na minha cabeça. Aí sim, consegui parar, olhei transtornado para a cara do Duda e vi o estado dele, nariz e boca sangrando, enquanto os olhos estavam roxos e o nariz inchado.

–Já chega.- disse o garoto moreno, comparsa do Duda.

–Ai, graças a Deus, Rafa.- disse o outro, então descobri o nome dele.

Depois, fui levantando devagar, olhando para Duda, que estava imóvel, olhando pra mim com a cara assustada, voltei minha atenção para os dois garotos.

–Soltem ela.- eu disse, me referindo à Bruna, que ainda estava imobilizada pelo outro cara. Mas quando eu disse isso, ele a soltou e me mandou ir embora.

Me afastei devagar, arfante e suado, aquela adrenalina toda da briga me deixou exausto, fui até o banheiro para lavar o rosto e quando me vi no espelho, percebi que Duda havia deixado uma marca roxa bem de leve, no lugar onde ele me socou na boca, quando saí, Bruna e Emily vieram direto ao meu encontro.

–Você está bem meu irmão?- perguntou Emily.

–Estou, eu acho.- eu disse, ainda arfante e com vontade de sumir.

Sem pensar direito, me afastei das duas e corri pra fora do colégio.


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Notas finais do capítulo

Que dramático né? O Duda é bem pior do que se podia imaginar. Até o próximo.



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