Índigo escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Voltamos! Yeah!
Sim, queridos, depois de algum tempinho no HIATUS, Índigo está de volta. Postarei tanto quanto minha escola em tempo integral deixar. Não deixe de acompanhar!



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Que bom que Henry havia me prevenido sobre o que encontraríamos na entrada, pois não seria nada legal mergulhar no lixo com traje social e salto alto. Eu tinha escolhido jeans, uma camiseta e tênis, o que foi bem útil. O tênis me ajudou a tomar algum impulso para subir na caçamba.

Eu pisei no lixo e imaginei que sentiria nojo, mas parecia mais um amontoado de sacolas de roupas. Abaixei e fechei a tampa da caçamba sobre minha cabeça.

– Angel, o que você está fazendo? - Sussurrou THE no escuro, um pouco irritado. - Isso é uma caçamba normal!

– Calma. Eu vou achar a entrada.

Tateei as paredes de ferro da caçamba, procurando alguma parte que abrisse de alguma forma – deslizando, puxando ou empurrando. Por fim, a parede colada no muro do beco deu algum sinal de movimento.

A portinha era metade da parede dos fundos da caçamba. A parte direita deslizava, ficando sobreposta à parte esquerda, porém atrás dela, e abrindo um buraco quadrado, que revelava o interior do esconderijo das índigo.

O lugar era muito mais agradável do que se pode esperar de uma caçamba de lixo.

A tampa da caçamba ficava na mesma altura do teto, e o chão era mais abaixo. Havia uma escada vertical parafusada na parede, levando da porta de entrada até o nível do chão, mas eu só notei isso depois.

Antes disso, eu notei a coisa mais incrível e visível do esconderijo. As lâmpadas eram fracas, o que era fácil de notar da altura em que eu estava. Mas elas não eram brancas, nem amareladas. Eram azuis, deixando todo o lugar com uma... aura índigo. Obviamente, o lugar ficou muito belo, embora fosse simples.

Uma das coisas que me chamou a atenção quando percebi a escada foi o capacho com as mochilas. O capacho estava parafusado ao lado da escada, sob a segunda metade da parede da caçamba, para onde a porta deslizava. Havia duas mochilas penduradas, como se estivessem prontas para o caso da necessidade de fuga rápida.

O primeiro ambiente era uma mesinha quadrada de madeira muito baixa, cercada por quatro almofadas (como cadeiras), apesar do fato de a casa ter apenas dois moradores. Eles estavam sentados à mesa um de frente para o outro, e me notaram assim que abri a porta.

– Boa noite – eu disse ingenuamente.

~

Henry e Lizzie se levantaram para nos receber. Eles nos apontaram a escada, coisa que não era tão fácil de ver do ângulo em que estávamos. Eu desci, e THE logo em seguida. Lá embaixo, comecei a notar os outros aspectos da casa – como ela era graciosamente decorada com flores. Como os cômodos eram divididos por linhas imaginárias e não por paredes. Como eles tentavam deixar tudo belo e aconchegante conforme tinham a possibilidade.

A casa era simples e acolhedora. Eu me sentia confortável simplesmente por estar sob a luz azul e cercada de flores. Cada vez mais eu confirmava minha paixão pela cor azul.

Henry me apresentou Lizzie, e eu o apresentei formalmente a THE. Depois disso, nós sentamos. Os índigo estavam tomando chá à sua mesinha, e nos serviram. Achei irônico como a decoração da casa era levemente influenciada pela cultura japonesa, sendo que os descendentes de japoneses os estavam perseguindo.

O chá era de jasmin, e era delicioso. Eu nunca gostei de chá, aceitei por educação. Mas era simplesmente maravilhoso. Eu percebi como THE gostou do chá, dos índigo e da casa toda.
Enquanto eu tomava o chá de jasmin e conversava com Henry e Lizzie sobre os Tetsu No Ken, reparava na divisão imaginária dos cômodos.

Eu me sentei de costas para a parede de entrada, que era razoavelmente próxima da mesa (cerca de dois metros). Na parede da direita, havia uma pequena bancada, uma pia e um frigobar. Sobre a bancada havia daqueles pequenos fogões de duas bocas que só tem isso mesmo. Na parte mais alta da parede havia um armário, onde eu supunha que se encontravam os estoques de comida e mais o que precisassem para cozinhar. As coisas minúsculas que compunham a casa (mesa baixa, mini-fogão, frigobar) deixavam tudo pequeno, parecendo uma casinha de boneca.

– Então, os Tetsu No Ken não querem atacar – eu disse, relembrando minha conversa com Henry. Tínhamos contado tudo o que conversamos para THE, e também para Lizzie saber até que ponto eu estava informada. - Vocês sabem o porquê?

– Como eu disse, eles estão esperando.

– Esperando? - Perguntou THE. - Isso não faz o menor sentido. Nem o fato de quererem nos destruir.

Reparei como THE falava “nos destruir”, como ele já se sentia parte dos índigo.

– Eu acho que eles tem algum tipo de plano – opinou Lizzie. - Se todos os ninjas pararam, é porque receberam ordens dos líderes do clã. Alguma coisa está acontecendo.

– Acha que querem atacar todos de uma vez?

– Isso não resolveria – disse Lizzie. - Tem muitos por aí. Poderiam nos destruir, mas sempre haveria mais. Por isso eles estão espalhados.

– Então, o que acha que é? - Perguntei.

– Acho que eles descobriram alguma coisa muito importante sobre nós.

– Talvez sejamos mais fortes do que pensamos, e por isso eles estejam com medo – disse THE, o que me deu uma imensa vontade de rir. Mas me contive.

– Não, não – disse Henry. - Eles sabem muito bem do que somos capazes. E eles, com certeza, não nos temem.

– Então o que pode ser? - Perguntou THE, frustrado.

– Se soubéssemos, seria maravilhoso – disse Lizzie. - Mas não fazemos a menor ideia. Nós só podemos reforçar as nossas defesas. Mas, para todos os efeitos, estamos declarando estado máximo de alerta entre os índigos.

– Vocês se comunicam com os outros? - Perguntou THE, embora eu também tivesse notado isso.

– Claro – disse Henry, sorrindo. - Quando dormimos, podemos realizar projeção astral. Assim, reunimos todos os índigos de forma segura. Conhecemos muitos outros de nós, e até pensamos em reunir todos de verdade, mas achamos que é mais seguro ficarmos separados.

– Entendo – eu disse. - Um único alvo seria pior. Todos os ninjas concentrariam em vocês. Se um grupo fosse achado, todos seriam. E os índigo seriam dizimados.

– Exatamente – disse Lizzie.

– Projeção astral – disse THE, animado. - Posso fazer projeção astral. Legal.

– Queremos que venha no encontro hoje. - Disse Lizzie.

– Eu? - THE estava muito empolgado.

– Sim – disse Henry. - Você é um de nós, THE. Tem que conhecer os outros, fazer parte do grupo, estar informado das notícias. Se conseguir fazer a projeção, a comunicação será mais fácil.

– Tá, como eu faço isso?
Henry e Lizzie deram a THE todas as instruções para realizar a projeção astral. Depois disso, conversamos um pouco mais.

– THE, não se esqueça de manter uma mochila preparada – disse Henry. Podemos declarar emergência a qualquer momento.

– O que ele deve ter na mochila? - Perguntei, embora não quisesse que THE tivesse que ir por causa de ninjas japoneses.

– Suprimentos – disse Henry. - Comida instantânea e eficiente, água, uma muda de roupa extra, um cobertor. Isso é o básico.

E um casaco, pensei. E um guarda-chuva. Não se deve sair de casa sem casaco e guarda-chuva.

Eu e THE nos despedimos e fomos embora para minha casa.

Eu não sabia que veria Henry e Lizzie de novo tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Agora sim as coisas vão começar a acontecer! Não deixe de acompanhar! Estarei sempre por aqui, nas notas, nas respostas de comentários e por MP. Eu amo cada um de vocês. Bjus!



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