Índigo escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo depois do retorno.



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Arrumei tudo conforme Henry e Lizzie pediram. Mas THE estava doido para dormir. Tudo o que ele queria era fazer projeção astral e encontrar os índigo através dela. Então, terminei de arrumar as coisas e pendurei a mochila no capacho da porta. Em seguida, fui levar THE ao quarto. Ele parecia muito animado.

– Está feliz, THE?

– Como poderia não estar?

– Realmente não sei. Hoje você descobriu que é uma criança especial e... - THE me olhou semicerrando os olhos, fingindo estar com sono. - Entendi. Quer ir logo para a projeção astral, não é? - Ele acenou positivamente com a cabeça. - Então tá. Vamos agilizar isso logo. Hora de enumerar os itens. Banho tomado?

– Ok.
– Roupa leve e confortável?

– Ok. - Disse ele, olhando para a camiseta e as bermudas finas.

– Cama macia?

– Ok. Muito macia.

– Quarto escuro? Hum, temos que fechar as cortinas – eu disse, e assim o fiz. - Ok. Quando eu apagar a luz, estará escuro.

– Você achar que vai funcionar? - Perguntou ele, de repente.

– Ahn... Bom, eu ouvi dizer que pode demorar alguns dias para que uma pessoa consiga se projetar. Mas você é diferente. É uma criança índigo. Você só precisa ter força de vontade e saber o que fazer.

– Eu sei o que fazer, e estou confiante.

– Meio caminho andado, querido – eu disse, sorrindo. Fiquei alguns segundos parada, olhando para THE e sua concentração. Até que ele começou a me olhar de um jeito estranho. - O que foi?

– Pode ir agora. - Disse ele, segurando uma risada. Ele parecia realmente ser mais inteligente, parecia sentir que eu estava ansiosa por ele.

– Ah – eu disse, sem me dar conta de que eu o estava atrapalhando. - Bom. Então vou te deixar. - Fui até ele e beijei sua testa. - Boa sorte, THE.

– Obrigado, mãe. - A palavra mãe do jeito como ele disse tocou meu coração. Ele conseguiu arrancar um sorriso de mim. E tinha como não conseguir? Para mim, era uma grande honra ser considerada mãe por ele.

– De nada, filho – eu consegui murmurar, depois de algum tempo. Então, fui para a porta, apaguei a luz e a fechei.

Graças aos relatos que me deram depois, eu consegui entender o que aconteceu naquele quarto. E, mais importante ainda, o que aconteceu depois.

~

THE começou a seguir as instruções de Henry e Lizzie. Ele respirou fundo, prendeu o ar por cinco segundos e soltou. Repetiu isso quantas vezes foram necessárias até que estivesse completamente calmo, e suas batidas cardíacas tivessem desacelerado. Depois, começou a se concentrar na circulação dos pés e sentir a energia deles, repetindo essa concentração com cada parte do corpo, e posteriormente, no corpo como um todo. THE me ralatou ter conseguido sentir o fluxo de energia através dele, e começou a perder a sensibilidade nas periferias do corpo, depois dos membros, até não sentir mais nada.

Finalmente, ele tentou elevar o fluxo de energia alguns centímetros acima do corpo. Ele se sentiu muito mais leve, e lentamente abriu os olhos. Havia pouca luz no quarto, entrava apenas pela parte de baixo da cortina. Ele se levantou com cuidado e olhou seu corpo deitado na cama. THE olhou para as próprias mãos, que estavam azuis. Não, não estavam. Estavam índigo. Ele riu. Em pouco tempo, percebeu que não estava sozinho. Podia sentir pequenos pontos azuis em casas vizinhas, lugares próximos, cada ponto, uma criança índigo que não estava em projeção astral, e poderia nem fazer ideia do que era capaz. Ele sentia a força delas.

– Você conseguiu – disse Lizzie, atrás dele, com uma voz que parecia ter uma risada ao fundo. THE estava muito feliz com seu feito, e ainda mais por ter encontrado Lizzie e Henry logo ali.

– Parece que sim – disse, e a voz soou como a de Lizzie. Uma risada ao fundo. Parecia ser um efeito na projeção astral. - Mas o que isso significa?

– Significa que você é um índigo muito forte – disse Henry. - Você é interdimensional. Está à frente do seu tempo.

– E essas crianças? Eu posso senti-las ao redor. Todas as outras índigo.

– Sim, conseguimos senti-las. Elas não sabem de seus poderes, nem do perigo que...

– Meninos. - Lizzie interrompeu a conversa. Ela estava próxima à janela observando pela fresta na cortina. - Tem uma índigo ali. E é da Tetsu No Ken.

– O quê? Isso é impossível – disse Henry, e sua aura azul foi ao encontro da amiga. Ele espiou e constatou o mesmo. - Não pode ser.

– Posso ver? - Perguntou THE, e os dois deixaram. THE conseguia claramente ver uma garota de aura azul, com feições orientais e trajando roupas de ninja. Ela estava sobre um telhado ao longe, virada para a sua direita. THE quase podia acreditar que ela não os havia notado. Mas, depois de alguns segundos, ela olhou diretamente para ele, com uma expressão tão fria que o fez recuar alguns passos. - Ela... Sabe que estamos aqui.

Lizzie olhou pela fresta preocupada, e sua expressão se tornou visivelmente sombria, mesmo que apenas sua aura azul estivesse presente.

– Volte ao seu corpo. Você tem que sair daqui agora!

– O quê? Não posso sair assim do nada...

– Você precisa, THE – Lizzie quase gritou – ela está vindo, e está armada com uma lança. Ela pode acabar com você.

– M-as eles não estavam esperando?
– Estavam – disse Henry. - Mas chegou a hora que eles aguardavam. Eles vão agir. Temos que fugir o quanto antes! Quando você voltar ao corpo, não nos verá mais. Acorde Angel e nos encontre no museu. É o melhor ponto entre sua casa e nosso esconderijo. Você precisa ser rápido, THE. - Dizendo isso, ele passou o braço pelo tórax de THE e a aura se desfez.

THE acordou de súbito com um pouco de falta de ar. Ele se levantou rapidamente. Olhou pela fresta, e percebeu que a garota se aproximava depressa.

~

Eu estava voltando da cozinha, indo em direção ao meu quarto. Estava quase em frente à porta de THE quando ela se escancarou. Ele olhou ao redor até me encontrar.

– THE? O que houve? Você não estava...

– Temos que ir agora, Angel! Os ninjas estão vindo.

– O quê? Você não pode estar falando sério...

– Temos que encontrar Lizzie e Henry no museu. Eles vão saber o que fazer.

– No museu?

– Angel, me escuta, não temos mais tempo! Temos que ir agora mesmo!

– Ao menos pegue o casaco. - Foi tudo o que consegui dizer.


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Notas finais do capítulo

As coisas estão começando a esquentar por aqui, hein... Não deixe de acompanhar. Mas fala aí, como você está? Tá tudo bem? Tudo de boas?



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