Happy B-Day Luiza-chan escrita por JSchiatti, RedLily


Capítulo 1
Azusa - Life Teacher


Notas iniciais do capítulo

Para uma pessoa incrível!
Espero que goste, e boa leitura ♥
P.S.: Justiceira, agora você tem o dobro de girl power, uh? e.e AHUSHA



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Era um beco escuro.

Um breu. Um véu negro.

E ali dentro estava uma garota. Não uma qualquer. Ela tinha força, era ágil, hábil e de uma esperteza absurda. Ela sabia desviar todos os golpes, ela sabia vencer todas as batalhas. Quando se é determinado, não existem empecilhos. Quando se quer algo tão ferozmente, nada é capaz de combater tal força.

— Vocês estão esperando o quê? Andem. O quê é de vocês repousa por aqui. O quê é de vocês está aqui, nas minhas mãos. — ela levantou as duas mãos. — a morte justa é de toda e total responsabilidade minha. Vocês vão pagar. E devem saber disso. — ela sorriu. — Ninguém comete todos esses crimes e sai impune. E eu sei que vocês não tem medo algum da polícia, mas deviam me temer. Eu sei fazer estragos maiores. Sei quem merece ou não morrer. Eu não tenho piedade, meus caros. E comigo não há segunda chance. — os olhos castanhos da garota pareciam faiscar. Ódio, dor, revolta, raiva. — É arrogância minha querer o bem dos que são bons. Mas eu não me importo. — a roupa de couro negro pareceu cintilar com tais palavras. Os cabelos esvoaçavam em volta do rosto numa expressão de desprezo e ameaça. — É a última vez que falo: saiam daí agora. Vocês tem medo de mim? — provocou, sabia que eles deveriam temê-la. Mas também sabia que eram estúpidos, de uma inteligência tão incrivelmente pequena quanto a de um acéfalo.

Ela conseguiu o efeito desejado, e cada um dos cinco malfeitores saíram hesitantes de onde se escondiam, atrás das caçambas de lixo dos becos, de lixeiras e de uma velha carcaça do que um dia foi um carro.

— Você fala demais. Estúpida. — o líder do bando, o mais impetuoso e mais valente começou, pegando um cano de ferro e dando um passo em direção à garota.

— Uh, temos um corajoso por aqui... — se aproximou, tão rápido que mesmo sendo humana nenhum dos olhos humanos ali presentes pareceu perceber. Tantos anos aprendendo, tantos anos de profissionalismo e de aperfeiçoamento, aquilo rendeu-lhe um talento invejável na arte de matar. Ela ficou atrás do homem fedorento tanto por dentro quanto por fora, sujo, imundo e condenado ao inferno, planejando como seria sua morte. Então ela pegou sua adaga e num piscar de olhos cortou-lhe a cabeça, que caiu no chão em menos de um milésimo. Sangue jorrando e molhando o chão seco e antigo. — Boa viagem até as moradas de Satanás, querido. — ela deu um sorriso sádico, se virando para as próximas vítimas. — Então... Quem quer fazer companhia ao amiguinho primeiro? — aquele sorriso sarcástico tomava conta de seu rosto novamente. Impetuosa. Ela não temia ninguém. E também sabia que não precisava disso. Ela não precisava e não queria, porque o único verdadeiro perigo era ela própria. Tinha certeza disso.

Um por um eles foram se aproximando, até ela estar totalmente cercada. Mesmo que só de forma ilustrativa. Ela sabia sair dessa, sempre tinha um plano e sempre sabia todos os golpes.

Foi então que ele apareceu, na frente dela. Um garoto que parecia ter sua idade, mais alto que ela. Simplesmente aparecera ali. Sem mais nem menos. Como se tivesse vindo do ar.

Fechou os olhos tendo certeza da dor. Dos golpes, dos chutes, dos socos que lhe proporcionavam aquilo que mais amava. A dor que gerava o esquecimento. O quão maravilhoso era aquilo... Ele acreditava que com uma nova dor ele se esqueceria das antigas, que com novos cortes se esqueceria das cicatrizes do próprio coração. Ele deveria procurar a cura.

Mas para ele a dor era a cura. E ninguém nunca quis lhe provar o contrário, ninguém nunca o convencera e tinha certeza de que jamais convenceriam. Era a única coisa da qual tinha certeza, ninguém poderia tirar isso dele.

Os bandidos não pensaram nem duas vezes em socar o garoto, que ria loucamente enquanto sangue escorria por sua testa.

— SEU IDIOTA, O QUÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? — se descontrolou, sentindo uma dor profunda ao vê-lo daquele jeito. Quando as pessoas estão com raiva, mesmo tendo em mente algum objetivo, elas sempre querem destruir o quê estiver na frente. Querem saciar a própria dor com a dor dos outros. Sem se importar se a pessoa merece ou não. Fazem tudo tão cegamente, de forma tão moribunda. Às vezes nem objetos saem sem serem quebrados.

Seu coração pode estar quebrado, mas o quê as pessoas precisam entender é que não há ninguém que tenha culpa disso. Nem o universo. Foi escolha sua, o quê você plantou.Caso não, foi para fazer você aprender uma lição.

Logo ela empurrou cada um dos bandidos, que com sua força, a força do desespero praticamente sobrenatural, bateram na parede do lado oposto do beco. Puxando o menino machucado para trás de si.

Gostava de usar adagas, de sentir que a morte proporcionada à cada uma das pessoas que causaram dor à alguém, que mataram algum inocente, que estupraram crianças puras, foi feita por suas mãos. Que o golpe deferido proveio dela, aquele gosto tão doce e viciante de vingança. Mas dessa vez, teve de pegar os revólveres, encontrados um de cada lado do quadril. Rapidamente ela atirou contra a cabeça dos dois homens que se encontravam no lado esquerdo, indo para os próximos dois com uma sequência de movimentos únicos.

— Boa viagem ao inferno pra vocês também, filhos da puta. — sem se importar com o palavreado, ela se virou rapidamente, preocupada com o garoto inconsciente. — Que raios você foi fazer ali, imbecil?

Ele gaguejava, a visão turva, vendo apenas a silhueta de uma garota de pele pálida à luz do luar e cabelos castanhos alaranjados.

— Um... Anjo...? — ele sorriu, debilmente, até a visão ficar totalmente imersa na escuridão.

Sem saber para onde o levar, decidiu que não deixaria o estranho dormir naquele beco. Seu dever era proteger as pessoas, e ela sentiu a aura dele, teve certeza de que não era ruim. Tendo certeza disso, ela o protegeria a qualquer custo.

Fechou o casaco de couro, escondendo os coldres e junto com eles os revólveres e as adagas.

"Um... Anjo...?" Se lembrou das palavras dele, puxando-o para ficar em pé e entrelaçando o braço esquerdo dele em seus ombros, podendo assim servir como apoio para o desconhecido que não ousava se mexer ou dar algum sinal de vida.

— Só se for um anjo vingador, querido. Ou um anjo da morte. A escolha é sua. — ela sorriu, pegando o celular no bolso do casaco, chamando um táxi rapidamente e realizando outras ligações.

Num percurso pequeno, logo ela chegou em seu apartamento, onde um amigo havia conseguido hackear o sistema, abrir o portão e ainda apagar as câmeras até quando chegou no apartamento às pressas.

— Andrew, sério, não sei nem como te agradecer. — ela ligou para ele enquanto depositava o desconhecido no sofá e preparava um chá. — Obrigada, de verdade. — ela acabou de colocar o açúcar no chá de erva-doce, jogando a colher na pia e bebendo, olhando para o adormecido ensanguentado que estava no sofá. As palavras do amigo pareceram ser deletadas e se transformaram em nada, somente barulhos incoerentes no próprio ouvido. — Tenho que ir, até mais. — desligou, se ajoelhando ao lado do sofá. — Sei do quê precisa. — se levantou rapidamente, pegando algumas toalhas, metade secas e metade ligeiramente úmidas. Calmamente ela limpou os machucados do garoto, secando-os em seguida. Fez alguns curativos e deu alguns remédios, como fazia consigo mesma quando acabava com algum dano em suas batalhas diárias.

— Oh querido, porque você foi até lá? — suspirou. — Okay, agora você só precisa de um bom lugar pra dormir. Esse sofá está... — o sofá manchado de sangue e da roupa que ele usava, suja daquele beco imundo, pareceu ainda mais negro do que já era. — simplesmente terrível, e eu não vou deixar você dormir num lugar assim... E nem dormir com essas roupas.

Ela pegou suas roupas de cores únicas e opacas, as mais largas de todas, e o trocou, com um pouco de dificuldade e constrangimento.

Agora o próximo passo era levá-lo para o próprio quarto. Ela apoiou seu braço nós próprios ombros e rapidamente deitou-o em sua cama, ofegante.

— Por que raios você precisa ser tão mais alto e tão mais pesado que eu? — disse, tentando recuperar a respiração. Observou ele por alguns segundos, cobrindo-o com as próprias cobertas e o arrumando na cama. — Me perguntou se era um anjo, mas... Será que o anjo não é você, querido? — sorriu, passando a mão levemente em sua bochecha direita. Era tão angelical, transmitia tanta pureza. Um anjo a dormir. — Tenho que ir agora. — ela beijou a testa do garoto, desligando a luz no interruptor ao lado da porta. — Melhoras, durma bem. — fechou a porta, devagar. Desligou todas as luzes, pegou uma muda de roupas que achou na sala, escovou os dentes, se enrolou na manta que estava em cima do sofá e logo adormeceu.

Foi como se seu humor tivesse mudado depois de fechar aquela porta; parecia tão taciturna.

Se perguntava porque o garoto tinha algumas ataduras em volta do pescoço e dos pulsos quando adormeceu.

***

O dia amanheceu, e com ele, pareceu levar tudo que a noite sombria tinha trago. O único lembrete era o pequeno embrulho de vida que respirava calmamente entre seus lençóis limpos e macios.

Luiza, abrindo os olhos tranquilamente ao reconhecer a luz do sol que adentrara o recinto, demorou um pouco para se recordar da noite anterior, e de que estava acompanhada.
Quase que automaticamente, ela seguiu até o quarto, onde o visitante parecia dormir pacificamente em sua cama.

Como se fosse quase magnético, silenciosa e cuidadosamente, ela andou até ficar ao lado do garoto. Sua pele era pálida, e ela sabia que estaria gélido mesmo sem tocá-lo.

Se via curiosa novamente sobre as bandagens que envolviam seus magros braços. Dependendo do tipo de ferimento ela poderia tratá-lo ali mesmo. Talvez, num futuro próximo, não precisasse mais delas.

E foi com esse intuito, — além da curiosidade extraordinariamente grande — que seus músculos quase num impulso elétrico resolveram retirá-las dali. Curá-lo, mesmo que possivelmente não tivesse culpa sobre aqueles ferimentos.

Ela colocou os dedos finos e cautelosos sobre a primeira tira da bandagem, começando a girar e retirar a tira do local.

— Por que... Você... Me deixou vivo? — ele a segurou, pelos braços, fazendo com que seu coração batesse de forma descontrolada e soltasse as bandagens.

— Porque não quero que nenhum inocente morra pelas mãos daqueles desgraçados. Eu simplesmente não quero que pessoas sem culpa feito você tenham um final tão bruto e desonrado, súbito e triste. — tentou conter a surpresa, mas os olhos brilhavam com um tom aturdido.

— Se acha que meu final será desonrado... Considero que a morte por suas mãos será a hipérbole da honra. — ele puxou a garota, fazendo-a ficar sobre si. — Me mate... Me rasgue... Me perfure, me faça sangrar... Me faça sentir, e me faça sentir vivo. Me dê provas de que estou vivo. — ele sussurrou ao seu ouvido, calmamente.

Ela tremeu da cabeça aos pés com o ato.

— Então era por isso que estava rindo? Por gostar de sentir dor por se sentir vivo? — ela o olhou, indignada. — Existem milhões de maneiras de se sentir vivo. Amar alguém, ser amado. Ver o nascer do sol com alguém que é importante pra você. Dançar e cantar alguma música que você gosta. Rir com pessoas que você gosta. Estar com quem ama. Pular de paraquedas, ser surpreendida... Brincar de guerra de comida, conhecer novos lugares, tomar banho de chuva, correr descalço numa floresta...

Os olhos dele eram melancólicos, levemente mais tristes depois que começou a ditar tudo o quê achava que lembrasse alguém de estar vivo.

— Ainda não fez nada disso? — os olhos castanhos cintilaram, surpresos.

— Não...

— Eu não o matarei.

— Por que? — ela poderia se perder em seus olhos lavanda.

— Por que você ainda não viveu.

— Mas se me matar... Me sentirei vivo como nunca antes... Por favor... Acabe com isso.

— Não sem antes te mostrar o quê é viver. Quero que sinta como é estar vivo de verdade. Com lividez. — ela olhou para as bandagens. — você faz isso consigo mesmo, não é? Para se sentir vivo.

— É a única hora do dia... Em que tenho certeza disso.

Ela sorriu.

— Qual o seu nome? Me chamo Luiza.

Os olhos dele se arregalaram levemente, surpresos.

— Azusa. Azusa Mukami

— Sem formalidades por aqui, querido. — ela riu.

Ele chegou mais perto, quase encostando o nariz no da garota. Seus olhos eram grandes, mas transmitiam um vazio e uma tristeza profunda. Os dela eram curiosos, cheios de vida. Ela tentaria à todo curto transformar o olhar dele em algo tão alegre quanto o amanhecer.

Salvaria aquela vida, aquela era sua principal missão depois de toda aquela conversa. Depois de simplesmente olhá-lo.

— Não deveria fazer isso consigo mesmo. Isso é o quê eles querem.

— Eles... Quem?

— As pessoas que te feriram.

Naquele momento eles não precisavam de palavras, apenas o olhar daqueles dois transmitia tudo. Era inegável que havia algum laço invisível entre eles, como a união de duas almas que antes não sabiam se pertencer.

— Você ainda tem muito o quê aprender... — ela soltou uma pequena risadinha. — E eu posso começar com a primeira lição. — ela segurou de leve o queixo dele, fazendo-o olhá-la mais profundamente. De uma forma estranha, ela não estava intimidada em estar sentada sobre seus quadris. — Faça o quê tiver vontade, quando tiver vontade. Não tenha medo da verdade, ou da liberdade. Seja insano. Assim viverá intensamente.

Seus olhos pareciam impressionados, e talvez tivesse até transmitindo certa admiração pela garota.

— A segunda lição pode ser um pouco difícil pra você, uh?

— Não há nada difícil para mim. — disse, indiferente.

— Mostre que aprendeu a primeira lição. Não pense nos prós e nos contras. — passou enfaticamente. — Me ame. E tenha certeza do meu amor por você. — afirmou, de forma imprudente, repleta de certeza.

— E-existe... Mais alguma lição? — perguntou um pouco corado, ligeiramente constrangido.

— Terceira lição: mostre que eu sou uma boa professora, e me dê a chave para mostrar à você a infinidade da vida. Me dê a chave para fazer você se sentir vivo. Apenas me dê essa chance. Não pense muito. E se tiver vontade, se realmente me ama, se tem sede de vida, se quer viver... — ela fechou os olhos, tranquilamente. — Me beije.

Ele hesitou por um momento.

Mas nunca se sentiu tão vivo colando aqueles lábios nos seus.

E aquele foi só o primeiro passo.

***

Meses depois, Azusa havia sido mudado de uma forma irreversível. Nunca poderia acreditar que ela estranha mudaria sua vida, que a amaria tanto, que viveria tanto

Eles viram o nascer do sol, eles cantaram uma boa música, e também dançaram. Eles riram, conheceram novos lugares, se banharam juntos em uma chuva torrencial... Tudo aquilo pareceu acender uma chama dentro dele, o fez sentir coisas extraordinárias, sentir o mundo.

Nem ele próprio se reconhecia. Os olhos tinham um tom alegre, expressavam vida. As bandagens iam aos poucos se tornando escassas, e os cortes antes grandes, cicatrizes.

le estava dando seu adeus à Justin, Melissa, e Cristina. E não se sentia nem um pouco triste com isso.

A coleção de facas não era nada mais, nada menos, que um objeto de decoração. Depois de tanta luta, tanta insistência, ela o convenceu de que deveria abrir mão da desistência.

Aquela que antes costumava definir sua existência, sua essência. Que o destruía, e fazia ele se auto-destruir. Aquela era a marca de que ele estava desistindo de si próprio. E com ela, essa marca sumiu. Porque ela era quem o fazia levantar de sua cama todos os dias, ela era quem o fazia lutar. Ela era quem o fazia viver.

Havia colorido sua vida de uma forma inexplicável. E tudo o quê antes eram sombras, escuridão, tomou forma e se tornou as mais belas flores e cores. Se tornou a mais bela canção. A mais bela obra de arte.

Era tudo culpa dela. Era tudo por ela.

Sua vida tinha um nome, e se chamava Luiza. Todos os dias ele a envolvia em seus braços e a lembrava de que ela era tudo o quê importava, tudo o quê mais amava. E ele a amava sim, e a amava tanto que simples palavras não pareciam conseguir descrever. Por isso ele sempre a presenteava, não só com flores, ou com palavras, poemas, ações. Ele tentava a surpreendê-la em todas as oportunidades. Porque ela o fazia feliz, e ele dava seu máximo para fazê-la também.

— Adivinha quem é? — ele sentiu seus olhos serem cobertos por mãos pequenas e delicadas.

— Lu-san! — disse, alegremente, se virando e a abraçando, sem se importar com as panquecas que fazia para o café da manhã à dois.

— Ohayo. — ela disse, ligeiramente surpresa.

— Feliz aniversário! — o mesmo tom alegre o invadiu novamente, enquanto ele a apertou ainda no abraço caloroso. Ela beijou sua bochecha e foi se sentar, vestido uma pequena camisola vermelha. Ele voltou a prestar sua atenção nas panquecas, desligando o fogão e as colocando sobre o prato mais colorido da casa. Na mesa existia um grande vaso de rosas vermelhas, onde ela havia procurado algum bilhete, sem sucesso. Ele levou o café, as panquecas, e os pequenos cupcakes que ela mesma o havia ensinado a cozinhar. Havia acordado cedo para que tudo estivesse perfeito quando acordasse. Apenas gostaria de poder ter levado o café da manhã até sua cama, mas ela foi mais rápida.

— Tudo isso é pra mim? — ela sorriu vendo todos os preparativos, ele foi até a geladeira, pegando uma vasilha coberta até a boca de brigadeiro, onde haviam alguns confeitos coloridos sobre, além de pequenos pedaços de morango.

— É... Acordei cedo pra fazer tudo isso. — o rosto dele corou ligeiramente.

— Você sabe que não precisava de tudo isso, Az-chan. — ela se levantou e tomou os lábios dele nos seus. Quando ele se sentou, ela se sentou em seu colo, na vertical.

— Eu... Queria que você fosse até minha casa hoje. O quê acha? — ele a olhou, docemente.

— Eu topo! — ela sorriu. — E... Nós podemos começar pelo brigadeiro? — fez beicinho, fingindo um olhar de súplica. Riu depois disso. Mas ele continuou a fitando com um pequeno sorriso sem dentes nos lábios.

— O quê foi? — ficou um pouco confusa.

— Nada. — ele disse, mas ela sabia que mais tarde, se realmente tivesse algo a dizer, ele a contaria.

Então ela pegou uma colher que estava sobre a mesa e mergulhou no chocolate.

— E aí? Quem quer tomar banho de chocolate hoje? — sorriu, travessa. Ele tomou a colher de suas mãos.

— Acho que essa arma agora é minha, justiceira. — sorriu, tão travesso quanto a garota. — Sempre tive vontade de fazer isso... — ele sujou a boca da garota, espalhando o chocolate cuidadosamente sobre seus lábios. Ela ficou parada, surpresa, com os olhos ligeiramente arregalados. Ele a beijou com desejo e cuidado. Um beijo com gosto de chocolate. Porém nem de longe chocolate seria melhor comparado à ele.

Ele recuou e os olhos dela brilharam, luminosos de felicidade. Eles comeram todo o banquete e ao final, Luiza saiu da cozinha para se trocar.

Mas quando estava quase chegando ao corredor que a conduziria para o quarto, escutou algo.

— Lu-san? — ele a chamou, secando o último prato, de costas para ela.

— Sim? — ela se virou e andou alguns passos, chegando até metade da cozinha.

— Eu... — ele pausou pôs o prato sobre o escorredor. — Aishiteru. — de forma envergonhada ela pronunciou as simples palavras, abaixando de forma quase imperceptível ao se virar, olhando-a como se fosse a coisa mais preciosa já existente.

— Aishiterumo, Azusa-kun. — ela ficou de frente para ele, e ele beijou o topo de seu nariz, sua bochecha, e de forma quase magnética, foi até sua boca, entrelaçando seu cabelo em suas mãos e começando um beijo caloroso. Ele a apoiou contra a bancada, foi seguindo seus instintos que ela entrelaçou suas pernas em seus quadris. Ela se distanciou um pouco, ofegante. Mas depois o beijou de novo, sem conseguir aguentar a distância que os separava. Era tão feliz aquele beijo, fazia crescer dentro de cada um uma chama, uma flor, o mais belo poema. Pintava tudo dentro deles, os fazia perceber que sempre pertenceriam um ao outro.

— Vá se arrumar, hoje o dia será cheio... — ele sorriu, colocando-a no chão com cuidado.

— Eu... Vou, então. — sorrindo, ela se virou para ele, antes de seguir corredor adentro e ir até o próprio quarto.

***

— Supresa! — ele tirou a venda, fazendo-a ver uma enorme coleção de facas.

— Caramba! Não imaginei que seriam tantas quando você comentou sobre elas. — os olhos de Luiza expressavam surpresa, admiração. — Isso é... Perfeito. — ela pôs a mão direita sobre o vidro, prestando atenção em cada uma das facas ali dentro.

— Você pode ter qualquer uma... É só escolher.

— Mas... Mas, elas parecem custar uma fortuna cada...

— Comparadas à você... Lu-san, elas não valem nem um centavo. — ele abaixou o rosto, um pouco, um ligeiro tom de vermelho pintando-o. O mesmo tom de vermelho preencheu o rosto da garota.

Depois de algum tempo ela simplesmente abriu a porta de vidro e retirou uma linda faca de dentro da cômoda, prata e incrustada com pequenas pedras negras, que pareciam como o reflexo de seus olhos.

— Agora... Ela é sua. — o garoto sorriu. — Todos que morrerem por suas mãos, vão ter um pouco de mim, e de você quando usá-la. Todas as mortes justas serão honradas, pois serão feitas por suas mãos. Essa faca, simboliza nosso amor. Porque ele é tão lindo, fatal, e indestrutível quanto ela. Ele é tão forte quanto você, e é tão lindo quanto o ligeiro contorno no canto de seus olhos quando sorri. O brilho de curiosidade que sempre brilha em seus olhos. Se uma única pessoa pudesse ser um anjo, Luiza, você seria a minha maior suspeita. Você é a minha melhor escolha, minha melhor insanidade. Obrigada por me salvar, por dar algum sentido para minha vida, e por tornar-se minha vida. Escolhi essa faca como carta, porque nesse objeto, você é a única pessoa que conseguiria ler as entrelinhas. E eu espero que goste, desse pequeno presente que pode ter um significado enorme. E um significado só nosso. — ele a envolveu em seus braços.

Ela entrelaçou seus braços em seu pescoço. — Você é minha... Minha... Só minha. E eu... Você sabe que sou seu. — ele sussurrou em seu ouvido, depositando um beijo terno em seus lábios. — Você é minha felicidade.

Aquele dia não poderia ter sido melhor.

E aquele amor? Bem, ele não poderia ter sido maior.


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