Back Together escrita por Cahmy


Capítulo 15
Reconquista - Terceiro Dia


Notas iniciais do capítulo

Está aí, um cap. bem quentinho para vocês >3
Desculpem-me pelo sumiço pessoal. Vou explicar: Surgiu uma viagem de férias com minha família, por isso estive ausente.
Quero também agradecer imensamente minha querida Larissa, que me deu a honra de ter a primeira recomendação de B.T
Muito muito obg !!!!



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Mas ao ver Katniss parada em sua porta, o encarando com seus olhos cinza, ele parou. Sua expressão preocupada deu lugar a uma seca e fria.

– O que você faz aqui?

Na imensidão negra da Padaria, era a imagem de uma ruína acanhada e apreensiva que se sobressaía. Muda, apenas o mirava com o ar descrente como que procurando alguma explicação. No íntimo, sabia que estar ali não era o melhor a se fazer e também tinha plena consciência de seu súbito impulso, nem ela entendia o porquê de sua presença. Mas, sabia que um incompreendido sentimento de desespero lhe veio e arrematou seu corpo em cheio. E por isso, reincidentemente, todo o seu ser foi levado por uma força propulsora interior, e quando percebeu, estava ali, estática como uma tola, pensava.

A dolorosa pouca distância que os separava, foi rompida pelos frios passos do garoto do pão em sua direção. Katniss, imediatamente, sentiu o coração dar sinais de vida. Ele parou em sua frente, fazendo-os ficarem a poucos metros longe um do outro, com os braços cruzados.

– Katniss, o que você está fazendo? – ele indagou mais uma vez, cravando-a secamente.

Ela viu sua boca secar quando sentiu toda a sua penumbra de frieza a invadindo. Uma intempestiva sensação de raiva fez seu corpo arder em chamas. Katniss respirou intensamente, como que possuindo de todo o ar que precisasse para viver. Enfim, teve forças para falar.

– Eu quero saber – respondeu-o. Ela deu mais um passo, cessando ainda mais o espaço entre eles. Não teve receio de encarar seus confusos olhos azuis, buscando uma resposta.

– Eu não estou entendendo, Katniss. Você quer saber o quê? – O garoto do pão falava impassivelmente, o que a afligia ainda mais.

A garota em chamas sentiu um fluxo de inquietação se formar e ascender buscando algum espaço nela. Soltou um leve riso, com desdém, e o encarou ainda mais fundo.

– Saber por que você me trata assim. Essa... Maldita frieza. – respondeu-lhe em um único fôlego.

Ele gargalhou.

– Eu estou sendo frio?

De súbito, ela sentiu que ia explodir em raiva.

– Idiota – disse - É por causa do beijo? Se for por isso, eu posso explic... – a voz de Peeta a interrompeu.

Sua mão direita agarrou o punho de Katniss, bruscamente, surpreendendo-a. Ele não a machucava, mas segurava forte o bastante para que ela não fosse capaz desvencilhar-se dela.

– Eu já disse, nós não temos nada – sua íris dilatava, deixando seu inerente azul para trás. – O único frio aqui foi você.

– Mas o quê... – tentou falar, mas ele novamente a interceptou.

– Eu pensava que depois de tudo, Katniss, eu... Realmente pensava que você era minha. Eu estava pronto para lutar por você. Vencer minha maldita cabeça, a mesma que me torturou depois de que viu vocês dois. A mesma que me machuca toda vez que te olho. Eu queria reprimir isso tudo, Katniss, para ficar com você. – Peeta a olhava intensamente, como a pedir-lhe que fosse embora e ao mesmo tempo como que pedisse algum tipo de elucidação. Seus olhos azuis já estavam inundados com a mais das dolorosas das águas.

Katniss buscou desesperadamente ar para respirar, pois tudo o que tinha, já havia se extinguido. Por um momento, ela fechou os olhos, tentando lidar com a agonia daquelas palavras. Havia uma caótica fusão de sentimentos. Mas, principalmente sentia culpa.

Entreolharam-se um contra o outro por um instante, e finalmente ele soltou o braço de Katniss. Cogitou balbuciar algo, mas desistia. Sentia que tudo estava perdido, e que nenhuma justificativa aliviaria se quer a dor do momento.

– Me desculpe. – disse Peeta, inexistente.

A garota em chamas abandonou-o na escuridão, deixando-o sozinho, com uma inevitável lágrima descendo em seu branco rosto. Porém, antes que fosse embora, ela, já na metade do caminho, voltou-se o corpo e o cravou por instante, mas ao chegar a porta, sabia que nada poderia fazer.

–---

Katniss passou o resto do dia alheia ao mundo à sua volta. De noite, ela adormeceu, com a cabeça apoiada em um travesseiro já úmido de suas lágrimas.

–---

A trepidação dos raios de sol acordaram Katniss. Rapidamente, as recordações do dia anterior lhe vieram à mente. No entanto, estava cansada demais para persistir pensando nisso mais uma vez. Sua cabeça estava duramente pesada, fazendo-a soltar gemidos a cada movimento que dava para sair da cama. De repente, ela lembrou-se o que aconteceria no dia de hoje.

Era o dia da homenagem.

A angústia lhe veio instantemente como um fardo, comprimindo cada vez mais seu peito. Então, ela se levantou e desceu.

Havia somente Effie na cozinha.

– Bom Dia, querida. – cumprimentou, animada. – Hoje é o grande dia.

Suspirou.

– Infelizmente...

– Katniss! – reprimiu – Não fale assim.

A garota em chamas se sentou.

– Tome seu café, e depois venha ao meu quarto. Tenho algumas pessoas que querem te ver. Coma rápido.

Enfim, ela havia terminado sua refeição. Inevitavelmente, não percebeu algum rastro de Peeta.

Ao adentrar o bafônico quarto de Effie, deparou-se com um grupo de cinco pessoas a olhando vibrantemente quando entrava. Toda aquela situação a fazia recordar dos velhos tempos dos Jogos. Um embrulho lhe veio no estômago.

– Katniss, esses são meus velhos amigos da Capital, que vieram me ajudar com você. Vem querida, não temos o dia todo!

As horas se passavam lentamente. Contaram-lhe as unhas, aparam sua sobrancelha e lhe maquiaram, assim como arrumaram seu cabelo.

No fim, estava exausta.

Ao olhar o produto final, Effie esboçou um largo sorriso, de orelha a orelha.

– Você está... Linda. – explanou em meios a suspiros.

A garota em chamas esboçou um suave sorriso de canto de boca, cansada.

– E quanto ao vestido? – perguntou.

Sua amiga foi até o guarda-roupa com entusiasmo e abriu a porta deste. De lá, tirou um vestido dourado.

Os olhos de Katniss brilharam ao se encontrarem com este.

Era um vestido longo e justo. Suavemente, pequenos cristais áureos compunham toda a extensão do vestido, como se formasse um só vasto tecido de cristal. Discretamente, um decote se revelava no seu topo.

– Não sou o Cinna, mas fiz o meu melhor. – falou, enquanto tirava o vestido de lá, entregando-o para ela.

– Oh Effie, está... Maravilhoso.

Ela por fim o vestiu, e quando se olhou ao espelho, mal acreditou que aquela figura diante de si, era realmente sua.

Seus negros cabelos estavam presos em um penteado meio preso. Nele, minúsculas pedras brilhantes enfeitavam toda a sua extensão. Uma leve maquiagem estampava seu rosto, realçando sua beleza morena. E por fim, o vestido abençoava toda a sua forma feminina, evidenciando suas curvas. O discreto decote do vestido revelava um lindo seio, uma visão do paraíso para qualquer homem que olhasse. Seu corpo já assumia um aspecto mais robusto.

Effie a olhava com encanto, faltavam-lhe palavras para descrever o que seus olhos viam naquele momento.

– Querida, está tão linda...

– Obrigada Effie, por seu esforço nisso. – Katniss, sentiu necessidade de abraçá-la e assim fez.

Uma lágrima de emoção veio ao rosto de Effie.

– Por nada, Katniss. - disse ao seu ouvido. - Bom, está na hora de ir.

–---

Katniss, acompanhada de Effie, adentrou o luxuoso veículo providenciado por Paylor, em direção á praça principal.

Chegando à janela, seus olhos cinzentos refletiam a luz. O distrito nunca esteve tão iluminado como neste dia. Refletores estavam estrategicamente postos à borda das ruas, dando um aspecto tão claro, assemelhando-se ao sol.

Enfim, depois de alguns minutos, as duas chegaram ao local de destino.

A praça, que anteriormente era relativamente simples, agora assumia um aspecto tão luxuoso, que era impossível de reconhecer tal local.

Mas o que chamava mais atenção era o grande telão que estava ali, posicionado ao meio da praça. Um súbito embargo lhe veio, ao olhar aquilo.

A praça era grande, o que deu espaço suficiente que várias cadeiras ocupassem confortavelmente a região central dali. Cada cadeira havia em seu assento, o nome de seu respectivo ocupante. Na primeira fileira, estava a de Katniss, à sua esquerda era a de Peeta. Ao se deparar com tal posicionamento, sua boca secou ao imaginar-se ao lado do garoto do pão.

O local estava devidamente cheio, assim como os olhares que cravavam Katniss. Sua beleza morena chamava um poço de atenção de todos, primordialmente, dos homens. Sim, naquela noite, ela estava realmente bela.

Ulteriormente de alguns poucos minutos, Haymitch e Peeta, emanaram ao local. Impreterivelmente, uma inexplicável força dentro deles, fizeram seus olhos se encontrarem. Ele viu-a por um lapso, desconcertado com sua aparência. Já tinha noção de sua beleza, mas nesta noite, estava indefinidamente bonita. Seu coração atingia uma pulsação feroz, era inevitável. Ele se recriminava mentalmente por sentir aquilo, e tentava internamente, com todas as suas forças controlar seus impulsos.

Seus olhares fulguraram um ao outro.

Peeta sentou-se ao seu lado. E depois disso, em nenhum momento viraram a face para o flanco. Era como uma tortura, estarem tão perto um do outro, e simultaneamente, tão distantes.

E quando ele discretamente mirava seus olhos nela, via o desenho de seus carnudos lábios esculpidos pela suave claridade filtrada pelas luzes do ambiente. E ela, inalava seu doce cheiro, que tanta sentia falta. E ao roçar fragilmente seu braço no dele, suas chamas ascendiam ao seu corpo. Os finos pelos dela se eriçavam ao seu toque.

Logo depois, Gale chegou. Sentou-se à sua direita.

– Está linda, Catnip. – disse, sussurrando discretamente.

Enfim, no palco, a figura da presidente Paylor se manifestou. Férvidas palmas romperam de toda a extensão da Praça Principal.

– Boa Noite. – a feminina grossa voz da Presidente ecoou pelo local. – É um prazer estar nesta noite tão especial com todos vocês.

Mais uma vez, uma forte onda de palmas.

– Obrigada. – falou, movendo as mãos, pedindo silêncio. Enfim, os ânimos acalmaram-se, e então tudo estava calmo. – Estamos hoje aqui para comemorar uma data muito notória, o aniversário de um ano do fim dos Games. Obviamente, tal feito não seria possível sem a ajuda decisiva de nossos colaboradores, Peeta, Gale e nossa garota em chamas, Katniss.

Katniss não estava minimamente confortável com a situação. Apenas sorria falsamente, para aqueles que riam e olhavam para ela. Em sua mente, havia um relógio, contando os segundos que faltavam para tal evento ter sem fim. A Presidente Paylor explanou um par de coisas, tais como o significado do fim dos Games e sobre o futuro dos distritos. Para ela, nada daquilo tinha mera importância, aliás, aquele discurso não era inédito, já algumas vezes ouvira as mesmas palavras nos seus pronunciamentos oficiais.

Mas, foi o anúncio de um filme, que lhe chamou a atenção. Agora, entendia o propósito do enorme telão. Era uma espécie de retrospectiva dos últimos anos. Havia imagens dos jogos e da Revolução. Katniss ruborizou quando em certo momento, o vídeo deu ênfase aos amantes desafortunados. Ela, pela primeira vez, virou sua cabeça para o lado, e viu Peeta cravando o telão, preso a aquelas imagens. E depois daquilo, seu coração apertou ao ver Finnick.

Porém, de súbito, a imagem de uma jovem menina de cabelos loiros invadiu a tela. Era Prim.

E ali estava, na tela, sorrindo com toda a vivacidade que tinha.

E em Katniss, um espesso sentimento de desespero a acometeu ao coração severamente. Estar diante da imagem de sua falecida irmã, era uma recordação excruciante e injusta demais para se sujeitar. Ela daria o mundo para ver o rosto de Prim mais uma vez, e estar ao seu lado. Faltava-lhe ar e fôlego. Não tinha forças para desprender seu corpo da cadeira.

E, quando, sentia que ia explodir em lágrimas, uma mão correu a sua e agarrou-a, levando-a com pressa para fora dali..


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Não se esqueçam de comentar e dizer o que vocês acharem,
beijoss



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