Back Together escrita por Cahmy


Capítulo 14
Reconquista - Segundo Dia


Notas iniciais do capítulo

Está aí, um novo cap. bem quentinho pra vocês
Boa Leitura
Beijos



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Ele viu-os, como em um lapso breve, seus lábios unidos. Peeta fechou os olhos por alguns segundos, que mais pareceram dolorosos minutos, tentando compreender o que seus olhos haviam visto. Mas cada vez que sua mente registrava e voltava naquela imagem, ele sentia sua compreensão e sanidade se distanciando, tal como os lábios deles, ao ouvir o rubor do movimento da entrada de Peeta.

Katniss, quando se deparou inesperadamente com a entrada do garoto do pão, sentiu-se como uma criminosa pega em flagrante, ainda que o seu “crime” não tenha sido de sua intenção e querer. Sabia que se tivesse mais tempo, romperia sua boca de Gale e até mesmo, talvez, o tivesse o batido, pois, também sabia que seu beijo, era sim, somente de uma pessoa.

Agora, mesmo que tudo estivesse acontecendo tão rápido, ela sentia o seu mundo se movendo lentamente, o que tornava tudo ainda mais penoso. Seu coração atingiu uma pulsação feroz ao encontrar os olhos de Peeta, perplexos, os olhando duramente. Quis se justificar, sua boca abria para formar as palavras e sentenças, no entanto, nenhuma espécie de som saia dali, pois, apesar dos poucos momentos decorridos, já via que todo seu corpo se evaporando e desaparecendo ao caminho dele. Imaginava que no silêncio de Peeta, estavam escondidas suas próprias cogitações, e isso a rasgava por inteiro.

De súbito, o garoto do pão enfim tinha se movido. E então caminhou bruscamente na direção de Gale, que havia permanecido mudo durante todo esse tempo.

Isso não foi culpa dela, Peeta. – disse, com a voz firme. Ele deu um passo para frente, ficando de frente a frente com ele.

Friamente, ele mirava seu olhar em Gale. O garoto do pão estava com a mesma expressão ilegível de qual entrou. Na verdade, ele sentia todo seu ser ferver em fogo. Seu corpo estava como uma bomba na eminência de explodir. Cerrou os olhos por alguns poucos segundos e disse:

– Vocês não me devem nenhuma explicação, Gale. – ele parou e se virou para ela, olhando-a intensamente com dor. Ele hesitou em falar por um momento, mas cedeu. - Afinal, eu e a Katniss não temos nada, certo?

Aquelas poucas palavras golpearam-na como um tiro. Agora, foi Katniss que explodiu. Explodiu em lágrimas. E antes que ela pudesse se retratar, Peeta apressou seu passo, e saiu.

Porém, antes que fechasse a porta, ele voltou seu corpo para a garota em chamas e a mirou, como se fosse pela última vez. Depois, finalmente saiu dali.

–---

Peeta caminhou com fugacidade, como que procurando algum ar para respirar. Finalmente, chegou ao seu destino, que era a sua padaria. E ali, ele pode realmente tomar fôlego.

Brevemente, ele teve um delírio de sossego. Mas, cada vez que seus pensamentos voltavam no retrato dos dez minutos que se passaram, sua cabeça latejava severamente. Não era a primeira vez que havia visto os dois juntos, lembrava-se nitidamente quando Katniss o beijou no dia do açoitamento de Gale. Também, recordava-se do quanto havia doído nele.

Porém, agora era uma sensação diferente, e ele havia se apercebido disso. Sentiu uma agonia, como se lhe tirassem o ar que precisasse para respirar e viver. E pela primeira vez, sentiu seus pulsos ofegando para agredir Gale. Por pouco, não o fez.

Vê-los unidos fez, inevitavelmente, seu juízo combinou aquela imagem à revolução, que voltava ao seu telessequestro e nas memórias sobre Katniss.

Uma fagulha já estava acessa e trepidando. E então, o garoto do pão sabia o que lhe ia acontecer dali em diante, seus malditos flashbacks iriam ressurgir e voltar, torturando sua mente.

E assim se fez.

–---

Gale havia partido da casa de Katniss carregando junto a si suas justificativas. Como de esperado, ele falou um par de coisas, mas a garota em chamas não estava tão atenta assim. Se lhe indagassem agora sobre o que Gale tinha dito, ela não teria condições de responder realmente. E tudo isso era devido seus pensamentos, que não estavam ali no momento, mas sim em outra pessoa.

E depois de pedidos insistentes de desculpas, ele, enfim, foi embora. Katniss, supostamente, deveria ter ficado fervendo em raiva. Contudo, não foi isso que aconteceu. Ela simplesmente balançava a cabeça e permanecia calada. Sua expressão era como de alguém que estivesse em transe. Na verdade, o que lhe passava na mente, era aquela última frase dita por Peeta.

Afinal, eu e a Katniss não temos nada, certo?

Essas palavras ficaram cravadas no seu coração. Desde a saída de Peeta, sua cabeça martelava, sentindo a dor de cada letra.

E assim ela ficou por muitos minutos. Sozinha, alheia e engolida pela completa escuridão de madrugada, na cozinha.

Porém, o ruído inconfundível dos passos na escada de Effie a alertou.

Effie acendeu as luzes rapidamente, fazendo os olhos cinzentos de Katniss arderem.

– Querida, por que você estava sozinha na escuridão aqui? – pergunta, sentando-se na cadeira à frente.

– Nada Effie... – respondeu, com a voz quase inexistente.

Ela logo se apercebeu da estranheza de Katniss, e então uma onda de preocupação a atingiu.

– Você está bem?

Em nenhum momento a garota a olhou.

– Sim, estou. – correspondeu, novamente como um sopro.

O sol, enfim, revelava seus raios áureos com o passar dos minutos, deixando a casa reluzente com sua luz.

– Você comeu alguma coisa?

– Não...

– O Peeta trouxe os pães? – indagou Effie mais uma vez.

Aquilo foi o fim, Katniss já não tinha mais controle da lágrima que saia de seu olho esquerdo. Ela, num movimento rápido, secou-a com a mão. Mas Effie, astutamente, havia percebido.

– Querida, o que aconteceu? – perguntou preocupada, levando a mão á boca em surpresa.

A garota em chamas ergueu a cabeça lentamente.

– Eu... – tentou falar, mas o embargo em sua garganta já era mais forte.

Effie levantou-se e se sentou na cadeira ao lado dela.

– Me conte querida, vai ser até melhor para você. – falou, pegando na sua mão em carinho.

Katniss, intensamente, tomou fôlego e por fim foi capaz de falar.

– O Gale, ele me beijou. – as sobrancelhas de Effie se ergueram – E o Peeta – ela parou por um segundo e então continuou – Ele entrou bem no momento Effie.

O semblante dela estava meramente surpreso com que acabara de ouvir.

– E o que ele disse?- indagou com cautela.

– Ele... Bom ele... Eu não sei, ele ficou inexpressivo. E depois, me disse que eu não devia explicação, pois nós não temos nada. – Katniss nesse ponto, já estava novamente, com um nó na garganta, trêmula e nervosa.

– Ah querida... Eu tenho certeza que não foi isso que ele quis dizer e... – Katniss a interrompeu.

– Quer saber? Ele foi egoísta, depois de tudo Effie, ele me diz isso. – falou com exasperação. A garota em chamas foi invadida por uma raiva injustificável em seu corpo, ela falava com uma voz trépida, na eminência de chorar.

Mas na verdade, o que se passava, era que a culpa que ela pôs em Peeta era um escape de um sentimento de solidão que a inundava. Não queria assumir para si mesma que, viver sem Peeta, seria doloroso demais, e sim, isso a fez ficar com intenso medo. Ela precisava dele.

– Não o culpe, Katniss – falava compassivamente – você mais do que ninguém sabe do quanto aquele garoto a ama, então não fique preocupada pensando nisso, você sabe que ele tem suas razões.

– Eu sei. – falou secamente, levantando-se – e eu não estou preocupada.

Katniss saiu dali como um vulto.

–----

– Peeta? Peeta? – chamava incansavelmente uma alegre voz jovem da porta da padaria.

O garoto do pão imediatamente largou as suas tarefas e correu até a porta de entrada. Quando abriu, encontrou uma garota estampada de um belo sorriso no rosto. Seus cabelos cor de terra brilhavam com a irradiação do sol e seus convidativos olhos mel o fitavam com grande entusiasmo. Era Sally, uma jovem de 17 anos.

Um sorriso aflorou no rosto de Peeta.

– Sally! – exclamou em surpresa, abrindo os braços para abraça-la.

Os dois haviam estudado juntos no ensino fundamental. Eram como unha e carne. Mas a mudança repentina de Sally para o Distrito 5, atrapalhou a continuidade da amizade. Ainda lembram claramente, o quanto sofreram ao se separarem.

– Eu senti tanto sua falta Pet – dizia apertando ainda mais seus braços no corpo dele.

– Eu também – Peeta ria com a grata surpresa da visita a rodopiando no ar – Vou pegar uma cadeira pra gente.

Depois disso, os dois se sentaram.

– E o que te aconteceu tanto durante todo esse tempo? – indagou Peeta.

– Bem... Fui para a escola do Distrito 5 e suportei, claro que sentindo sua falta. – suas brancas bochechas ruborizaram – Trabalhei por pouco tempo no Centro Judicial de lá. Mas, depois de toda essa loucura, prestei um pouco da minha ajuda nos hospitais. E agora, com a paz, retornei ao meu antigo emprego, e como agora tenho um pouco de dinheiro, aproveitei para te visitar. – Sally riu e depois falou agora com mais cautela – Não vou perguntar a mesma coisa a você, já que todo mundo acompanhou.

– Sim...

– E agora, como você está?

– Estou tentando me recuperar, dia após dia, sabe.

– E a Katniss?

Sua expressão ficou séria ao ouvir aquele nome. Sally notou e se recriminou mentalmente por ter perguntado.

– Ela... Está bem. – respondeu brevemente, com a voz seca.

Sally não persistiu no assunto.

– Parabém pela padaria, ela está ficando realmente tão linda Pet. Aliás, você sempre foi jeitoso com tudo o que fazia.

– Obrigada Sally – Peeta riu.

E assim ficaram, conversando por longos minutos, falando o passado e outros assuntos amenos, sempre com risos envolvidos no meio.

– Nossa, preciso ir Pet, tenho que passar na casa da minha tia. – disse olhando no relógio.

Levantaram-se e se abraçaram mais uma vez. Sally o olhava com os olhos brilhando, admirando toda a beleza envolta no garoto do pão. Deu um vagaroso beijo na sua bochecha, o que o pegou de surpresa.

Enfim, se despediram e então ela foi embora.

Mas uma coisa a afligiu intensamente “Eu não disse que te amo.”.

–----

Por mais que tentasse, Katniss não conseguia tirar seus pensamentos do seu garoto do pão. A raiva e angústia percorriam todo o seu ser. E inevitavelmente, seu corpo assumiu seu próprio passo. Quando a garota em chamas percebeu, já estava na frente da padaria de Peeta.

“Droga” - pensou

E então pode evitar o caminho de suas mãos até a maçaneta da padaria. Antes que se desse conta dos seus atos, ela já havia aberto subitamente.

Peeta sobressaltou-se com o forte ruído de madeira batendo na parede. Ele caminhou velozmente até a porta.

Mas ao ver Katniss parada em sua porta, o encarando com seus olhos cinza, ele parou. Sua expressão preocupada deu lugar a uma seca e fria.

– O que você faz aqui?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem, e não esqueçam de comentar e/ou dar sua opinião, ok?
Se gostarem realmente, favoritem e recomendem, pois irá me ajudar muito >3
Mil Beijos



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