Back Together escrita por Cahmy


Capítulo 16
À luz do Luar


Notas iniciais do capítulo

Fiquei muito feliz com os comentários do cap. anterior, por isso mesmo, adiantei este.
É bem diferente dos anteriores, diria que até um pouquinho sexy, ou como vocês entenderem.
E tenho que dizer, foi um dos mais difíceis que escrevi. Tentei descrever ao máximo os sentimentos dos dois e o que acontecia no momento, e isso, particularmente, é árduo. Mas, ao mesmo tempo, foi muito prazeroso, e quando vocês acabarem de ler vão saber (:
Aproveitem a leitura, queridas e queridos !
Obs: ( Imaginem Peeta com aquele smoking branco que ele vestiu na entrevista no filme A esperança)
Enfim, Beijos



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E, quando, sentia que ia explodir em lágrimas, uma mão correu a sua e agarrou-a, levando-a com pressa para fora dali.

Foi tudo tal como um vertiginoso vulto. Em um instante, estava sentada, sem fôlego, fitando pungentemente a imagem de Prim. Era como um transe, eu estava fora de mim, apenas envolta por um mundo próprio, onde as lembranças de minha irmã eram tão certas e dolorosas como a vida. Mas, em outro, achava-me sendo levada pelas mãos de alguém. Deixo-me levar, sem relutância. Fraca demais para lutar. Brevemente, vejo Haymitch e Effie chamando-me em confusão. Do mesmo modo, sentia os caóticos olhares me cravando assim como meus ouvidos ressoavam muitos indefiníveis burburinhos. O mundo se passava tão lentamente, que tudo aquilo se assemelhava mais a um pesadelo. E se não fosse pela força daquelas mãos, eu cairia ali mesmo, assumindo minha total derrota.

E foi só quando meus pés pararam no solo, eu novamente me dou conta da minha existência. Procuro chão, por isso me sento ali mesmo no solo, que me roça, apesar do tecido espesso de meu vestido. Meu tato conhecia isso. E com o mínimo de claridade mental que ainda possuía, entendo que estou na floresta, e por algum motivo, meu coração se descarrega minimamente.

Porém, minha visão ainda era turva e imprecisa. Coço meus olhos na tentativa de alvejar minha mente um pouco. E posteriormente a tanto esforço, minha sanidade retorna, enfim, ao seu lar e então, finalmente, consigo identificar a primeira imagem que me chega à vista. Um par de olhos me encarando.

Aliás, duas pedras azuis.

E quando noto isso, instantaneamente, meus pulsos começam a palpitar. E ainda mais intensamente, quando vejo que sua mão ainda segurava fortemente a minha. Definitivamente, compreendo que se tratava do garoto do pão, que estava parado, em pé, na minha frente.

– Katniss? – Peeta falou, ao passo que se agachava. Quando ouço sua doce voz, inexplicavelmente, eu me alento.

–---

– Katniss? Katniss? – Peeta chamava incessantemente o seu nome, olhando profundamente em seus olhos cinzentos procurando algum sinal de sanidade e melhora.

A garota em chamas acenava a cabeça debilmente, num meio termo entre transe e a realidade. Mas, foi só após de alguns longos minutos, que ela, finalmente, resgatou a claridade mental. Encontrou-se deitada, apoiada em seu colo. Subitamente, ela se ergueu tremulamente, surpreendendo Peeta.

– Você está bem, Katniss? – indagou, preocupado, a acompanhando no mesmo passo.

Confusa, ela levou a mão à cabeça. Sua mente martelava, como um prego que a perfurava.

– O que... Aconteceu comigo? – sua voz estava escassa.

Não satisfeito com sua resposta, ele delicadamente pegou-lhe a mão, que estava na cabeça, e a apertou.

– Primeiro, me responda, você está bem? – Peeta a fitava intensamente, procurando desesperadamente sua fala.

Katniss demorou algum instante para responder.

– Acho que sim. – murmurejou novamente, penando com sua cabeça. – O que aconteceu, Peeta?

Ele hesitou por um momento; e por fim, ele falou.

– Você teve algum tipo de choque. Quando você viu... A Prim – o garoto do pão parou e cautelosamente continuou – Foi demais para suportar. Venha, vou te levar.

O garoto do pão tomou-lhe as pernas e a pegou ao colo. Ela não pestanejou, pois a esse ponto, já não detinha de forças suficientes para andar independentemente. Simplesmente, deixou-se levar pelos fortes braços de Peeta, que com a guerra, havia ganhado notória força física. E ali, envolta deles, Katniss finalmente, se sentiu segura.

A mata estava escura. A névoa noturna umedeceu friamente suas almas. E era exclusivamente a luminescência da Lua que alumbrava os dois naquele caminho. Levou-a uma pitoresca cabana situada no meio da floresta. Tal lugar não lhe insólito a Katniss, pois, muitas vezes depois de uma caçada, aquele era o local onde repousava. Mas, o que sentia ser inédito, era estar ali, com Peeta. O céu escuro revelava gotejos de água que pairaram sobre seus ombros, os molhando.

Rapidamente, com o pé, ele abriu a porta. Deixou-a parcialmente deitada em uma antiga cama encostada na parede de madeira. Ajeitou seu longo vestido e levou suas pernas até a cama. Agora, o garoto do pão assumia uma parte de si que trazia uma luz de memória do Peeta que tanto um dia conheceu.

– Peeta... – chamou-o vagarosamente antes que virasse, como a pedir-lhe que não fosse embora.

Voltou. Ele a mirou com suas duas pedras anil, e naquele olhar existia de tudo: confusão, ansiedade, mas, primordialmente, anelo.

– Algum problema? – perguntou candidamente.

– Por que..? - ele içou as sobrancelhas. E neste momento, ouviram rugir um violento grito da tempestade que se formava.

Seus olhares relampejaram por um instante, um contra o outro. Ele se aproximou dela novamente, agachando-se ao lado da cama.

– Pensei que você não quisesse me ver nunca mais... – falou em um único fôlego. Quis atribuir algum tipo de tom natural quando o encarava, mas ineficaz, pois sentia todo seu ser entrando em chamas em direção a ele.

Peeta ternamente a olhou em resposta.

– Se eu dissesse isso alguma vez, seria uma mentira.

Ao ouvir isso, Katniss viu que seu ar se extinguido mais e mais. E quando sentiu os lábios de Peeta atritarem levemente sua bochecha esquerda, ela fechou os olhos em sobressalto por um momento, logrando do ligeiro gesto.

– Katniss, eu... Fui tão injusto com você. – disse timidamente. Um embargo cortou-lhe a voz. – Eu fui tolo, e é isso que eu sou. Eu mal consigo controlar meus flashbacks e todos os sentimentos que decorrem dele. E eu sempre falho Katniss. – As palavras vieram tão rápido que lhe tomaram a respiração. – Eu sempre falho. Em tudo. – Uma lágrima de seu mar azul irrompeu em sua face.

Aquelas palavras pareciam a estrangular. Seu seio arfava penosamente como se o coração fosse sair de seu peito.

– Peeta... Você não tem culpa, por favor... Não se culpe assim – Katniss limpou suas lágrimas com o dedo indicador.

– Está tudo bem – disse, sorrindo, mas em vão, pois sabia que não, não estava nada bem. – Você não deve se preocupar com isso. – Agora, o semblante dele tornou-se sério.

O garoto do pão se ergueu e respirou profundamente, procurando recompor-se. Deu alguns poucos passos à frente, chegando a cozinha da cabana. Não ficou surpreso ao encontrar alguns mantimentos nos velhos armários, que rangiam ao abri-los, pois tinha noção de que ali era o refúgio de Katniss. Havia apenas um pequeno fogão de boca posto em cima do balcão, mas mesmo assim, conseguiu preparar uma sopa, que apesar de ser simples, emanava um delicioso cheiro, que fez o estomago de katniss roncar ao senti-lo.

Em uma pequena mesa, serviu em duas tigelas a sopa. Antes, ele tirou seu smoking branco, deixando-o na cadeira. Eles se sentaram. Comeram em um denso e incômodo silêncio, até que ela finalmente disse algo.

– Eu vou dormir aqui hoje. – Peeta que comia concentrado, levantou seu olhar e ergueu as sobrancelhas- Não quero ter que explicar para todos o que ocorreu. E muito menos ouvir Haymitch me descriminando. – Katniss falou seriamente e nada poderia contrariar sua decisão – No armário tem um velho guarda-chuva, mas acho que dá pra usá-lo. Se você quiser... – murmurou.

A chuva se manifestava cada vez mais com mais força. A água chegava duramente no teto da cabana que parecia ser frágil, provocando altos ruídos. Olharam os dois para cima, surpreendidos com o estrondo.

– Você pode ficar sozinha aqui?

Novamente um alto estrondo.

– Acho que sim. – respondeu, tentando mascarar a constrição que se formava nela.

Ele riu internamente. Afinal, sabia que a garota em chamas nunca diria não.

– Não posso sair daqui com esse temporal, provavelmente um raio me atingiria no meio do caminho. – disse dando os ombros.

– Tem razão. – falou, enquanto dava colheradas da sopa.

– Então, vamos ter que dormir aqui esta noite.

Katniss engasgou. Dormir juntos não era algo novo para os dois, afinal, quantas vezes ficaram envoltos um no braço do outro refugiando com seus calores. Porém, agora, isso assumia um aspecto de novo. Evidentemente, nesse ponto, não tinham a estreiteza um com outro, como em outro tempo tiveram.

Ela levantou e no velho armário pegou um edredom.

– Você dorme na cama, eu fico no chão, tudo bem? - disse Peeta.

– Tudo bem.

Ele pegou o edredom de suas mãos e ajeitou-o no chão. Ela novamente foi ao armário e pegou simples uma roupa masculina, provavelmente pertenciam ao seu falecido pai. Ainda tinha seu cheiro.

– Tome essa roupa. – entregou a camisa branca e uma calça de tecido mole cinza a ele. – Você não pode dormir com essa roupa social, afinal.

– Obrigado. – Peeta sorriu.

Katniss sentou-se na cama e virou-se de costas para que ele pudesse se trocar.

– Pronto Katniss. – Ela se virou. – E você, vai dormir com esse vestido?

Katniss sentiu o coração confranger.

– Claro .– respondeu acanhadamente. Foi a vez de Peeta se sentar na cama e virar-se.

Ela dirigiu-se ao meio da cabana, de costas para o garoto do pão. Demorou um pouco para achar o zíper, e gemeu quando tentou abaixa-lo, pois os cristais atritavam seus dedos.

Peeta quando ouviu, por um impulso, moveu sua cabeça infimamente. Porém, o bastante para que, por um lapso, pudesse ver a penumbra de seu corpo. A luz da lua, que expelia em fragmentos pelos vidros da obsoleta janela, ia em cheio a sua cintura estreitando as suas formas encantadoras, era a visão do paraíso. Com seu primeiro movimentou, seus olhos encontraram naturalmente a circunferência de sua cintura divinamente moldada pelo brilho do luar. Foi rápido, mas o suficiente para que seu coração palpitasse bruscamente.

– Peeta, me vesti. – ela se virou, enroupada por um vestido justo perolado de cetim. Katniss havia ganhado peso nos últimos tempos, tornando as curvas de seu corpo ainda mais evidentes. Em seu colo, o decote do vestido, modelava as covinhas que nasciam de seus dois seios.

Aliás, este traje era do tipo que vestia raramente. Foi presente dos estilistas da capital da época dos jogos. Estava determinada a nunca vesti-los, por isso escondeu-os na velha cabana. Mas agora, ironicamente, estava coberta por eles.

E no momento em que os olhos azuis de Peeta a percorreram por inteiro, ela, inevitavelmente, ruborizou. Acanhadamente, ela deitou-se na cama. Peeta estava ao seu lado, no chão, já deitado no edredom.

– Boa noite Katniss.– disse o garoto do pão.

– Boa Noite. - respondeu.

Cerraram os olhos e tentaram adormecer. Mas depois de minutos, foi em vão.

– Está acordada? – Peeta a chamou, fazendo-a abrir os olhos.

– Ainda – replicou sonolentamente.

– Com toda essa confusão, eu me esqueci de te dizer algo.

Ela ergueu seu dorso e virou seu corpo em direção a ele.

– O quê? – perguntou curiosa.

Peeta do mesmo modo levantou-se parcialmente, fazendo-os ficarem frente a frente. Ele aproximou sua cabeça e disse:

– Me esqueci de dizer que você estava linda hoje.

Katniss cobriu-se de ardente rubor e sorriu. Mas seu fôlego foi embora quando Peeta ainda mais aproximava seu rosto ao dela. Ele a olhava cintilantemente em todo o cartono de seu rosto. E o seu rosto antes cândido, se transformou inteiramente, pois agora toques ardentes o iluminava. Neste instante, Katniss era, absolutamente a garota em chamas. Fatalmente, os lábios dele entumecidos de desejo e cobiça encontrou e embebeu sequiosamente os dela.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem ,e se gostarem (ou não, aliás, criticas construtivas são sempre bem vindas), não esqueçam de comentar e dar sua opinião ok?
Mil Beijinhos >3



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